COSTURANDO DIA 16
“Até o raio de sol furar a sombra e ofuscar o nosso olhar cansado” Jô Tauil ______________________________ Hei-de esperar que a luz nos desassombre Do peso deste amor desenganado. Nas dobras da manhã que se desdobra, Vejo teu rosto pálido, turbado, Como flor que no vento se desmembra, Frágil sonho de um tempo já passado. Ó coração que bates descompassado! Entre o querer e o não poder amar, Suspenso neste instante prolongado Em que a alma não sabe onde pousar. Que vale a dor se não nos faz mais puros? Que vale a lágrima se não nos lava? Erguemo-nos de todos os escuros Para morrer na luz que nos trava. Até que venha a hora derradeira E se quebre este fio de tormento, Serei a eterna, triste prisioneira Do meu próprio e louco pensamento. Assim morro e renasço a cada dia, Entre o sol que me queima e me liberta, Eterna contradição, melancolia Que em mim desperta e em mim se aquieta. Marilândia

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