COSTURANDO POESIA DIA 13 SETEMBRO
“Para que a palavra se desprenda com um arado sutil…” Jô Tauil ______________________________ Da terra negra e fértil do meu peito, Pois É preciso que a dor se torne útil E o silêncio se desfaça em preceito. Cada verso que nasce é cicatriz De feridas que o tempo não sara, Cada rima que brota, infeliz, É saudade que em lágrimas se depara… Ah, minha alma de mulher perdida Entre sonhos que morrem ao nascer! Como rosa cortada, desvalida, Vou sangrando palavras sem viver. Para que a palavra se liberte Do cárcere dourado desta carne, É preciso que a vida seja morte E que o amor em desespero se encarne. Vem, ó Musa de luto carregada, Traz teu manto de estrelas e de pranto, Que minha voz, por tanto amor calada, Ressurja em verso, em dor, em desencanto. Assim nascem os versos que me ferem: Do arado sutil que sulca a alma, Para que as palavras não pereçam, Guardando em si toda a minha vivalma. Marilândia

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