sábado, 20 de março de 2010

PALCO DA VIDA






PALCO DA VIDA


Expectadora da vida
Minhas lágrimas seco
Para o palco transporto-me

Vida mais vivida,
Sem tropeços,
Sem lamentos.

Estrela
De meus pensamentos sou.

A imensidão contemplo
Aos sentimentos dou vazão

Sobre mim,
A saudade em brisa

Vibra a’lma
Esperanças acordadas.

Lembranças nos bastidores
Em comédia do passado transforma-se

Sonhos acalentados,
Não vividos ainda.
Despertam.

Retratos de imaginárias cenas
No céu do coração,
Do primeiro ao último ato,
Descortinam-se.

Amálgamas de uma ciranda
Da parte mágica perdidos
Trôpegos, silentes, esvoaçam.


-EM SUSPIROS E DELÍRIOS, A PLATEIA...-






“A espera, quando não é demasiada, aguça sempre o amor. Não cedas com demasiada facilidade às solicitações de um pretendente, mas não recuses com dureza as suas súplicas. Procede de modo que receie e espere, simultaneamente, e que, em cada resposta, mais se encha de esperança e diminua o temor.”


Ovídio (A Arte de Amar)






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quinta-feira, 18 de março de 2010

AFOGUEADA NUDEZ






AFOGUEADA NUDEZ



Jóias raras secretamente guardadas
Hesitações...
Fuga de nós mesmos.

Frutos de nossos anseios
Cenas visíveis, nuas e cruas
Destinadas ao sopro de nossos corações
Evaporavam-se instantâneas
Deslizando em sulcos de prazeres.

Sublime atração dos corpos.

Lembras-te?

Desvencilhava-me ansiosa,
Comprimida nos braços teus.

Nos ínfimos recônditos lia-te
Letra a letra.

Desejos suplicantes
Desabando montanhas,
Esvaziando oceanos...

Labaredas desenhadas em nossos corpos
Nervosas, aflitas…


- Sinfonia magnética em afogueada nudez-





"Aqui eu te amo
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento
Fosforece a lua sobre as águas errantes."

PABLO NERUDA




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quarta-feira, 17 de março de 2010

BRISAS AMBULANTES





BRISAS AMBULANTES


No silêncio da distância, vis percalços
Em cada canto, intempéries, descaminhos
Corre o tempo atrás do ontem, unos compassos
Sonhos vagam nos acelerados remoinhos

As brisas ambulantes roçam sã amplidão
Despejam tímidos ardores com malícias
Beijam austeros semblantes em sofreguidão,
Dissipando inutilmente as confidências

Compondo-se de feixes, vozes cadenciadas
Numa fugidia lacuna a ser transposta
Lânguidas e leves levitam perfumadas

Tonteadas de luz, bebem vãos sentimentos
Trazem a poesia que ficou sem resposta
Naufragada nos oceanos de tormentos




“O futuro é sempre belo, porque se viaja na barquinha da esperança, cujas velas dilata aquela brisa inebriante, que é a fantasia .”
Autor: Mantegazza , Paolo

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segunda-feira, 15 de março de 2010

CAMA E MESA// DIAS E NOITES (JJ E MARILÂNDIA EM DUETO)






CAMA E MESA// DIAS E NOITES


Quero que fique quietinha,// Perfumada e suplicante
Na espreita do que te espera// Desvarios arquejantes
Que obedeça a quem deseja//Ansiosa, palpitante
E não será com surpresa//Numa sublime inversão
Que dócil e indefesa // Escrava da paixão
A Presa domine a Fera!// Domesticada , saciada
Eu vou beber da tua boca // Tragar os beijos teus
E nela vou respirar// Arfante, malicioso
Vou viajar nesse corpo// Mergulhar nessa alma cálida
Soltar amarras do porto// Navegar em mar aberto
Quero sentir teu gosto // Tecido de carinhos
Misturado ao paladar.// Afogueado por intenso apetite.
Tu serás meu prato exótico// Convidativo, sabor inusitado
Vou provar tuas sensações,// Caminhando por tuas entranhas
Vou provar cada mistura// Em toques de emoções
E conseqüentes reações,// Explosões radiantes
Teus sabores variados // Decorativos, inigualáveis
Em variadas regiões!// Inóspitas, misteriosas
Eu hei de ver em teus olhos // Nas retinas luminosas
Que assim feliz eu te faço // Acorretando-te nos meus braços
Sentir na respiração,// Ofegante, sussurrante
No pulsar do coração// Suspirando, saltitante
E na cadência dos gemidos//Descompassados, em frenesi
Que eu; // E mais ninguém
Quem marca o compasso!// Melodioso, sôfrego
Deitado sobre esse corpo// Delineado com pincéis de amor
Escorregadio, suado;// Ardente, febril
Eu quero cama amassada// De desejos amarfanhada
Eu quero lençóis molhados,// Pelas vertentes embriagadas
Fêmea no cio e feliz// Possuindo-me por inteiro ao lado teu.
E assim teu corpo me diz://Sou tua em todos os momentos.
“Foi o desejo aplacado”!// Em cascatas de poesia que esmagaste.
Aí, te olhando nos olhos // Mirando-te com ardor
Com a ternura que tens // A inebriar os dias meus
Eu vou te beijar na boca,// Calar -te com os lábios meus
Como não beijo ninguém// Somente tu
Provarás do teu sabor // Reecontrando sonhos
E provavelmente agora//Bifurcando-me no exato ponto
Eu trema a voz nessa hora// Calando rajadas como quem nada cala
Mas vou chamar-te de amor!//Burilar o teu ardor.

"Como é difícil o entendimento mútuo, meu querido anjo, e como o pensamento é incomunicável, mesmo entre pessoas que se amam!”
JJ.Braga Neto e Marilândia



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sexta-feira, 12 de março de 2010

PRANTO D'ALMA








PRANTO D'ALMA





Seguro o borbulhante pranto
Que n’alma escorre.

Transformo as marcas de dor
Das faces tristonhas
Em transparente alegria.

Trago na máscara da saudade, o sorriso
Famigerado coração a tristeza engole

Não me perco no abismo do choro.

Deixo que as lembranças
Recolham as lágrimas
Que insistem em molhar
Os lençóis vazios
Nas insones madrugadas .

- Rebelde espetáculo da vida-

"Pouco dura a dor que termina em lágrimas, e muito longo é o período em que o sofrimento permanece no coração."

Autor: Aretino , Pietro

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quinta-feira, 11 de março de 2010

ALMA EM SINFONIA





ALMA EM SINFONIA


Invisíveis versos
Compõem melodias,
Recitam d ‘alma a sinfonia.

No silêncio sorvidas,
Rimas tragam delirantes sustenidos,
Em arfantes bemóis suspiram.

Alucinadas notas
Espraiam- se nas claves do coração.

Nos sentires, emoções desmaiam .

Sentimentos esculpidos
Nas pautas das ilusões levitam
Em teclado de promessas
Esperanças dedilham.

- DESPRENDEM-SE DAS CÍTARAS CANTIGAS EM DEVANEIO-


“Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
Seja uma velha canção nos teus ouvidos”

VINICIUS DE MORAES

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terça-feira, 9 de março de 2010

MISTÉRIOS DE ALCOVAS





MISTÉRIOS DE ALCOVAS

Onde estão os beijos que sonhei,
A alcatifa de desejos que apalpei,
As silenciosas veredas que trilhei?

Por onde andarão
Os mudos trechos de minha história,
As dores doídas do meu coração?

O destino espalmado em minhas mãos
Tudo levou...
Todas as ilusões usurpou.

Esperanças tecidas em mistérios de alcovas,
Nos desvarios das madrugadas em languidez,
Fronteiriças barreiras atravessaram.


Mural de segredos tresnoitados
Despiu-se das volúpias,
Embrenhou-se, passos trôpegos,
Nas encruzilhadas da vida.

Peregrino, dia e noite, vagueia sem sentido...




“Tinha no olhar cetíneo, aveludado,
A chama cruel que arrasta os corações,
Os seios rijos eram dois brasões
Onde fulgia o símb'lo do pecado.”

AUGUSTO DOS ANJOS





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SOMBRAS NUAS








SOMBRAS NUAS

Nem mais a sombra minha acompanha-me
Esse vazio da solidão já não me assusta
Nuas madrugadas fazem-me companhia

Overdose de fantasias
Avalanche de promessas não cumpridas
Ultrapassam ironias.

Não mais dói a’ lma,
Não mais dói o coração.

Em masmorra de desenganos
O passado encerro.

Sentinelas da liberdade
Atrevidas portas cerram

Nesse embaralhado turbilhão
Gargalham atormentados
Fantasmas d’uma mutilada paixão.



“Quero voltar! Não sei por onde vim...
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!”


FLORBELA ESPANCA

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domingo, 7 de março de 2010

LABIRINTOS







LABIRINTOS

Afinal de contas quem sou eu?
Correndo na contra-mão da vida,
Nos labirintos do destino perdida,
Vago, inquieta, portando desilusões.

Desatinado coração,
Embriagada solidão,
Fieis companhias.

Entre desencontrados sentimentos vagueio
Na imensidão de minh’alma.

Sorvo amargura na transbordante taça do fel.
Desenterro perdidas esperanças,
Amordaçados segredos no âmago ocultos.

Indizíveis emoções acariciam-me,
Escancarando portais pelo tempo aprisionados.
Lentamente, reconstruo os passos meus.

-Em densos labirintos embrenho, aguardando meu reencontro-




“Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade...”

FLORBELA ESPANCA

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quinta-feira, 4 de março de 2010

SONHOS DILACERADOS







SONHOS DILACERADOS



Maltrapilhos detalhes
Fragmentados momentos.

Filamentos d’alma
Retalhos do coração.

Saudades abandonadas
Nas áleas da vida.
Sonhos esfumaçados
Nos desvios dos caminhos.

Pedaços meus dilacerados
Pelo pranto da desilusão

No misterioso livro do destino
A mesma história...

Tantas e tantas vezes contemplada!




“E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...”


FLORBELA ESPANCA


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segunda-feira, 1 de março de 2010

O MEU POETA







O MEU POETA


O meu poeta versos não declama,
Mar de angústia inunda sua’lma
Ironia tristonha o coração tortura-lhe.

Ausência de sonhos,
Ilusões fugitivas.

Idas sem destino,
Voltas em desalinho.

Resquícios de saudade,
Emoções em fragmentos
Nublam os dias seus.


-DELIRAR DE RECORDAÇÕES-


“Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda ...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz !”


FLORBELA ESPANCA

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