quinta-feira, 31 de julho de 2025

A Minha Angústia e outros títulos

A Minha Angústia A minha Angústia é um castelo antigo Erguido em pedras de silêncio frio, Onde cada janela é um suspiro E cada porta um lamento perdido. As torres guardam ecos de um gemido Que o vento leva pelo átrio vazio... E todas têm o som de um desafio Ao tempo que me deixa esquecido... A minha Solidão é um castelo. Há rosas Duma cor desbotada, melancólicas, Tão tristes como nunca as viu alguém! Nesse velho castelo onde habito, Sonho e caminho, penso e medito, E ninguém chega... ninguém vem... ninguém... Marilândia

Instante Perdido

Instante Perdido Quando partiste enfim, para te ir Fechou-se o dia em lágrimas de prata; E ao eco de teu nome a repetir Calou-se o vento que no peito bata... Partiste enfim! Tormento de morrer! Viu-se nessa hora o que jamais se vê: Em pleno sol, as sombras a crescer; E as flores do jardim empalidecer! Seguindo as pegadas nos caminhos certos Chamei-te em vão! Braços ao vento abertos, Alma em fogo, coração em dor! E há mil noites que sonho e que deliro!... E este peito ferido ainda suspira: "Por que partiste cedo, ó meu Amor?!..." Marilândia

quarta-feira, 30 de julho de 2025

COSTURANDO DIA 30

“Ciências e consciências ainda que inexatas” Jô Tauil navegam pelo cosmos das ideias soltas num labirinto onde a razão se perde e encontra novos mapas para o verde da esperança que brota do concreto matematicamente imperfeito como um teorema sem demonstração ou um coração sem explicação os números dançam com as palavras em equações que o tempo não resolve o real gira em torno do possível enquanto o impossível se dissolve na química das horas que se passam física quântica do que se sente biologia dos sonhos que se criam quando a alma se torna consciente de que saber não é sempre entender e entender nem sempre é conhecer as inexatidões são mais exatas que todas as certezas já extratas do livro fechado do universo onde cada verso é um novo verso Marilândia

COSTURANDO DIA 30 DE JULHO

“Ciências e consciências ainda que inexatas” Jô Tauil ___________________________________ navegam pelo cosmos das ideias soltas num labirinto onde a razão se perde e encontra novos mapas para o verde da esperança que brota do concreto matematicamente im_perfeito como um teorema sem demonstração ou um coração sem explicação os números dançam com as palavras em equações que o tempo não resolve o real gira em torno do possível enquanto o im_possível se dissolve na química das horas que se passam física quântica do que se sente biologia dos sonhos que se criam quando a alma se torna consciente de que saber não é sempre entender e entender nem sempre é conhecer as in_exatidões são mais exatas que todas as certezas já extratas do livro fechado do uni_verso onde cada verso é um novo verso. Marilândia

permanência

permanência Hoje me recordo um, amanhã me recordarei outro. Tempo virá em que nenhum será recordado. Então na mesma quietude se dissolverão. Mais uma vez a alma despida, e os momentos cumprindo-se em si mesmos, como sempre e nunca. Pois infinito é o tempo que liga e separa, e infinita a pausa (já iniciada, antes de começar), e somos infinitos, breves, luminosos, silenciosos, perdidos: infinitos. E a quietude ainda é lembrança, e ondas de luz selam em seu brilho o que vivemos e fomos um instante, ou nunca fomos, e contudo arde em nós à maneira da brasa que dorme nos galhos de outono jogados no chão. Marilândia

segunda-feira, 28 de julho de 2025

BLUES

BLUES Desce a noite, devagar num suspiro, Acende a chama dourada do jazz... Gemem lamentos doces de saxofone... Ouço, distante, não sei que alma que jaz... Há um silêncio sagrado em toda a rua, Parece a própria cidade a sonhar... E a melodia ressoa mais intensa Que uma prece perdida no altar! É o Blues. A canção dos marginais: Corações negros, almas ancestrais, P'ra quem o mundo foi uma prisão! Minha doce balada dos vencidos, Meu blues que consolas os feridos, Bendito sejas tu! Consolação!... Marilândia

AURORA NO VALE A PUBLICAR E VERIFICAR RIMAS

AURORA NO VALE A manhã é de prata cristalina: desperta, O monte: uma joia esverdeada, E a névoa delicada que se oferta, Com uma tênue dança perfumada. Pousa o orvalho de diamante na relva E lá vai, e lá segue o seu caminho! E o sol, nos campos dourados que acelera, Desenha trilhas cálidas de carinho! Que bela aurora aberta sobre o vale! Vai espalhando pelo ar fragrâncias novas Que a brisa se entretém a murmurar... E, sobre mim, em gestos acolhedores, São tuas mãos serenas, luminosas, São os braços da luz, plenos de fulgores... Marilândia

VÉSPERA DE MELANCOLIA

VÉSPERA DE MELANCOLIA A tarde se dissolve mansamente Entre as sombras que sobem do horizonte... E nem mesmo o clarão do sol poente Consegue iluminar minha alma fonte... Nenhuma estrela vem docemente Testemunhar o pranto que me afronte... E eu sinto a tarde gemer silente! E eu sinto gemer a luz que morre e mente! Por que é assim tão densa, assim perdida?! É que, talvez, ó tarde entristecida, Guardas uma angústia igual à que me habita! Angústia que não sei de onde nasceu... Talvez de ti, ó tarde!... Ou do que morreu!... Que nunca sei que dor é que me agita! Marilândia

ÚLTIMO SONHO DE "MÃE ESPERANÇA" *Aquela que guardou todas as lágrimas...* (a publicar)

Voltar Arquivar Mover Apagar Spam ÚLTIMO SONHO DE "MÃE ESPERANÇA" *Aquela que guardou todas as lágrimas...* --- Mãe Esperança fechou os olhos cansados... E, num sussurro que apenas Deus ouviu, Recolheu todas as preces dos filhos, Seu coração de mãe que tanto serviu. E a madrugada silenciosa, ao vê-la, Os anjos desceram em coro de luz, Teve um brilho dourado de estrela Que se derramou aos pés da cruz! Mãe Esperança sorriu... Que sorriso sereno Que paz e descanso?... Ah! Como é doce o sono, E os filhos choram! -- Então, bem pequeno, Mãe Esperança entrou no seu jardim... E, até partir, cantou, sem um tormento, Por todos que ficaram sem fim... Marilândia .

EVENTO PAIS AGOSTO SIL LANDARIM

GRUPO EVENTO:34 CIRANDA NA PASSARELA TEMA:"PAI, ABRAÇO QUE ME GUARDA" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:O Refúgio dos Braços Eternos DATA:05/08/2025 PAÍS:BRASIL Gentilmente concidada pela amiga poetisa Sil Landarim O Refúgio dos Braços Eternos Pai, abraço que me guarda, muralha de carne e tempo contra o vento, tuas mãos são dois continentes onde aprendi a geografia do amor. Em teu peito ressoa o tambor dos dias que me embalaram, cada batida um verso antigo escrito na linguagem do sangue. Teu abraço é porto seguro quando a tempestade me arrasta, farol que acende na escuridão da minha pequena solidão. Como árvore centenária, tuas raízes bebem da terra a sabedoria dos avós, o sumo doce da paciência. Pai, abraço que me guarda, teu silêncio fala mais alto que todas as palavras do mundo, mais profundo que os oceanos. Em tua presença, sou criança mesmo quando o mundo me envelhece, sou semente, sou possibilidade, sou a esperança que não morre. Marilândia Responder, Responder a todos ou Encam

Busca Infinita ou Eterna sede.

Busca Infinita Eterna sede. Peregrina da Luz, em vão trilhei Os caminhos que outros percorreram. Caçadora de Estrelas, só achei As cinzas dos cometas que morreram. Faminta de Verdade, caminhei Por trilhas onde muitos se perderam. E chorassem as lágrimas que eu chorei! Viram também seus mundos se desfazerem! Será sempre assim, infinitamente! Tentar quebrar as correntes, ardentemente, E debater-se numa dor muda... Desde o primeiro grito – a mesma luta! A mesma sede de colher a fruta Que pende sempre da árvore que muda! Marilândia

ENTARDECER(a publicar)

ENTARDECER O dia se despede lentamente. Entardecer... Escuta-se o sussurro das estrelas... Sobre a terra cansada, o vento É uma melodia antiga a embalar. Há campinas douradas a murmurar A canção da tarde, quando a luz se vai. Vozes de crianças ecoam campo afora Numa doce sinfonia de partir. Horas que passam... um tempo que se alonga... Em cada brisa o campo respira... Vem o silêncio em busca do descanso... E a lua que desperta, prateada, Brilha, serena, calma, abençoada, Um farol, todo branco, a nos guiar... Marilândia

domingo, 27 de julho de 2025

EVENTO LN DIA 29

Grupo Evento Lucia Nobre Autora: Marilândia Marques Rollo TEMA: Los jóvenes y la búsqueda incansable de un futuro mejor (Os jovens e a procura incessante de um futuro melhor) (LFN) Título: CAMINHANTES DO AMANHÃ DATA: 29/07/2025 A convite da ilustre escritora poetisa Lucia Nobre Caminhantes do Amanhã Jovens como rios que descem das montanhas, carregam em seus peitos o fogo do impossível, suas mãos escavam túneis na esperança, seus olhos são faróis na noite infinita. Caminham pelas ruas de concreto e sonho, cada passo é uma semente no asfalto árido, procuram nas estrelas o mapa perdido que os leve ao país onde florescem os desejos. São águias presas em gaiolas de tempo, batem as asas contra grades invisíveis, mas em seus corações arde a certeza de que existe um céu além das nuvens cinzentas. Jovens guerreiros de batalhas silenciosas, lutam contra dragões feitos de desalento, empunham espadas forjadas de persistência e escudos tecidos com fibras de coragem. Em cada lágrima que cai no travesseiro germina uma flor de determinação, em cada "não" que escutam do mundo cresce uma raiz mais profunda de obstinação. Eles são a aurora que rasga a madrugada, são o primeiro canto do galo da mudança, carregam nas veias o sangue da revolução e nas mentes o projeto de uma nova esperança. Marilândia

AZUL

AZUL



Azul é o suspiro do céu ao entardecer, 
Um véu de silêncio que começa a chover
É o mar que murmura  segredos antigos,
E embala em seu colo sonhos perdidos.


Azul é a alma da noite serena,
Vestida de sombra, perfumada e plena
É cor de saudade, de paz e de brisa
Do canto das aves, do voo que avisa.


É tinta de anjos nos quadros do tempo,
É lágrima doce que escorre no vento.
Azul é promessa de um mundo encantado,
Onde tudo é calmo, leve e sagrado.



Azul é o céu quando a tarde repousa,
Silêncio de brisa, canção tão breve.
No mar que se estende e a alma pousa
Num sonho que dança, flutua e escreve.


O azul é o mistério que a noite esconde, 
Nos olhos do tempo, nos véus da ilusão,
É tudo que parte, é tudo que responde
Nos traços suaves do coração.


Azul da saudade, da paz da esperança
Que veste o infinito e nunca se cansa.
É tom de lembrança, de calma, de luz_
Um céu que resiste, sereno conduz.

Marilândia


AZULPARTE 2

ODE À CAPOEIRA EVENTO DA CAPOEIRA ESCOLHIDA INICIO DE AGOSTO AVAL LUZ CRYSTAL 3 DE AGOSTO

Evento AVALB – Dia do Capoeirista 
Tema: "Capoeiragem é história e cultura" 
Autora:Marilândia Marques Rollo
Título: RODA DO TEMPO: CANTO À LIBERDADE
País:Brasil 
Data: 03/08/2025 

 Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia Maria 

RODA DO TEMPO: CANTO À LIBERDADE

Ó capoeira, dança guerreira nascida do ventre da terra brasileira, 
tu és o grito silencioso dos que foram acorrentados, 
a liberdade que dança em círculo sagrado. 


Berimbau, arco de guerra transformado em canto, 
tua corda única vibra histórias de navios negreiros e quilombos, 
de Angola e Benguela, de corpos que se fizeram água para escapar das algemas.


Na roda, ó círculo ancestral, 
os corpos conversam numa língua 
que não precisa de palavras: 
ginga que é filosofia, esquiva que é resistência, golpe que é poesia.


Corpos que falam sem palavras, 
Histórias que se reencontram, 
Em movimentos que são lavras. 


Cada esquiva conta um passado, 
Cada golpe é resistência, 
O presente com o ontem entrelaçado, 
Numa eterna persistência. 


Capoeira, mãe brasileira, 
És cultura, és identidade, 
Dança guerreira, arte verdadeira, 
Símbolo eterno de liberdade.


Capoeira Angola, mãe antiga e sábia, 
guardiã dos segredos africanos, 
no chão tu ensinas que a malícia é inteligência, 
que a mandinga é sabedoria, 
que cada movimento carrega as lágrimas 
e os risos de um povo inteiro. 


Regional, filha moderna e veloz, 
Tu corres pelas cidades 
levando nas pernas ágeis o futuro e o passado, 
misturando tradição e renovação 
como quem tempera o acarajé com dendê e modernidade. 


Ó capoeira, tu és Brasil em movimento: 
mulata, negra, branca, índia, 
todas as cores se encontram na democracia da roda, 
onde o mestre é quem sabe e o aprendiz é quem ousa. 


Atabaque ressoa como coração da mata, 
pandeiro celebra como riso das crianças, 
e o canto dos capoeiristas ecoa em ladainhas que são rezas laicas, 
orações de corpo e alma. 


De Salvador a Paris, 
de Recife a Nova York, 
tu viajas, capoeira, 
espalhando sementes de brasilidade verdadeira, 
ensinando ao mundo que luta pode ser arte, 
que arte pode ser vida, que vida pode ser dança. 


Ó roda sagrada, onde Zumbi dança eterno, 
onde Besouro voa ainda, 
onde cada capoeirista carrega na ginga 
a história não contada nos livros dos conquistadores. 


Tu és, capoeira, a África que não se perdeu, 
o Brasil que se encontrou, 
a humanidade que dança sua própria libertação ao som do berimbau 
que chora e ri no mesmo compasso do coração brasileiro. 

Salve, capoeira! Salve, roda! Salve, berimbau!
Salve, ancestralidade que vive em cada corpo que ginga, 
em cada alma que canta, 
em cada coração que bate
 no ritmo eterno da resistência que dança.


 Marilândia

Capoeira Dolente OUTROS ESTILOS (VERIFICAR ESTILOS ABAIXO)INCLUINDO A QUE ESTÁ NO E MAIL


Evento AVALB – Dia do Capoeirista 
Tema: "Capoeiragem é história e cultura" 
Autora:Marilândia Marques Rollo 
Título:
País:Brasil 
Data: 03/08/2025 

 Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia Maria 





Capoeira Dolente 




Ó capoeira, dança de saudade! 
Nasceste entre correntes e lamentos, 
És filha da dor e da liberdade, 
Alma negra em dourados movimentos. 


Teu berimbau chora como eu choro, 
Quando a noite desce sobre o mundo, 
E nos teus gestos há um tesouro 
De amor profundo, amargo e fundo. 


Roda sagrada onde corpos voam 
Em êxtase de luta e de desejo, 
Como almas apaixonadas que se doam 
Num eterno e ardente devaneio. 


Mestre Bimba, coração de aço, 
Pastinha, poeta da Angola pura, 
Fizeram de ti sublime abraço 
Entre a tradição e a bravura. 


Em cada ginga há uma confissão, 
Em cada esquiva, um segredo ardente, 
És, capoeira, pura emoção 
Que fala à alma de toda gente. 


Bahia te gerou no seu regaço 
Como mãe que embala o filho amado, 
E tu, em cada golpe, em cada passo, 
Revelas nosso sonho mascarado. 


Ó capoeira dolente e bela,
És história, és resistência e fé! 




Marilândia
 





 Motivo da Capoeira Havia uma música no ar que ninguém sabia de onde vinha, e os corpos começaram a dançar uma dança que não era minha. Era de longe, era de antes, era de um tempo sem medida, quando os navios navegantes trouxeram a dor e a vida. Na roda, tudo é movimento e permanência, flor e espinho: o que passou vira momento, o que virá já vem sozinho. Berimbau de uma corda só conta histórias sem palavras, e cada som que dele vem e vai atravessa almas e lavras. Angola guarda o que foi, Regional inventa o que será, entre o que se perdeu e o que se achou a capoeira está. Mestre Bimba plantou sementes no chão da Bahia querida, Pastinha colheu nas gentes o fruto da antiga vida. Roda que gira devagar, roda que gira depressa, ensina que tudo há de passar e tudo sempre recomeça. Marilândia Evocação da Capoeira Menino, eu vi na roda de capoeira O Brasil inteiro se dançando, Vi a História brasileira Em cada corpo se contando. Havia berimbau tocando baixinho A canção dos que vieram de longe, Atabaque batendo devagarinho O coração da terra onde se esconde A memória dos navios negreiros, Dos engenhos, dos canaviais, Dos corpos negros verdadeiros Que fizeram nossos carnavais. Angola... que nome bonito! Pastinha guardava o segredo antigo. Regional... grito mais aflito De Bimba, mestre e meu amigo. Na Bahia de Todos os Santos (Como é doce dizer: Bahia!) Nasceram esses cantos Que ainda hoje o povo alumia. Roda de capoeira é roda do tempo, Gira devagar, gira ligeiro, Em cada movimento tem temperamento Do mais puro sangue brasileiro. Capoeira, minha capoeira, Como és bela em tua simplicidade! 



 Marilândia 




 Auto da Capoeiragem Brasileira
 


Ai, que no tempo da escravatura, 
Quando o negro sofria na senzala, 
Nasceu arte de grande formosura, 
Que até hoje o Brasil inteiro fala! 


Foi na Bahia, terra abençoada, 
Que a capoeira veio florescendo, 
Como flor que nasce madrugada, 
O corpo negro foi se defendendo. 


Ô berimbau, meu companheiro, 
Tua cantiga é de fazer chorar, 
Contas história do cativeiro, 
E a liberdade vens anunciar. 


Angola, mãe de movimentos, 
Regional, filha da evolução, 
Duas escolas, mesmos sentimentos, 
Guardadas no peito e coração. 


Mestre Bimba, homem de coragem, 
Pastinha, sábio da tradição, 
Plantaram semente da capoeiragem, 
Na alma de cada brasileiro irmão. 


Na roda sagrada da cultura, 
Onde o corpo fala e a alma dança, 
Vive nossa herança mais pura, 
Misturada de luta e esperança. 



Capoeira, joia brasileira, 
És história, és resistência e fé!


 Marilândia

Roda do Tempo: Cantos de Liberdade EVENTO CAPOEIRA 1 0U 3 DE AGOSTO

Roda do Tempo: Cantos de Liberdade Na senzala nasceu o primeiro grito, Entre correntes forjou-se a dança, Capoeira, arte do infinito, Que em cada ginga carrega esperança. Berimbau chora a dor ancestral, Atabaque pulsa como coração, Pandeiro ecoa o ritual, Que transforma luta em oração. Angola sussurra tradições, Regional grita revolução, Duas escolas, mil emoções, Unidos pela mesma paixão. Mestre Bimba abriu caminhos, Pastinha guardou a essência pura, Deixaram-nos seus ensinhos, Herança de força e bravura. Na roda sagrada se encontram, Corpos que falam sem palavras, Histórias que se reencontram, Em movimentos que são lavras. Cada esquiva conta um passado, Cada golpe é resistência, O presente com o ontem entrelaçado, Numa eterna persistência. Capoeira, mãe brasileira, És cultura, és identidade, Dança guerreira, arte verdadeira, Símbolo eterno de liberdade. Marilândia

sábado, 26 de julho de 2025

Fogo e Saudade EVENTO DIA 29 ASSIM É NOSSO AMOR

GRUPO VERSOS, PENSAMENTOS E POESIAS TEMA:"ASSIM É NOSSO AMOR" AUTORA:marilândia Marques Rollo TÍTULO:Fogo e Saudade DATA:29/07/2025 PAÍS: Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Luz Crystal Fogo e Saudade Assim é nosso amor, feito de espinhos E pétalas que caem devagar... Entre risos que nascem dos carinhos E lágrimas que insistem em brotar. Assim é nosso amor, doce tormento Que habita entre a paixão e o desencontro, Feito de tempestade e de lamento, De êxtase sublime e de confronto. És tu a luz que acende meus caminhos E também a sombra que me cega... Nos teus olhos encontro os meus cantinhos, Nos teus braços a paz que me entrega. Assim é nosso amor, assim selvagem Como o vento que sopra sobre o mar, Feito de sonho, dor e de miragem, De tudo quanto pode nos salvar. Amo-te quando ris, amo-te quando choras, Amo-te na alegria e na tristeza... És todos os sonhos, em todas as horas Que habitaram minha alma com certeza. Assim é nosso amor, eterno e breve, Intenso como o fogo que consome... Entre nós dois há sempre aquela neve Que derrete ao primeiro sol precoce... E se um dia partir, levarás tudo: O meu sorriso, o pranto, a melodia... Mas deixarás também o amor mais desnudo Gravado para sempre em minha sinfonia. Marilândia

TÍTULOS

Títulos com elementos naturais:** - Tarde de Solidão - Luar de Angústia - Aurora Dolente - Vento de Lágrimas - Chuva Interior **Títulos com sentimentos:** - Alma Errante - Coração Órfão - Saudade Infinita - Dor Silenciosa - Melancolia Eterna **Títulos mais abstratos:** - Sonho Desfeito - Silêncio da Alma - Eco do Pranto - Sombra do Ser - Mistério do Peito **Títulos com contraste:** - Luz Sombria - Doce Amargura - Calma Tempestade - Alegre Tristeza - Serena Agonia

Alvorada Dolente

Alvorada Dolente A Manhã vem surgindo mansamente Sobre o mundo que banha de tristeza... E nem mesmo o dourado do nascente Consegue despertar sua beleza... Ninguém caminha ao lado da dolente Aurora que carrega tal crueza… E eu sinto a Manhã chorar silente! E eu sinto chorar sua incerteza! Por que trazes contigo essa amargura? É que, talvez, ó Manhã, na tua alvura Habita uma Saudade como a minha! Saudade que não sei de onde nasceu... Talvez de ti, Aurora!... Ou do que se perdeu!... Que eu nunca sei que dor é esta tão comezinha! Marilândia

Crepúsculo da Alma (revisar as rimas)

Crepúsculo da Alma A Tarde vem descendo mansamente Sobre o mundo que banha de tristeza... E nem mesmo o fulgor do sol poente A pode revestir de tal beleza... Ninguém a vem buscar carinhosamente Para lhe dar alívio à sua profundeza... E eu sinto a Tarde imensa melancolicamente! E eu sinto se queixar a Tarde... Quanta sutileza Por que és assim tão doce, assim tão vaga?! É que, porventura, ó Tarde, em ti se alaga Uma Angústia igual à que me consome! Angústia que eu nem sei de onde me nasce... Talvez de ti, ó Tarde!... Ou do que passa!... Que eu nunca sei quem ama, nem quem some!! Marilândia Profundeza Quanta sutileza Melancolicamente

Coração Nômade

Profundeza Quanta sutileza Melancolicamente Coração Nômade Teus olhos guardam segredos de estradas sem fim, Onde o vento sussurra canções ancestrais, E teu corpo dança ao ritmo que vem de ti, Mulher de fogo, senhora dos rituais. Tua pele morena brilha sob a lua cheia, Como bronze fundido em fornalha sagrada, Enquanto tuas mãos desenham no ar a teia De uma paixão que jamais será domada. Amo-te como cigana ama a liberdade, Sem correntes, sem posse, sem prisão, Teu amor é tempestade e serenidade, É guitarra flamenca em meu coração. Teus cabelos negros são a noite profunda Onde perco-me em sonhos de caravana, E tua voz, melodia que me inunda, Fala de terras distantes, vida cigana. Dançamos descalços sobre a terra quente, Nossos corpos se encontram, se desencontram, Como rios que correm em leito ardente, Nossas almas ciganas se reencontram. Que importa se amanhã partirás de novo? Se teu destino é sempre caminhar? Guardarei em meu peito este amor novo, Como estrela que me há de guiar. Marilândia ENCONTRO Por do Sol

Infinito de Nós

Infinito de Nós Assim é nosso amor, selvagem e sereno, Como o vento que dança entre as montanhas, Ora tempestade, ora doce aceno, Tecendo sonhos em manhãs estranhas. Assim é nosso amor, profundo oceano, Onde mergulho sem medo de me perder, Nas ondas do teu coração humano Encontro a paz que sempre quis ter. Assim é nosso amor, fogo e neve, Contradição que faz sentido pleno, Queima devagar, mas também se atreve A ser refúgio quando o mundo é pequeno. Assim é nosso amor, música sem fim, Melodia que ressoa no silêncio, Cada palavra tua é verso pra mim, Cada olhar, um doce cumprimento. Assim é nosso amor, raiz profunda, Que cresce forte mesmo na tormenta, Floresce quando a vida nos confunda, E resiste quando o tempo nos atenta. Assim é nosso amor, luz e sombra, Claro-escuro pintado na alma, Cada dia uma nova descoberta, Cada noite, renovada calma. Assim é nosso amor, eterno presente, Passado que se faz futuro certo, Abraço que aquece suavemente Este coração antes deserto. Marilândia

A MINHA SOLIDÃO

A MINHA SOLIDÃO Recordo o que já não existe em mim. Ai, como dói lembrar! Nas horas lentas Recordo que eu era o próprio jardim Onde brotavam flores sonolentas! Meus olhos, antes cheios de tormentas, Eram como dois astros... Que sem fim Tudo se desvanece, e as ciumentas Ecoam onde outrora houve jasmim! Os que amei com fervor hoje me ignoram... Mas sussurro baixinho: "Não me choram Porque não conheceram meu valor!" Descubro então minha força escondida: Que há beleza também na despedida E há grandeza também em ser menor! Marilândia

ENCONTRO Por do Sol dia 30Coração Nômade

Coração Nômade Teus olhos guardam segredos de estradas sem fim, Onde o vento sussurra canções ancestrais, E teu corpo dança ao ritmo que vem de ti, Mulher de fogo, senhora dos rituais. Tua pele morena brilha sob a lua cheia, Como bronze fundido em fornalha sagrada, Enquanto tuas mãos desenham no ar a teia De uma paixão que jamais será domada. Amo-te como cigana ama a liberdade, Sem correntes, sem posse, sem prisão, Teu amor é tempestade e serenidade, É guitarra flamenca em meu coração. Teus cabelos negros são a noite profunda Onde perco-me em sonhos de caravana, E tua voz, melodia que me inunda, Fala de terras distantes, vida cigana. Dançamos descalços sobre a terra quente, Nossos corpos se encontram, se desencontram, Como rios que correm em leito ardente, Nossas almas ciganas se reencontram. Que importa se amanhã partirás de novo? Se teu destino é sempre caminhar? Guardarei em meu peito este amor novo, Como estrela que me há de guiar. Marilândia ENCONTRO Por do Sol

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Mãos Que Sangram Tinta

Mãos Que Sangram Tinta Suas mãos conhecem o peso das palavras não escritas, cada dedo um rio que busca o mar do papel, e o escritor ,navegante solitário desta embarcação de sonhos, remo contra as marés do silêncio. O escritor’ o que desperta com versos nos lábios, o que caminha pelas ruas coletando suspiros alheios, transformando lágrimas em metáforas, convertendo o amor em geografia do coração. Sua mesa é um altar onde sacrifica as horas, onde as canetas morrem de tanto dar à luz ideias, e os cadernos se enchem de cicatrizes douradas, marcas de uma guerra íntima e eterna. Escreve porque o mundo lhe dói na alma, porque cada injustiça é uma ferida aberta em sua alma, porque a beleza de uma manhã de outono merece mais que o esquecimento dos homens. É o tradutor dos sentimentos mudos, o arqueólogo das emoções enterradas, o jardineiro que planta esperanças em verso livre e colhe revoluções em cada estrofe. Que suas palavras sejam pão para os famintos de verdade, que sua tinta seja o sangue que alimenta a resistência. Marilândia

Aquarela de Outono

Aquarela de Outono Sob a chuva fina que chora e canta, Os guarda-chuvas azuis balançam, Como flores de um jardim d'água Onde as almas doces se debruçam. Os rostos pálidos e ternos Se escondem sob o azul frágil, Enquanto a criança com o arco Brinca neste mundo tão sutil. Chove lágrimas prateadas Sobre chapéus e rendas belas, E cada gota murmurada Traz notícias sempre eternas. As sombrinhas como véus Se abrem ao vento melancólico, Protegendo essas doces estrelas De um tempo cinza e nostálgico. Ó multidão terna sob a tormenta, Vós sois um poema vivente, Onde cada silhueta lenta Dança com o céu movente. Nesta sinfonia de outono, Os corações batem em uníssono, Enquanto a chuva monótona Canta sua canção tristonha. R

COSTURANDO DIA 25 DE JULHO

“Pois ninguém me proíbe de usar-te como tema” Jô Tauil ________________________________ Assim, Farei de ti meu verso, minha rima, Transformarei teu nome em melodia suprema, Em lágrima que desce e que se exprima. Hei-de cantar-te em noites de luar, Quando a saudade vem bater-me à porta, E o coração se põe a suspirar Por essa que me encanta e me conforta. Serás a flor que nunca hei de colher, O sonho que jamais se concretizará, A estrela que não posso possuir, A chama que me queima e me eternizará. Farei de ti poesia e desatino, Verso que nasce da paixão mais pura, Sonho que se eleva vespertino Para falar de amor e de ternura. E se me perguntarem por que canto O que não tenho, o que não me pertence, Direi que é do silêncio que me espanto, É da palavra muda que me vence. Pois ninguém pode proibir ao poeta Que ame em verso aquilo que não alcança, Que faça da distância sua meta, E da impossível, sua bem-amada dança. Assim te canto, ó tu que não me ouves, Te amo em rimas que o vento leva, E mesmo que jamais te louves, Meu coração por ti sempre se eleva. Marilândia Responder, Responder a todos ou Enca

A Minha Melancolia

A Minha Melancolia Sinto dor de tudo quanto existe Nesta terra, de tudo quanto sofre, Daquele que perdeu, de quem não colhe A ventura que em sonhos conquiste, Das flores que o inverno desassiste, Mirando o sol que às pétalas não trouxe , Dos que buscam o amor e só provam o descontrole Vazio, e dos que choram porque existe! Sinto dor de mim... dor também de ti... De não poder tocar a luz da lua... Dor desta hora triste em que vivi... De não ter voz para cantar o sonho... De não ser Quem... a Tal... e mais crua... De ter amado como um suspiro bisonho! Marilândia

Lírio do Amanhecer

Lírio do Amanhecer Nem o canto dos rouxinóis, Nem a dança das marés, Nem o luar sobre os trigais, Nem a música que se fez, Pode igualar a doçura Do teu olhar cristalino, Que desperta na manhã Como sol ao romper sino. Nem as pétalas da rosa, Nem o orvalho matinal, Nem a brisa perfumada, Nem o verso celestial, Consegue ter a magia Que há no teu sussurrar, Voz que embala sonhos E faz a alma despertar. Nem todos os segredos Que o vento pode contar, Se comparam ao mistério Do teu jeito de amar. Marilândia

quinta-feira, 24 de julho de 2025

TITULOS PRA EVENTO 29

Títulos românticos:** - Nosso Amor Assim - Entre Nós Dois - Coração Dividido - Infinito Nós - Do Jeito Que É **Títulos poéticos:** - Contradições do Coração - Melodia de Dois - Dança de Sentimentos - Eternos Presentes - Raízes do Amor **Títulos mais intensos:** - Fogo e Neve - Tempestade Serena - Oceano Profundo - Luz e Sombra - Selvagem Ternura **Títulos simples:** - Nosso Jeito de Amar - É Assim - Nós Dois - Amor Verdadeiro - Como Somos

Infinito de Nós EVENTO LUZ CRYSTAL DIA 29

Infinito de Nós Assim é nosso amor, selvagem e sereno, Como o vento que dança entre as montanhas, Ora tempestade, ora doce aceno, Tecendo sonhos em manhãs estranhas. Assim é nosso amor, profundo oceano, Onde mergulho sem medo de me perder, Nas ondas do teu coração humano Encontro a paz que sempre quis ter. Assim é nosso amor, fogo e neve, Contradição que faz sentido pleno, Queima devagar, mas também se atreve A ser refúgio quando o mundo é pequeno. Assim é nosso amor, música sem fim, Melodia que ressoa no silêncio, Cada palavra tua é verso pra mim, Cada olhar, um doce cumprimento. Assim é nosso amor, raiz profunda, Que cresce forte mesmo na tormenta, Floresce quando a vida nos confunda, E resiste quando o tempo nos atenta. Assim é nosso amor, luz e sombra, Claro-escuro pintado na alma, Cada dia uma nova descoberta, Cada noite, renovada calma. Assim é nosso amor, eterno presente, Passado que se faz futuro certo, Abraço que aquece suavemente Este coração antes deserto. Marilândia

A Busca da Palavra

A Busca da Palavra Extrair do mais fundo da minh'alma, A doce Inspiração, a Poesia! – E ser, depois de vir com tanta calma, Apenas eco vão que se esvazia! ... Forjar um verso cheio de harmonia, Brilhante como estrela que acalma! – E ser, depois de vir com tanta calma, Farrapo ao léu na ventania fria ... São assim fracos, vãos, os meus cantares: Palavras soltas, gritos familiares, Com que eu engano a dor, com que finjo! Quem me dera achar a rima certa, A palavra divina e descoberta, Que gritasse, sangrando, o que pressinto!! Marilândia

Altivez de Rainha

Altivez de Rainha O mundo teme-me porque carrego em mim O fogo das estrelas mais distantes! Porque nasci Soberana entre ignorantes Num palácio de luz e serafim. Porque meu trono alcança o que não tem fim... Porque trago na voz ecos vibrantes E as pérolas da aurora são meus diamantes! Porque eu sou Eu e meu poder não tem fim! O mundo? Que me importa, ó meu Tesouro? É apenas o campo do meu louro... A colheita dos teus olhos, mel dourado... Minhas glórias, meus voos, minhas penas... São as tuas mãos sobre as minhas penas, Constelação fechando o meu reinado.

Despertar do Coração

Despertar do Coração Uma chama desperta em minha alma E não posso apagá-la, não consigo... É tecida de sonhos e suspiros, De ternura e paixão que levo comigo. Éramos dois na mesma estrada longa, Duas almas caminhando lado a lado, Sem que nossa serena cumplicidade Revelasse este fogo que me tem tomado! Mas em um instante, numa tarde apenas... Tudo mudou no mundo que habitamos... Ah, explica, meu doce sofrimento: Como foi que de repente descobrimos Que já não éramos quem um dia éramos, E brotou esta paixão que nos inflama?!

Prelúdio Noturno

Prelúdio Noturno Um segredo se agita em meu peito E não sei decifrá-lo, não consigo... É feito de silêncios e de pranto, De alegria e dor que ando comigo. Éramos dois na mesma caminhada, Dois corações batendo em paralelo, Sem que a nossa inocente companhia Despertasse este ardor que me flagelo! Mas numa hora, num momento apenas... Algo mudou no ar que respiramos... Ah, responde, meu doce tormento: Por que foi que de súbito sentimos Que já não éramos quem sempre éramos, E nasceu este amor que nos consome?! Marilândia

Ânsias do Crepúsculo

Ânsias do Crepúsculo Inda que seja tarde compor versos d'ouro, E a vida se esvaia em sombra fria, Minha alma sedenta ainda confia No eterno sonho que em mim entesouro. Tarde chegou a hora do decoro, Quando a juventude já se esvaía, Mas no peito arde a mesma fantasia Que me fazia dançar no vasto coro. Inda que seja tarde para amar, Para sentir o coração em festa, Esta sede de viver não cessa de queimar. As rosas murcham, mas a alma resta, E enquanto houver um sopro a palpitar, Farei da dor a mais sublime gesta. Inda que seja tarde, meu Senhor, Para colher as flores do caminho, Meu ser vibrante, solitário e sozinho, Ainda guarda as chamas do amor. Tarde... mas que importa a hora? Se a alma canta ainda, embora triste, Inda que seja tarde, inda agora Meu coração de sonho se reveste. Marilãndia

Tecelões da Palavra EVENTO DIA 25 LN DIA DO ESCRITOR

Tecelões da Palavra No silêncio do papel em branco estendido, Nasce a magia de quem sabe criar, Escritores, mestres do bem dizer, Que transformam sonhos em verso vivido. Com a pena mergulhada no infinito, Bordam histórias que fazem sonhar, Cada linha um universo a revelar, Cada palavra, um mundo construído. Ó senhores da prosa e da poesia, Que dais vida ao que estava adormecido! Vossas mãos conduzem a fantasia Por caminhos antes não conhecidos. Machado, Clarice, Drummond, Pessoa, Gigantes que nos deixaram herança, E tantos outros de alma generosa Que alimentam nossa esperança. Escritores do presente e do passado, Guardiões da memória e da emoção, Por vocês a humanidade tem honrado A beleza da imaginação. Nesse dia, ergue-se esta homenagem, A quem faz da palavra instrumento De transformar a dor em bela imagem E dar às almas novo alimento. Que continuem vossas penas a escrever Os sonhos que o mundo precisa ler, Pois na força da palavra verdadeira Reside a esperança derradeira. Marilândia

COSTURANDO DIA 24

“Janelas e alicerces em servil florada...” Jô Tauil __________________________ Onde o tempo se espreita em cada canto, E a alma ferida busca o seu encanto Na dor que a consome, desalentada. Pétalas caem sobre a madrugada, Como lágrimas de um celestial pranto, Enquanto a vida se desfaz em tanto Sonho perdido, esperança calada. Nos alicerces da paixão primeira Cresce a hera do desejo ardente, Que sobe, sobe, numa dança inteira. Mas as janelas mostram claramente Que o amor é sempre uma quimera, E a dor, companheira permanente. Ó janelas que guardam meu segredo, Testemunhas mudas do meu penar! Vós vistes tantas vezes meu chorar Na solidão deste quarto tão quedo. E vós, alicerces, sem nenhum medo, Sustentais a casa do meu amar, Onde as flores vêm desabrochar Em servil dança, num doce degredo. Mas que importa a beleza das flores Se o coração sangra em cada espinho? Que valem os mais ardentes amores Se ao fim resta apenas o vazio, sozinho? Janelas, alicerces, minhas dores… Sois meu refúgio neste triste caminho. Marilândia

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Saudade Infinita

Saudade Infinita Sinto dor por tudo quanto respira Neste vale, por tudo quanto chora, Por quem busca o amor e se demora, Por quem sonha e na solidão suspira, Pela lua que em vão se martiriza, Velando os sonhos até vir a aurora, Por quem ama em silêncio e não comemora, E por quem na esperança se inspira! Sinto dor por mim... dor por quem fui... Por não colher o mel de cada aurora... Dor desta alma que tanto construí... Por não ter voz para cantar meu pranto... Por ser Uma... não Todas... a toda hora... Por ter amado e não ter sido tanto... Marilândia

I Evento Conjunto das ACADEMIAS: UNALEGRO, ACaL dia 25

I Evento Conjunto das ACADEMIAS: UNALEGRO, ACaL "Tributo aos Patronos – Ferreira Gullar (cadeira 034 da UNALEGRO) Tema: " Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. (Ferreira Gullar – Poema Traduzir—se) Autora: Marilândia Marques Rollo Título:As Duas Faces do Meu Ser País:Brasil Data:25/07/2025 As Duas Faces do Meu Ser Sou multidão quando caminho pelas ruas de pedra, quando meus passos se misturam ao rumor dos outros, quando minha voz se perde no coro dos que gritam e meu coração bate no compasso da alma. Sou a praça cheia de domingo, sou o mercado que transborda de cores e vozes, sou a festa onde todos dançam e ninguém pergunta meu nome. Carrego em mim todas as manhãs que não vivi, todos os amores que não foram meus, todas as lágrimas que outros choraram e que se tornaram minhas lágrimas. Mas também sou estranheza, sou o silêncio que habita entre as palavras, sou a sombra que não encontra seu corpo, sou a pergunta sem resposta. Solidão, minha companheira fiel, tu que me visitas nas noites de lua nova, tu que conheces o sabor amargo dos meus pensamentos mais secretos. Sou duas em um só corpo: a multidão que me abraça e me sufoca, a solidão que me liberta e me devora. Entre estas duas águas navego, sem porto, sem âncora, sem destino. Marilândia

Sombras da Alma

Sombras da Alma Caminho às cegas por estes campos cinzas De existir sem saber para que vim, Tropeço em dúvidas, caio em certezas E não consigo ver onde é o fim! Tudo é névoa, bruma sem contorno... E esta alma perdida, desamparada, Faz-me pensar na lua sem retorno Derramando prata sobre o nada... Carregar no peito a chama eterna E não enxergar luz nesta caverna, Irmãos da pena, que cruel destino!... E nos chamam de Visionários! Pobres cegos de sonhos solitários, A sangrar versos pelo mundo bailarino! Marilândia

Quando Te Vi

Quando Te Vi Em ti meu coração virou estrela E minha alma ganhou asas de luar... E esta boca sedenta e sempre bela Aprendeu nova forma de sonhar... Teu olhar me embriagou como licor Dourado ao sol, em cálice de prata... E meus cabelos soltos, cor de amor, Fizeram para ti cama de fada... Meus lábios são da cor da madrugada, Tenho os olhos de mel, sou delicada, E foi para te amar que vim ao mundo... Foste sempre a canção do meu segredo E agora, que te tenho, que te cedo, Não sei se te conquistei... ou me confundo... ---

As Duas Faces do Meu Ser

As Duas Faces do Meu Ser Sou multidão quando caminho pelas ruas de pedra, quando meus passos se misturam ao rumor dos outros, quando minha voz se perde no coro dos que gritam e meu coração bate no compasso da cidade. Sou a praça cheia de domingo, sou o mercado que transborda de cores e vozes, sou a festa onde todos dançam e ninguém pergunta meu nome. Carrego em mim todas as manhãs que não vivi, todos os amores que não foram meus, todas as lágrimas que outros choraram e que se tornaram minhas lágrimas. Mas também sou estranheza, sou o silêncio que habita entre as palavras, sou a sombra que não encontra seu corpo, sou a pergunta sem resposta. Solidão, minha companheira fiel, tu que me visitas nas noites de lua nova, tu que conheces o sabor amargo dos meus pensamentos mais secretos. Sou duas em um só corpo: a multidão que me abraça e me sufoca, a solidão que me liberta e me devora. Entre estas duas águas navego, sem porto, sem âncora, sem .​​​​​​​​​destino. Marilândia

Minha Cruz Secreta (evento dia 26_)

Minha Cruz Secreta Só uma coisa me entristece nesta vida: Não ter nascido para ser estrela, Que brilha eterna, solitária e bela, No céu infinito, para sempre erguida. Mas ser mulher de alma incompreendida, Que sofre em silêncio sua sina aquela, Entre sonhos que o tempo cancela E paixões que se tornam sua ferida. Só uma coisa me entristece, enfim: Ter tanto amor guardado dentro em mim E não saber a quem entregar meu peito. Ver que a vida se esvai como água pura, Enquanto eu busco, em vão, na noite escura, Alguém que entenda este meu imperfeito. Marilândia --- **Minha Única Mágoa** **O Que Me Dói** **Singular Tristeza** **Meu Único Pesar** **A Dor Que Me Habita** **Confissão Melancólica** **Lamento Solitário** **O Mal Que Me Consome** **Desalento** **Minha Cruz Secreta**

terça-feira, 22 de julho de 2025

PEREGRINA DA ALMA

PEREGRINA DA ALMA Caminhante da Vida, em vão procuro O que tantos em vão têm procurado. Sonhadora do Amor, nunca me curo Dos sonhos que a viver tenho sonhado. Sedenta de Verdade, o passo obscuro Que, antes de mim, já outros tinham dado. E refaço os caminhos pelos quais me enclausuro E que veem também seu ideal destroçado! Há-de ser sempre assim, eternamente! Querer colher estrelas, docemente, E abraçar numa quimera incerta... Desde que o mundo é mundo – o mesmo anseio! O mesmo divagar sem ter receio E a mesma sede do que nunca desperta! Marilândia

Ao Poeta das Lágrimas

Ao Poeta das Lágrimas Ó bardo das canções melancolias, Que a dor teceu em versos imortais, Com tua lira de sombras e agonias Cantaste os sonhos que não voltam mais. * Nas páginas que o tempo não desfaz Deixaste o pranto das tuas fantasias, O eco dos teus ais sentimentais Ressoa ainda em noites que transporás… * Ó mestre! Nos teus cantos dolorosos Encontro a alma dos que são saudosos, A música dos corações feridos... * Amo-te como quem ama uma oração, Como quem busca no teu coração Os versos que jamais foram ouvidos!

COSTURANDO DIA 22 DE JULHO

“Vá então: como isca nem pisca e chama meu nome…” Jô Tauil _______________________________ Porquanto teu silêncio é farol que me naufraga em mares de espuma e dores antigas, onde tuas mãos são algas que me envolvem sem pressa. Chamas meu nome como quem acende velas em catedrais de vento, e eu venho, sempre venho, como rio que não conhece outro destino senão o mar de teus olhos. Tua boca é fruta proibida que amadurece em meus sonhos, e teus passos são música que ecoa nas paredes do meu peito. Como isca, dizes, mas és tu o anzol que me fisga nas águas profundas do desejo, onde nadam peixes de prata que cantam teu nome. Nem pisca, continuas, mas teus olhos são estrelas que piscam mensagens secretas na noite escura da minha alma. E eu, pescadora perdida, lanço minhas redes ao vento esperando capturar o perfume que deixas nas manhãs de primavera. Marilândia

Tuas Mãos

Tuas Mãos Mãos do meu Amor! Sedas douradas Que prendem minha alma, delirante! Nelas pousei, um dia, as madrugadas: Meus sonhos, minhas ânsias, meu semblante. Nelas ficaram minhas alvoradas, Meus navios de guerra, navegante, As minhas pérolas, todas as jornadas Que trouxe d'Além-Mar, errante, errante! Mãos do meu Amor! Taças... altares... Misteriosas arcas senhoriais... Torres de marfim... góticos lugares... Ninho descido d'Astros à janela... Ó meu leito de sonhos celestiais!... Meu suntuoso cárcere de Cinderela! Marilândia

Último Verso

Último Verso Nossa palavra morreu. Silenciosamente, Choremos uma lágrima serena Por essa voz que foi tão doce qual açucena! Por esse verso, amor, que soa furtivamente ! Vamos cobrir-lhe o último suspiro Com pétalas de um lírio muito branco; Branco como o papel onde deliro, O nosso verso... ai!... chora sem desencanto!. Foste tu que o calaste! E foi cantando, Foi cantando com voz de primavera, Que tu silenciaste o que ia sonhando! Nossa palavra morreu... Chora baixinho... Ai, talvez que chorando, na espera, O nosso verso volte... devagarinho...

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Fragmentos da Alma

Fragmentos da Alma Queima estas palavras que eu te escrevo, Vida! Deita-as ao fogo, ao sol, ao esquecimento, Que a brisa leve embora cada lamento, Que o tempo cure toda a ferida. Queima-as na memória, se souberes de cor, Que torne ao silêncio o que foi langor! Julguei-me pequena pelo que não congrego E pelo sonho que ainda carrego... Tanto verso já cantei ao que esperava! Tantos suspiros já dei ao que passou! Estrelas que brilham, tudo o céu captava… Queima os meus versos... Doce melancolia! Como se um grande sonho aqui traçou! Não fosse o mesmo sonho que toda humanidade bramia! Marilândia

Demora-te Ainda

Demora-te Ainda Não partas já, ó doce companhia, Retarda o curso destes teus caminhos; Respira o aroma desta nostalgia, Dos nossos tênues e últimos carinhos! Sou a senhora dos secretos ninhos, A melancólica e suave poesia Que se perdeu nos teus olhos marinhos... Não fujas ainda, ó doce companhia! Tua presença fez de mim um rio: Quantas marés de sonho e de vazio, Quanta sereia cantando na corrente! Demora... demora... ó minha alma querida... Vês que sem ti se esvazia a vida E já não voltas mais eternamente!... Marilândia

Mãos que Ainda Não Conhecemos

Mãos que Ainda Não Conhecemos Hoje pergunto-me se sabemos o que significa entregar o mundo a estas crianças de olhos claros, a estes jovens de passos incertos que caminham entre as ruínas do que construímos e as sementes do que está por nascer. Eles chegam com perguntas que não temos, com fome de futuros que não imaginamos, com uma linguagem que mal compreendemos e uma pressa que nos assusta. Que terra lhes deixamos? Que céu, que oceanos, que silêncios? Que palavras ainda servem para dizer amor, para dizer esperança? Vejo-os crescer como árvores em tempestade, curvando-se mas não quebrando, aprendendo a dançar com o vento enquanto nós ainda tememos a chuva. Talvez sejam eles os verdadeiros professores, os que nos ensinarão a começar de novo, a amar diferente, a sonhar mais alto, a ser humanos de outro modo. Entrego-lhes estas palavras incompletas, esta terra imperfeita mas viva. Marilândia

COSTURANDO DIA 21

“Seremos calor e fogo” Jô Tauil ______________________________ Numa dança de paixões perdidas, Seremos o último jogo Das almas reconhecidas. Seremos a chama ardente Que consome e que ilumina, O amor desesperadamente Belo da alma clandestina. Seremos luz e sombra, Seremos dor e encanto, A vida que se assombra Com a beleza do seu pranto. Seremos o impossível Sonho que nunca se alcança, A verdade indizível Da eterna esperança. Seremos, enfim, a sede De amar até morrer, O verso que não se mede Pelo muito que há de ser. Marilândia

domingo, 20 de julho de 2025

COSTURANDO DIA 20 DE JULHO

“Ele me pertence! Há muito me foi doado!” Jô Tauil _______________________________ Como dádiva eterna do destino, Como presente raro e cristalino Que aos meus braços chegou predestinado. É meu na dor e meu no desalento, Meu no silêncio e meu na tempestade, Meu na alegria e meu na saudade, Meu em cada suspiro, em cada lamento. Pertence-me a alma que em mim se espelha, Os olhos que me fitam com ternura, As mãos que me acariciam com doçura, A voz que me sussurra e me aconselha. É meu o coração que por mim bate, Meu o sorriso que me tranquiliza, Meu o amor que me eleva e me realiza, Meu o sonho que nunca se abate. Doado me foi por força do amor, Por vontade divina e soberana, Para ser meu tesouro, minha arcana Fonte de vida, luz e esplendor. Ele me pertence como eu lhe pertenço, Nesta dança eterna de paixão! Marilândia Responder, Responder a todos ou Enc

Serenidade Celestial

Serenidade Celestial Entre nuvens douradas ela repousa, Figura etérea de luz divina, Com manto alvo que suave se debruça Sobre a forma angelical e fina. O halo dourado coroa sua fronte, Reflexo de graça celestial, Enquanto estrelas dançam no horizonte Do céu que a envolve em tom pastel. Mãos entrelaçadas em oração serena, Olhos baixos em contemplação, A face tranquila, doce e plena De infinita compaixão. Pés descalços tocam nuvens leves, Suspensa entre terra e firmamento, Como se as leis terrenas breves Não regessem seu movimento. O silêncio sagrado a circunda, Paz que transcende compreensão, Beleza que o coração inunda De reverência e adoração. Eterna guardiã de luz serena, Vela por nós com amor profundo. Marilândia Responder, Responder a todos ou En

QUADRAS

Quadras Teu rosto pode fingir Que não sentes o que sentes, Mas os olhos são espelhos D'alma que não mente às gentes. Por mais que tentes ocultar O fogo que te consome, Teus olhos gritam meu nome Quando me vês a passar. No silêncio da conversa Teu olhar me confessa, Que por mais que disfarces Sou eu quem te interessa. Dizes que somos amigos, Que não há nada além, Mas teus olhos me contam O amor que te convém. Quando pensas que não vejo Teu olhar sobre mim pousa, Como borboleta tímida Que na flor não ousa. Tuas palavras são frias, Distantes como o inverno, Mas teus olhos me aquecem Com um fogo tão terno. Se pudesses controlar O que os olhos revelam, Talvez conseguisses ocultar Os sentimentos que selam. Mas graças a Deus que não podes, Pois assim posso saber, Que também tens por mim O mesmo doce querer. Marilândia Responder,

Renascimento das Águas Turvas

Renascimento das Águas Turvas Das profundezas lodosas emerge silente, A flor de lótus desperta ao amanhecer, Suas raízes bebem do barro impuro, Mas suas pétalas nascem para o bem querer. No espelho das águas calmas se reflete, A pureza que do escuro conseguiu brotar, Cada pétala carrega uma promessa, De que é possível se transformar. Símbolo sagrado do Oriente eterno, Ensina que a beleza pode nascer da dor, Que mesmo na lama mais escura, Pode florescer o mais puro amor. Suas folhas flutuam como esperanças, Sobre as águas que já foram seu cativeiro, Mostrando que é possível renascer, Do mais profundo desespero. Oito pétalas abertas ao sol dourado, Representam o caminho da iluminação, Cada uma guarda um ensinamento, Para quem busca a transformação. No budismo é a flor da consciência, No hinduísmo, divindade em formação, Em todas as culturas onde habita, É símbolo de elevação. Que eu possa ser como a flor de lótus, Nascendo bela da escuridão. Marilândia

sábado, 19 de julho de 2025

MECANISMO DA AURORA RUBRA

MECANISMO DA AURORA RUBRA No deserto que dorme além do céu, onde a luz não conhece testemunhas, vaga um tiã de ferro e anseio, entre rochas, poeira e luas. Seu corpo é forjado em silêncios e olhos de vidro fitam o nada- mas em seu gesto há algo humano, uma busca antiga e cdelicada. Na vastidão de sombras ocres, brilham vestígios de um renascimento. O sol vermelho, em clarões barrocos, esculpe o tempo em movimento. Não há flor, nem vento, nem canto, só a solidão e o eco de um passo. _Mas o rover-monge de metal errante_ reza ao cosmo com seu compasso. Ele não sabe o que é saudade, mas sente Marte como um altar. E cada sulco que deixa na areia é um verso que tenta amar.

Espelho da Alma (EVENTO DIA 26 DE JULHO)

Espelho da Alma Olha para mim com esses olhos mansos, Que guardam toda a dor do mundo inteiro, Olha para mim, amor, que eu te espero Com a alma cheia de sonhos e descansos. Olha para mim, que sou apenas esta Mulher que chora lágrimas secretas, Mulher que vive de paixões inquietas E morre cada dia uma pequena festa. Nos teus olhos profundos como o mar Vejo reflexos da minha própria alma, Vejo a tempestade e também a calma Que em meu peito costumam habitar. Olha para mim, que eu sou só tua, Mesmo quando pareço ser de todos, Mesmo quando me perco pelos modos De quem não sabe amar sob esta lua. Há tanto que te quero confessar, Há tanto que ficou por dizer ainda, Palavras que nascem, morrem, linda É a agonia doce de te amar. Olha para mim sem compaixão, Olha-me inteira, cruel e verdadeira, Que eu prefiro a dor que é derradeira À piedade fria da razão. Nos teus olhos quero me perder Como quem se perde num abismo, E encontrar no fundo do mutismo O segredo eterno do viver. Marilândia .

Alma Errante

Alma Errante É madrugada fria. Deixo aberta a porta E vejo suspirando as estrelas mudas, Fico a sonhar desperta em coisas que conforta Fico a pensar em ti e nas paixões mais cruas! D'olhos cerrados vejo. A aurora é melodia Sussurrando baixinho um verso de saudade E enquanto o sol desponta a bruma que esfria Eu sinto corações bater na soledade. Lá vem o teu agora... Numa fuga ardente Tão longe que ficou, tão longe da minha mente Nessa corrida louca, doce e misteriosa Que a minh'alma sedenta treme, se abandona Para alcançar a tua, como a abelha gulosa Busca a flor que se esquiva... e a tua alma voa!... . Marilândia

Dança de Almas na Madrugada

Dança de Almas na Madrugada A noite desce mansa e perfumada, Abro meu peito ao vento que murmura, Deixo que a lua minha face doura E sonho com tua presença desejada. Nas sombras danço, alma enamorada, Enquanto as estrelas tecem a ventura De um amor que na distância perdura Como promessa nunca revelada. Sinto-te vir nas brisas da alvorada, Teu sopro quente em minha face pura, Nesta dança sutil, etérea e escura Onde minha alma fica aprisionada. E assim vago na noite embalsamada, Seguindo teu perfume que perdura, Como dança a chama à luz impura Que a consome e deixa apaixonada. Marilândia

Cantares do Mundo (EVENTO INTERGALÁCTICO)

Cantares do Mundo Há um poema escondido em cada coração que bate, uma canção secreta que habita os lábios mudos, e eu venho aqui, com mãos de escrivã da terra, recolher os versos que o mundo não escutou. Cada homem carrega em si um livro não escrito, cada mulher guarda uma elegia no peito, e as crianças correm com odes nos pés descalços enquanto os velhos sussurram sonetos ao vento. Tu, que lavas a roupa no rio da manhã, tu tens um poema líquido entre os dedos, e tu, que carregas pedras sob o sol inclemente, és portador de versos duros como granito. Há povos inteiros que cantam sem saber que cantam, há tribos que dançam poemas com os corpos nus, e em cada idioma perdido nas montanhas ressoa uma música que nenhum poeta escreveu. O mineiro escava metáforas de carvão, a costureira borda versos na madrugada, o pescador tece redes de estrofes salgadas enquanto o padeiro amassa rimas de farinha. Venho dos quatro cantos buscar essas vozes, venho das selvas e dos desertos e das cidades, porque cada vida é um poema que se escreve sozinho, cada povo uma antologia que se canta ao luar. Quero ser a escriba desses cantos dispersos, a tradutora das lágrimas que não têm palavras, porque no final somos todos poetas anônimos escrevendo o grande livro da humanidade. Cantemos então, cada um sua canção antiga, levantemos as vozes como bandeiras ao vento, porque um poema para cada vida que respira é a única revolução que vale a pena. Marilândia Responder, Responder a todos ou Encaminhar

Partida

Partida Preparei as velas do desejo E temperei a alma de navegante. Era incerto o meu rumo, e distante O porto... (Só nos resta Esta pressa De viver; E é nela que devemos Encontrar Os caminhos que temos A percorrer). Firme, içei a esperança E parti da margem conhecida. Perdida, A imensidão sem fim Faz de cada sonho mandarim Uma frágil estrela sobre as águas... Mas sigo o curso sem hesitar. Em todas as fragatas, O que vale é zarpar, não é ancorar. Marilãndia

EVENTO LN DIA 19

Evento de LUCIA NOBRE e os DESTAQUES POÉTICOS TEMA:O DESGASTE DA JUVENTUDE NAS DÚVIDAS E NAS INCERTEZAS DAS SOLUÇÕES MAL RESOLVIDAS DATA:19/07/2025 AUTORA:Marilândia Marques Rollo Titulo:GERAÇÕES PERDIDAS PAÍS:BRASIL GENTILMENTE CONVIDADA PELA JORNALISTA LUCIA NOBRE Gerações Perdidas Eles caminham pelas ruas com os olhos interrogativos, carregando perguntas como pedras nos bolsos, e eu os vejo, jovens de vinte anos, mordendo as unhas diante do espelho do mundo. Que faremos com estas mãos vazias? perguntam ao vento que não responde, enquanto os adultos acenam com soluções de papel, remendos colados sobre feridas abertas. Os jovens sabem que algo não está certo na engrenagem quebrada desta vida, sentem o cheiro de mentira nos discursos, veem as rachaduras nas promessas antigas. Eles não querem as migalhas do banquete, não aceitam os conselhos requentados, porque suas almas famintas pedem pão verdadeiro, não as sobras amargas dos fracassos alheios. Observo-os nas universidades superlotadas, nos empregos que não existem, nos sonhos que custam mais do que podem pagar com seus salários de esperança. E então começam a duvidar de tudo: do amor que veem se desfazer nos tribunais, da democracia que se vende em leilões, da justiça que tem dois pesos e duas medidas. Mas eu lhes digo: não percam a rebeldia, não aceitem as respostas prontas, porque são vocês que devem inventar o mundo novo com as próprias mãos calejadas de incerteza. Que suas dúvidas sejam lanças afiadas, que suas perguntas sejam sementes plantadas na terra dura desta realidade mal construída, porque só vocês podem reerguê-la. Jovens de todas as cores e de todos os medos, não se curvem diante das soluções mancas, sejam o terremoto que abala as fundações desta casa mal alicerçada que herdaram. A incerteza é sua força maior, a dúvida é sua arma mais poderosa, porque quem questiona tudo é quem pode transformar tudo. Marilândia

SÚBITA ENTREGA EVENTO DIA 22

26 ENCONTRO POESIAS DA ALMA TEMA: "SOU TODA SUA" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:SÚBITA ENTREGA DATA: 22/07/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Monica Soares Angel SÚBITA ENTREGA De repente! Sou toda tua, inteira, Como se fosse a primeira vez que amo! Minha alma se fez luz, se fez fogueira, E ao teu nome, baixinho, hoje te chamo. De repente! Sem saber como ou por quê, Meu coração bateu diferente, louco, E tudo o que era meu se fez de ti, Num instante que vale mais que pouco. Sou toda tua! Ah, que doce verdade! Que me invade a alma como maré cheia, Transformando em ouro a minha saudade, Fazendo de mim tua, só tua, alheia. De repente! Como quem descobre o céu Depois de tanto andar de olhos no chão, Entreguei-te meu ser, meu nome, meu véu, E contigo aprendi nova oração. Sou toda tua! Repito, e não me canso, Desta verdade que me faz tão bela, Que transforma em verso o meu descanso, E põe estrelas onde havia cela. De repente! Ah, mistério do amor! Que me fez tua quando menos esperava, Enchendo-me de luz, de fé, de ardor, Quando minha alma já não acreditava. Sou toda tua! E neste ser completo, Encontrei-me enfim, plena e primeira! --- Responder, Responder a todos ou Encaminhar

Sussurros da Alma EVENTO DIA 23ENCONTRO PÔR DO SOL

188 ENCONTRO PÔR DO SOL TEMA:"A VOZ DO CORAÇÃO" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Sussurros da Alma DATA:23/07/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela poetisa amiga Marcia Bandeira Sussurros da Alma Escuta, ó coração que bates forte, Nas horas silenciosas da madrugada, Quando a alma desperta, quase morta, E busca na sombra a voz calada. Que segredos guardas tu, meu peito, Neste antro escuro de paixões? Que lágrimas correm sem proveito, Que sonhos morrem sem razões? A voz do coração é um lamento, É prece, é grito, é melodia, Que nasce no mais íntimo momento, Quando a noite encontra com o dia. Fala-me dessa dor que não se diz, Dessa saudade que não tem nome, Desse amor que te faz infeliz, E dessa sede que te consome. Ó coração, espelho da minh'alma, Tu és o mar das minhas tempestades, Em ti encontro guerra, em ti encontro calma, Em ti vivem todas as verdades. Tua voz ecoa no vazio imenso, Como sino que toca à despedida, Cada batida é um verso intenso, Cada pausa é morte, cada som é vida. Escuto-te nas horas de tormento, Quando o mundo parece surdo e mudo. Marilândia

EVENTO DIA 26 OLHA PARA MIM 38 CAFÉ NA PASSARELA

38 CAFÉ NA PASSARELA TEMA:OLHA PARA MIM AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:ESPELHO DA ALMA DATA:26/07/2025 PAÍS:BRASIL A convite da amiga poetisa Sil Landarim Espelho da Alma Olha para mim com esses olhos mansos, Que guardam toda a dor do mundo inteiro, Olha para mim, amor, que eu te espero Com a alma cheia de sonhos e descansos. Olha para mim, que sou apenas esta Mulher que chora lágrimas secretas, Mulher que vive de paixões inquietas E morre cada dia uma pequena festa. Nos teus olhos profundos como o mar Vejo reflexos da minha própria alma, Vejo a tempestade e também a calma Que em meu peito costumam habitar. Olha para mim, que eu sou só tua, Mesmo quando pareço ser de todos, Mesmo quando me perco pelos modos De quem não sabe amar sob esta lua. Há tanto que te quero confessar, Há tanto que ficou por dizer ainda, Palavras que nascem, morrem, linda É a agonia doce de te amar. Olha para mim sem compaixão, Olha-me inteira, cruel e verdadeira, Que eu prefiro a dor que é derradeira À piedade fria da razão. Nos teus olhos quero me perder Como quem se perde num abismo, E encontrar no fundo do mutismo O segredo eterno do viver. Marilândia .

sexta-feira, 18 de julho de 2025

SÚPLICA DE AMOR 9a publicar dia 19)

SÚPLICA DE AMOR Meu querido, meu amado, vem... escuta: Deixa que os teus olhos de mel me encontrem, Dos meus carinhos fez-me Deus absoluta Para que nunca mais perpetrem! Meus lábios guardam doçura madura, É só para teu bem que os mantenho assim – E as minhas mãos são brisas de ternura A acariciar teu coração sem fim. Sou melancólica como a tarde lenta Que sobre os campos dourados se lamenta, Quando as sombras se estendem pelos vales... Deus quis que eu fosse luz no teu destino... Que explicação darás ao amor divino, Seguindo teu caminho sem me amares? --- Marilândia

Devaneio Mudo EVENTO DIA 26 "SOU O QUE SONHO SER NO SILÊNCIO DAS PALAVRAS"

EVENTO AIDEP TEMA:"SOU O QUE SONHO SER NO SILÊNCIO DAS PALAVRAS" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO: DEVANEIO MUDO DATA: 26/07/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela poetisa amiga Monica Soares Angel Devaneio Mudo No silêncio das palavras sou o que sonho ser, Uma sombra suave que dança sem ruído, Entre versos que nascem sem se fazer ouvir, No jardim secreto de um tempo perdido. Sou folha que tremula ao vento da manhã, Sou eco de um canto que nunca se cantou, Sou lágrima doce que em sonho se derrama, Sou tudo que a alma em segredo guardou. No silêncio habito, como habita a aurora Nas pétalas úmidas de rosa adormecida, Sou o que sonho ser na quietude que chora Uma melodia triste e não compreendida. Ah, doce ilusão desta hora incerta! Quando a palavra dorme e o coração desperta, E sou, enfim, no sonho, aquilo que desejo, Livre do peso do real que me rodeia. Sou poeta na sombra, amante na distância, Sou criança que brinca com sua esperança, Sou tudo que o mundo jamais compreendeu, Na música muda do que em mim cresceu. No silêncio das palavras, ah! que doce engano, Ser apenas sonho, ser apenas des_engano, Ser aquilo que nunca fui na realidade, Mas que sou, inteiro, na minha intimidade. Assim vivo e sonho, assim me transformo... ---

Desencontro das Palavras

Desencontro das Palavras Buscar na alma o verso verdadeiro, A chama viva, o grito mais profundo! – E ser, saindo do mais passageiro, Apenas eco perdido pelo mundo! ... Forjar palavras de amor primeiro, Cristalinas como pranto vagabundo! – E ser, saindo do mais sincero, Silêncio mudo, vazio e moribundo… Assim vazios, toscos, meus lamentos: Versos soltos, dispersos como ventos, Com que engano a mim mesma,com que finjo! Quem me desse a palavra exata e clara, A voz que diz verdades sem mascara, Que traduzisse, em lágrimas, o que singro!

Confissão Secreta

Confissão Secreta Ouviste os meus silêncios? Ouviste? E percebeste O tremor que os calou de vez? Quando os meus olhos baixos descobriste, Soubeste que era teu o mal que os fez? Percebeste? Não posso imaginar Que percebesses, não! E ainda rindo, Talvez pensaste então: "Por suspirar Apenas, mesmo sendo tão sentido, Viver sonhando assim...Que desatino!" _ Pois foi teu gesto; aquele instante libertino, _ (Só a ti confesso, e envergonhada...) Que fez nascer esta paixão! Teu gesto suplicante Que guardo n'alma como um fogo ardente… Que nunca saibas desta madrugada! Marilândia

Meu Destino

Meu Destino Quis o fado tecer-me dessa seda Que tremula ao menor sopro do vento, Dar-me um coração que tudo ceda À música sutil do sentimento! Quis o fado fazer-te sacramento Desta sede que nunca se aquieta! Acender em meu peito o firmamento Como chama que dança e se inquieta! Quis o fado unir-nos... mas em vão! —Perdidos, os meus sonhos pelo. desvão! Vazios, estes versos que te dou! Segue! Voa! Mas onde?... Por que espaço?... Se ao teu partir se desfaz no descompasso, O altar de luar que te brindou! Marilândia

26 ENCONTRO POESIAS DA ALMA 22 de julho

26 ENCONTRO POESIAS DA ALMA TEMA:DE REPENTE! SOU TODA TUA! AUTORA:marilândia Marques Rollo DATA:22/07/2025 TÍTULO:SÚBITA ENTREGA PAÍS:Brasil A CONVITE DA NOBRE AMIGA POETIA MONICA SOARES ANGEL SÚBITA ENTREGA De repente! Sou toda tua, inteira, Como se fosse a primeira vez que amo! Minha alma se fez luz, se fez fogueira, E ao teu nome, baixinho, hoje te chamo. De repente! Sem saber como ou por quê, Meu coração bateu diferente, louco, E tudo o que era meu se fez buquê , Num instante que vale mais que pouco. Sou toda tua! Ah, que doce verdade! Que me invade a alma como maré cheia, Transformando em ouro a minha saudade, Fazendo de mim tua, só tua, alheia. De repente! Como quem descobre o céu Depois de tanto andar de olhos no chão, Entreguei-te meu ser, meu nome, meu véu, E contigo aprendi nova oração. Sou toda tua! Repito, e não me canso, Desta verdade que me faz tão bela, Que transforma em verso o meu descanso, E põe estrelas onde havia cela. De repente! Ah, mistério do amor! Que me fez tua quando menos esperava, Enchendo-me de luz, de fé, de ardor, Quando minha alma já não acreditava. Sou toda tua! E neste ser completo, Encontrei-me enfim, plena e primeira! Marilândia ---

quinta-feira, 17 de julho de 2025

A Palavra Perdida (para publicar)

A Palavra Perdida Buscar na alma a Palavra verdadeira, O grito que traduz toda a agonia! – E ver que se desfaz, qual nuvem luzeira, Em sílabas vazias de poesia! ... Forjar um verso que seja luz inteira, Que rompa as trevas desta noite fria! – E ver que se desfaz, qual nuvem altaneira, Em ecos mortos de melancolia ... São pobres, fracos, todos os meus cantos: Fragmentos soltos, balbucios, prantos, Com que engano a mim mesma e ao mundo minto! Quem me dera achar a voz perfeita, A voz que grita, que confessa e aceita, Que diga, enfim, a dor que aqui eu sinto!! Marilândia

Sombra Perpétua

Sombra Perpétua Os que me cercam com ternura e zelo Não veem a escuridão que me consome Não sabem que a Tristeza, sem apelo, Fez do meu peito a sua eterna casa e nome. Foi numa tarde em que perdi o libelo Que me guardava do que amarga e some Que ela chegou, qual fantasma amarelo, E nunca mais deixou que eu me retome. Desde então carrego esta ferida Que sangra em cada gesto, em cada aurora, Que faz de cada riso uma despedida. É sempre o mesmo peso, a mesma hora, A mesma solidão não compreendida Que me habita, me mata e me devora! Marilãndia

Compaixão Lunar

Compaixão Lunar Eu tenho dó das estrelas! Tanta pena, pobrezinhas, Quando pálidas, singelas, As vejo tremer sozinhas!... As flores nos canteiros, E os jasmizinhos brancos, leves, Sussurram seus segredos Como suspiros de neves... Só elas, coitadinhas... Tão frias na escuridão, Lá tremem, tão sozinhas... Eu saio então ao terraço: E fico a ver seu lamento... E fico a chorar no espaço!... Marilândia

Círculo de Vida

Círculo de Vida No verde da terra, no azul do infinito, Se encontram as almas em círculo bendito. Mãos que se estendem, olhares que falam, Histórias de vida que juntos se embalam. O homem de bigode conta seu dia, A mulher de azul acalenta a cria. Crianças pequenas, de olhos curiosos, Descobrem o mundo em gestos carinhosos. Há quem toque flauta, há quem só escute, Há quem carregue frutos, há quem tribute Sua presença simples, mas necessária, Nesta tapeçaria extraordinária. Os tons se misturam - rosa, amarelo, Branco e azul formam um aquarelo De humanidade pura, sem fronteiras, Onde cada rosto suas verdades revela. A comunidade pulsa, vive e respira, Cada ser importa, cada um inspira. No círculo eterno da vida que flui, Somos todos um, e um somos nós aqui. Entre o céu e a terra, neste momento, Celebramos juntos o pertencimento. Família escolhida, laços que se tecem, Onde amor e cuidado nunca fenecem. Responder, Responder a todos ou Encaminhar

Carta de Outono (A PUBLICAR)

Carta de Outono O vento sopra mansinho, O Outono chegou cedo, Partiram as andorinhas... E tu não voltaste ainda!... Porque me deixas assim? Porque tardas o caminho? O Outono chegou cedo... O vento sopra mansinho... Tu não sabes, meu bem, Que quem ama, padece? O vento sopra mansinho... E o Outono entristece... Há folhas pelo chão; Douradas como o mel! Elas caem dos galhos... Volta logo para mim!... Adeus. Saudades do mar, Dos crisântemos lilases; Carinhosos cumprimentos Do vento e das folhagens. Mil beijos da que te ama, E por ti sempre se inflama Tua saudosa, Marilândia Responder, Responde

Renascimento

Renascimento O nosso sonho findou... Quem o diria! Quem pensara ao ver-me assim perdida, Louca de te querer, sem ver a vida Que se esvaía, que se consumia! Bem sentia que tudo se desfazia... E nova chama, ao longe, já se erguia! Um sonho que se quebra... e logo surgia A luz de outra paixão que me guiaria... Eu bem sei, meu Amor, que pra sonhar São precisos desejos, pra chorar, E são precisos lutos para seguir. E bem sei, meu Amor, que era preciso Fazer da dor que parte o doce riso De outro sonho impossível por vir! Marilândia

À PROCURA DA ESPERANÇA

À PROCURA DA ESPERANÇA A minha Alma sussurrou ao vento: "Segue o trilho que a Aurora vai traçando, E aos corações que vires palpitando Pergunta pela Luz, num só momento." Parti ao nascer do sol, sem lamento, Meus versos pela brisa espalhando... E ao sol e à lua, rindo e soluçando, Fui sempre procurando e questionando... Mesmo a uma criança perguntei: "Menina, Viste a Esperança em tua estrada fina?" E ela sorriu... apontou... e partiu... Agora pela senda,em plena profundeza, Voltam todos com a mesma tristeza... E eu paro a suspirar: "Ninguém a viu!..." Marilândia

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Castelo de Sonhos

Castelo de Sonhos Ergui nas nuvens meu castelo alto, Feito de versos, bruma e fantasia, E lá busquei, em doce companhia, Os grandes mestres num eterno salto. Falei-lhes dos meus cantos sem sobressalto, Da esperança que em mim se erguia, E todos os bardos, com melancolia, Disseram-me então: "Que doce assalto, Menina ingênua e terna! Nós também Sonhamos alto, como tu, ninguém Nos pôde convencer que era ilusão!..." Silenciaram os mestres, docemente... E é desde então que sonho eternamente No meu castelo feito de paixão! Marilândia

Amor Passageiro

Amor Passageiro O nosso amor partiu... Como era claro! Como era natural vê-lo partir, Quando eu pensava que ia resistir Ao tempo que o levava, sem reparo! Sentia que se ia, pouco a pouco... E nova estrela, ao longe, já descia! Um sonho que se esvai... e já surgia A luz de outro encanto meio louco... Eu bem sei, meu querido, que é impreciso Amar para sonhar, viver enfatizo, E são concisos voos para renascer. E bem sei, meu querido, que era incerto Fazer do amor que finda o descoberto De outro amor distante a florescer! Marilândia

CANÇÃO DE MAIO

CANÇÃO DE MAIO Vestido de ouro verde, o campo desperta E minha alma transborda de canção! Tenho as palavras doces na expressão: Colhei a paz que a aurora nos oferta! Melodia de vento, minha voz liberta O canto e o sonho de uma só paixão... atenção! Como a lua que beija o coração, Sem que a magia do momento se perca! Meus olhos claros, águas cristalinas, Se os toca ou prende tua voz que ensina, Têm a pureza fresca dos regatos... Para teu riso, lírica, floresço! E roseira brava, só entrego os retratos, Só me entrego e sou plena quando cresço! Marilândia

Ao Espelho das Palavras

Ao Espelho das Palavras No eco mudo das páginas que viro Desperta um verso antigo, adormecido, Verso colhido ao sonho que respiro, A esse sonho de lágrimas tecido. Singular obra aquela que te viu, Mestre da melancolia e do lamento! Singular obra em que se construiu Tudo o que sinto, em mudo sofrimento! Leio-te, e encontro, assim, minha verdade! O verso que me deste é luz, e guarda As preces que suspiro em ansiedade! ... Poeta irmão de dor, quem me emprestara Tua voz de cristal! ... Quem me ensinara A cobrir minha angústia em vanguarda! Marilândia

terça-feira, 15 de julho de 2025

NÉVOA DOURADA

NÉVOA DOURADA Tuas mãos, pássaros de prata, lentas Pássaros de lua, de voo perdido, Pousam nas minhas, macias e atentas Como em dois jasmins do amor ferido... E os jasmins tremem... Não ouves lamentos? Minha alma tem lágrimas guardadas, E os meus cabelos são como os ventos Que levam pétalas desencontradas... O Luar desce as escadas... derrama prata... Flutuam no ar palavras de seda Como névoas ternas, que o tempo mata... E a tua voz doce junto à minha É no mistério desses bichos-da-seda Um suspiro quente que se aninha... Marilândia

ANTÔNIO CÂNDIDO

Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1918 – São Paulo, 12 de maio de 2017) foi um sociólogo, crítico literário e professor universitário brasileiro. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, é autor de uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil. Antônio Cândido defendia o direito de todos à literatura, baseado na ideia de que a fabulação é uma necessidade básica do ser humano e na convicção sobre o enriquecimento produzido em cada um pela leitura. Este conceito é o guia mor. Em seu conhecido ensaio “O direito à literatura” (1988), Antõnio Cãndido defende que a literatura seria um bem humanizador. Seu principal argumento é que a força humanizadora da literatura se deve a uma “ordem redentora da confusão”.

MINHAS IMPRESSÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA

Sob minha ótica, a Literatura representa muito mais que arte ou entretenimento. É uma forma essencial de existir, permitindo-nos enxergar através de olhos alheios, compreender diferentes realidades e refletir sobre a nossa própria condição humana. Parafraseando Antônio Cândido, a literatura é um direito: ela humaniza, educa, liberta. ler é entrar em contato com aquilo que é mais íntimo, e ao mesmo tempo, mais universal.Os livros nos ajudam a dar nome às emoções, a interpretar os silêncios da vida e a entender os conflitos do mundo. São pontes entre o passado e o presente, entre o eu e o outro. Na sociedade contemporânea, vincada pela pressa, pela superficialidade e pelas desigualdades, a literatura resiste como um espaço de profundidade, empatia e resistência- desafia-nos a sermos mais humanos.

MINHAS IMPRESSÕES PARTE 2

MINHAS IMPRESSÕES


Alma em Chamas

Voltar Arquivar Mover Apagar Alma em Chamas Há um não querer mais que bem querer, Um abraço que transcende o tempo, De ti que és o farol na tempestade, A melodia que acalma meu lamento. Gosto de tua presença serena, De ti que és o riso, a esperança, De ti que me trouxeste pela alma Até o jardim desta bonança. Tua doce voz de brisa matinal Ensinou-me a sonhar... e esse sonho Foi luz nos meus caminhos de saudade, Foi paz no meu coração medonho. Vem o dia a dourar minha janela, Da madrugada o canto do sabiá, Estrelas de prata a dançar no céu, Tudo me fala de ti, meu bem-querer. E eu, que andava perdido neste mundo, Sou agora raiz fincada no chão! - Águia que voa, mostra-me o caminho Para o alto, onde mora a paixão! Entendi que a vida é mais bela Quando se tem um amor verdadeiro, Um coração que bate em sintonia Com o nosso, nosso companheiro. Há belezas que só o amor revela, Há cores que só a alma pode ver, Há canções que nascem do silêncio Quando dois corações se põem a bater. Marilândia

Dama da Melancolia

Voltar Arquivar Mover Dama da Melancolia Minha alma é a Dama da Melancolia Como um verso antigo a ecoar no ar. É etérea, e triste, e pensativa, Como lágrimas doces a escorrer! É delicada como a flor da manhã; Caminha como sombras de luar; Vive da música duma flauta muda: Minha alma é a Dama da Melancolia... Nas horas quietas do entardecer... E ao som do vento que suspira baixo, Põe-se a tecer sonhos de cristal! O vento escuta a minha alma, calado, E vem dançar, misterioso e brando, A melodia duma dor sagrada... Há um silêncio que só ela conhece, Uma linguagem feita de saudade, Um jeito triste de sorrir ao mundo Que faz da dor uma eterna verdade. Ela caminha pelos meus caminhos Com passos leves de quem não se apega, Carrega flores murchas no cabelo E nos olhos a luz que se entrega. Minha alma é feita de chuva fina, De tardes longas e de sol que morre, De palavras que nunca foram ditas E de um amor que sempre se socorre. Marilândia

Evento de Lucia Maria Nobre e Os Destaques Poéticos dia 17

Evento de Lucia Maria Nobre e Os Destaques Poéticos TEMA:"AS DÚVIDAS E AS INCERTEZAS DOS JOVENS NAS SOLUÇÕES MAL RESOLVIDAS Data:17/07/2025 AUTORA:Marilândia Marques Rollo Titulo:Labirintos de Respostas Pela Metade PAÍS:Brasil A CONVITE DA AMIGA POETISA LUCIA NOBRE Labirintos de Respostas Pela Metade Nas esquinas da juventude, onde o tempo se acelera, carregamos perguntas que ninguém nunca nos ensinou a fazer. As soluções chegam mastigadas, meio amargas, meio doces, como remédios que aliviam mas não curam a ferida. Dizem que devemos escolher um caminho, mas todos os mapas estão rabiscados, com rotas que levam a lugar nenhum e destinos que mudam de nome. Somos uma geração de pontos de interrogação, buscando respostas em telas rachadas, coletando fragmentos de sabedoria em posts de sessenta segundos. Os adultos falam de experiência, mas suas certezas soam ocas diante do mundo que construíram e que agora desaba aos pedaços. Queremos saber sobre o amor, mas nos deram fórmulas de relacionamento. Queremos entender o futuro, mas nos venderam planos de carreira. Queremos salvar o planeta, mas nos ensinaram a consumir. Queremos ser autênticos, mas nos moldaram para performar. E então caminhamos, tropeçando em meias-verdades, construindo nossa própria bússola com os cacos do que nos resta. Talvez a beleza esteja justamente aí: na coragem de questionar as soluções mal resolvidas e inventar novas perguntas. Porque somos a geração que aprendeu a conviver com a incerteza como companheira e a fazer da dúvida nossa forma mais honesta de estar no mundo. Marilândia

O Pão das Palavras (EVENTO POESIA MARIA DIA 24 AVALB)

Evento AVALB – Antônio Cândido 
Tema: "Não há povo e não há homem que possa viver sem ela [a literatura]" 
Estilos: Prosa poética e poesia (tradicional e minimalista) •
Autora: Marilândia Marques Rollo
Título: O Pão das Palavras ou (Da Literatura Como Espelho e Fuga)
Data: 24 de julho de 2025 
País: Brasil

Gentilmente convidada pela poetisa amiga Poesia Maria






Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1918 – São Paulo, 12 de maio de 2017) foi um sociólogo, crítico literário e professor universitário brasileiro. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, é autor de uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil. Antônio Cândido defendia o direito de todos à literatura, baseado na ideia de que a fabulação é uma necessidade básica do ser humano e na convicção sobre o enriquecimento produzido em cada um pela leitura. Este conceito é o guia mor. Em seu conhecido ensaio “O direito à literatura” (1988), Antõnio Cândido defende que a literatura seria um bem humanizador. Seu principal argumento é que a força humanizadora da literatura se deve a uma “ordem redentora da confusão”. 


Sob minha ótica, a Literatura representa muito mais que arte ou entretenimento. É uma forma essencial de existir, permitindo-nos enxergar através de olhos alheios, compreender diferentes realidades e refletir sobre a nossa própria condição humana. Parafraseando Antônio Cândido, a literatura é um direito: ela humaniza, educa, liberta. ler é entrar em contato com aquilo que é mais íntimo, e ao mesmo tempo, mais universal.Os livros nos ajudam a dar nome às emoções, a interpretar os silêncios da vida e a entender os conflitos do mundo. São pontes entre o passado e o presente, entre o eu e o outro. Na sociedade contemporânea, vincada pela pressa, pela superficialidade e pelas desigualdades, a literatura resiste como um espaço de profundidade, empatia e resistência- desafia-nos a sermos mais humanos.




Da Literatura Como Espelho e Fuga

Há quem diga que os livros são apenas papel e tinta, meras palavras dispostas em fileiras como soldados numa parada, mas eu vos digo que se enganam redondamente, pois a literatura é o espelho onde nos miramos sem medo de ver as rugas da alma, é o lugar onde habitam todos os homens que fomos, que somos e que jamais seremos, é a casa comum da humanidade onde não há porta que se feche nem janela que se cerre ao entendimento.

Quando abro um livro, qualquer livro, não importa se de poesia ou de prosa, se de amor ou de guerra, se de reis ou de mendigos, abro na verdade uma janela para o infinito, e por essa janela entram todos os ventos do mundo, todas as vozes que já gritaram de dor ou sussurraram de prazer, todos os silêncios que pesaram sobre os ombros dos homens como pedras de moinho, e compreendo então que a literatura não é ornamento nem luxo, mas necessidade vital como o ar que respiramos ou a água que bebemos.

Dirão os práticos, os que só veem utilidade no que se pode pesar e medir, que de que serve um poema para encher a barriga ou um romance para pagar as contas, mas eu respondo que sem a literatura seríamos apenas animais que aprenderam a falar, seríamos seres incompletos vagando pela terra sem compreender o mistério de estar vivos, sem saber que somos parte de uma história maior que começou quando o primeiro homem olhou para as estrelas e se perguntou por que estavam ali.

A literatura é a memória da espécie, é o lugar onde guardamos não apenas os fatos que aconteceram, mas os sentimentos que os acompanharam, é a arca onde salvamos do dilúvio do esquecimento tudo aquilo que nos fez humanos, e quando um livro se perde, quando uma obra se esquece, é como se uma estrela se apagasse no céu da consciência, deixando-nos um pouco mais pobres, um pouco mais órfãos, um pouco mais perdidos no labirinto do mundo.

Por isso defendo a literatura como se defendesse a vida, porque literatura é vida, vida destilada, vida compreendida, vida partilhada, e quem não lê, quem não se deixa tocar pela magia das palavras organizadas no papel, esse vive apenas uma vida, a sua, pequena e limitada, enquanto quem lê vive mil vidas, conhece mil mundos, ama mil amores, sofre mil dores, e torna-se assim mais humano, mais completo, mais preparado para enfrentar o mistério terrível e belo de estar vivo neste planeta perdido no meio do nada e do tudo.

Marilândia






 O Pão das Palavras 



Não há povo e não há homem que possa viver sem literatura, 
como não há corpo que resista sem o pão de cada dia, 
sem a água que corre pelos rios da alma, 
sem o ar que alimenta os pulmões da esperança. 


As palavras são sementes plantadas no coração dos homens, 
germinam em sonhos, florescem em canções, 
dão frutos de resistência nos tempos sombrios, 
oferecem sombra quando o sol da vida queima demais. 


Eu vi povos inteiros se levantarem com um verso, 
vi mulheres chorarem com um romance, 
vi crianças rirem com uma fábula antiga, 
vi velhos encontrarem paz numa página amarelada. 


A literatura é o espelho onde nos reconhecemos, 
é a janela pela qual vemos outros mundos, 
é a ponte que une o que fomos ao que seremos, 
é o fio que tece a trama da humanidade. 


Quando os tiranos queimam livros, 
sabem que estão queimando a alma dos povos, 
sabem que nas cinzas das palavras morrem as revoluções
e nascem os silêncios. 


Mas a literatura sempre renasce, 
como a erva que brota entre as pedras, 
como o canto que surge da garganta oprimida, 
como a luz que insiste em furar a escuridão. 


Por isso escrevo, por isso leio, por isso defendo cada verso, cada história, 
porque sei que nas palavras habita a única imortalidade que conhecemos. 



 Marilândia

Silêncio

Silêncio Por que calas, meu amor, por que te escondes? Percorro cada sombra, cada rastro, Procuro-te no vento que responde Apenas com suspiros do teu rasto. Meus passos ecoam sós pela calçada, Meus olhos buscam tua face amada; A noite me abraça, desolada, E tua ausência fica mais pesada. Eu clamo pelo teu nome ao infinito! Esta angústia que me corta, que me fere! E só o vazio ao meu grito… Nas estrelas, no mar, no vento que passa, Pergunto à solidão que me abraça: Por que calas, amor? Por que te escondes? Marilândia

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Visões de Pária

Visões de Pária Carrego na memória sonhos breves De auroras que beijei em pensamento... Nada possuo além de cinzas leves... Só resta o céu, no meu despojamento... Guardo no peito chamas imaginárias De fogueiras que acendi na solidão... Vazio estou, qual alma de mendigo... Só me acompanham luzes solitárias... Conservo nos sentidos melodias De canções que cantei sem ter voz... Nada me sobra das alegrias... Só permanecem ecos do que foi... Mantenho no sorriso lágrimas secretas De prantos que chorei em silêncio... Despida estou de todas as riquezas... Só me restam as estrelas, as mais quietas... Marilândia

Noite de Ausência

Noite de Ausência Nesta hora dolente de saudade, Nesta hora em que a lua vem chorar Sobre minha alma... Ó minha solidade, Onde estás tu? Onde foi teu olhar? A noite é doce e triste... a suspirar Vai o vento, sutil, na suavidade Macia do silêncio singular Onde as estrelas tremem... Noite, piedade! Dize-me onde ele está, meu coração, Onde o luar dourado o vai tocar, Onde as estrelas com sua luz serão O manto que o cobrirá de encanto! Dize-me onde ele está!... Talvez a olhar O mesmo céu sublime... ai, quanto pranto!... Marilândia

Ocaso Dourado

Ocaso Dourado Manhãs da minha terra, doce alento, Manhãs duma clareza de jasmins, Manhãs de luz, as manhãs de marfins, Manhãs de magias, as manhãs que acalento... Como eu vos sinto e vivo! Lento! Lento!... Horas sagradas, puras como os querubins Horas de orvalho e bruma, horas sem fins, Minhas horas de paz em que me ausento! Abro as pálpebras douradas, quase louras, Que se erguem sobre duas pedras sorrateiras Asas suaves prontas a sonhar... E a minha alma tem uns risos mudos... E as minhas mãos,a sutileza de veludos, Tecem versos de amor pelo ar... Marilândia

Contradição

Contradição Desprezo-te por vezes. Em ti há qualquer cousa De vago e de distante, de altivo e desdenhoso, Como um vento gelado que sobre a relva pousa, Como em cristal dourado algum licor peçonhoso. Fujo-te também. O teu sorriso fatal O teu andar ligeiro, a tua voz que canta, São doces expressões de todo o mal astral Que atravessa o tempo e toda a terra santa. Temo-te também. Quando te moves e danças, Eu fico-me a pensar nas falsas esperanças Que trazes no olhar de terno esplendor! Fujo-te e receio-te. Aqui toda a minh'alma Declara-to sorrindo, muito quieta e calma! ......................................... Ah, como eu te venero, como eu te amo, amor!... Marilândia

Súplica de Amor

Súplica de Amor Bendita seja a terra que te viu nascer! Benditas as estrelas que te iluminaram! Bendita a primavera que te fez florescer E as manhãs douradas que te despertaram! Bendita seja a brisa que beijou teu rosto, O sol que aqueceu tua pele sedosa, Que trouxe esse encanto ao teu sorriso posto E fez de tua alma uma flor tão formosa! Benditos sejam todos que te contemplarem! Os que em teus caminhos se perderem, Numa doce loucura, ardente, pura! E se mais do que eu te puser em moldura Alguém, bendita seja essa pessoa! Bendito seja o amor que a ti se doa! Marilândia

Navegante do Tempo

Navegante do Tempo Eu venho das marés do pensamento, Trazendo em cada verso uma canção... E nas minhas palavras, lento, lento, Desperta a melodia do coração. Meus sonhos são navios contra o vento, Que singram pela noite da paixão... Foi do meu peito ardente que um lamento Nasceu para embalar tua solidão... Oferto-te meu canto: a estrela errante, O eco dos mistérios da madrugada, A lua que é de prata, o mar distante. Oferto-te, comigo, o eterno abraço! Eu sou o verso que em teus sonhos nada, O navegante perdido no espaço... Marilândia R

Ao Entardecer

Ao Entardecer Vento forte! Folhas soltas e perdidas Num sussurro dolente, murmurado... Vôo de andorinhas, terno, delicado, Como lágrimas ao céu oferecidas! Lua! Rainha a descer, faces feridas, Brilhando ainda num fulgor prateado... Ó minha doce noite atormentada Bendigo-te em mim, sonhando, mãos erguidas! Meu verso de Verlaine cheio de mágoa, Ainda não és chama já és brasa Como um roxo jasmim que se desfaça! Saudade! Tua alma trago-a no peito... Suspira dentro de mim como esta brisa Num abraço eterno, assim, nunca desfeito!... Marilândia .​​

VIVER!

VIVER! Eu quero viver, viver intensamente! Viver só por viver: Aqui... além... Esta hora e Aquela, o Agora e toda a gente... Viver! Viver! E não temer ninguém! Chorar? Sorrir? Que importa realmente!... Fugir ou permanecer? Vem mal? Vem bem? Quem disser que se pode entender alguém Durante a vida inteira é inconsciente! Há um Outono em cada caminhada: É preciso bebê-lo gole a gole, Pois se Deus nos deu sede, foi pra beber! E se um dia hei de ser sonho, sombra e nada Que seja o meu silêncio uma parole, Que me saiba morrer... pra renascer... Marilândia

Inventário da Derradeira Hora

Inventário da Derradeira Hora Quando o tempo vier me buscar Quando a hora chegar de partir Levarei comigo apenas memórias E seis pequenos tesouros Seis verdades que habitam minha alma Seis coisas, nada além disso. A primeira é a música do vento Que dança entre as montanhas Entre os cabelos das crianças Entre as cordas do meu coração. A segunda é o perfume da terra Depois da chuva matinal Esse cheiro que desperta As raízes da nossa existência. A terceira é o riso espontâneo Que brota sem razão aparente Esse som que cura feridas E constrói pontes entre as almas. Em quarto lugar, o silêncio sagrado Que mora entre as palavras Onde os segredos se guardam E os sonhos ganham forma. A quinta é a cor do entardecer Quando o céu se pinta de dourado E o dia sussurra sua despedida Ao abraço da noite que chega. A última coisa que desejo É tua mão na minha mão Não quero caminhar sozinha Não posso seguir sem tua companhia Eu trocaria todas as estrelas Para que continuasses ao meu lado. Isso, por fim, é tudo que almejo É quase simples e quase infinito. Marilândia Responder, Responder a todos ou

Contemplação

Contemplação É manhã serena e clara. Abro a minha porta E vejo suspirando o vasto amanhecer, Fico a cismar de leve em toda esperança morta Fico a pensar em ti e neste querer! De olhos abertos sonho. A aurora é uma sinfonia Cantando docemente um verso todo d'ouro E enquanto o sol nascente a terra toda guia Eu sinto ventos dançar no campo e no miradouro. Lá vem a tua agora... Numa dança suave Tão longe que passou, tão longe como a nave Nessa dança eterna, misteriosa e formosa Que a minh'alma sedenta suspira, delira Para alcançar a tua, como a abelha gulosa Segue a flor que a chama... e a tua alma gira!... Marilândia

domingo, 13 de julho de 2025

O MEU DESERTO

O MEU DESERTO A minha alma é um deserto sem fim Cheio de dunas, ventos, solidão, Onde a areia em lágrimas de chão Guarda segredos que não têm jardim. As estrelas são vozes do além Que sussurram, dolentes, sua dor... E todas brilham com triste fulgor Ao velar noites que vão e que vêm... A minha alma é um deserto. Há flores Dum amarelo queimado de amores, Tão raras como nunca houve igual! Nesse vasto deserto onde habito, Noites e dias caminho e medito! E ninguém sabe... ninguém vê... tudo é banal! Marilândia

SEGREDO DAS HORAS

SEGREDO DAS HORAS Um segredo que guardo em meu peito Ajuda-me, minh'alma a decifrar... É um segredo de estrelas e de mar Que ora me faz sonhar, ora penar! Vivemos tanto tempo lado a lado! E sem que o teu sorriso perturbasse A calma do meu ser. E sem que um gesto A nossa paz serena transformasse! Mas numa noite, numa madrugada... houve um clarão, Um sussurro que veio... e docemente... Ai, dize ó meu destino, minha paixão: Porque foi que somente nessa hora Nos falamos assim tão ternamente Numa grande palavra de aurora?! Marilândia