quarta-feira, 20 de junho de 2018

(DES) CAMINHOS DA LOUCURA





MOTE 142
“ASSINALADO”
Cruz e Sousa
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(DES)CAMINHOS DA LOUCURA

Enfrenta, sorrindo, a vida que o atormenta,
Submergindo nas des_venturas que o torturam...

Nesse  mundo estranho
“Toda a audácia dos nervos justifica”
Tantas as loucuras num homem!

O caminho que ele próprio inventa
Desvenda seus monstros secretos
Numa insanidade clandestina
Alicerçada nas lúcidas fantasias,
Pois vê sempre uma enfeitiçada estrada
Nos (des)caminhos da insensatez...

Marilândia



MOTE 142




MOTE 142
“ASSINALADO”
Cruz e Sousa
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LOUCURA EM TOM MAIOR
Ao se derramar nos vales 
Sombras do anoitecer,
Suspirantes sombras,
Amores do vento suplicam
E
Fazem “que tu’ alma suplicando gema...”

Marilândia

SILÊNCIO DAS ALMAS



SILÊNCIO DAS ALMAS
Nas almas, em silêncio, contemplando,
Atrás de um belo mundo in_definido...

Vivendo numa oculta florescência
Ficam a cismar, enternecidamente...

Quanta volúpia, 
Quantos anseios, tantos!

Deslumbramento de luxúria e gozo
Porquanto,
Corações revivem a orgia das Paixões...

Marilândia

MOTE 142




MOTE MOTIVO 142
“ASSINALADO”
Cruz e Sousa
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DELÍRIOS
Na loucura de vícios atrevidos
Em cantos moribundos
Sem gozos sensuais,
Dentre vertiginosas fantasias
A apagar o lume das insanidades
E rebentando "em estrelas de ternura...”

Marilândia

FACES DA LOUCURA







MOTE 142
“ASSINALADO”
Cruz e Sousa
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FACES DA LOUCURA
Sangrando em riso, desdenhosamente,
Porém
Num torpor de coma,
Embalsamadas pela lentidão desses venenos,
Eis que assim não existe a convulsão da Vida...

E,
Meditando essas visões 
Que almas invadem
Num mortal isolamento,
Tudo se envolve numa amarga singularidade,
De Dor, de Saudade, de esquecimento,
Prendendo-se tudo em “extrema desventura!”

Marilândia

terça-feira, 19 de junho de 2018

COSTURANDO POESIA





“Meu combustível de amor
Ainda não acabou...”
Jô Tauil
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E num alucinado frenesi,
Suplico à torrente de orgias
Enquanto  as Esferas da ilusão transponho
Que me sirva de guia nos Caminhos,
Pois o velho coração arrebatado,
Preso por enlouquecidos arrebatamentos
Refugia-se nas quebradas,
Ocultando-se das astúcias intemeratas...

Marilândia




MOTE 142





MOTE 142
“ASSINALADO”
Cruz e Sousa

INTERROGAÇÕES

Tentando definir
O que nem mesmo eu
Compreendo,
E sem já mais nada
Para mim florir,
Viverei
Apenas das nostalgias,
Quais sombras dos outroras,
Brancas e sinistras,
Dentre clarões
Dos tenebrosos círios...

“Mas essa mesma algema de amargura”
Tem um brilho de lágrimas ilusórias...

Vivem nela segredos e mistérios!

Marilândia

FOTOPOEMA





FOTOPOEMA

Esbravejam
 Sintomas da saudade
Na aridez dos corações...

Marilândia

LÚCIDOS SONHOS



LÚCIDOS SONHOS 
Há em meus dias
Momentos e momentos...

Ora, arrancam-me lágrimas
Ora, acolhem-me com flores...

Meus monstros internos
Fecundados nos íntimos des_enganos,
Vagam, suspirando
Dentre frios véus das amarguras...

Nos turbilhões quiméricos das esperanças
Sob cortejo de alados cânticos
Condensam-se os sonhos
Qual doce afago desse mundo vão...

Marilândia

segunda-feira, 18 de junho de 2018

COSTURANDO POESIA






“Mostrando dois corpos nus
Faiscando ao sol...”
Jô Tauil
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Eis que,
Roída de um desejo infindo,
Contorço, convulso e insano,
As tensões mais diabólicas...

No entanto,
Não penso, não quero
Revelar segredo infernal...

E,
Numa prostração infinita
A ferro e fogo escrita,
Levo minha alma (des)falecida
A carregar o peso do silêncio
Até às margens do desespero!

Marilândia

MOTE MOTIVO 142





MOTE MOTIVO 142
“ASSINALADO”
Cruz e Sousa
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DESAFIOS DA LOUCURA

Vida palpitando na matéria
Com o peito de dor rompido,
Espiando janelas da alma
Sem paisagem,
Sem poesia...

“O louco da loucura mais suprema”

Marilândia 





MOTE 142





Mote 142
“Assinalado”
Cruz e Sousa
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LONGE DE TUDO
Na angústia de saber quem é,
Bebe a tristeza mórbida dos círios,
“O louco da loucura mais suprema...”

Precipita-se
Onde os poetas temem embrenhar-se,
Atravessa plagas sobranceiras
Dentre largos silêncios contemplativos,
Co’alma serena, fugidia,
Sorrindo aos céus,
Reverenciando
As azuis florescências da saudade...

E sonâmbulao dos trágicos flagelos
Num fundo de astral melancolia,
Vislumbra faróis das humanas des_venturas...

Marilândia

GEMIDOS ACORDES





GEMIDOS ACORDES

Doida sina 
Num peito em chamas...

Desflorados dias,
Emurchecidas noites...

Da existência, 
Sequer uma saudade...

Marilândia

CONVULSAS ÁGUAS




CONVULSAS ÁGUAS

Esgarçando
_____________O breu da noite,
Moribundos
____________Luares
Espraiam-se...

Desgrenhadas
____________Ondas
__________Matizadas 
____________De estrelas,
Perfumadas
Por Ilusões
Nos confins
Dos mares em convulsões, 
Vagueiam...

Marilândia


MOTE 142






Mote 142
“Assinalado”
Cruz e Sousa
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OBSESSÃO
Porquanto
Sob (des) ilusões
De mistérios em surdina
Vão se diluindo nas raras essências
Que em derredor perfumam
Desejos do poeta...

Restam tão somente 
Fragmentos duma vida transitória
Envolvidos em certa luz misericordiosa,
Por onde escorrem raios
Dum’alma ansiosa...

E,
Na sonolência de uma lua aziaga,
Saudades vagam,
Entoando melancolias doutras eras,
Tal poeta
Que povoa o mundo despovoado...

Marilândia

domingo, 17 de junho de 2018

MULTIPLIX



MULTIPLIX



MOTE 142





Mote 142
“Assinalado”
 Cruz e Sousa


FRIO SEPULCRAL


Agonizam nas inscrições
De versos mortos
“Os teus espasmos imortais de louco”
Quais pálidas, delirantes agonias...

Marilândia

COSTURANDO POESIA






“Por um amor
Por nós tão mal conduzido!”

Jô Tauil

Embora

“Em forma de amor solene
Com o universo a ascender...”

Miguel Eduardo Gonçalves
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Numa perseguição de lúgubres voragens
Tenazes, bizarras, sinistras, constantes...

E,
Lá do fundo negror de trevas plangentes
Trazem-nos os ventos negros calafrios
Numa fúria que punge , que lacera, que rasga
Quais gemidos, prantos, que no espaço morrem...

Dessarte,
Sob a febril agitação desse restolho
In_quieto, implacável desolamento,
Ondulando na universal Grandeza
Dentre tanta enigmática transcendência!

 Marilândia

MOTE 141






MOTE 141
“Verbo no infinitivo”
Vinícius de Moraes
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AO DESVENDAR MEU “EU”
Nos êxtases dos místicos
Braços soerguidos,
A visualizar a luz de eterna paz...

Sombria alma das cruéis des_esperanças
No vazio dos silêncios,
Vazio de tantas sombras várias!

Dentre taciturnos mistérios
In_sondáveis, soturnos segredos
A embriagar-me a alma
Como etéreos e rubros vinhos...

Ânsias, desejos, tudo a fogo escrito
A ironizar as próprias dores,
Ao romper as fúlgidas centelhas
Por entre enlevos e deslumbramentos,
Ao adentrar na força astral dos sentimentos...

“E começar a amar e então sorrir!”
Marilândia

FRAGMENTOS DUM POEMA





FRAGMENTOS DUM POEMA


Sonhos mergulhados no ardor da vida, no seio de preguiçosas nuvens navegam.



Versos de angústia rouca devaneiam, sobrevivendo à mórbida ruína...

Como se ocultam estrelas em céus infindos, míseros fragmentos ermos e sozinhos, ao sabor do vento adormecem.

Sinuosas alamedas a peregrinar no esgarçar de fantasias, pranteiam melancolias, ecoam fios do sol nos gritos do amanhecer...
Etéreas palavras num deleitoso vale, compõem torvas páginas que não se apagam...

Nessas horas pousam sombrios, fragmentos dum poema que nunca foi escrito...

Marilândia