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Evento AVALB – Dia do Capoeirista
Tema: "Capoeiragem é história e cultura"
Autora:Marilândia Marques Rollo
Título:
País:Brasil
Data: 03/08/2025
Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia Maria
Ó capoeira, dança de saudade!
Nasceste entre correntes e lamentos,
És filha da dor e da liberdade,
Alma negra em dourados movimentos.
Teu berimbau chora como eu choro,
Quando a noite desce sobre o mundo,
E nos teus gestos há um tesouro
De amor profundo, amargo e fundo.
Roda sagrada onde corpos voam
Em êxtase de luta e de desejo,
Como almas apaixonadas que se doam
Num eterno e ardente devaneio.
Mestre Bimba, coração de aço,
Pastinha, poeta da Angola pura,
Fizeram de ti sublime abraço
Entre a tradição e a bravura.
Em cada ginga há uma confissão,
Em cada esquiva, um segredo ardente,
És, capoeira, pura emoção
Que fala à alma de toda gente.
Bahia te gerou no seu regaço
Como mãe que embala o filho amado,
E tu, em cada golpe, em cada passo,
Revelas nosso sonho mascarado.
Ó capoeira dolente e bela,
És história, és resistência e fé!
Marilândia
Motivo da Capoeira
Havia uma música no ar
que ninguém sabia de onde vinha,
e os corpos começaram a dançar
uma dança que não era minha.
Era de longe, era de antes,
era de um tempo sem medida,
quando os navios navegantes
trouxeram a dor e a vida.
Na roda, tudo é movimento
e permanência, flor e espinho:
o que passou vira momento,
o que virá já vem sozinho.
Berimbau de uma corda só
conta histórias sem palavras,
e cada som que dele vem e vai
atravessa almas e lavras.
Angola guarda o que foi,
Regional inventa o que será,
entre o que se perdeu e o que se achou
a capoeira está.
Mestre Bimba plantou sementes
no chão da Bahia querida,
Pastinha colheu nas gentes
o fruto da antiga vida.
Roda que gira devagar,
roda que gira depressa,
ensina que tudo há de passar
e tudo sempre recomeça.
Marilândia
Evocação da Capoeira
Menino, eu vi na roda de capoeira
O Brasil inteiro se dançando,
Vi a História brasileira
Em cada corpo se contando.
Havia berimbau tocando baixinho
A canção dos que vieram de longe,
Atabaque batendo devagarinho
O coração da terra onde se esconde
A memória dos navios negreiros,
Dos engenhos, dos canaviais,
Dos corpos negros verdadeiros
Que fizeram nossos carnavais.
Angola... que nome bonito!
Pastinha guardava o segredo antigo.
Regional... grito mais aflito
De Bimba, mestre e meu amigo.
Na Bahia de Todos os Santos
(Como é doce dizer: Bahia!)
Nasceram esses cantos
Que ainda hoje o povo alumia.
Roda de capoeira é roda do tempo,
Gira devagar, gira ligeiro,
Em cada movimento tem temperamento
Do mais puro sangue brasileiro.
Capoeira, minha capoeira,
Como és bela em tua simplicidade!
Marilândia
Auto da Capoeiragem Brasileira
Ai, que no tempo da escravatura,
Quando o negro sofria na senzala,
Nasceu arte de grande formosura,
Que até hoje o Brasil inteiro fala!
Foi na Bahia, terra abençoada,
Que a capoeira veio florescendo,
Como flor que nasce madrugada,
O corpo negro foi se defendendo.
Ô berimbau, meu companheiro,
Tua cantiga é de fazer chorar,
Contas história do cativeiro,
E a liberdade vens anunciar.
Angola, mãe de movimentos,
Regional, filha da evolução,
Duas escolas, mesmos sentimentos,
Guardadas no peito e coração.
Mestre Bimba, homem de coragem,
Pastinha, sábio da tradição,
Plantaram semente da capoeiragem,
Na alma de cada brasileiro irmão.
Na roda sagrada da cultura,
Onde o corpo fala e a alma dança,
Vive nossa herança mais pura,
Misturada de luta e esperança.
Capoeira, joia brasileira,
És história, és resistência e fé!
Marilândia

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