terça-feira, 9 de setembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 9 DE SETEMBRO

“Mais chão para alcançar o Nirvana” Jô Tauil ______________________________ E menos céu nas mãos vazias, Eis que o sonho que me desengana Perdeu-se em névoas e agonias. Caminho ainda, passo a passo, Por sendas de incerta ventura, Onde cada novo embaraço Me ensina a arte da loucura. O coração, jardim de espinhos, Sangra em pétalas escarlates, Enquanto teço os meus caminhos Com fios de seda e combates. Ah, quantas vezes me pergunto Se vale a pena tanto andar, Se não seria mais do mundo Simplesmente aqui ficar. Mas algo em mim sempre sussurra Que a paz não mora no repouso, E a alma inquieta se apressura Em busca do que é mais formoso. Talvez o Nirvana não more Em templos de ouro e marfim, Mas na dor que se enamora Da beleza que há em mim. Piso o chão com pés descalços, Deixo que as pedras me machuquem, Pois nos pequenos sobressaltos A verdade pode que me toque. E se for preciso mais terra Debaixo destes pés cansados, Que venha a paz, que venha a guerra, Que venham todos os pecados. O Nirvana é um longo verso Escrito em letras de sofrimento, Um poema sempre adverso Ao nosso entendimento. Mais chão, sempre mais chão, Para que a alma se encontre, E nesta eterna procuração O infinito se demonstre. Marilândia

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