As Duas Faces do Meu Ser
As Duas Faces do Meu Ser Sou multidão quando caminho pelas ruas de pedra, quando meus passos se misturam ao rumor dos outros, quando minha voz se perde no coro dos que gritam e meu coração bate no compasso da cidade. Sou a praça cheia de domingo, sou o mercado que transborda de cores e vozes, sou a festa onde todos dançam e ninguém pergunta meu nome. Carrego em mim todas as manhãs que não vivi, todos os amores que não foram meus, todas as lágrimas que outros choraram e que se tornaram minhas lágrimas. Mas também sou estranheza, sou o silêncio que habita entre as palavras, sou a sombra que não encontra seu corpo, sou a pergunta sem resposta. Solidão, minha companheira fiel, tu que me visitas nas noites de lua nova, tu que conheces o sabor amargo dos meus pensamentos mais secretos. Sou duas em um só corpo: a multidão que me abraça e me sufoca, a solidão que me liberta e me devora. Entre estas duas águas navego, sem porto, sem âncora, sem .destino. Marilândia

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