COSTURANDO DIA 28 DE SETEMBRO 3 VERSÕES
"Por teu amor serei refém de tudo que nego" Jô Tauil ______________________________________, E o que me fere guardarei em doce ilusão... Sou nau perdida em mares que carrego, Sou chama ardendo em secreta perdição. Por ti desfaço a altiva resistência, E me prostro em sombras de cativa, Deixo morrer em mim a consciência, Só para ver tua presença ainda viva. És cárcere e asa, céu e punhal, Um bálsamo que envenena minha flor, Um sonho febril, um anseio fatal, O gozo que sangra, a dor que tem sabor... Não sou senão escrava do teu riso, Da tua boca em fogo, tão tirana, E ainda que o destino me seja indeciso, Sigo-te nua, entregue, quase insana. Por teu amor calo a verdade que me chama, Por teu amor visto o véu do meu tormento, E entre cinzas me queimo em chama, Num êxtase cruel de sofrimento. Refém serei da treva e da ventura, Refém de ti — minha eterna tortura. Marilândia Por teu amor serei refém de tudo o que nego, Da febre que me rasga e me faz sucumbir, Do fogo que devora, da dor que carrego, E da ânsia cruel que insiste em não partir. És chama e punhal, és silêncio e castigo, Um céu desmoronado em pétalas de dor, E eu, na vertigem, me perco contigo, Morrendo em cada gesto, em cada ardor. Na treva do teu beijo me condeno, Sou pássaro ferido em voo derradeiro, Que busca a noite e não encontra o pleno. E entre a cruz e a rosa do teu cativeiro, Eu me confesso escrava, destino pequeno, Refém da tua sombra e do teu derradeiro. ✨ "Por teu amor serei refém de tudo que nego" Jô Tauil ______________________________________ E ao teu olhar me entrego em doce claridade... És como a aurora que ilumina o mundo cego, Um cântico de luz que acalma a tempestade. Sou pássaro feliz, no teu voo me renego, E encontro no teu peito a eterna liberdade, Ainda que me fira o destino em seu apego, Teu beijo é bálsamo e flor da eternidade. És riso e alvorada, és vento perfumado, Um sonho que me leva além da dor terrestre, Em ti renasço em fogo transfigurado. E se o viver é sombra e o tempo nos sequestre, Que seja em ti meu fardo eternamente atado, Refém do teu amor — meu céu, meu sol celeste. Marilândia

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