sexta-feira, 5 de setembro de 2025

COSTURANDO DIA 5 DE SETEMBRO

“Geratriz de tantas horas delirantes!” Jô Tauil ______________________________ Vago pela noite em sombras d’amargura, Buscando na lua pálida e distante O reflexo d’alma que em mim perdura. Sou feita de sonhos e de des_ventura, De lágrimas que o vento leva ao mar, Numa dança e_terna, louca e impura, Entre o ter e o nunca mais amar. Meu coração é chama que não arde, É sede que jamais se saciará, É primavera que chegando tarde Na solidão do outono morrerá. Ó, noites minhas, de insônia povoadas, Onde meu ser se perde em devaneio, Entre estrelas mudas e apagadas Que testemunham meu eterno anseio! Sou a que ama sem ser amada, Sou a que chora sem ter chorado, Sou dessa estirpe feminina, alada, Que nasceu para o eterno desencontrado. E assim vivo, entre a dor e a esperança, Tecendo versos com meu próprio sangue, Numa eterna e dolorosa dança Que só a morte um dia aplacará, enfim, exangue. Marilândia

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