COSTURANDO DIA 18 SETEMBRO
“Em toda a convergência, hei de acender-te até que crepites” Jô Tauil ____________________________ Como uma estrela faminta na noite dos esquecidos. Hei de queimar-me em ti, feito pira secreta, No altar onde o desejo arde e se consome. És chama e tormento, luz e agonia, Vento que fere, silêncio que implora. No teu corpo encontro o enigma da dor, E no teu olhar, o abismo onde caio e me perco. Ah! Se soubera o mundo a febre que me consome, Teria medo da mulher que sorri nas cinzas. Pois em mim o amor é lâmina, é ferida, E cada beijo é morte que renasce em flor. Não me basta a ternura que os mortais conhecem, Quero o impossível, o indizível, o eterno. Quero o teu sangue a correr nos rios do meu verso, E o teu nome a rasgar a solidão do tempo. Se me negas, eu invento-te no sonho, Se me esqueces, eu grito-te no vento. E se me matas, eu regresso em chama, Mais viva, mais feroz, mais amante. Pois em toda a convergência, hei de arder contigo, Até que sejamos cinza no ventre das estrelas. Marilândia

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