segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

COSTURANDO POESIA












"Preservo a loucura de quem ama
No circuito de fogo dos amantes..."

Jô Tauil
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Ao abrigar-te
Em carinhos da eterna ventura,
Em busca da essência
D'almas em colóquio,
Enquanto em nossos seres
As agitações se convulsionam...


Aventureiros nos meandros da Vida
Todos os momentos são vividos
Nos caminhos percorridos,
Deixando que morram em nós
Os desejos num abandono des_ordenado...

Porém,
Quando o desespero vem
E nos sentimos mortos
Para as noites pecadoras,
Nas entranhas das madrugadas
Nos afogamos 
E nos entregamos, atormentados,
A envolver todos os gritos num só grito...

Marilândia

MOTE 68





MOTE 68

"ALELUIA"

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LOUVORES

Dos
Longínquos horizontes
De onde se vislumbra
A dança nua das auroras,
Uma lassidão in_finita
Dos devaneios, dos segredos...

Sob solenes gestos de magia,
Canta o poeta:
ALELUIA, ALELUIA, 
Pois cantar é a sua sublime missão...

E na graça indizível que acalenta,
Traz consigo o perfume dos sorrisos,
Vendo a noite dormir o silêncio...

Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Marilândia

MOTE MOTIVO 68





MOTE  68

“ALELUIA”
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VOZES SAGRADAS

Secretos acordes
No mar e na terra,
Sob apagar das tormentas...

Aleluia!


Adormecidas frustrações
Nas visões da aurora,
Por onde o sol de sangue não caminha...

Aleluia! Aleluia!


Suspiros sagrados
Em cálidas centelhas
Desfeitas em luzes
Louvam a harmonia...


Aleluia! Aleluia! Aleluia!


Marilândia





TRIPLIX



TRIPLIX



domingo, 18 de dezembro de 2016

COSTURANDO POESIA





“Humildade é oração, Amor
      .........Cálix bento”

Iza Klipel
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Dentre Graças estupendas,
Em sentimentos de grandeza oculta
Ou ,
Entre exasperadas sensações sombrias...

 E
Nesse mundo vil,
Onde a maldade exulta,
Nesse firmamento estranho e mudo,
Quando será
Que uma resposta contemplativa,
A  vagar na confusa Babel
Iluminará,suavizando esta rudeza,
Da suprema,martirizante agonia?

Marilândia



MOTE MOTIVO 67




MOTE 67
“CARAVELAS”
Florbela Espanca

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ETERNA TORTURA


Ó Força inútil,
Ansiedade humana!
“Tanto tenho aprendido e não sei nada”...


Dentre o chorar dos trêmulos cansaços
Incensos aromáticos desatam
Ilusões “que eu lancei à vida
E não voltaram!”


Enquanto,
Nos mares ermos, solitários
Dentre brilhos das velas,
Vagos e vários,
Delicados espíritos de lendas
Abraçam e esmagam
Consteladas e azuis quimeras
Entrelaçadas aos cálices das des_ilusões...

Marilândia

sábado, 17 de dezembro de 2016

MOTE MOTIVO 67






MOTE 67
“CARAVELAS”
Florbela Espanca
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CAMINHOS... CAMINHOS...
Se nessas brumas encantadas
Choram os anseios do mar,
Rosas de luz do céu resplandecente
Cantam e brilham no seio das Esferas...

Porém,
Dentre o mar supremo, 
De fragrâncias segredantes,
“De tanto caminhar, já me perdi”
Nesta dor que na minh’alma clama
A cantar os tédios e as tristezas
Que erram nas frias solidões...

Frias solidões
Das amplidões distantes...

Marilândia

COSTURANDO POESIA




“Só e apenas, mais uma cicatriz...”
Iza Klipel
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Formando o painel  de um velho fundo de outrora,
Onde se cristalizam secretas essências...

Ah!
Quanto vale tudo isso,
Quanto vale
Essa magia triste e taciturna
Chorando e sonhando com mundos pitorescos
Na melancolia das Regiões distantes?

Ó alucinações,
Lentas e lassas
Onde visões sonâmbulas peregrinam,
Erguendo os véus de já passada aurora,
Recordando e sonhando,
E pelos céus, sorrindo...


Marilândia


TRIPLIX



TRPLIX



TRIPLIX



COSTURANDO POESIA




“E gememos de amor e de espanto
Rendidos nesse sedutor encanto...”
Jô Tauil
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Num despertar  in_finito  de perdições
Se desfazendo em gozos de amor da carne


No entanto,
Escravos de fruições efêmeras,
Que lembram êxtases esquecidos,
Visualizamos a Vida...
Sombras que se vão e sombras que vêm vindo...


Marilândia

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

MOTE MOTIVO 67



MOTE 67
"CARAVELAS"
Florbela Espanca
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ROTAS PEREGRINAÇÕES

Sem rumo,
Coração em desatino,
"Cheguei a meio da vida já cansada"...

Talvez,
Em excelso abandono
Emigrado
De regiões d'outrora,
Com emoções
De quem medita e chora...

Monja da solidão,
Augusta, espiritual,
Levo para os longes
Desejos errantes
E as dilacerações
Dos Sonhos ambulantes...

Marilândia

TRIPLIX



TRIPLIX



TRIPLIX



MOTE MOTIVO 67



MOTE 67
“CARAVELAS”
Florbela Espanca
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APAIXONADAMENTE
Arrastando brancos véus,
Espreito o que o tempo ainda guarda
E a nostalgia me visita, então...

Assim,
Carrego sonhos remansados,
A lembrar-me
Das “torres de marfim que construí
Mas 
Que em “trágicas loucuras” destruí...

Então,
Em viagem alada aos outroras,
Coração pulsante de emoção,
Viajo para dentro de mim,
Embriagando o meu peito
Com os eflúvios do teu sangue,
Que espelham minha própria Vida...

Marilândia

COSTURANDO POESIA





“Se chuva e sol amalgamados...

O caminho é indiferente...”

Iza Klipel
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Mesmo
Com meus olhos mortais, alucinados,
Caminhando pelas trevas,
Sem pavor e sem medo, resolutos,
Sempre tenazes, para mim olhando...

Tudo isso,
Através do luar
Das meias-noites,
Num mundo estranho
De esplendor sidéreo...

Então,
Adeus, caminhos risonhos,
Mundos de quimeras,
De amores vãos, tantálicos,doentios
Por onde
As ânsias e  os desejos vão ascendendo...

Marilândia


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MOTE MOTIVO 67




MOTE 67
“CARAVELAS”
Florbela Espanca
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GÉLIDA  PAISAGEM

Quais caminhos
Que levam a labirintos in_definidos,
Intrincadas travessias
Em
“Mar sem maré, sem vagas e sem porto”...

Destarte,
Suspirantes caravelas
A vagar na vastidão de águas turvas, paralisadas,
Buscam o brilho das quimeras
E,
Dentre sonhos, devaneios e fantasias,
Ancoram em abismos prenhes de lirismo...


Marilândia

MOTE MOTIVO 67




MOTE 67
“CARAVELAS”
Florbela Espanca

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TRAVESSIA
Cortei céus azuis,
Singularmente azuis,
Transcendendo as amplidões...

Porém,
Nessa longa travessia
Sem me deixar acorrentar,
Descobri, 
Por entre os desvãos dos caminhos,
Que
“Sou neste mundo imenso a exilada”,
Coreografando dentre os ermos, 
O silêncio dum’alma errante,fatigada... 

Marilândia

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

MOTE MOTIVO 67





MOTE 67
“CARAVELAS”
Florbela Espanca
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VELEIRO DA SAUDADE

Saudades tantas...
“Onde velas de sonhos se rasgaram”,
E uma vez mais contam histórias
Que não mais existem...

Ecoando sons das mágoas,
A quebrar 
O mutismo lúgubre dos silêncios,
Dentre mares das in_decisões,
Alma cansada, ferida, pranteia...

Marilândia

COSTURANDO POESIA





"Perpetuando a nossa  vida
Num milagre de amor...”

Jô Tauil
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Sob deslumbramento
 De luxúria e gozo,
Em sacrossanto esplendor
Que a febre dos desejos aquebranta...

Assim,
Em noites augustas,
Bíblicas, serenas,
Pecados vagos, errantes,
Flutuam dentre volúpias e convulsões...

Marilândia