quinta-feira, 29 de abril de 2010

AFINAL, QUEM SOU EU?...








AFINAL, QUEM SOU EU?...


Nem eu mesma sei quem sou
Ambulante peregrina ,
Vagueando sem destino...

Da luz, mensageira?
Ou de trevas, perambulante?

Dia que enegrece
Noite no tempo esquecida.

Ida sem volta,
Mirabolantes sentimentos.

Poeta das madrugadas
Em pensamentos ilhada.

Sou apenas razão,
Às vezes emoção

Parafernália de contradições
Em chamas alicerçada.

Sonhos desenho
Desilusões rabisco
Num tenebroso vai e vem
Resquícios de maremotos .



“E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho…E não sou nada!…”

FLORBELA ESPANCA

Marcadores:

domingo, 25 de abril de 2010

AH! O POETA!!!






AH! O POETA!!!



Poetar é alquimia
Olhares poéticos
A lírica constroem.

O poeta transubstancia
Aquilo que vê,
O que ouve,
O que cheira,
O que sente,
Em demente lapidação.

Nada é apenas o que é.
Das profundezas do ser,
Emerge o humus da poesia.

Metamorfoseia em versos
O mundo que o circunda.

Lê nas entrelinhas do universo,
A arte da nostalgia.

De mergulhos na intimidade,
Extrai licença poética,
Coloridas camadas sobrepondo.

Com sonoridades,
Entrelaça palavras,
Mescla onomatopéias,
Metomínias.

Faz de seu universo,
Particular seara,
Unindo versos,
Poetizando a prosa,
Em mergulhos no recôndito.

N’alma ressecada
Busca refrigério pra seu poemar.

Por vezes
Insubmisso às rimas,
À métrica leviano.

Coerência consigo mesmo,
De horizontes descortinador,
De encantamentos aferidor.





"Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas nuvens, deste céu? Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo, e nada mais. Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos e professores. Mas nem tu, nem eu, nem poeta algum sabemos o que é a poesia."



Garcia Lorca






Marcadores:

segunda-feira, 12 de abril de 2010

SENTIMENTOS EM DILÚVIO







SENTIMENTOS EM DILÚVIO


Laços que nos unem
Na simplicidade de sonhos
Indeléveis momentos
Revelam

Eternizados prazeres
No imo d’alma
Pensamentos lapidam
O coração apaziguam

Pela sedução
Enfeitiçadas,rosas
Nos lábios de rubi
Do teu sorriso.
Trazem à tona
Alucinações
De pinceladas tintas.


Dilúvio de sentimentos
Entranhas percorrendo...


_Delineadas fonte de desejos_





“Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente...”

VERGÍLIO FERREIRA





Marcadores:

quinta-feira, 8 de abril de 2010

EXISTIR VIVENDO// SONHOS VIAJANDO (DUETO DE JJ E MARILÂNDIA)






EXISTIR VIVENDO// SONHOS VIAJANDO (JJ E MARILÂNDIA EM DUETO)



Não faça planos pra viagem// Aguarde a esperança festiva da chegada
só abaixe as quatro janelas// E segure o tempo
deixe o vento ver seu rosto// Olhe fundo nos olhos dele
aproveite a paisagem// Passarela de sonhos
e pise fundo// Acelere as emoções
não tenha medo da estrada//Rompa o silêncio de suas inquietações
depois, se a ponte caiu,// Dê adeus à saudade
você salta o vão do rio.// Pule o muro dos segredos

Não temas balas perdidas// Nas tempestades de tormentas
ou mesmo as destinadas// Nos trechos dos sentimentos
que dependem de perícia// Longínquas cantilenas
pra acertar, se endereçadas;// Em voos rasantes
e mesmo assim// Na contra mão do destino
se viveu bem essa vida// Pise firme nesse chão
se te acertarem,// Nesse delinquente espaço
não é nada;// Desafios, apenas
só mudança de veículos//Transmutada rota
outro percurso// Permanece a beleza
outra estrada.// De ousadias permeada

Tanta gente que fez planos// Agricultores de sonhos
por anos// Espichados no tempo
e que ao final sucumbiu// Levados pelas enchentes
com medo de tudo isso,// Em desalento cairam
nunca correu na estrada// Em sentido oposto trafegando
e em pontes inspecionadas// Mentirosas obrigações
foi parar dentro do rio.// Carregando os sentimentos

Recuou quando afrontada// Trôpega, recalcitrante
e calada// Insônia galopando
teve seus sonhos roubados// Sepultados ao leu
e por fim quando partiu// No findar dos dias e noites
pro outro lado, só de ida;// Decisiva partida
descobriu tarde , a coitada,// Inutilmente,
que simplesmente EXISTIU,// Alheia aos roncos dos remorsos
jamais VIVEU essa vida!// INCONSCIENTE das horas


JOÃO BRAGA NETO E MARILÂNDIA

Marcadores:

quarta-feira, 7 de abril de 2010

LENÇOIS VAZIOS (poetrix)







LENÇOIS VAZIOS (poetrix)



Inquietos
No vazio dos lençois
Sedentos clamores




"Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também."


FLORBELA ESPANCA

HAIKAI XXIV












HAIKAI XXIV

Rubor da rosa
Coração fluorescente
Vinho tinto de luz


“Fizeste ninho em meus braços.
E eu fiquei sem saber, por momentos,
se devia te amar
ou te embalar...”

J.G. DE ARAÚJO JORGE

Marcadores:

terça-feira, 6 de abril de 2010

IMPUDORES (FOTOPOEMA)








IMPUDORES (FOTOPOEMA)



Afogadas sensações
Comportas d’alma
Em vigília





“Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!”

FLORBELA ESPANCA

Marcadores:

DELÍRIO (POETRIX)







DELÍRIO (POETRIX)



Vozes d’alma
Versos
Em sonata



“Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...”


FLORBELA ESPANCA

Marcadores:

SILENCIOSA LÁGRIMA (MINIPOEMA)








SILENCIOSA LÁGRIMA (MINIPOEMA)


Não mais a noite
Trazendo –te
Pro leito meu





“E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...”

ALMEIDA GARRET




CLEMÊNCIA (MINIPOEMA)








CLEMÊNCIA



Bastardas incertezas
Em mãos clementes
Diluídas



“Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!”

Florbela Espanca


Marcadores:

PRENDA (MINIPOEMA)








PRENDA


N’alma enlutada
Encarcerada rosa





“Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo ...”


FLORBELA ESPANCA

Marcadores:

HAIKAI XLI







HAIKAI XLI




Rósea florada
Desfolhadas pétalas
Sonhos de verão





"Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!"

FLORBELA ESPANCA

Marcadores: