sábado, 19 de julho de 2025

Cantares do Mundo (EVENTO INTERGALÁCTICO)

Cantares do Mundo Há um poema escondido em cada coração que bate, uma canção secreta que habita os lábios mudos, e eu venho aqui, com mãos de escrivã da terra, recolher os versos que o mundo não escutou. Cada homem carrega em si um livro não escrito, cada mulher guarda uma elegia no peito, e as crianças correm com odes nos pés descalços enquanto os velhos sussurram sonetos ao vento. Tu, que lavas a roupa no rio da manhã, tu tens um poema líquido entre os dedos, e tu, que carregas pedras sob o sol inclemente, és portador de versos duros como granito. Há povos inteiros que cantam sem saber que cantam, há tribos que dançam poemas com os corpos nus, e em cada idioma perdido nas montanhas ressoa uma música que nenhum poeta escreveu. O mineiro escava metáforas de carvão, a costureira borda versos na madrugada, o pescador tece redes de estrofes salgadas enquanto o padeiro amassa rimas de farinha. Venho dos quatro cantos buscar essas vozes, venho das selvas e dos desertos e das cidades, porque cada vida é um poema que se escreve sozinho, cada povo uma antologia que se canta ao luar. Quero ser a escriba desses cantos dispersos, a tradutora das lágrimas que não têm palavras, porque no final somos todos poetas anônimos escrevendo o grande livro da humanidade. Cantemos então, cada um sua canção antiga, levantemos as vozes como bandeiras ao vento, porque um poema para cada vida que respira é a única revolução que vale a pena. Marilândia Responder, Responder a todos ou Encaminhar

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