domingo, 28 de fevereiro de 2010

VERSOS EM TORVELINHO





VERSOS EM TORVELINHO




Ousadia ultrapassa vãs fronteiras
Vastos horizontes, novas descobertas
Emaranhados poemas em clareiras
Furtivos desafios escancaram portas



Pulula inspiração, latejam versos
A minha frente surge crucial caminho
Mesmo que nesse caminhar haja inversos
Mendigo sonhos num mar em torvelinho



Meus pensamentos tão soltos como a vida
Leves como o vento, livres como os pássaros
Apascentam agruras, transformam lida.



Luzes partem de mim, revelam a musa
Ao vir mundos que são somente zíngaros
Sinto-me desejosa de amar a brisa



"No louco torvelinho da memória, lembranças vêm e vão, consentidas umas, indesejáveis outras."


"O Mundo de Flora" (p.150)


Angela Gutiérrez







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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

LUARES BALDIOS







LUARES BALDIOS



Sem palavras revelo vãos sentimentos

Nua de emoção relevo vadias frustrações.

Nostálgica, afugento rudes momentos,

Ensandecida, componho mil e uma canções.


Entre trevas e luzes oculto segredos

Deixo entrever desejos escorregadios

Palco deslizante de torpes degredos

Cenário flamejante de luares baldios


Decoro meus sonetos, vagos talentos

Evocando raras ilusões em prelúdios

Volúpia raiando no ocaso dos ventos


Originalidade luzidia, sem par,

Vislumbre divino de ímpetos fugidios

Intimados sem saber o porquê, a esperar.


“Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias .”

Autor: Pessoa , Fernando

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

HARPEJOS D' ALMA





HARPEJOS D´ALMA



Nos acordes das emoções harpas dedilhadas
Flores despetalam na partitura d’alma,
Ressoando lágrimas em sinfonias rendilhadas
Melodia inacabada o versejar aclama .

Doce harpa arfando entre misteriosos delírios
Peregrina num melancólico templário
Alcatifado de perfumes - sonhos de lírios
Salmodiar de anjos - música de campanário

Sangrentas lágrimas enxugam triste agonia
Morrendo e abandonando nas trevas a ferida.
Apaixonadas quimeras clamam nostalgia

Cânticos de aveludados olhos cor de jade.
Devaneios entorpecendo a dor malferida
Refletem paisagem - cenário de ansiedade




“Seja meu livro então minha eloqüência,
Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa”

WILLIAM SHAKESPEARE


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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CONFISSÃO







CONFISSÃO




Não mais adianta

A voracidade dos desejos tudo confessou.



Sentimentos há tanto tempo encarcerados emergiram.

Falamos menos que sentimos,

Calamos mais que devíamos.



Fizemos do vidro de nossa paixão

O cristal que tentamos ocultar.



Polimos as verdades.



Em sôfrega claridade emergiu

A realidade nossa



Presenteamo-nos

Entre abraços de brisas sussurrantes de amores e fantasias.



Em noites de sol nossas bocas se beijaram

Nossos corpos se entrelaçaram em dias da lua.




"Se a luz é o primeiro amor da vida, não será o amor a luz da vida? O amor é a única paixão que não admite nem passado nem futuro. Poetas são todos aqueles que amam e sentem as grandes verdades e as dizem, e a verdade das verdades é o amor."



Pierre Bayle

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

QUANTAS VEZES...









QUANTAS VEZES...


Quantas vezes esperei por ti...
Quantas vezes enxuguei o pranto meu...
Quantas vezes denunciei meus sentimentos...

Quando percebi por esses vazios, minha solidão,
Redirigi meus pensamentos,
Persegui os sentimentos meus,
Perdi-me de vista nos confins da terra.

Totalmente inebriada,
Entontecida pelo inclemente vagar,
De uma bêbada inconsequência,
Afastei lembranças alastradas,
Reescrevi poemas
Com contornos das fumaças de meus vícios
Na esperança de um novo fato,
Nos sonhos de uma nova aurora boreal...


"Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias ."


Pessoa , Fernando

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

VIDA DEBAIXO DA TERRA










VIDA DEBAIXO DA TERRA





Beijam a arbórea nudez, jardins secretos

Recalcados e mudos, os amanheceres

O céu, inerte em olhares indiscretos

Flutua, reverenciando floresceres


Delírio do vento, carícias na brisa

Nesse gozo íntimo e fugaz, não completo

Em presságios e magias de profetisa

Por que se encontra somente lamento ?


Pintando versos nas retinas da tarde

Escorrega a vida debaixo da terra

Carrega em baços olhares um alarde


Tempo parado entre águas pedradas

Sentimento extemporâneo soterra

Despede sorrindo dores abortadas




“Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida .”


Autor: Pessoa, Fernando

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

MINUDÊNCIAS (POETRIX)








MINUDÊNCIAS (FOTOPOEMA)


Iridescentes flores
Purpurinam véus d’alma
Em alcatifa de sonhos levitam




"Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!"

FLORBELA ESPANCA

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

MOMENTOS





MOMENTOS


Na forma do tempo
Divinos desígnios escalei
Cânticos em busca de certezas entoei
Saudando ideais,
Acalentando sonhos iluminados .

Em vislumbres apaixonados,
Senti o calor da vida,
Qual flor noturna desabrochando
Aos raios do anoitecer.

Momentos de estonteantes sabores
Pensamentos vagando cambaleantes.

- Alma cantando ao som de harpejos de querubins -




"Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!"


FLORBELA ESPANCA

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

MELODIAS EM CHAMAS








MELODIAS EM CHAMAS




Melodias que aprisionam o tempo
Quando a escuridão se faz luz
Chamuscam as vestes d’alma
Reacendem sentimentos em solidão

Harpejos de sonhos entorpecem
Brumas do coração
Cadenciam pulsares das emoções.

Cenário em chamas
Desejos enfeitiçantes
Fantasias alucinantes.

Palco de volúpias
Corpos desnudados

Sinfonias sincopadas
Essências de íntimos segredos

-Gritos mudos da existência-


"Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

Felipe Cortelline Roque

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

FURTO D' ALMA





FURTO D´ALMA



Esta minha alma
Que me furtas
É a mesma que um dia te ofertei
Quando nossos eus se emaranharam
Naquele tempo longínquo
Que ainda ecoa no Universo.

Uma vez mais
Deixei que as palavras me desnudassem.

O poema se aproximava
Marcando o silêncio em desespero,
Varando a nudez das madrugadas,
Apalpando o vazio das secretas volúpias.

Sentimentos vivos incendiando nossos corpos
Amores translúcidos aquietando-se no crepúsculo

Paixão que nunca adormeceu,
Acasalava-se,vestindo-se de luz
Agasalhada entre as sombras do alvorecer.



“Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...”

FERNANDO PESSOA


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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

VIDA DEBAIXO DA TERRA// RAÍZES (MARILÂNDIA E ODIR)



VIDA DEBAIXO DA TERRA// RAÍZES (MARILÂNDIA E ODIR MILANEZ)



Beijam a arbórea nudez, jardins secretos
Recalcados e mudos, os amanheceres
O céu, inerte em olhares indiscretos
Flutua, reverenciando floresceres


Delírio do vento, carícias na brisa
Nesse gozo íntimo e fugaz, não completo
Em presságios e magias de profetisa
Por que se encontra somente lamento ?


Pintando versos nas retinas da tarde
Escorrega a vida debaixo da terra
Carrega em baços olhares um alarde


Tempo parado entre águas pedradas
Sentimento extemporãneo soterra
Despede sorrindo dores abortadas





RAÍZES



Um tronco tosco, desgalhado, peco,
ao sol exposto, desbotando a grama,
sem folhas e sem flores, rabisseco,
crestado esteio de que foge a rama.

Tronco desnudo, envelhecido, seco,
da vida vegetal último drama,
quem há de crer que mesmo assim resseco,
sua raiz um novo verde trama?

Um broto virgo brota ao tronco torto.
Ele que à vida semelhava aborto
traz no topo pecíolos bisonhos.

Que nos sirva esse tronco de conforto.
Jamais o nosso tronco estará morto
se raízes houver em nossos sonhos.


MARILÂNDIA E ODIR EM PARCERIA

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

HOJE // AGONIZANTE (DUETO DE MOCHIARO E MARILANDIA)




HOJE // AGONIZANTE


HOJE CAVEI A TERRA SECA DA SAUDADE// ESTREMECIDO POR LEMBRANÇAS
HOJE RASGUEI EM COVAS PROFUNDAS SEM DESTINO//A SOLIDÃO COMO ARCABOUÇO
HOJE SUGUEI OS RESTOS DE UMIDADE//SONHANDO QUE SE PERPETUASSEM
QUE SE FAZIA PRESENTE NAS GOTAS DERRAMADAS//DAS ESPERANÇAS FENECIDAS
DE UM CHORO SALGADO, PINGADOS, DEIXADOS//EMBEBEDADOS PELA ANGÚSTIA
NA ORIGEM DE SUA PARTIDA.//HORA DE AGONIA PROIBIDA

HOJE MATEI OS RESTOS EM GERMINAÇÃO//POLINIZANTES NO DESTINO
DE UMA FLORAÇÃO QUE RESTAVA// NO DECLÍNIO DA PAIXÃO
ARRANQUEI AS RAIZES QUE SE UNIAM EM ENTRELAÇOS//ENVEREDADOS N'ALMA


QUE NA SUA PRESENÇA PLANTAMOS.//EM MODULAÇÕES ESPONTÂNEAS

POEIRAS SE ELEVAM NUM RODOPIAR DOS VENTOS//EM SIBILAR UIVANTE
POLUEM O QUE MAIS PURO OUTRAS BRISAS TROUXERAM// INCURÁVEIS LEVEZAS
ENVENENAMOS A NATUREZA QUE NOS FOI CORTÊS//HOSTIL INGRATIDÃO
ONDE O ORGULHO INFANTIL QUE VOCE RISCOU//PERAMBULANDO NO VÁCUO
MANCHOU O MAIS PURO DIÁLOGO //POLUINDO DE ÓDIO A PAIXÃO.

IMPESTADO POR NÃO VIVERES DENTRO DE SI//ENTREMEADA PELA INSOLÊNCIA
A VERDADEIRA E CRUEL VERDADE//ENCARCERADA NO RECÔNDITO
DE UM SER AO SER LIVRE ATINGIR A LIBERDADE//LEVIANA,PASSAGEIRA
E COM ELA UMA FELICIDADE NO RESTANTE// EFEMERIDADE INÚTIL
DE UMA VIDA QUE SE AGLOMERA EM DESTRUIÇÃO.//ARRASTADA COMO RÉPTIL

HOJE MINHA MENTE VAGUEIA ENTRE AS MIGALHAS//DE UM CORPO ESGARÇADO
ESFARINHADAS, PISOTEADAS// ABANDONADAS,ESVOAÇANTES
DE UM ANTES ALIMENTO SÁDIO E BEM QUISTO//ANCORADO EM OFERTÓRIO
LEVADOS MUITAS VEZES AO SEU SABOR//EM DEDICAÇÕES SINGULARES
A MATAR A FOME DE SEU DESEJO//FRÁGIL FLOR CARNAL

HOJE RESTA UM AVISO QUE ME APRONTA// ALUCINAÇÃO PULSANTE
AO VER EM ARRASTO POR ENTRE AS PRESENÇAS//ESPECTROS FLUTUANTES
UMA TOTAL E TORTURANTE SOLIDÃO, AUSÊNCIA E INSEGURANÇA//INCÊNDIO INDESCRITÍVEL
A MARCAR-TE RISCANDO NO TEMPO UM FUTURO// ESVAÍDO DENTRE QUIMERAS
QUE EU JAMAIS DESEJARIA QUE ATINGISSE//JURAMENTO INABALÁVEL

MAS A PURA REALIDADE É PLANTADA E A COLHER,//NUMA VOLTA OFEGANTE
A FLOR QUE RESTAR, SENTIRÁ A AUSÊNCIA//CONFUNDIDA,PERPETRADA
ESSÊNCIA DO PERFUME QUE UM DIA MARCOU SUA VIDA.//NUM HÍBRIDO DE SONHO E PESADELO


mochiaro e marilândia

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PEREGRINAÇÃO



PEREGRINAÇÃO


De minh’alma tiraram os retalhos
No coração,as tiras da saudade
Tristeza perambula nos atalhos
Prostra-se clamando serenidade

Inexistentes toques de afeto
Permeiam as vãs sonoridades
Enlaçam-se no vácuo do peito
Adormecem vilãs ansiedades

Perseguindo sombras invisíveis
No silêncio das crueis distâncias
Nascentes de angústias abismáveis

Lençois encardidos de murmúrios
Choram desalentos, sugam ânsias
Em instantes alucinatórios

"Foges em companhia de ti próprio: é de alma que precisas de mudar, não de clima ."
Autor: Séneca

POEMINI 50







POEMINI 50

No universo da poesia
A luz do POEMINI


HOMENAGEM AO PAI DO POEMINI, RENATO BAPTISTA





"Seja a mudança que você quer ver no mundo."




Dalai Lama

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PURO DELÍRIO (SONETO)


PURO DELÍRIO



Pálida, ofegante, único e casual encontro
Alma festiva, coração sobressaltado
Roteiro ardiloso de cenário assaltado
Romantismo singrado pelo desencontro

Infames desatinos,cruelmente assombrada
Sabores insólitos de desobediência
Aventureira contumaz de impaciência
Num universo sentimental alquebrada

Contrapondo-se aos desígnios inexoráveis
Sedução aflorada,toques, sensações baldias
Fragrâncias, sentimentos em “bouquets” volúveis

A noite desceu em mim fazendo promessas
Revelou mistérios, cobriu-me de fantasias
Restaram cacos de artimanhas inconfessas

“Dado mesmo que as mulheres fossem imortais, nunca conheceriam o último amante ."

Autor: Lamennais , Hughes

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O POETA






O POETA


O poeta descreve o sol e a lua
Matiza com rimas fosforescentes
O balouçar incessante
Dos pulsares dos sentimentos.

Gotas miraculosas
Surpreendem nos arrebaldes das tardes crepusculares.

O poeta convida os enamoradoss
A viver a vida intensamente
Leves como a brisa,
Soltos como os sonhos,
Fazendo promessas,
Suspirando como estrelas.

Sedutores, vaidosos,
Os poetas colhem em prateleiras as ilusões,
Adormecem em insanos desejos amores devassos,
Tecem com os fios d’alma infinitos e murmurantes laços.



"Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas nuvens, deste céu? Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo, e nada mais. Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos e professores. Mas nem tu, nem eu, nem poeta algum sabemos o que é a poesia."

Garcia Lorca

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ETERNAMENTE (POETRIX)








ETERNAMENTE (POETRIX)

Aromas perpetuados
Ressuscitadas lembranças
Fragrâncias da saudade



"Só em linguagem amorosa agrada/
A mesma coisa cem mil vezes dita."

Mario Quintana

PELÍCULA DA VIDA







PELÍCULA DA VIDA (POETRIX)



Coreografia do destino
Memoráveis cenas
Ódio - paixão


"As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveria viagens nem aventuras nem novas descobertas."

Voltaire


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SÚPLICA (POETRIX)








SÚPLICA (POETRIX)


Arrabaldes do coração
Migalhas d’alma
Mendicantes



"A realidade é que não te amo com meus olhos que descobrem em ti mil falhas, mas com meu coração, que ama o que os olhos desprezam."

William Shakespeare


domingo, 7 de fevereiro de 2010

OS LÍRIOS MORREM À TARDE





OS LÍRIOS MORREM À TARDE


Cai a tarde!
Esplendorosa, nostálgica,
Adornada por fulgentes
Raios de sol.

A minha volta,
Tudo tem vida.
A felicidade invade
O meu ser.

Seara de flores
Viçosas.
Todas as cores.
O infinito azul do céu
Presenteia a natureza.

Pássaros em bando
Gorjeiam,
Saltitam,
Brindam o espetáculo
Que se espraia ao entardecer.

Lírios morrem à tarde.
Resplandecem ao alvorecer.
Feito arautos,
Anunciam o amanhecer.




"Dai-me rosas e lírios,
Dai-me flores, muitas flores
Quaisquer flores, logo que sejam muitas..."

ÁLVARO DE CAMPOS

CICATRIZES








CICATRIZES (POETRIX)

A adaga
Com que me feriste
É a mesma que te sangrará...

“Para quê alcançar os astros?! Para quê?! Para os desfo¬lhar, por exemplo, como grandes flores de luz!”

FLORBELA ESPANCA

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VIANDANTE



Versos não escrevo ,
Tampouco poesias.

Viandante em busca de palavras,
Tão somente palavras
Que revelem meus sentires
Que extravasem meus pensamentos.

Alma que chora,
Mãos que falam

Coração violeiro que canta o amor,
Que pranteia mágoas

Ensaios de uma dor aguda
Incrustada em quimeras.

Linhas que tracejam sentimentos
Desejos denunciam,
Segredos aviltam...



“Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!”

Mario Quintana - Espelho Mágico



Visit Casa da Poesia






ECLIPSE


Assim, como num eclipse
Eivados de essências reluzentes
É solidão...

Mais um dia que se apaga
Querendo o mundo apenas a se divertir

Ungida de glória
Ao usar magias e sortilégios
Escondida, desmaiada em tons pastel
Em louca fantasia, a mais pura ironia

-Agarrando-se a naufragar...-


“Não pondero, sonho. Não me sinto inspirado, deliro.”

FERNANDO PESSOA

CORO DE VOZES








CORO DE VOZES



Não basta fechar os olhos
A eternidade me assusta
Entre promessas e delírios
De varais estendidos
Coro de vozes da alma
Cantando comigo
Aplaudindo a vida minha.

“Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador.”

CLARICE LISPECTOR



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O RETRATO









O RETRATO



Nos versos
Fotografo pensamentos,
Ilustro sentimentos

No porta retratos da vida
Espelho mágoas, desilusões

Abrigo esperanças
Num mural de saudade.

Nalgum lugar de minhas esperanças,
As imagens sempre vivas
Das manhãs de minhas líricas,
Da ousadia de meus versos livres.

"Ecoa tua vista abandonada na reflexão desta imagem, contempla teu lamento no som que se lhe dá um acaso..."

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