terça-feira, 30 de setembro de 2025

Pertencerei ao Relâmpago

Pertencerei ao Relâmpago Há de ser sombra e luz simultaneamente, Raio que parte o céu de lado a lado, Nos lábios trará o gosto ardente Do que é proibido, livre e indomado Eu não sou de ninguém… Quem me alcançar Há de ser trovoada em noites claras, Nos dedos de tempestade há de guardar O fogo breve das centelhas raras! Há de ser chama no incêndio completo, Grito no rugido do mar inquieto, Onda que arranca penhascos dos rochedos!… Há de ser Tudo e Nada num instante! Fúria selvagem, urgente, delirante, Vulcão semeando constelações de medos! Marilândia

ALVORADA DE CINZAS

ALVORADA DE CINZAS É triste, dizem todos, o crepúsculo Que morre sobre as ondas sem perdão! E aquele vento amargo da solidão Que rasga a alma num eterno corpúsculo! É triste como lágrima ou entulho A bruma que se arrasta pelo chão! E não sabem que trago no pulmão O peso de cem mundos que repulso?!… Auroras desfeitas guardo em mim E tudo o que respiro tem por fim Sangrar em silêncio, sem clemência! E toda a imensidão do firmamento Carrego-a dentro em brasas de tormento! E o dia sou eu mesma! A dor em essência!!! Marilândia

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

DIZE-ME... A PUBLICAR

Dize-me… Dize-ne…Ainda que seja só Um murmúrio breve, quase nada, Doce como a brisa da alvorada, Puro como um lírio que desponta no pó. Dize-me! Há tanto, há tanto silêncio Que o tempo pesa e me consome a alma, Meu peito jaz na penumbra sem calma, E até a sombra implora por um incêndio. “Saudade!” — sete letras tão singelas, Flores tímidas, frágeis, sem janelas, Mas que em mim florescem como um altar. Não podes soprar-me esta palavra mansa? Então dá-me apenas, em teu olhar que balança, Um punhado de estrelas para eu sonhar… Marilândia Responder, Responder a todos ou Encaminhar

COSTURANDO DIA 29 DE SETEMBRO

“E que sejamos embalados pela brisa leve dos momentos...” Jô Tauil _______________________________ Como folhas que dançam ao sabor do vento, Sem pressa, sem medo, apenas com sentimentos Que nos levam além do nosso pensamento. Que a vida nos beije com ternura infinita, E cada instante seja um verso de paixão, Que a alma se entregue, frágil e bendita, Ao doce abandono, à doce perdição. Quero ser vento, quero ser poeira, Quero ser tudo o que o tempo não desfaz, Quero morrer de amor, da forma mais sincera, E renascer em tudo aquilo que me traz paz. Que sejamos luz em meio à escuridão, Chama que arde, que consome e que ilumina, Que o nosso amor seja eterna redenção, E em cada abraço a eternidade que fascina. Deixa que a brisa leve os nossos tormentos, Que o mar revolto acalme enfim seu clamor, E que vivamos só destes doces momentos, Embalados pela brisa leve do amor. E quando a noite vier, serena e calma, Que possamos dizer: vivemos de verdade, Entregamos ao vento corpo, sonho e alma. Marilândia

O Jardim Secreto (A PUBLICAR)

O Jardim Secreto O Jardim Secreto, oculto, misterioso, Desabrochou nas águas do meu ser, Como se fosse um lírio a florescer Num deserto de espinhos doloroso. Cresce em minh’alma o perfume saudoso E não consigo, ai de mim!, entender Como pôde esta rosa acontecer Neste peito de outono nebuloso. Ó flor que em mim brotaste sem raízes, Que importa se são negras as matizes Dos meus dias se brilhas para mim?! Desde que em meu jardim secreto habitas, Fugiram-me as canções mais infinitas E nunca mais soube onde tem meu fim! Marilândia

domingo, 28 de setembro de 2025

SARAU DE PRIMAVERA DIA 4 DE OUTUBRO #3 estilos (revisar)

GILSIANO'S GRUPO POÉTICO Sarau de Primavera Tema: "Florescendo o Amor" Autora:Marilândia Marques Rollo Título:Jardins da Minha Alma País:Brasil Data: 04/10/2025 Gentilmente convidada pela amiga poetisa Luz Crystal Jardins da Minha Alma Em meu peito germina um suave canto, Semente oculta em prados de ternura, Que rompe a dor, transborda em puro encanto, E veste a vida em cores de doçura. Das cinzas nasce o lírio mais formoso, Que a alma embala em sonho perfumado, E em cada pétala — um desejo ansioso, Em cada espinho — um rastro do passado. Ah, coração que insiste em florescer, Mesmo no luto, em sombras tão sombrias, Transforma a mágoa em luz do renascer. E entre saudades, dores e agonias, Faz-se do amor um bálsamo de ser, Colhendo auroras em jardins de poesias. Marilândia Aurora do Meu Ser No seio oculto da minh’alma aflora, Um lume doce, em pétalas se espalha, É flor do amor que rompe a noite e a hora, E faz da dor um canto que não falha. Mesmo entre sombras nasce a primavera, E em cada espinho há seiva de esperança, Que em versos meus ressurge e me tempera, Na eterna sede de quem sonha e alcança. Ah, coração que insiste em colorir, As cinzas frias de um passado intenso, E ao pranto dá o dom de redescobrir... Pois mesmo em luto, em mágoa e desalento, O amor se ergue, ávido de existir, Florindo a vida em puro encantamento. Marilândia Cálice da Dor Do meu sofrer, um lírio se levanta, Banhado em pranto, em mágoa concebido, É flor cruel que fere e que encanta, Perfume doce em veneno escondido. O amor em mim floresce entre ruínas, Com sangue rego o solo da saudade, E cada pétala traz sombras finas, Que me recordam a minha eternidade. Ah, coração! Por que queres florir, Se o lume cego apenas me devora, E a vida é sombra que insiste em mentir? Mas mesmo assim, no peito que implora, Brota o amor — suplício a me ferir, Cálice de dor que nunca se evapora. Marilândia

Minha Criança Velada e mais outro a escolher pro evento dia 12

Minha Criança Velada Em mim repousa a infância adormecida, Com sonhos a bailar no meu segredo, É frágil chama, é fonte em despedida, Que clama por amor, sem sombra ou medo. Nos olhos meus — saudade tão ferida, Recorda o riso leve em brando enredo, E nesta alma cansada e consumida É voz singela que ressoa cedo. Ah! Se eu pudesse, em meio à dor e ao mundo, Guardar no peito a infância tão querida, Seria o amor mais puro e mais profundo. Mas sigo só, com mágoa recolhida, E em cada verso — um eco moribundo Da minha criança oculta e nunca esquecida. Marilândia Canção da Criança em Mim (Refrão) Minha criança em mim, perdida, Chora nos cantos da saudade, É chama frágil, adormecida, Que pede colo, amor, verdade. (Estrofe 1) Traz nos olhos a esperança, O riso livre, a cor do céu, Mas a vida rouba a dança, E o sonho puro se perdeu. (Estrofe 2) No meu silêncio ela ainda chama, Pequena voz que quer cuidar, É fogo doce, oculta chama, Que nunca deixa de cantar. (Refrão) Minha criança em mim, perdida, Chora nos cantos da saudade, É chama frágil, adormecida, Que pede colo, amor, verdade. (Ponte) Se eu pudesse abrir meu peito, Deixar que o tempo volte atrás, Guardaria em mim o jeito Da infância eterna, doce e paz. (Final) Minha criança em mim, guardada, É meu segredo, é meu jardim, Mesmo ferida, abandonada, Ainda floresce dentro em mim. Quer que eu prepare essa versão já com cifras de violão simples (tom maior ou menor, estilo melancólico) para que possa ser cantada? 🎶🎸

EVENTO POESIA MARIA PARA O DIA 12 DE OUTUBRO com 2 trechos para encaixar

EVENTO AVALB- FERNANDO SABINO TEMA:"A MINHA CRIANÇA INTERIOR" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:O Canto da Criança Esquecida DATA:12/10/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela petisa amiga Poesia Maria O Canto da Criança Esquecida Em meu peito dormita, adormecida, A criança que fui, tão sonhadora, Que via no impossível a guarida, E em cada dor nascia uma nova aurora. Nos olhos guardo a chama pequenina, Que outrora iluminou meu ser ingênuo, E que, perdida, hoje se me inclina Às sombras de um destino tão terreno. Minha criança clama em voz silente, Por colo, por carícia e esperança, Por um abrigo doce e permanente, Que lhe devolva a luz da confiança. Quisera retomar suas canções, Os risos que nasciam sem tormento, E o voo alado de ilusões, Que o tempo sepultou no esquecimento. Ó minha infância! — eco de ternura, Que vive oculta em brumas de saudade, Sinto-te ainda, em minha alma obscura, Chorando a perda da simplicidade. E nessa ânsia, feita de quimera, Abraço o ser que dentro em mim persiste, Aquela que fui — e inda me espera, Na eterna infância, pura e nunca triste. Marilândia "A cada manhã eu quero renascer, eu quero refazer tudo, desaprender tudo, recomeçar a aprender tudo de novo. Eu queria olhar o mundo com os olhos lavados de pureza e de inocência como um menino". 2.2. "Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino".

COSTURANDO DIA 28 DE SETEMBRO 3 VERSÕES

"Por teu amor serei refém de tudo que nego" Jô Tauil ______________________________________, E o que me fere guardarei em doce ilusão... Sou nau perdida em mares que carrego, Sou chama ardendo em secreta perdição. Por ti desfaço a altiva resistência, E me prostro em sombras de cativa, Deixo morrer em mim a consciência, Só para ver tua presença ainda viva. És cárcere e asa, céu e punhal, Um bálsamo que envenena minha flor, Um sonho febril, um anseio fatal, O gozo que sangra, a dor que tem sabor... Não sou senão escrava do teu riso, Da tua boca em fogo, tão tirana, E ainda que o destino me seja indeciso, Sigo-te nua, entregue, quase insana. Por teu amor calo a verdade que me chama, Por teu amor visto o véu do meu tormento, E entre cinzas me queimo em chama, Num êxtase cruel de sofrimento. Refém serei da treva e da ventura, Refém de ti — minha eterna tortura. Marilândia Por teu amor serei refém de tudo o que nego, Da febre que me rasga e me faz sucumbir, Do fogo que devora, da dor que carrego, E da ânsia cruel que insiste em não partir. És chama e punhal, és silêncio e castigo, Um céu desmoronado em pétalas de dor, E eu, na vertigem, me perco contigo, Morrendo em cada gesto, em cada ardor. Na treva do teu beijo me condeno, Sou pássaro ferido em voo derradeiro, Que busca a noite e não encontra o pleno. E entre a cruz e a rosa do teu cativeiro, Eu me confesso escrava, destino pequeno, Refém da tua sombra e do teu derradeiro. ✨ "Por teu amor serei refém de tudo que nego" Jô Tauil ______________________________________ E ao teu olhar me entrego em doce claridade... És como a aurora que ilumina o mundo cego, Um cântico de luz que acalma a tempestade. Sou pássaro feliz, no teu voo me renego, E encontro no teu peito a eterna liberdade, Ainda que me fira o destino em seu apego, Teu beijo é bálsamo e flor da eternidade. És riso e alvorada, és vento perfumado, Um sonho que me leva além da dor terrestre, Em ti renasço em fogo transfigurado. E se o viver é sombra e o tempo nos sequestre, Que seja em ti meu fardo eternamente atado, Refém do teu amor — meu céu, meu sol celeste. Marilândia

sábado, 27 de setembro de 2025

COSTURANDO DIA 27 SETEMBRO

"Cúmplices num crime de amor" Jô Tauil ________________________ Guardamos na alma um fogo proibido, No peito arde um desejo indecente, Beijo oculto, secreto e perdido. Nossas mãos tremem, furtivas, febris, Num pacto selado em noites caladas, O mundo não sabe o que somos,admitis, Almas queimando em chamas veladas. Que importa se a lei nos condena? O coração só conhece a paixão, Na pele há a febre que envenena, Nos lábios, o doce da perdição. Vivemos na sombra do impossível, Num êxtase triste, cruel, delirante, Nosso crime é belo, indizível, É luz e treva num só instante. Amar-te é morrer e renascer, É loucura que a vida consome, É pecado que insiste em viver, É ternura que não tem nome. E se o destino nos julgar em dor, Morrerei feliz,embora em ardente pecado! Marilândia

Encontro (verificar rimas)

Encontro Sempre busquei quem eu seria ao certo, Nas páginas que a vida me escrevia, Mas era sombra vã, era sangria, Um vulto a caminhar pelo deserto. Que eu me ignorava, tinha por incerto, E, se o pressentia, me mentia… Alma perdida em sua fantasia Seguia atrás de um sonho encoberto! Seguia a procurar-me - triste engano! E encontrei a paz no teu sorriso, E o meu destino no teu desengano! E esta sede de ser, que é meu suplício, É o fogo do teu ser que, soberano, Incendeia as trevas do meu juízo! Marilândia

Do Luto nascem Rosas Secretas (EVENTO DAS CICATRIZES) verificar rimas 1 de outubro

198 ENCONTRO PÔR DO SOL TEMA:"DAS CICATRIZES BROTAM POESIAS" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Do Luto nascem Rosas Secretas DATA:1/10/2025 PAÍS:Brasil Do Luto nascem Rosas Secretas Das cicatrizes brotam poesias Como flores nascidas da dor pura Cada marca no peito é escritura De sonetos que choram alegrias São versos feitos de agonias Nascidos da mais profunda desventura Que transformam em luz a noite escura E fazem da tristeza sutis melodias Minhas feridas são pergaminhos Onde escrevo com lágrimas de amor Os mais belos e tristes versinhos Cada golpe que recebi da vida Tornou-se meu papel consolador Uma estrofe de dor enternecida Das chagas mais fundas do meu ser Brotaram rosas de melancolia Cada espinho que a vida me feria Ensinou-me mais doce a viver É do sangue que aprendi a escrever Os poemas que minha alma envia Para quem souber ler na poesia O segredo que me fez renascer E assim vou colhendo em meu jardim As flores que nasceram do sofrer… Marilândia Do Luto nascem Rosas Secretas Poemas Feridos Do luto nascem rosas deslumbrantes, Com sangue e lágrimas cinceladas na pele; Cicatrizes que ardem, tão constantes, São versos que a noite eterna talvex flagele Do pranto surdo erguem-se alvoradas, No peito uma chama insiste em viver; As dores se fazem almas encantadas, Que o tempo não pode mais desfazer. As feridas, fontes de auroras raras, Guardam segredos da dor e do amor; Como estrelas que brilham nas searas, Do escuro rasgam lampejos em flor. Eis que da mágoa se levanta um canto, Rios de mágoa se tornam poesia; O peito, outrora sepulcro e pranto, É altar de luz, de melancolia. Assim, da sombra, o lume principia, E da ferida nasce a fantasia. Marilândia Poemas Feridos Das cicatrizes brotam poesias como flores selvagens no peito, nascidas da dor que foi leito de todas as minhas agonias. Cada marca guarda melodias de prantos que foram desfeitos, e do que foram amores imperfeitos surgem versos e fantasias. Ó feridas que se fizeram berço da beleza que hoje me habita, Do sofrimento que atravesso! Nasce a luz que em mim palpita. Benditas sejam as que converto em canção que a alma necessita. Sou jardim de dores floridas, roseira de espinhos sagrados, onde os mistérios vertidos se tornaram seiva de vidas. Em cada ruga, mil partidas; em cada sulco, ais guardados. Das cicatrizes dos pecados brotam poesias despidas. Marilândia

EVENTO QUASEEN DIA 27 SETEMBRO

Evento de Teresa Lopes e "QUE AS ALMAS SE ENCONTREM Tema:“Tu és em mim profunda primavera “ Fonte inspiradora:Poema de Pablo Neruda “Tu és em mim profunda primavera" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:ÍNTIMA PRIMAVERA DATA:27/09/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela poetisa amiga Monica Soares Angel ÍNTIMA PRIMAVERA Tu és em mim profunda primavera Que desperta no peito adormecido O canto que eu julguei ter já perdido Na solidão da minha alma severa... Floreces como rosa verdadeira No jardim do meu ser há tanto vivido... És o sol que aqueceu meu coração ferido E a luz que em toda treva desespera... Chegaste como brisa matinal Trazendo em teu olhar doce promessa De um amor que é eterno e imortal Tu és a fonte onde minha sede cessa O verso que faltava ao madrigal A chave de ouro da minha tristeza... Em ti encontro toda a escultural Que busquei em vão por ilusória certeza... Tu és o ninho onde fazem seus ninhos Os sonhos mais belos da minha ventura És primavera, és luz, és água pura Que mata a sede dos meus desalinhos... És o porto seguro dos carinhos Que o meu peito sedento procurava. Marilândia

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 26

"Como conduzir sua poesia entre os ácaros dos atapetados?" Jô Tauil ___________________________________________________ Talvez com a delicadeza de quem caminha descalço sobre a areia molhada do amanhecer, pisando entre as fibras onde habitam os pequenos seres invisíveis ao olhar apressado. Sua palavra deve ser como o vento que atravessa os fios entrelaçados, carregando consigo o perfume antigo das memórias guardadas no tecido. Entre os ácaros dança a poesia, pequena e persistente como eles, habitando os espaços mínimos onde o pó se transforma em verso. Não tema a intimidade microscópica dos cantos esquecidos da casa — ali também pulsa a vida, ali também nasce o poema. Como conduzir sua poesia? Com a paciência de quem tece, fio por fio, palavra por palavra, construindo mundos sobre mundos. Os atapetados guardam histórias de passos que já não voltarão, de risos que ecoaram nas tardes e lágrimas que secaram em silêncio. Marilândia

Marilândia: Tecedeira de Versos

Marilândia: Tecedeira de Versos Nas mãos de Marilândia, palavras tornam-se pássaros libertos ao vento. Seus olhos, fontes d'água cristalina, refletem paisagens que só a alma consegue ver. Do coração feito concha, extrai pérolas de sensibilidade rara e preciosa. A cada verso seu, o mundo se desdobra em múltiplos significados e cores. Marilândia Marques Rollo, jardineira de metáforas que florescem em solo fértil. Sua voz, melodia que embala os sonhos dos que buscam beleza nas entrelinhas. Carrega dentro de si tempestades e calmarias, traduzidas em silêncios eloquentes. Tecelã das memórias coletivas, borda com fios de ouro as experiências humanas. Nas asas de sua poesia, voamos para além dos limites do cotidiano. Seu legado: um rio de palavras que continuará a correr, eterno, nas veias da literatura.

CICLO DE AUTORRETRATO

ciclo completo em três sonetos, no estilo de António Nobre, formando um retrato poético em três tempos — dor, esperança e plenitude. I – Espelho da Minha Dor No meu olhar há névoa e solidão, Um mar sem porto, errante navegante, Sou pranto antigo, canto vacilante, Sou sombra fria em triste procissão. Na alma guardo apenas ilusão, Um fado amargo, eterno e sufocante, Sou sonho morto, verso agonizante, Sou nau perdida em turvo coração. E neste espelho vejo o que não sou, Um vulto errante, a bruma que ficou, Lembrança vã, criança sem calor. Sou melodia que ninguém entendeu, Sou lira triste que já se perdeu, Sou todo o nada — espelho da minha dor. II – Luz Escondida Sou peregrino em brumas do caminho, No peito a dor que nunca se desfaz, Mas levo em mim um sopro de carinho, Um sonho tênue que ainda me traz paz. Entre saudades sigo tão sozinho, Procurando nos céus um rastro audaz, Talvez a estrela, em seu fulgor mansinho, Me guie a um porto onde descanso jaz. E se a tristeza é minha companheira, Também me cerca a fé derradeira De um novo canto que há de renascer. Pois mesmo a alma, exausta e dolorida, Guarda no fundo a chama escondida Que insiste, teima, em nunca se morrer. III – Plenitude Silenciosa Depois da sombra, a luz enfim me invade, Como quem sonha e acorda em claridade, Sou alma livre, feita de saudade, Que encontra a paz no seio da verdade. Já não me pesa a dor da tempestade, Nem me aflige o sopro da ansiedade, Sou mar sereno, em doce eternidade, Sou verso puro, em plena liberdade. Na solidão, já não me sinto só, Pois cada estrela é música e é pó Que me conduz ao íntimo esplendor. Assim me vejo — em calma redentora, Sou chama eterna que jamais se apaga, Sou plenitude, sou silêncio e flor. ✨ Esse ciclo pode ser lido como um autorretrato espiritual em três fases: o abismo da dor, a centelha da esperança e a chegada à serenidade.

Plenitude Silenciosa (analisar antes de publicar)

Plenitude Silenciosa Depois da sombra, a luz enfim me invade, Como quem sonha e acorda em claridade, Sou alma livre, feita de saudade, Que encontra a paz no seio da verdade. Já não me pesa a dor da tempestade, Nem me aflige o sopro da ansiedade, Sou mar sereno, em doce eternidade, Sou verso puro, em plena liberdade. Na solidão, já não me sinto só, Pois cada estrela é música e é pó Que me conduz ao íntimo esplendor. Assim me vejo — em calma redentora, Sou chama eterna que jamais se apaga, Sou plenitude, sou silêncio e flor. Marilândia

Luz Escondida (analisar e publicar

Luz Escondida Sou peregrina em brumas do caminho, No peito a dor que nunca se desfaz, Mas levo em mim um sopro de carinho, Um sonho tênue que ainda me traz paz. Entre saudades sigo tão sozinho, Procurando nos céus um rastro audaz, Talvez a estrela, em seu fulgor mansinho, Me guie a um porto onde descanso jaz. E se a tristeza é minha companheira, Também me cerca a fé derradeira De um novo canto que há de renascer. Pois mesmo a alma, exausta e dolorida, Guarda no fundo a chama escondida Que insiste, teima, em nunca se morrer.

Espelho da Minha Dor (analisar rimas)

Espelho da Minha Dor No meu olhar há névoa e solidão, Um mar sem porto, errante navegante, Sou pranto antigo, canto vacilante, Sou sombra fria em triste procissão. Na alma guardo apenas ilusão, Um fado amargo, eterno e sufocante, Sou sonho morto, verso agonizante, Sou nau perdida em turvo coração. E neste espelho vejo o que não sou, Um vulto errante, a bruma que ficou, Lembrança vã, criança sem calor. Sou melodia que ninguém entendeu, Sou lira triste que já se perdeu, Sou todo o nada — espelho da minha dor.

Retrato da Minha Alma (analisar para publicar)

Retrato da Minha Alma Sou a criança perdida nos montes, Que nunca encontrou caminho ou lar, Sou a saudade que mora nas fontes, E canta sozinha sem se saciar. No peito trago um céu desbotado, Onde a esperança já não floresceu, Sou peregrina sem ter santuário, Sou dor antiga que o tempo esqueceu. Sou a canção que ninguém escuta, Eco que vaga nas brumas do além, Sou verso triste, saudade absoluta, Sou tudo e nada, sou ninguém. E nesse fardo que nunca descansa, Vivo de sonhos que a vida não traz, Sou só lembrança, sou só criança, Sou quem procura e nunca tem paz. Marilândia

NO SILÊNCIO DA SAUDADE

Ó saudade, que em meu peito arde e canta, Como um perfume de flores no ar, Tua essência é dor que nunca decanta, E em cada verso, vem me atormentar! Nos ecos do passado, a voz se abrilhanta, Sussurrando amores que não podem voltar, Enquanto a lua em seu manto se agiganta, A solidão se torna meu lar. Mas é na dor que a alma se refina, E em cada lágrima, um sonho se faz, A vida é um poema que se destina. Ó, saudade, que em meu ser se faz paz, Teu abraço, mesmo frio, me ilumina, E em ti, meu coração sempre apraz. Marilândia

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

COSTURANDO DIA 25

“Seus ouvidos surdos fatigarei com soluços” Jô Tauil _______________________________ E minha voz rouca de tanto clamar, Até que os ecos dos meus destroços Consigam teu peito despertar! Gritarei minha dor pelos quatro ventos, Espalharei lágrimas como chuva fria, Transformarei em versos meus tormentos Para que ouçam minha melancolia! Não há silêncio que possa conter Esta torrente de mágoa infinita, Nem há muralha que possa deter Esta alma ferida e desvalida! Cantarei como o rouxinol na aurora, Mesmo que a voz se parta e se desfaça, Até que enfim desperte quem ignora Esta paixão que o coração abraça! E se ainda assim permanecerem mudos, Aos gritos desta alma que se verga Continuarei com meus lamentos caducos Até que a morte enfim me emudeça. Pois é destino do poeta sofrer, Cantar na dor e morrer de amar, E mesmo morto, ainda fazer ouvir Seus versos tristes pelo ar a vibrar! Marilândia

NÉVOA SAGRADA

NÉVOA SAGRADA” Vago perdida entre estes véus de prata Sem saber de onde venho ou para onde vou, Caminho às cegas por esta estrada ingrata E nem recordo mais quem me guiou!… Não enxergo luz, tudo é sombra e vento… E esta alma errante, sem destino certo Faz-me pensar na rosa do momento Que desabrocha sozinha no deserto… Carregar no peito a chama do infinito E não ver clareza neste abismo aflito, Poetas, companheiros da ventura!… E chamam-nos de nós os Visionários! Pobres almas sem rumos, solitários, A viver pelos outros na penumbra! Marilândia

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

COSTURANDO POESIA 24 DE SETEMBRO

“Mas a vida é quebra-cabeças num difícil jogo de a(r)mar. Jô Tauil _________________________________ Onde cada peça perdida é lágrima que vai rolar, E nos cantos da alma triste ficam bocados dispersos, De sonhos que não soubemos em seu tempo decifrar. Quantas vezes, meu amor, tentei montar este "puzzle", Juntando cacos de beijos, fragmentos de um fuzilar De estrelas que se apagaram no meio de nossos versos, Deixando vazios fundos que não consigo preencher. Sou mulher de alma partida, de coração em pedaços, Procurando pelo mundo os bocados do meu ser, Na esperança de que um dia, nos teus doces abraços, Este quebra-cabeças louco se possa recompor. Mas as peças não se encaixam como antes costumavam, E o desenho que eu sonhava já não consegue aparecer, Restam-me apenas as bordas deste amor que se acabou, E o centro vazio, oco, que não sei como encher. Assim vivo eu, perdida, neste jogo sem ventura, Juntando peça com peça desta eterna solidão, Sabendo que esta figura jamais será formosura, Mas apenas o retrato da minha própria paixão. Marilândia

IMAGEM TAGORE

Silêncio Cósmico (página acadêmica outubro ) cabeçalho e verificar no email o patronal

Silêncio Cósmico Cala e escutarás o universo! Onde as constelações tecem seus fios de prata, nossa pequena chama já não faz falta. Pobres mortais que acreditam que suas frágeis velas de razão iluminam mais que o ardente coração das galáxias eternas! Marilândia

p´PARA ACADEMIA PÁGINA PESSOAL OUTUBRO CABEÇALHO

ESTRELA-D’ÁGUA No instante em que a estrela se espelhou nas águas Meus olhos buscavam o céu, e não a vi. Minhas mãos estavam ocupadas e o reflexo se perdeu. Apenas hoje, novamente, uma melancolia me visita. Despertei da pressa sentindo o eco prateado De uma luz que dançava na correnteza. Essa luminosidade fugidia fez minh’alma suspirar de anseio. Pareceu-me ser o brilho da aurora no inverno, querendo eternizar-se. Eu não compreendia então que a estrela habitava tão próxima Que ela pulsava em mim, e que essa radiância única Tinha nascido nas profundezas do meu próprio ser. Marilândia

FLOR-DE-LÓTUS (página patronal outubro) cabeçalho

FLOR-DE-LÓTUS No dia em que a flor de lótus desabrochou A minha mente vagava, e eu não a percebi. Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida. Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim. Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro De um perfume no vento sul. Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade. Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se. Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim Que ela era minha, e que essa perfeita doçura Tinha desabrochado no fundo do meu coração. – Rabindranath Tagore, em “Poesia”.. [selecção e tradução de José Agostinho Baptista]. Coleção Documenta poética. Lisboa: Assírio e Alvim, 2004.

Sede Infinita (para postar na academia página acadêmica) CABEÇALHO

Sede Infinita Como busca a fonte o viajante perdido na tormenta, ardendo pela miragem distante, assim busco eu, sedenta, nesta madrugada de junho embalada pelo vento do Norte. Perco-me nos meandros e vago sem destino. Desejo o que me foge, e o que me cerca me sufoca. A sombra do meu anseio brota da minha alma e, flutuando à minha frente, tremula aqui e ali, fugidia. Estendo as mãos, mas dissipa-se. E, já distante, sussurra-me do horizonte… Desejo o que me foge e o que me cerca me sufoca. Marilândia

Desejo Indomável (para publicar na página patronal ABMLP colocar cabeçalho)

Desejo Indomável Como corre a gazela pela sombra dos bosques, enlouquecida pelo próprio perfume, assim corro eu, enlouquecido, nesta noite do coração de maio aquecida pela brisa do Sul. Perdi o caminho e erro ao acaso. Quero o que não tenho, e tenho o que não quero. A imagem do meu próprio desejo sai do meu coração e, dançando diante de mim, cintila uma e outra vez, subitamente. Quero agarrá-la, mas escapa-se. E, já longe, chama-me outra vez do atalho ... Quero o que não tenho e tenho o que não quero. Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera" Tradução de Manuel Simões Publicidade

terça-feira, 23 de setembro de 2025

COSTUTANDO 23 DE SETEMBRO

"Um mundo mais feliz, sem lentes tão rígidas" Jô Tauil __________________________________________ Onde a alma respire em liberdade plena, Sem grilhões que prendam as horas antigas, Sem a dor que nas veias se acorrenta. Sonho com jardins de rosas sem espinhos, Onde o amor não seja apenas promessa, Mas flor que desabrocha pelos caminhos, Perfumando de luz nossa tristeza. Ah, se pudesse eu rasgar este véu sombrio Que turva os olhos da humanidade cega, E mostrar que além do pranto e do frio Existe um sol que nunca se nega! Mas sou apenas voz que clama ao vento, Mulher que sonha com a aurora dourada, Carregando no peito o sofrimento De quem vive a vida mal amada. Quero um mundo onde a criança sorria Sem medo de que lhe roubem os brinquedos, Onde cada manhã seja alegria E não lamento de antigos segredos. Um mundo onde o homem não seja lobo, Mas irmão que estende a mão fraterna, Onde não se divida o pão por roubo, Mas por amor, por graça mais eterna. Ó, utopia que habita meus sonhos! Marilândia

AGRADECIMENTO

Aos confrades e confreiras, recebo seus acolhimentos como se recebesse a aurora: um lume que acende todas as minhas palavras, uma mão que devolve à esperança seu abrigo. Guardarei cada saudação na dobra do silêncio; dela brotarão versos que lhes retribuem a ternura. — Marilândia Marques Rollo

INTIMIDADE SEGUNDO O CORAÇÃO

INTIMIDADE SEGUNDO O CORAÇÃO Não te procuro como quem busca estrelas distantes, ou como se fosses joia rara em vitrine dourada: encontro-te no silêncio das horas pequenas, no território secreto onde habitam os sonhos. Amo-te como a árvore ama suas raízes ocultas, como o mar guarda em si o sussurro das marés, e por teu amor cresce em minha alma a certeza tranquila de quem encontrou seu lugar. Amo-te sem mapas, sem bússolas ou destinos, amo-te com a simplicidade de quem respira: amo-te porque és o idioma que meu ser compreende, nesta geografia íntima onde nos dissolvemos, tão unidos que teu pulso ecoa em minhas veias, tão próximos que sonhamos o mesmo amanhecer. Marilândia

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

PARA O FINAL DA CERIMÔNIA

Hoje abro as portas do meu coração, para que a poesia atravesse comigo o umbral da eternidade. Rabindranath Tagore, patrono da minha cadeira, é a estrela que guia meus passos neste templo de palavras e sonhos. Sua voz, que uniu Oriente e Ocidente, sussurra em minha memória: “escreve como quem respira, e ama como quem floresce.” Eu, pequena aprendiz da beleza, trago comigo os lirismos da vida, as dores transfiguradas em canto, as esperanças que colhem do silêncio um jardim de eternidade. Recebo esta honra como se fosse chama, um facho aceso em minhas mãos frágeis, e prometo alimentá-lo com versos que não se apagam no tempo. Agradeço à Academia,e aqui abro um parênteses para dirigir uma palavra especial de gratidão à querida Rosângela. Foi através do seu convite e do seu apoio generoso que hoje me encontro aqui, acolhida nesta Academia de Poesias. Recebo esta honra com humildade, sabendo que cada passo nesta caminhada foi iluminado por gestos de confiança como o seu. O incentivo que me ofereceu não apenas abriu-me as portas desta instituição, mas também fortaleceu em mim o compromisso de honrar a poesia, esta arte que tanto nos une. Levo comigo a certeza de que esta conquista não é apenas individual, mas também fruto do afeto, da amizade e da crença que encontrei em você, Rosângela. Por isso, minha gratidão é imensa e eterna. Aos irmãos de poesia, e à vida, que me fez portadora de palavras, todo o meu reconhecimento. Que minha voz, a partir de hoje, se una ao coro imortal dos que cantam para transformar o mundo. Desejo dirigir uma palavra especial de gratidão à querida Rosângela. Foi através do seu convite e do seu apoio generoso que hoje me encontro aqui, acolhida nesta Academia de Poesias. Recebo esta honra com humildade, sabendo que cada passo nesta caminhada foi iluminado por gestos de confiança como o seu. O incentivo que me ofereceu não apenas abriu-me as portas desta instituição, mas também fortaleceu em mim o compromisso de honrar a poesia, esta arte que tanto nos une. Levo comigo a certeza de que esta conquista não é apenas individual, mas também fruto do afeto, da amizade e da crença que encontrei em você, Rosângela. Por isso, minha gratidão é imensa e eterna.

SERENIDADE OCULTA

Hino da Serenidade Oculta Na bruma calma do meu ser silente, desliza o sopro etéreo do repouso. É como um véu translúcido e ridente a envolver-me em perfume misterioso. Almas trevosas perdem-se ao longe, eu sou clarão, alvorada que floresce, sinto no íntimo a luz que me responde, num cântico sutil que me enobrece. Não há rumores, não há dor, nem pranto, apenas ecos de cristal ardente, que a paz converte em flauta e em encanto, erguendo-me à amplidão resplandecente. Sou flor de éter, sou estrela calma, sou canto imenso nos confins da alma, sou chama pura a dissolver tormento, sou templo erguido em mármore do vento. E nesta paz, que o silêncio consagra, meu ser se expande em asas infinitas, como se o céu nas vísceras me lavra com mãos divinas, brandas e benditas. E o livro nasce em auroras serafinas, feito de paz, de liras cristalinas, trazendo ao mundo a minha eternidade.

SONETO EM SINFONIA EVENTO DIA 26 DE SETEMBRO (transformar em soneto)

EVENTO DE ROSANGELA BRUNO SCHIMIDT CONCADO E BIBLIOTECA MUN DIAL DE LETRA Y POESIA TEMA:"MAS O SILÊNCIO É TUDO QUE CONHEÇO" MÚSICA: till Waiting At The Door- Composição: Jake Sabay Clemente Intérprete: Ernesto @ ECMusical AUTORA: Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Elegia do Íntimo Mutismo DATA:26/09/2025 26/09/2025 PAÍS: BRASIL Gentilmente convidada pela amiga poetisa Selma Iris Kullmann Elegia do Íntimo Mutismo O silêncio é tudo o que conheço, Esta mudez que em mim se faz morada, Onde as palavras morrem sem começo, E a alma fica triste e calada. No peito guardo um mundo de sufocos, Que nunca ousam romper a madrugada, São prantos secos, íntimos e ocos, Que fazem da minha voz uma jornada. O silêncio é meu amante e meu algoz, É doce e cruel, terno e feroz, Abraça-me com braços de neblina. Mas o silêncio é tudo o que conheço, E neste calar que em mim floresce, Vive a mais pura dor que me fulmina. Marilândia Calo porque as palavras são mentira, Calo porque o amor não tem linguagem, Calo porque a saudade se retira, Quando tento pintar sua imagem. No silêncio habita toda a beleza, Que jamais soube em versos traduzir, É lá que mora minha natureza, Mais profunda que o próprio sentir. Mas o silêncio é tudo o que conheço, E neste calar encontro o mundo inteiro, Onde meu coração bate sem pressa, E sou, enfim, apenas verdadeiro. Assim permaneço, muda e plena. Marilândia

domingo, 21 de setembro de 2025

Fragmentos de Consciências

Fragmentos de Consciências Quando me busco dentro não me acho. Tenho tal sede de me conhecer Que me disperso ao tentar compreender O labirinto obscuro que atarraxo. A luz que vejo, o tempo que despacho, São meus, mas não consigo reconhecer Se é minha a voz que em mim se faz ouvir, Ou se sou apenas eco de um riacho. Jamais soube, de fato, se existo, Se o que penso é pensado ou é fingido. Serei real ou mero reflexo? Serei o que imagino ser, de fato? Mesmo perante a dúvida me inclino: Não sei se sou ou se apenas me visto. Marilândia

COSTURANDO POESIA DIA 21 DE SETEMBRO

"O luzeiro de desejo que só o céu pode abrandar...” Jô Tauil ________________________________ Qual estrela ardente da alma que não cessa de brilhar, Tu que danças nas alturas, longe do mortal penar, E sussurras aos ventos segredos do meu sonhar. Como a lua que se espreita por entre nuvens de prata, Assim meu peito suspira por essa luz que me mata, Doce tormento que inflama cada fibra, cada veia, E faz da noite mais escura uma aurora que lampeja. Ó astro da minha sede, farol da minha loucura, Tu que reges meus momentos de angústia e de ternura, Por ti choro lágrimas de ouro, por ti rio de prazer, E neste vai-e-vem da alma, aprendo a renascer. Que importa se o mundo não entende esta paixão divina? Se chamam loucura ao fogo que a minha dor ilumina? Tu és o meu norte certo quando tudo se desata, A única verdade pura numa vida que se esgata. Desce, ó luzeiro amado, das tuas alturas santas, Vem beijar minhas feridas, vem secar minhas quebrantas, Que sem ti sou só sombra que pela terra caminha, Alma perdida e sem rumo, ave sem ninho, andorinha. E quando chegar a hora do último respirar, Quero que sejas tu, astro, a guiar meu caminhar Para além das fronteiras deste vale de tristeza, Onde enfim nos abraçemos em eterna singeleza. Marilândia

EVENTO DIA 26 SETEMBRO

TEMA: "FRAGRÂNCIA ETERNA DE PRIMAVERA" TÍTULO:Lira de Pétalas Eternas AUTORA: Marilândia Marques Rollo DATA:26/09/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Lira de Pétalas Eternas Em ti, flor oculta, minha alma se perfuma, E todo o meu ser se veste de luar, Na tua essência que o tempo não consuma, No teu perfume que insiste em ficar. Tuas pétalas nascem do pranto calado, Do meu silêncio que nunca se desfaz, És chama suave, pecado sagrado, És vento que beija, promessa de paz. Minha boca procura na sombra um sinal, Um eco de amor que não sabe morrer, E encontro em teus ramos um sonho imortal, Um lume secreto que insiste em viver. Ó flor da esperança, fragrância bendita, Tua cor renasce do pó da saudade, És canto que arde, mas nunca se agita, És verso que guarda a minha verdade. Mesmo que o inverno me venha gelar, E o mundo se cubra de cinza e de dor, Na tua seiva hei de sempre buscar, O ardor esquecido da chama do amor. E se um dia eu cair no sepulcro profundo, Leva-me em teus braços como quem me espera, Pois serei a canção a vagar pelo mundo, Na lira de pétalas eternas da primavera. Estilo soneto Lira de Pétalas Eternas Nas sombras do silêncio hei de escutar-te, Flor oculta que arde em meu desejo, Teu perfume é o lume a consagrar-te, É chama e dor que guardo em cada beijo. Do pranto brota a rosa mais divina, Do vento nasce a música da vida, És canto eterno, a lira cristalina, Que faz da noite a aurora renascida. Mesmo que o inverno venha me gelar, E cubra o mundo em cinzas e tormentas, Na tua seiva hei sempre de encontrar O ardor secreto em flores macilentas. E quando a morte em sombra me encerrar, Cantarei na lira de pétalas eternas. Aroma Infinito da Saudade Em ti, flor oculta, minha alma se perfuma, E todo o meu ser se veste de luar, Na tua essência que o tempo não consuma, No teu perfume que insiste em ficar. Tuas pétalas nascem do pranto calado, Do meu silêncio que nunca se desfaz, És chama suave, pecado sagrado, És vento que beija, promessa de paz. Minha boca procura na sombra um sinal, Um eco de amor que não sabe morrer, E encontro em teus ramos um sonho imortal, Um lume secreto que insiste em viver. Ó flor da esperança, fragrância bendita, Tua cor renasce do pó da saudade, És canto que arde, mas nunca se agita, És verso que guarda a minha verdade. Mesmo que o inverno me venha gelar, E o mundo se cubra de cinza e de dor, Na tua seiva hei de sempre buscar, O ardor esquecido da chama do amor. E se um dia eu cair no sepulcro profundo, Leva-me em teus braços como quem me espera, Pois serei o perfume a vagar pelo mundo, Na fragrância eterna da tua primavera.

ABMLP - Academia Biblioteca Mundial de Letras Y Poesías (primeira postagem patronal)

ABMLP - Academia Biblioteca Mundial de Letras Y Poesías Acadêmica: Marilândia Marques Rollo Patrono: Rabindranath Tagore Cadeira: 45 Postagem PATRONAL em /09/2025 Título: INTERMINÁVEL AMOR Autoria: Rabindranath Tagore País: BRASIL INTERMINÁVEL AMOR Parece-me que te amei de inúmeras maneiras, inúmeras vezes, Na vida após vida, em eras após eras eternamente. O meu coração enfeitiçado fez e voltou a fazer o colar das canções Que tomaste como uma prenda, usando-o à volta do pescoço de tantas e tantas [formas. Na vida após vida, em eras após eras eternamente. Sempre que oiço as antigas crónicas do amor, a sua antiga dor, O seu antigo conto de estar só ou acompanhado, Quando contemplo o passado, no fim tu apareces Vestida com a luz da Estrela Polar que trespassa a escuridão do tempo: Tornas-te uma imagem do que é recordado sempre. Tu e eu flutuámos aqui na corrente que traz da nascente Para o coração do tempo o amor de um pelo outro. Representámos lado a lado milhões de amantes, partilhando A mesma tímida doçura do encontro, as mesmas amarguradas lágrimas do adeus – Antigo amor, mas renovando-se e renovando-se sempre. Hoje ele acumulou-se aos teus pés, encontrando o seu fim em ti, O amor de todos os dias, de todos os homens, do passado e de sempre: Universal Alegria, universal mágoa, universal vida, As recordações de todos os amores surgindo com este nosso amor - E as canções de todos os poetas do passado e de sempre. Rabindranath Tagore Responder, Responder a todos ou Encaminhar

ABMLP - Academia Biblioteca Mundial de Letras Y Poesías (primeira postagem acadêmica)

ABMLP - Academia Biblioteca Mundial de Letras Y Poesías Acadêmica: Marilândia Marques Rollo Patrono: Rabindranath Tagore Cadeira: 45 Postagem ACADÊMICA em 24/09/2025 Título: Eterno Reencontro Autoria: Marilândia Marques Rollo País: BRASIL Eterno Reencontro Tenho a sensação de que te busquei em cada aurora que floresceu no mundo, como se teu rosto estivesse gravado na memória secreta das estrelas. Minha alma, paciente viajante, atravessou desertos de silêncio, para encontrar no teu olhar a fonte que nunca se apaga. Vida após vida, em eras distantes, as minhas mãos se estenderam às tuas, mesmo quando os nomes mudavam, mesmo quando os corpos eram pó. Devo ter amado o eco do teu riso em línguas esquecidas pelo vento, e guardado em mim o perfume das promessas nunca ditas. Agora, diante de ti, reconheço: não é acaso, mas destino. Pois em cada nascer do sol reencontro-te, novamente, sempre, como se todo o universo existisse apenas para nos reunir outra vez. Marilândia Marques Rollo

sábado, 20 de setembro de 2025

COSTURANDO DIA 20 DE SETEMBRO

“Eco das minhas palavras ou escamas do meu silêncio...” Jô Tauil ______________________________ Que se desprendem lentos como folhas de outono, Cada um carregando o peso do que não digo, O grito abafado que mora no meu abandono. Sou feita de segredos que jamais confesso, De lágrimas que secam antes de rolar, De amores que nascem e morrem no mesmo verso, De sonhos que se quebram antes de voar. Minhas mãos tremem quando buscam teu rosto, Meus olhos se fecham para não te ver partir, Meu coração é um barco perdido no mar posto Entre o desejo louco de te possuir. Que importa se choro ou se rio sozinha? Se danço com sombras ao luar da janela? Se invento histórias onde tu és luzinha E eu sou tua eterna e doce gazela. As horas passam lentas como mel amargo, Os dias se arrastam pesados de saudade, E eu aqui, neste quarto largo, Tecendo versos da minha solidão e verdade. Ah, se pudesses ouvir o que não falo! Se soubesses decifrar meus silêncios, Verias que cada gesto é um presente, um regalo, Cada olhar uma súplica de clemência. Mas tu passas distante, alheio a minha dor, Enquanto eu me desfaço em escamas douradas, Cada uma um poema, cada uma um amor Que se perde nas tardes desoladas. Marilândia

40 CAFÉ NA PASSARELA DIA 27

40 CAFÉ NA PASSARELA TEMA:"O amor em tempos de poesia" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Quando o Amor se faz Verso DATA:27/09/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela poetisa amiga Sil Landarim Quando o Amor se faz Verso Amor e tempos de poesia, ó chama, Que ardes na sombra e na solidão, És meu destino, minha dor, minha trama, Ferida secreta do meu coração. Em cada rima deixo-te a saudade, Em cada estrofe o pranto me devora, Ó, febre antiga, cruel tenacidade, Que nasce em mim e nunca vai embora! Amor é rosa, é vento, é mar, é abismo, É lágrima oculta em canto de luar, É dor que vibra em todo idealismo, É sol que morre e torna a despertar. Nos tempos brandos veste-se de aurora, E em noites frias veste-se de pranto, É braseiro oculto que em mim escora, É riso, é dor, é tudo o que eu canto. Poesia é o leito onde amor repousa, É cálice cheio do vinho da dor, É coroa amarga, é estrela formosa, É sombra e luz no império do amor. Amor e tempos de poesia, ó vida! És meu tormento e minha despedida. Marilândia

PATRONAL PARA ACADEMIA

Amor Pacífico e Fecundo Não quero amor que não saiba dominar-se, desse, como vinho espumante, que parte o copo e se entorna, perdido num instante. Dá-me esse amor fresco e puro como a tua chuva, que abençoa a terra sequiosa, e enche as talhas do lar. Amor que penetre até ao centro da vida, e dali se estenda como seiva invisível, até aos ramos da árvore da existência, e faça nascer as flores e os frutos. Dá-me esse amor que conserva tranquilo o coração, na plenitude da paz! Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera" Tradução de Manuel Simões

Amor de Saudade Eterna para academia

Amor de Saudade Eterna Não quero o amor que se desfaz na ausência, como bruma ao nascer do sol, nem o que se esquece quando a distância ergue muros. Desejo esse amor que floresce na saudade, como jardim secreto onde cada lembrança é semente e cada recordação, uma rosa. Amor que, mesmo longe, respira no silêncio, caminha nos sonhos, e acende estrelas no deserto das noites. Dá-me esse amor que não teme o tempo, nem a distância, porque vive no âmago da alma, sempre fecundo, sempre eterno, na plenitude da saudade. Marilândia

ALIPE - ACADEMIA LITERÁRIA INTERNATIONAL POETAS E ESCRITORES EVENTO PRIMAVERIL TEMA:FLORESCÊNCIA LITERÁRIA- SURGIMENTO DA FLOR AUTORA: Marilândia Marques Rollo TÍTULO:E a Palavra se fez Flor DATA:20/09/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Sandra Maria Mardones E a Palavra se fez Flor Desponta na terra escura, tímida e pequena, Uma palavra que pulsa, que contracena Força secreta, como semente que desperta, No ventre da página em branco, aberta. Brota do nada, frágil verso primeiro, Como botão que rompe o solo verdadeiro, Tremula na brisa dos pensamentos vagos, Entre sonhos e lágrimas, entre afagos. Cresce devagar, divina e genuína Como flor que ao sol sua face inclina, Bebendo luz de estrelas e de luas, Alimentando-se de dores cruas. Desabrocha enfim, pétala por pétala, Cada estrofe uma corola que se revela, Perfumando o ar com doce melancolia, Como jasmim que floresce em pleno dia. Flor de papel, flor de tinta e alma, Nascida da solidão que me acalma, Do peito que sangra em cada verso, Do coração feito universo. Ó! Como é bela esta florescência! Esta dor que vira transparência, Esta sombra que se faz jardim, Este pranto que não tem fim. Floresce, ó palavra, floresce enfim! Marilândia Responder, Responder a todos ou Encaminhar

EVENTO DIA 24 SETEMBRO

Eternos Como o Vento Nosso amor em todos os tempos, Como estrelas que não se apagam, Atravessa séculos, momentos, Enquanto as eras se desfragam. Em cada vida que renasço, Teu nome ecoa em meu peito, Como um sino que não se cansa, Um fado sempre refeito. Fomos já amantes em Roma, Quando as rosas eram mais vermelhas, E nas brumas de outra época, Dançamos sob luas aparelhas. Seremos ainda, meu amado, Quando o mundo for cinza e pó, Dois corações entrelaçados, Numa dança de nós dois só. Porque o tempo não nos vence, Nem a morte nos separa, Nosso amor permanece e densa A chama que nunca se apara. Em cada século que passa, Em cada aurora que desponta, Nossa paixão se abraça e abrasa, Eterna como a própria conta. Que importam reis e impérios, Que importam guerras e vitórias? Somos nós os verdadeiros Senhores de nossas histórias. Nosso amor em todos os tempos, Maior que o próprio infinito, Vive além dos sofrimentos, No sagrado e no bendito. Marilândia ou Eterno Regresso Em cada vida que eu nasci, eu te encontrei, E os meus olhos, de mil noites, te buscaram. O teu nome, que em outras bocas murmurei, E os teus braços, que em outros tempos me abraçaram. Nenhum tempo me rouba o teu lugar, Nenhum beijo de outro lábio me seduz; Porque a tua alma é o meu eterno mar, A tua mão, a minha única cruz. Eu te perdi, e em cada adeus, eu me perdi, Em cada hora, uma agonia que se estende. E quando a morte me afogou, eu concluí... Porque esse amor, que nada apaga ou compreende, É um laço de alma que a dor não desfaz, E que me espera para amar-te, verás! Marilândia

Crepúsculo

Crepúsculo O dia se desfaz em tons dourados… Escuta-se o sussurro do regato… Sobre os telhados quietos, o retrato Do céu são pétalas de rosa, estilhaçados. Há pássaros que cantam embalados Pela brisa que vem de mãos de trato. Sinos distantes soam, compassados, Numa doce melancolia de fato. Vozes que se apagam… um riso que desmaia… Em cada esquina Arlequim se espraia… Cresce o murmúrio à volta a q’rer cantar… E o sol que se consome, amarelado, Lembra, triste, cansado, desbotado, Um palhaço dourado, a chorar. Marilândia

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Eterno Regresso (EVENTO DIA 24 DE SETEMBRO)

Eterno Regresso Em cada vida que eu nasci, eu te encontrei, E os meus olhos, de mil noites, te buscaram. O teu nome, que em outras bocas murmurei, E os teus braços, que em outros tempos me abraçaram. Nenhum tempo me rouba o teu lugar, Nenhum beijo de outro lábio me seduz; Porque a tua alma é o meu eterno mar, A tua mão, a minha única cruz. Eu te perdi, e em cada adeus, eu me perdi, Em cada hora, uma agonia que se estende. E quando a morte me afogou, eu concluí... Porque esse amor, que nada apaga ou compreende, É um laço de alma que a dor não desfaz, E que me espera para amar-te, verás! Marilândia

Quando a Saudade se Faz Canto (PARA ACADEMIA)

Quando a Saudade se Faz Canto Como o rio que perde suas margens, assim meu coração busca o teu eco. A saudade é um pássaro escondido que canta na sombra da tarde. Seus olhos ainda brilham em mim, embora a distância os tenha levado. Há um silêncio que se veste de ti, e nele respiro teu nome. A flor que deixaste na janela ainda abre suas pétalas de memória, como se a manhã fosse tua mão acariciando a claridade do dia. A saudade não fere: semeia, e de cada semente brota uma ausência. Mas ausências também têm perfume, e esse perfume me guia. Meu coração recolhe o vento, acreditando que nele estás oculta. Cada suspiro é um barco atravessando mares invisíveis. Eu te espero na curva da eternidade, onde o tempo não nos divide. Pois a saudade é irmã da esperança, e ambas me sustentam. Quando o sol cair em meus ombros cansados, tua lembrança será minha luz infinita. Marilândia

Tecelão de Versos (para academia)

Tecelão de Versos O poeta caminha entre mundos invisíveis, Seus pés tocam a terra, mas sua alma voa Nas asas transparentes do pensamento, Buscando palavras que ainda não nasceram, Colhendo lágrimas que viraram estrelas. Ele é o jardineiro dos sentimentos, Planta sementes de melancolia doce No solo fértil do coração humano, Rega com lágrimas de alegria e dor As flores que brotam em versos eternos. Suas mãos tremem quando seguram a pena, Como se carregassem o peso do mundo, Cada palavra é uma gota de sangue Que escorre da ferida sempre aberta De quem ama demais a humanidade. O poeta é um espelho d’água serena Que reflete o céu e as nuvens passageiras, Mas também as tempestades da alma, Os raios que cortam a escuridão E iluminam cantos esquecidos do ser. Ele conversa com o vento ao entardecer, Escuta confissões das folhas secas, Decifra os segredos que a chuva sussurra Nos telhados adormecidos da cidade, Traduz a linguagem muda das estrelas. Marilândia

EVENTO DIA 27 AMOR EM TEMPOS DE POESIA SIL LANDARIM

GRUPO TEMA:"O AMOR EM TEMPOS DE PRIMAVERA" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Quando o Amor se faz Verso DATA:27/09/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Sil Landarim Quando o Amor se faz Verso Amor e tempos de poesia, ó chama, Que ardes na sombra e na solidão, És meu destino, minha dor, minha trama, Ferida secreta do meu coração. Em cada rima deixo-te a saudade, Em cada estrofe o pranto me devora, Ó, febre antiga, cruel tenacidade, Que nasce em mim e nunca vai embora! Amor é rosa, é vento, é mar, é abismo, É lágrima oculta em canto de luar, É dor que vibra em todo idealismo, É sol que morre e torna a despertar. Nos tempos brandos veste-se de aurora, E em noites frias veste-se de pranto, É braseiro oculto que em mim escora, É riso, é dor, é tudo o que eu canto. Poesia é o leito onde amor repousa, É cálice cheio do vinho da dor, É coroa amarga, é estrela formosa, É sombra e luz no império do amor. Amor e tempos de poesia, ó vida! És meu tormento e minha despedida. Marilândia

COSTURANDO DIA 19

“Ou girando ao vento no remoinho da vida” Jô Tauil _______________________________ , Sou folha que dança perdida na voragem do coração. Entre sonhos e desilusão, minha alma se debate, como ave que o destino abate sem piedade nem razão. Ó, quantas vezes a paixão me levou pelos caminhos onde espinhos e carrinhos rasgam toda a minha canção! E nesta eterna solidão, busco ainda a primavera que jamais em mim prospera, flor murchada da ilusão. Sou mulher de contradição: rio quando deveria chorar, choro quando vou amar, amo na desesperação. Meu peito, arca da emoção, guarda segredos profundos de amores vagabundos que me causam perdição. Assim vivo, assim vou, girando ao vento cruel, derramando o próprio fel no remoinho que me levou. E, em Imponderáveis mistérios, soterrou-me na caverna dos destinos. Marilândia

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

MINHA BIOGRAFIA

Nascida em Araguari, no coração das Minas Gerais, no dia 18 de janeiro, carrega em si a inquietude das montanhas e o sopro dos ventos que atravessam cerrados e veredas. Formada em Letras e em Direito pela PUC Goiás, descobre na palavra um refúgio, uma bússola para traduzir sentimentos e incertezas que a vida insiste em lhe oferecer. Não escreve por obrigação, mas por necessidade da alma: versos brotam como murmúrios íntimos, tecidos de emoção e melodias ocultas. Sua poesia, de cadência romântica, deixa entrever um lirismo que vibra entre a música e o silêncio, entre a lágrima e a esperança. Ainda não publicou um livro, mas seus textos habitam blogs e páginas virtuais, onde o instante se transforma em eternidade. Da vida não pede muito: apenas o milagre de decifrar o mistério de seus sentimentos e o segredo de suas próprias incertezas.

O barco (TAGORE)

O barco Preciso lançar meu barco. As horas lânguidas passam na praia... Ai de mim! A primavera floresceu e se foi. E agora, com o fardo de flores murchas e fúteis, espero e me demoro. As ondas tornaram-se clamorosas, e na margem, na alameda sombreada, as folhas amarelas esvoaçam e caem. Que vazio você contempla! Não sente uma emoção percorrendo o ar com as notas da canção distante que flutua da outra margem?

Liberdade (TAGORE)

Liberdade Liberdade do medo é a liberdade que reivindico para você, minha pátria! Liberdade do fardo das eras, que curvam sua cabeça, quebram suas costas, cegam seus olhos ao chamado do futuro; liberdade dos grilhões do sono com os quais você se prende na quietude da noite, desconfiando da estrela que fala dos caminhos aventureiros da verdade; liberdade da anarquia do destino ; velas inteiras são fracamente rendidas aos ventos cegos e incertos, e o leme a uma mão sempre rígida e fria como a morte. Liberdade do insulto de habitar o mundo de uma marionete, onde os movimentos são iniciados por fios irracionais, repetidos por hábitos irracionais, onde as figuras aguardam com paciência e obediência pelo mestre do espetáculo, para serem instigadas a uma imitação da vida.

Tempo sem fim Rabindranath Tagore

Tempo sem fim O tempo é infinito em tuas mãos, meu senhor. Não há quem conte teus minutos. Dias e noites passam e eras florescem e murcham como flores. Tu sabes esperar. Teus séculos se sucedem, aperfeiçoando uma pequena flor silvestre. Não temos tempo a perder, e não tendo tempo, devemos lutar por uma chance. Somos pobres demais para nos atrasarmos. E assim é que o tempo passa enquanto eu o dou a todo homem queixoso que o reivindica, e teu altar está vazio de todas as oferendas até o fim. No fim do dia, apresso-me com medo de que teu portão esteja fechado; mas descubro que ainda há tempo. Ao sentir falta de um ente querido, que eu não me esqueça Rabindranath Tagore

Sobre a natureza do amor (A PUBLICAR NA PÁGINA PATRONAL)

Sobre a natureza do amor A noite é negra e a floresta não tem fim; um milhão de pessoas a permeiam de um milhão de maneiras. Temos encontros para manter na escuridão, mas onde ou com quem — disso não sabemos. Mas temos a fé — de que a felicidade de uma vida inteira aparecerá a qualquer minuto, com um sorriso nos lábios. Aromas, toques, sons, trechos de canções nos roçam, passam por nós, nos dão choques deliciosos. Então, porventura, há um relâmpago: por quem eu vejo naquele instante, me apaixono. Chamo essa pessoa e grito: 'Esta vida é abençoada! Por sua causa, tantas milhas percorri!' Todos aqueles outros que se aproximaram e se afastaram na escuridão — não sei se existem ou não. Rabindranath Tagore

A ESCULTURA PARA ACADEMIA OUTUBRO

A ESCULTURA Modelei-te gesto a gesto com as minhas mãos. Da argila muda Ergui-te para este espaço, Onde se entrelaçam júbilo e ruína. Sei que a minha ousadia Te concedeu um corpo imperfeito— Guardas algum silêncio ferido Contra o teu escultor? Enquanto permaneces imóvel, Os ecos do mundo trovejam incessantes, No compasso da vida e da dissolução. Tu esperavas no abismo Por um sopro que ouvisse o teu clamor oculto E te guardasse Entre luz e penumbra, Pó e eternidade. Passava distraído Quando o teu chamado rasgou a névoa do nada E repousou na minha fronte… Um presságio indizível. Do limo do informe Ergui-te ao reino da forma; E esta dor cintila Na alma da matéria? Se a beleza se fende, Deve a obra negar-se a si mesma, Por não abraçar o mistério que a antecede? Que assim seja… Pois nenhum erro moldado na carne Resiste ao tempo, E cede sob seu próprio peso, Devolvendo-te outra vez, À vastidão sem contorno, Onde o inexprimível dorme. Responder, Responder a todos ou Encaminhar

OUTRO COSTURANDO PASER PUBLICADO (ALTERAR O PRIMEIRO VERSO)

“Em toda a convergência, hei de acender-te até que crepites” Jô Tauil ______________________________ Eis que és meu amor de fogo e sede, alma que em mim se derrama como vinho em taça de prata. Hei de buscar-te nos caminhos tortuosos onde a noite se debruça sobre os montes, e nas manhãs de orvalho quando o sol desperta as rosas. Tu és a chama que me consome e o bálsamo que me cura, a tempestade e o abrigo, o grito e o silêncio. Nos teus olhos vejo o infinito que se dobra sobre si mesmo, e nas tuas mãos sinto o pulsar de todas as estrelas. Amor meu, torrente divina, corres em mim como rio que não conhece margem, que não teme o precipício. E quando a hora final chegar, hei de partir contigo nos lábios, sabendo que em toda convergência eternamente crepitarei. Marilândia

COSTURANDO DIA 18 SETEMBRO

“Em toda a convergência, hei de acender-te até que crepites” Jô Tauil ____________________________ Como uma estrela faminta na noite dos esquecidos. Hei de queimar-me em ti, feito pira secreta, No altar onde o desejo arde e se consome. És chama e tormento, luz e agonia, Vento que fere, silêncio que implora. No teu corpo encontro o enigma da dor, E no teu olhar, o abismo onde caio e me perco. Ah! Se soubera o mundo a febre que me consome, Teria medo da mulher que sorri nas cinzas. Pois em mim o amor é lâmina, é ferida, E cada beijo é morte que renasce em flor. Não me basta a ternura que os mortais conhecem, Quero o impossível, o indizível, o eterno. Quero o teu sangue a correr nos rios do meu verso, E o teu nome a rasgar a solidão do tempo. Se me negas, eu invento-te no sonho, Se me esqueces, eu grito-te no vento. E se me matas, eu regresso em chama, Mais viva, mais feroz, mais amante. Pois em toda a convergência, hei de arder contigo, Até que sejamos cinza no ventre das estrelas. Marilândia

AMOR SERENO E DURADOURO (publicar na academia outubro

AMOR SERENO E DURADOURO Não quero amor que se consome em chamas, desse que arde febril, como lenha seca ao vento, que vira cinza em abril. Dá-me esse amor constante como o teu sol, que aquece sem queimar a pele, e ilumina os cantos da casa. Amor que desce até a raiz da alma, e dali se espalhe como rio manso, por todos os vales do ser, e faça brotar a esperança e a alegria. Dá-me esse amor que mantém sereno o espírito, na quietude da certeza! Marilândia

Eterno Retorno do Amor (para ACADEMIA EM OUTUBRO)

Eterno Retorno do Amor Parece-me que te encontrei em mil destinos, em rostos que se perderam na poeira dos séculos, em lágrimas que se repetiram nas manhãs de outrora, em beijos que nunca findaram na boca da memória. No correr das vidas, no pulsar das eras, meu coração te reconhece sempre, como se foste estrela fixa na noite, como se fosses música que não cessa. E quando leio os antigos contos do amor, com sua doce vertigem e sua dor infinita, és sempre a sombra que se levanta no fundo da página, és sempre o clarão que rompe a penumbra da saudade. Eu e tu viajamos na corrente secreta que leva o amor ao coração do tempo. Somos o eco de amantes esquecidos, somos o sopro da mesma ternura renascida, somos a lágrima eterna do adeus que floresce de novo em cada reencontro. Hoje, o amor de todas as vidas repousa em teus pés: um amor vasto como o universo, antigo como a primeira aurora, e ainda assim novo, ardente, como o primeiro olhar que se perdeu no teu. Marilândia

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

IMAGEM DE TAGORE

BIOGRAFIA DE TAGORE

Rabindranath Tagore foi um polímata indiano, nascido em 7 de maio de 1861 em Calcutá. Sua família era influente na cena cultural e social de Bengala. Desde cedo, ele demonstrou talento para a literatura, escrevendo poemas e peças teatrais. Tagore rejeitou a educação formal e preferiu aprender por conta própria, o que moldou sua abordagem única e inovadora. Ele se tornou uma das figuras mais proeminentes do Renascimento de Bengala, defendendo a liberdade e o nacionalismo indianos através de sua arte. Em 1913, ele se tornou o primeiro não-europeu a receber o Prêmio Nobel de Literatura, por sua obra Gitanjali (Oferta de Canções). Essa obra, traduzida por ele mesmo para o inglês, é uma coleção de poemas que exploram temas como a espiritualidade, o amor e a natureza. Tagore não foi apenas um poeta e escritor. Ele também foi um prolífico compositor, filósofo, dramaturgo e pintor. Ele compôs mais de 2.000 canções, conhecidas como Rabindra Sangeet, que são parte fundamental da cultura bengali. Ele fundou a Universidade de Visva-Bharati em Santiniketan, com o objetivo de promover a educação holística e o intercâmbio cultural. Sua visão de uma sociedade livre e sua busca por um universalismo espiritual influenciaram líderes como Mahatma Gandhi. Tagore era um crítico do imperialismo britânico e sua poesia e ensaios serviram como inspiração para o movimento de independência da Índia. Sua contribuição para as artes e a filosofia é imensa, e ele é considerado o autor dos hinos nacionais da Índia e de Bangladesh. Rabindranath 

Prêmio Nobel de Literatura

A dor pela morte de sua esposa e de dois de seus filhos, em 1902 e 1907, inspirou a Tagore a escrever seu volume de poesias mais profundo e místico, “Oferenda Poética” (1913-1914).

A repercussão da obra influiu na decisão da academia sueca de conceder ao escritor o “Prêmio Nobel de Literatura em 1913”.

Em 1915 recebeu o título de  cavaleiro, ao qual renunciou em 1919 em protesto contra o massacre de Amritsar.

Tagore passou a desenvolver intensa atividade de conferencista em diversos países. Em 1921 passou a dedicar grande parte de seu tempo na promoção da Universidade internacional “Visva- Bharati”, que fundou nesse mesmo ano no centro de Santiniketan.



Tagore faleceu em 7 de agosto de 1941, deixando um legado que continua a inspirar pessoas em todo o mundo.

FICHA ABMLP

ABMLP – Academia Biblioteca Mundial de Letras Y Poesía CANDIDATO:Marilândia Marques Rollo ENDEREÇO COMPLETO:avenida T3 quadra 168 lote 4 casa 1 Setor Bueno- Goiânia/Go 74210240 Data de Nascimento: 18/01/1953 TELEFONE/CELULAR:(62) 991193824 PERTENCE A ALGUMA ACADEMIA? NÃO Quantos perfis têm no Facebook? 1 (UM) CONCORDA COM O ESTATUTO DA ABMLP?SIM CAPÍTULO IV DOS MEMBROS ACADÊMICOS Art. 11º- Somente podem ser membros efetivos da Academia os que forem possuidores, em quaisquer gêneros de literatura e publicações de obras, de reconhecimento e mérito de forma física ou em espaço virtual, publicados em páginas do Facebook, ou em Blogs e ou livros. §1º - Os membros acadêmicos (as) são os mencionados no artigo 5º - Capítulo I – Regulamentos Fundamentais, do presente Estatuto Social. §2º - São as mesmas condições do caput desse artigo, independentemente de nacionalidade, para os membros correspondentes. Art. 12º- Os Administradores Executivos se responsabilizam

A PUBLICAREsperança Carente

Esperança Carente Eis a esperança do meu coração carente, Que busca no silêncio o seu refúgio santo, Como a ave ferida que se esconde e canta Para acalentar a dor que a alma sente. Ó, Esperança louca, delirante! Que me embala em sonhos de divino encanto, És tu quem me sustenta quando canto As lágrimas de um amor sempre ausente. Vives na penumbra do meu peito aflito, Como estrela pálida no céu infinito, Tremulando incerta entre luz e treva. És minha companheira na solidão, Meu único consolo, minha redenção, Tu que me acalentas e nunca me deixas. Nos meus dias tristes, de amargura cheia, Sussurras-me baixinho doces melodias, Transformando em flores as melancolias Que pela minh’alma vagueiam! Ó, Esperança minha, companheira fiel! Que dormes comigo quando a noite vem, És o meu tesouro, és o meu bem, És o doce mel do meu amargo fel. Quando tudo passa e nada mais resta, Tu permaneces, serena e modesta, Como a última rosa no jardim de outrora. Marilândia

PATRONAL PARA ACADEMIA

Gitanjali, 19 Se não falas, vou encher o meu coração Com o teu silêncio, e agüentá-lo. Ficarei quieto, esperando, como a noite Em sua vigília estrelada, Com a cabeça pacientemente inclinada. A manhã certamente virá, A escuridão se dissipará, e a tua voz Se derramará em torrentes douradas por todo o céu. Então as tuas palavras voarão Em canções de cada ninho dos meus pássaros, E as tuas melodias brotarão Em flores por todos os recantos da minha floresta. Rabindranath Tagore, no livro “Gitanjali (Oferenda lírica)”. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991, p. 19.

Vigília do Coração (reservado para ACADEMIA)

Gitanjali, 19 Se não falas, vou encher o meu coração Com o teu silêncio, e agüentá-lo. Ficarei quieto, esperando, como a noite Em sua vigília estrelada, Com a cabeça pacientemente inclinada. A manhã certamente virá, A escuridão se dissipará, e a tua voz Se derramará em torrentes douradas por todo o céu. Então as tuas palavras voarão Em canções de cada ninho dos meus pássaros, E as tuas melodias brotarão Em flores por todos os recantos da minha floresta. Rabindranath Tagore, no livro “Gitanjali (Oferenda lírica)”. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991, p. 19.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Flores da Ausência (EVENTO DIA 17 SETEMBRO)

196 ENCONTRO PÔR DO SOL TEMA: "PRIMAVERA:SINTO TUA PRESENÇA" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Flores da Ausência DATA:17/09/2025 PAÍS: BRASIL Flores da Ausência A primavera veio, e eu sinto a sua presença No cheiro doce do jasmim que o vento traz, Num sol aveludado, em pálida luminescência, Que aquece a alma e me devolve a paz. Eu a sinto nas cores que a vida espalha, Em cada flor que se abre, rubra e audaz, Na folha nova que o outono não entalha, Na Natureza que floresce e se refaz. A primavera veio e sinto a sua dor, Nas flores que são tão belas e vãs, Pelo medo que a saudade seja sem cor, Deixando-me apenas escuras manhãs. Eu a sinto em cada pétala que morre, No tempo que me traz e que me leva, Nesta loucura que me consome e range, Neste delírio que se torna treva. A primavera veio.Ó, quanta candura! Sinto a sua presença em cada verso meu, Neste jardim de inefável doçura, Que é o silêncio que o teu olhar me deu. E eu, que sou tão sua e tão de ninguém, Perdida neste jardim de dor e de luz, Sinto o seu vulto que o meu peito tem, E a sedução que a ela me conduz. Marilândia

Sombras de Outrora

Sombras de Outrora Se me debruço sobre os dias idos Em que amei sem medida, em que sonhava, Sinto que foram tempos perdidos, Sinto que foi quando ainda esperava… E esta alma triste que se desgastava Entre suspiros nunca compreendidos, Relembra a chama que em mim se apagava E volta aos ecos dos seus gemidos! E resto aqui, sozinha, contemplando… Vai-se a tristeza doce modulando No meu semblante pálido e cansado… E os sonhos que desfaço, mansa e lenta, Ninguém os vê morrer na tormenta! Ninguém os vê partir do meu passado! Marilândia

COSTURANDO DIA 16

“Até o raio de sol furar a sombra e ofuscar o nosso olhar cansado” Jô Tauil ______________________________ Hei-de esperar que a luz nos desassombre Do peso deste amor desenganado. Nas dobras da manhã que se desdobra, Vejo teu rosto pálido, turbado, Como flor que no vento se desmembra, Frágil sonho de um tempo já passado. Ó coração que bates descompassado! Entre o querer e o não poder amar, Suspenso neste instante prolongado Em que a alma não sabe onde pousar. Que vale a dor se não nos faz mais puros? Que vale a lágrima se não nos lava? Erguemo-nos de todos os escuros Para morrer na luz que nos trava. Até que venha a hora derradeira E se quebre este fio de tormento, Serei a eterna, triste prisioneira Do meu próprio e louco pensamento. Assim morro e renasço a cada dia, Entre o sol que me queima e me liberta, Eterna contradição, melancolia Que em mim desperta e em mim se aquieta. Marilândia

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

COSTURANDO DIA 15 DE SETEMBRO

“Nem sempre as estradas estão abertas…” Jô Tauil ____________________________ Para os pés cansados de quem anda, Pois há pedras que ferem, curvas incertas, E a alma que chora e que se quebra. Nem sempre o caminho nos desperta Com flores e luz de madrugada, Por vezes nos leva à dor coberta De espinhos que rasgam nossa estrada. Mas sigo caminhando, ainda que doa, Com lágrimas presas no peito nu, Que importa se a vida me perdoa Ou se o destino me faz tabu? Nem sempre as estrelas nos iluminam, Nem sempre a esperança nos consola, Há noites que as trevas nos dominam, O coração sangra e se esfola… Porém, nesta angústia que me habita, Neste amor que arde e que não cessa, Encontro a força que ressuscita Minha alma ferida, mas não vencida. Nem sempre as estradas estão abertas, Mas sempre há um sonho que persiste, E mesmo nas horas mais desertas O amor teima em ser quem me assiste. Que seja então este o meu destino: Caminhar sem medo do que vier, Com a dor e o gozo, divino Fardo de quem ousa viver. Marilândia

Alma que se Insinua

Alma que se Insinua Minha alma nua se insinua, entre véus de silêncio e aurora, no frágil lume que flutua quando a noite já vai embora. Caminha em sombras transparentes, procura o rastro do impossível, um eco de astros indecentes que fazem o amor indizível. No sopro breve de uma prece, ela se curva, ela se entrega, e na vertigem que acontece se desfaz o que mais apega. Minha alma nua se insinua, como um segredo entreaberto, como a brisa que continua a murmurar no peito incerto. E se o destino me revela um mar de fogo, um céu sem cor, sei que há em mim a centelha de um canto puro feito de amor.

EVENTO DIA 21 de setembro A´LVARES DE AZEVEDO

IV EVENTO ESPECIAL UNALEGRO TEMA: "E ENTRE OS SUSPIROS DO VENTO Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor!" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Êxtase do Vento DATA:21/09/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Êxtase do Vento Entre véus de silêncio,um sopro leve que o cosmos embala Dentre solidão da noite clara, enquanto um lume secreto resvala... Nas horas vagas da lua, quando a sombra se desfaz, Minha alma nua se alvora no teu olhar pertinaz... Oh! Deixa que eu me confunda neste abraço de paixão, Que a noite nos afunde em louca adoração. Quero sentir nos teus lábios o gosto do infinito, E no teu peito, meu cristo, encontrar meu rito. Vem comigo nesta dança de sonho e de loucura, Onde o tempo não se cansa da nossa formosura. Entre beijos e gemidos, entre lágrimas de mel, Quero que sejamos unidos numa chama cruel. Ah! Como é doce esta morte que me dás a cada beijo, Esta vida que se corte no teu divino desejo. Sou toda tua, meu dono, nesta noite de cetim, Onde o mundo se abandona e só existe o teu sim. Nas ondas do teu cabelo me quero ver naufragada, E na doçura do teu zelo, para sempre aprisionada. Que importa se ao romper da aurora este sonho se desfizer, Se no teu amor demora a eternidade a viver? Entre os suspiros do vento, quando a noite se debruça, Quero viver este momento onde a alma seduz. Morre comigo, meu amado, neste êxtase divinal, Que só no amor abrasado se encontra o madrigal. Assim, entre o céu e a terra, na música do luar, Nossa paixão se encerra no eterno suspirar. Marilândia

domingo, 14 de setembro de 2025

GRUPO EVENTO AVALB DIA DA ÁRVORE dia 21 de setembro

GRUPO EVENTO AVALB DIA DA ÁRVORE TEMA:Minha flor do Manacá AUTORA:Marilândia Marques Rollo DATA:21/09/2025 TÍTULO: PAÍS: Brasil Gentilmente convidada pela poetisa amiga Poesia Maria Manacá: Espelho das Estações Minha flor de manacá desperta ao sol, Quaresmeira de pétalas violetas, Guardiã do cerrado em seu arrebol, Sussurra ao vento histórias secretas. Branca nasceste no primeiro dia, Rosa te tornaste sob o calor, Roxa floresceste em melodia, Dança cromática do teu amor. Raízes profundas bebem da terra, Filtram a chuva, purificam o ar, Enquanto o mundo em volta se encerra, Tu permaneces a nos ensinar. Abelhas nativas em teu néctar, Encontram vida, pólen e abrigo, Borboletas vêm te visitar, És santuário, és meu antigo amigo. Quando o homem corta e destrói, Tu resististe em meu quintal, Tua beleza nunca se corrói, És esperança no vendaval. Pequeno cosmos de biodiversidade, Em teus galhos a vida pulsa, Ensinas sobre reciprocidade, Que a natureza nunca repulsa. Marilândia

COSTURANDO POESIA DIA 14 SETEMBRO

“Floreando o amor, com pureza pura, Redundante assim…” Jô Tauil _______________________________ Quando em versos me debruço, Tecendo sonhos na alma que procura O beijo eterno que jamais soluço. Sou toda feita de paixão e dor, De lágrimas que nascem do desejo, Mulher de fogo, ardente como a flor Que desabrocha ao mais sutil lampejo. Minha alma voa, liberta, sem pudor, Nas asas do sonho que me eleva, Buscando sempre esse divino amor Que minha sede ardente jamais ceva. Sou pomba e águia, sou santa e sou perdida, Contraditória em cada verso meu, Amando a vida mesmo quando a vida Me fere com seu punhal de breu. Ó, amar! Verbo que me consome inteira, Que me transforma em chama e em canção, Sou a eterna amante, a companheira Do vento que sussurra paixão. Floreio o amor como quem planta rosas No jardim secreto do meu peito, Cultivando palavras carinhosas Para o amado que não sofre preconceito. E assim me entrego, toda, sem medida, À doce dor de amar e de cantar, Fazendo da paixão minha guarida, Do verso o meu eterno suspirar. Marilândia

sábado, 13 de setembro de 2025

Beijos de Primavera EVENTO LUZ CRYSTAL DE 23 DE SETEMBRO POESIAS DA ALMA

31 ENCONTRO POESIAS DA ALMA TEMA:"BEIJE-ME!COM AROMA DE PRIMAVERA" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Beijos de Primavera DATA:23/09/2025 PAÍS:Brasil GENTILMENTE CONVIDADA PELA POETISA AMIGA LUZ CRYSTAL Beijos de Primavera Beije-me! Com aroma da primavera, Quando o mundo desperta em flor, E cada pétala que se entrega Murmura segredos de amor. Beije-me! Que seus lábios sejam Como o orvalho matinal, Que desce suave e me penteia Com carinho celestial. Traga nos seus beijos o perfume Das violetas que nasceram, E todo o encanto que resume As manhãs que feneceram. Beije-me! Como brisa branda Que acaricia os laranjais, E em meu peito se derrama Toda a luz dos temporais. Quero em sua boca sentir O sabor da primavera, O doce mel que há de vir Quando a terra reverdece. Beije-me! Que em cada beijo Floresçam mil esperanças, Como um jardim que desperta Cheio de doces lembranças. Traga-me o perfume das acácias, O aroma dos jasmins, E em seus beijos as fragrâncias Dos mais celestiais querubins. Marilândia

Sinfonia Líquida

Sinfonia Líquida O mar se agita como um coração desmedido, suas ondas são punhos que golpeiam o ar, espuma branca que grita contra o silêncio, cristal que desenha lágrimas no rosto da terra. Não há paz no ventre azul do oceano, apenas a dança furiosa das águas, o baile eterno entre vento e maré, a música áspera dos elementos em guerra. Sinto o mar dentro de mim, agitado, como se meu peito fosse uma costa onde quebram as ondas do desejo, onde naufragam os navios da esperança. A espuma é a palavra que não disse, a lágrima, o sabor amargo do tempo, as ondas, o ritmo do meu sangue que corre inquieto pelas veias da solidão. Mar agitado, irmão da minha angústia, que não conhece o repouso, que é movimento puro, vida pura, fúria cristalina contra o céu imóvel. Suas águas carregam todos os ventos, todos os gritos dos homens perdidos, todas as canções que o mundo esqueceu, todas as promessas que a maré levou. Marilândia Responder, Responder a todos ou Encaminhar

COSTURANDO POESIA DIA 13 SETEMBRO

“Para que a palavra se desprenda com um arado sutil…” Jô Tauil ______________________________ Da terra negra e fértil do meu peito, Pois É preciso que a dor se torne útil E o silêncio se desfaça em preceito. Cada verso que nasce é cicatriz De feridas que o tempo não sara, Cada rima que brota, infeliz, É saudade que em lágrimas se depara… Ah, minha alma de mulher perdida Entre sonhos que morrem ao nascer! Como rosa cortada, desvalida, Vou sangrando palavras sem viver. Para que a palavra se liberte Do cárcere dourado desta carne, É preciso que a vida seja morte E que o amor em desespero se encarne. Vem, ó Musa de luto carregada, Traz teu manto de estrelas e de pranto, Que minha voz, por tanto amor calada, Ressurja em verso, em dor, em desencanto. Assim nascem os versos que me ferem: Do arado sutil que sulca a alma, Para que as palavras não pereçam, Guardando em si toda a minha vivalma. Marilândia

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 11 DE SETEMBRO

"E que venhas como pássaro pousar em minh`alma..." Jô Tauil __________________________ Venhas sem pressa, como quem chega e não se vai, E me devolvas o perfume que o tempo me retrai. Pousa teu bico em minha mão, que treme e espera, Para que eu sinta o inverno a renascer em primavera. Sejas a brisa que me penteia os cabelos revoltos, E a estrela que avista meus sonhos mais soltos. Que sejas a tua canção, teu canto, teu suave lamento, A brisa que apaga a chama do meu sofrimento. Que teus pés pequenos sejam a leveza que me conduz, E o teu silêncio, a resposta que me traduz. Venhas de longe, de um céu que eu não conheço, E me devolvas a vida que eu já não mereço. Que fiques aqui, em mim, na solidão que me habita, Nesta casa de vidro onde a dor me limita. Não partas, não voes, não me deixes a sós, Pois eu preciso do teu canto para encontrar a voz. Sejas a certeza de que a dor ainda me agita, E o amor, a saudade que no peito me habita. Marilândia

terça-feira, 9 de setembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 9 DE SETEMBRO

“Mais chão para alcançar o Nirvana” Jô Tauil ______________________________ E menos céu nas mãos vazias, Eis que o sonho que me desengana Perdeu-se em névoas e agonias. Caminho ainda, passo a passo, Por sendas de incerta ventura, Onde cada novo embaraço Me ensina a arte da loucura. O coração, jardim de espinhos, Sangra em pétalas escarlates, Enquanto teço os meus caminhos Com fios de seda e combates. Ah, quantas vezes me pergunto Se vale a pena tanto andar, Se não seria mais do mundo Simplesmente aqui ficar. Mas algo em mim sempre sussurra Que a paz não mora no repouso, E a alma inquieta se apressura Em busca do que é mais formoso. Talvez o Nirvana não more Em templos de ouro e marfim, Mas na dor que se enamora Da beleza que há em mim. Piso o chão com pés descalços, Deixo que as pedras me machuquem, Pois nos pequenos sobressaltos A verdade pode que me toque. E se for preciso mais terra Debaixo destes pés cansados, Que venha a paz, que venha a guerra, Que venham todos os pecados. O Nirvana é um longo verso Escrito em letras de sofrimento, Um poema sempre adverso Ao nosso entendimento. Mais chão, sempre mais chão, Para que a alma se encontre, E nesta eterna procuração O infinito se demonstre. Marilândia

EVENTO DIA 12 ESTILO CAMÕES

Eco no Infinito Meu sonho ardente é ser a voz da terra, que ao céu ascenda em cântico de dor, e que uma estrela, límpida, sincera, me escute, como escuta-se o amor. Quisera ser suspiro que não erra, na eternidade um tênue resplendor, um verso oculto que ao luar se encerra, ou lágrima de lume e de fervor. Mas sou apenas sombra e desatino, coração que sangra e que se perde, buscando no alto o seu divino sino. E o céu responde: “a dor também é prece”… Assim meu peito, em sonho cristalino, à estrela clama e nunca se esquece. Responder, Responder a todos ou Encaminhar

ECO CELESTE EVENTO DIA 12 e mais 2 ou 3 sonetos (analisar e corrigir)

Eco Celeste Meu desejo? Era ser a voz que bradasse Que a estrela do céu ouvisse, amor, Como eco doce que jamais se encerrasse, Sussurrando ao cosmos minha dor. Ser o canto que brotasse do profundo, Da alma telúrica, ancestral, Para que o firmamento vagabundo Escutasse meu lamento imortal. Ah, se eu pudesse ser o vento quente Que acariciasse as pétalas ao luar, E subir, subir eternamente, Até as constelações alcançar! Minha voz seria o rio que serpenteasse Entre montanhas de saudade crua, Carregando segredos que semeasse A lua melancólica e nua. Queria ser a lágrima da aurora Que o sol nascente viesse beijar, E ser também a brisa sedutora Que fizesse as estrelas suspirar. Meu desejo ardente, meu tormento, Seria ponte entre terra e infinito, Que Levasse ao céu meu doce lamento, E do astro ouvisse um eco bendito. Que minha voz fosse chama interna, Paixão que subisse aos céus em prece, E que a estrela, divina eterna, Meu amor terreno reconhecesse. Marilândia Eco no Infinito Meu sonho ardente é ser a voz da terra, que ao céu ascenda em cântico de dor, e que uma estrela, límpida, sincera, me escute, como escuta-se o amor. Quisera ser suspiro que não erra, na eternidade um tênue resplendor, um verso oculto que ao luar se encerra, ou lágrima de lume e de fervor. Mas sou apenas sombra e desatino, coração que sangra e que se perde, buscando no alto o seu divino sino. E o céu responde: “a dor também é prece”… Assim meu peito, em sonho cristalino, à estrela clama e nunca se esquece. Marilandia Confissão às Estrelas Meu desejo? Era tão simples e tão impossível… Queria ser a voz secreta da terra, aquela que se levanta das flores ao anoitecer, que brota da raiz escondida, que suspira no vento quando tudo silencia. Essa voz eu queria ser — uma prece de terra em direção ao infinito. E sonhava que, do alto, uma estrela me ouvisse. Que inclinasse o seu olhar de fogo para escutar o murmúrio que me nasce do peito. Que sentisse, entre os brilhos eternos do céu, o meu pobre amor, humano e efêmero, como uma centelha pedindo eternidade. Ah, se a estrela soubesse o quanto arde em mim a ânsia de ser luz! Se me acolhesse no seu lume, talvez deixasse de ser carne cansada e sombra sem rumo… Talvez fosse apenas canção, apenas claridade. Mas a vida me prende ao chão. E eu, tão frágil, tão humana, sou só um grito calado no silêncio do mundo. Ainda assim, confesso: o que mais quis na vida foi que a estrela me escutasse… e que, no seu segredo de céu, guardasse para sempre o meu amor. Marilândia

O Jovem Oráculo de Si Mesmo

O Jovem Oráculo de Si Mesmo Ergue-se o jovem no meio da sala, fala alto como quem lê decretos, e acredita que suas frases curtas valem mais que mil livros abertos. Bate no peito: “eu sei de tudo!”, como se o mundo coubesse em seu bolso, e cada opinião fosse sentença, gravada em pedra, selada em ouro. Não ouve conselhos, não lê sinais, despreza as dúvidas como fraquezas, e chama de sábio o próprio espelho, que lhe devolve o rosto inflado. Ignora que o tempo é mestre paciente, que até reis tropeçaram nas certezas, e que a vida adora ensinar lições aos que desdenham da prudência. Segue, então, coroado de orgulho, dono de uma verdade de papel, até que um tropeço qualquer da estrada lhe mostre o quanto sabia pouco. E quando o riso lhe faltar no rosto, perceberá, enfim, no próprio abismo, que os sábios de ontem, que zombava, ainda riem de sua arrogância. Marilândia

O Dono do Espelho

O Dono do Espelho O jovem ergue a voz como um trovão, crente que carrega o mapa do mundo, fala sem ouvir, olha sem ver, e acredita ser farol entre sombras. Na sua língua mora a pressa, nas suas mãos arde a impaciência, e no peito o fogo da certeza que ainda não conheceu o inverno. Aponta caminhos como se fossem leis, julga os outros com olhos de aço, ignora o silêncio dos sábios, e ri das rugas que guardam histórias. Mas não sabe que a verdade é rio, que se curva, se esconde e se expande, nem que a sabedoria nasce no tempo, como flor que desabrocha devagar. O jovem pensa: “sou dono do espelho, ninguém vê o que vejo, só eu sei”. E o mundo, paciente, o observa, deixando-o tropeçar na própria vaidade. Um dia, quando a vida o dobrar, quando o orgulho se quebrar em pó, entenderá que a verdade é muitas, e que dono dela não existe só. Marilândia

O Peso das Horas

O Peso das Horas A contemplar o peso das horas, qual chumbo derretido, Que desce pela pele, em gotas de tempo perdido… Não há relógios, nem ponteiros, apenas o que se vive, Um rio de memórias, que a pressa não consegue impedir. É um cinza pesado, onde o tempo se arrasta, Um dourado opaco, que a tarde não pode esconder. É o tempo que sussurra, em tons de nostalgia Qual cor da espera, que a alma não pode compreender. Em ritmos de silêncio, o coração se entrega, Em cada batida, a eternidade se desdobra… É a cor da paciência, que nos faz refletir, É a cor do tempo que nos ensina a sentir. Marilândia

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Quando o Tempo Se Desfaz em Teu Olhar

Quando o Tempo Se Desfaz em Teu Olhar Voltaste como a primavera volta, Com o mesmo perfume de outrora, E minha alma, que julgava morta, Desperta e canta como se não fora. Teus olhos guardam ainda aquele brilho Que em mim despertou tanto amor, E o coração, perdido em seu trilho, Reconhece em ti o antigo ardor. Que doce angústia me pervade a alma Ao ver-te aqui, presente e real! O tempo parou, não há mais calma, És tu, meu sonho imortal. As palavras morrem em meus lábios, Que ousadia seria falar? De todos os meus tormentos sábios, Só resta este doce penar. Voltaste e o mundo se transfigura, As cores ganham novo tom, A vida, antes sombra e amargura, Renasce em teu nome, meu bem. Que importa o tempo que passou? Que importam lágrimas choradas? Se o amor que em mim ficou Ressurge nestas madrugadas. És tu, és tu quem volta agora, Como fantasma do passado, E minha alma que te adora Desperta do sonho sagrado. Marilândia

Doce Fogo que me Guia

Doce Fogo que me Guia Amo-te no silêncio mais profundo, És clarão que rompe a noite fria, És o astro que me devolve o dia, O sopro ardente que acende o mundo. Na tua voz encontro a melodia, Que me embala em mar de confiança, És verso vivo, és chama, és esperança, És chama pura que nunca se esvazia. Se antes fui sombra, mágoa, perdição, Hoje sou estrela erguida no infinito, Tua presença é farol e é coração! E eu, que caminhava só, ferida, Sigo-te agora — livre, ressurge o grito! Doce fogo que me guia para a vida.

COSTURANDO 8 DE SETEMBRO

“Com sentimentos emersos com os quais faço versos” Jô Tauil ___________________________________ Desbravando a alma em pedaços dispersos, Onde cada palavra é um suspiro contido, E cada linha um lamento desmedido. Minha pena sangra em noites vazias, Tecendo sonhos de melancolias, Bordando dores em seda dourada, Entre sombras de uma alma cansada. Sou poeta de amores não vividos, De beijos que ficaram perdidos, De abraços que o vento levou, E de tudo que o tempo calou. Nas páginas brancas derramo mágoas, Como quem derrama suas próprias águas, Cada verso uma lágrima vertida, Cada estrofe uma ferida. Ó coração que tanto padece! Em cada poema que me acontece, Ressurges das cinzas do silêncio, Para gritar teu doce tormento. Escrevo porque não sei chorar, Porque as palavras me fazem respirar, Porque na tinta encontro o consolo Que a vida teima em me roubar a solo. Sou mulher de letras e de prantos, De versos tristes e desencantos, Filha da noite e da saudade, Mãe de sonhos de eternidade. Marilândia ;

O Coração da Lua de Sangue

O Coração da Lua de Sangue Lua vermelha, aberta como ferida no céu, arde sobre os telhados, como um grito de silêncio. Teu rosto incendiado derrama espelhos de sombra, e cada estrela é uma lágrima suspensa. Amor, neste lume escarlate, teus olhos são espadas, e tua boca, abismo onde a noite se consome. Eu beijo o teu nome como quem toca brasas, e encontro em tua pele a febre dos astros. Lua de sangue, coração que pulsa no firmamento, não és presságio de morte, és o cântico ardente da vida. E em teu clarão feroz, meu amor se veste de eternidade.

sábado, 6 de setembro de 2025

COSTURANDO DIA 6 SETEMBRO

“Ideias de olhos pintados, meus sentidos maquiados…" Jô Tauil _____________________________ Vestem-se de sonhos loucos, de desejos encantados, Na tela vã da existência, cores vivas derramadas, Como lágrimas de aurora nas manhãs abandonadas. Sou mulher de mil disfarces, de amores desencontrados, Que se pinta de quimeras, de ilusões apaixonadas... Nos espelhos da alma busco reflexos do que sou, Entre máscaras de seda que o destino me bordou. Meus olhos são dois abismos onde alma e vida são aglutinadas, Pintados de melancolia, dessa dor que me seduz, Cada cílio é um segredo, cada sombra uma canção, Que entoa versos de fogo no silêncio do coração. Ó, sentidos enfeitados de mentiras coloridas! Como rosas artificiais em jardins de despedidas, Perfumo-me de saudade, de um amor que nunca vem, E danço sobre os escombros do que nunca convém. Sou atriz do meu teatro, do meu drama solitário, Onde cada gesto é verso, cada olhar é um rosário De gemidos sussurrados aos santos da paixão, Que não ouvem nem respondem à minha súplica vão. Que importa ser artificial se é assim meu corolário? Marilândia ;

ALMA DE LUAR (a publicar e revisar rimas)

ALMA DE LUAR Alma de luar que em noites se derrama Sobre campos de trigo dourado e vasto, Na solidão da serra que se inflama Tu és chama sutil de amor casto. Dos ventos do sul a voz te chama, Sussurra canções no teu peitoasto, E no silêncio da aldeia que se acalma Teu coração bate num ritmo gasto. Ó lua cheia que no céu se ergue Como lágrima doce que emerge Do pranto santo da terra amada! Tu és a estrela que no alto brilha, Luz divina que aos céus se enfilha Na dança eterna, nunca cansada. Marilândia

Canção de Despedida

Canção de Despedida Por tudo o que me trouxeste angústia e desalento um resto de esperança é certo, mas tão frágil... Manhãs de solidão Pelos caminhos perdida Obrigada, obrigada Por aquele tão terno e tão fugaz momento Ainda que jamais Depois de vê-lo findo Eu torne a ser a mesma Sem rancor, recebe A minha despedida... Que bem que me fez sempre a dor que me deixaste Mais sábia e mais tranquila E plena e confiante Sem rancor amor, obrigada Obrigada por tudo o que me trouxeste Por aquele tão terno e tão fugaz momento... Ainda que jamais Depois de vê-lo findo Eu torne a ser a mesma Sem rancor, recebe A minha despedida Marilândia

EVENTO LEOVANY DIA 10 SETEMBRO ENCONTRO PÔR DO SOL

195 ENCONTRO PÔR DO SOL TEMA:"CASABLANCA-REENCONTRO COM UM ANTIGO AMOR" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO: DATA:10/09/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Leovany Octaviano Sempre nos Restará o Adeus Reencontro-te na sombra da saudade, Teus olhos guardam febres de outrora, Éramos chama, fado e tempestade, E o destino nos chama outra vez agora. O vento sopra segredos da memória, No fumo e na música da noite estranha, Cada gesto teu revive a velha história, E o coração vacila,clama na entranha. Teu riso é ferida, teu toque é abismo, E sinto a vertigem da paixão perdida, Como se o tempo fosse um cruel cinismo, Roubando-me a calma, dando-me a vida. Não sei se és sonho, ou cruel presença, Se és passado morto, ou chama ardente, Mas ardes em mim com tanta omnipresença, Que renasço em cinzas, febril, carente. Ah, se o amor é dor, é doce condenação, Um beijo roubado basta ao destino, Pois mesmo em silêncio, mesmo em solidão, És meu pecado, meu porto divino. E nesta esquina da eternidade incerta, Se a vida nos fecha, o amor nos liberta. Marilândia Sempre nos Restará o Adeus Quando o Tempo Se Desfaz em Teu Olhar Voltaste como a primavera volta, Com o mesmo perfume de outrora, E minha alma, que julgava morta, Desperta e canta como se não fora. Teus olhos guardam ainda aquele brilho Que em mim despertou tanto amor, E o coração, perdido em seu trilho, Reconhece em ti o antigo ardor. Que doce angústia me pervade a alma Ao ver-te aqui, presente e real! O tempo parou, não há mais calma, És tu, meu sonho imortal. As palavras morrem em meus lábios, Que ousadia seria falar? De todos os meus tormentos sábios, Só resta este doce penar. Voltaste e o mundo se transfigura, As cores ganham novo tom, A vida, antes sombra e amargura, Renasce em teu nome, meu bem. Que importa o tempo que passou? Que importam lágrimas choradas? Se o amor que em mim ficou Ressurge nestas madrugadas. És tu, és tu quem volta agora, Como fantasma do passado, E minha alma que te adora Desperta do sonho sagrado. Marilândia ;

Poema em verde e ouro (esse -pra 7 de setembro poesia maria)

Poema em verde e ouro Não precisam de grilhões, nem de coroas. Nascem livres, como o vento nas matas, como o rio que rompe a pedra. Não obedecem a reis, nem a decretos. Carregam o verde da esperança, o amarelo da luz, o azul da imensidão, o branco da paz. São pátria sem fronteiras, bandeira que não se rasga. Meus versos independentes celebram o Brasil naquilo que é eterno: a liberdade de sonhar. Marilândia Versos de Liberdade Independência da Palavra Poema em Verde e Ouro Liberdade em Sílabas Voz que Não se Cala Canção da Pátria Livre Responder, Responder a todos ou Encaminhar ;

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

EVENTO DIA 7 DE SETEMBRO POESIA MARIA ESCOLHER E ANALISAR

Meus Versos Errantes Meus versos, sombras que se libertam, Erram sozinhos pelos abismos da Noite, São fragmentos de almas soturnas, Chamas dispersas em desertos de angústia. Não pedem jugo, não querem grilhões, Nascem febris, trêmulos, convulsos, Como espectros que dançam em ruínas, Ou aves cegas em busca de estrelas. Eles não servem a reis nem tiranos, Nem às coroas de ouro mentido, Preferem o frio das madrugadas E o silêncio ardente dos cemitérios. Cada um traz o peso de uma cruz, E a leveza trágica de um sonho, São lágrimas cristalizadas em fogo, São harpas partidas no vento cruel. Independentes, ardem como relâmpagos, Rompem muralhas, rasgam véus ocultos, Clamam no abismo sua liberdade, Gritam na treva o seu canto febril. Ó versos meus, vultos desatados, Que vagam livres, sem dono nem pátria, Na eternidade das sombras flamejam, Na eternidade das dores se erguem. Quere que eu dê um tom ainda mais soturno e simbolista, com imagens mais carregadas de misticismo e musicalidade, para ficar ainda mais próximo da estética de Cruz e Souza? Meus Versos Insurretos Meus versos, trágicos, insurretos, Rompem da treva em ânsias soturnas, São corvos de ébano, vozes ocultas, Sinos soturnos no abismo do Nada. No ar noturno, fulgem convulsos, Como archotes de sombra e relâmpago, São labaredas, são cruzes partidas, Chagas ardentes de um mundo febril. Eles não servem a dogmas nem tronos, São vultos livres, espectros errantes, Quebram as âncoras, rasgam correntes, E se dissolvem em lavas eternas. Cada estrofe é relâmpago negro, Cada palavra, punhal que sangra, Cada imagem, um grito de fogo, Cada cadência, um fúnebre sino. Oh! versos meus, lívidos, convulsos, Queimam na lira de céus desolados, São tempestades, são ventos malditos, Almas sem dono, clamores sem fim. Na eternidade da Noite flamejam, Na eternidade da Dor se coroam, E livres, sempre, sem jugo e destino, São meus fantasmas, meus versos imortais. Meus Versos Obscuros Meus versos vagueiam, vultos, visões, Vibram nas veias do Vazio infinito, São vozes veladas, violinos febris, Veludos de sombra, vulcões de silêncio. Nascem noturnos, negros, nublados, Na névoa das noites, nas núpcias do Nada, São lâminas lívidas, lumes sombrios, Labaredas lúgubres, liras em cinzas. Não curvam fronte a coroas terrenas, Nem se ajoelham a dogmas de ferro, São chagas abertas, são círios extintos, São cruzes erguidas em ermos de vento. Cada palavra palpita em penumbra, Cada cadência é cântico e pranto, Cada imagem é abismo e chama, Cada rima, relâmpago e morte. Ó versos meus, órfãos, ó órbitas rasas, Ardem em ânsias, em ânforas frias, Erram eternos, erram sem dono, Erram nos ecos do Éter perdido. E livres, sempre, sem pátria, sem jugo, Na carne da treva se coroam em fogo, No peito da dor se eternizam, fulguram, Ó meus versos obscuros, fantasmas imortais Marilândia Liturgia dos Meus Versos Versos meus, versos febris, Versos de fogo, de sombra, de fel. Versos que ardem, versos que sangram, Versos que choram, versos que clamam. Noite nos versos, Treva nos versos, Chaga nos versos, Fogo nos versos. Versos sem dono, Versos sem pátria, Versos errantes, Versos sem fim. Ouçam — são sinos, Ouçam — são gritos, Ouçam — são chamas, Ouçam — são céus. Versos meus, versos febris, Versos eternos, fantasmas imortais.

COSTURANDO DIA 5 DE SETEMBRO

“Geratriz de tantas horas delirantes!” Jô Tauil ______________________________ Vago pela noite em sombras d’amargura, Buscando na lua pálida e distante O reflexo d’alma que em mim perdura. Sou feita de sonhos e de des_ventura, De lágrimas que o vento leva ao mar, Numa dança e_terna, louca e impura, Entre o ter e o nunca mais amar. Meu coração é chama que não arde, É sede que jamais se saciará, É primavera que chegando tarde Na solidão do outono morrerá. Ó, noites minhas, de insônia povoadas, Onde meu ser se perde em devaneio, Entre estrelas mudas e apagadas Que testemunham meu eterno anseio! Sou a que ama sem ser amada, Sou a que chora sem ter chorado, Sou dessa estirpe feminina, alada, Que nasceu para o eterno desencontrado. E assim vivo, entre a dor e a esperança, Tecendo versos com meu próprio sangue, Numa eterna e dolorosa dança Que só a morte um dia aplacará, enfim, exangue. Marilândia