sábado, 31 de maio de 2025

Fechai as portas à Sombra

Fechai as portas à Sombra Fechai as portas à Sombra, a Mentirosa, A que sussurra promessas de paz... Cerrai janelas, que a luz ainda jaz No coração que pulsa...Ó impiedosa! Que sois vós neste mundo? A Preciosa, A que colheu estrelas em idílios... E no profundo segredo dos exílios O sonho deixou a alma airosa. Ó Filha! Ó minha Filha, abençoada, Entre as dores que a vida nos ensina, Foste tu a razão da caminhada... Dentro de mim...Por entre fluidos seduz, A flor que brota quando a dor termina, O lírio que floresce sob céu que reluz. Marilândia

Horas de Saudade

Horas de Saudade Se tu voltasses nesta hora branda, Quando o sol se despede devagar, E a brisa nos cabelos se demanda, E o coração começa a suspirar... Quando me lembro dessa voz que canta Nos meus sonhos... do teu olhar sereno... Do teu sorriso que me encanta e espanta... Das palavras que guardas no teu seio... Se tu voltasses quando, doce e intensa, A solidão desenha o teu perfil E é de veludo azul a noite imensa E é como estrela d'água a minha descrença, Quando a alma se me parte, tão sutil... E o meu peito te chama e te condensa... Marilândia

Bênçãos da Flor de Lótus

Bênçãos da Flor de Lótus Ó flor sagrada que do lodo nasces, Pureza eterna sobre águas turvas, Tu que das trevas para a luz renasces, Alma divina em pétalas e curvas... Quando o sol te desperta e tu abraças A manhã nova em raios de ouro e prata, És promessa de paz para quem passa, És luz bendita que jamais se mata... Se eu pudesse ter tua resistência, Tua graça serena e imaculada, E erguer da dor minha própria essência Como tu, lótus santa e perfumada... Quando a vida me fere com violência... E renascer da lama iluminada... Marilândia

Sonhos de Cristal

Sonhos de Cristal Eu queria ser o Vento que vagueia Livre e solto, a dançar pela planície! Eu queria ser a Estrela que lampeja, A luz eterna que jamais fenece! Eu queria ser a Chuva que penteia Os cabelos da terra com carícia, Eu queria ser a Fonte que serpeia Cantando histórias de doce malícia! Mas o Vento também sente solidão… As Estrelas também choram no infinito, Tremem, lá longe, como um coração! E a Chuva doce, ao fim da tempestade, Tem prantos amargos no seu grito! E as Fontes… morrem… de saudade! Marilândia

Solidão Eterna

Solidão Eterna Quando a chuva desce mansa pela terra E molha a face seca do rochedo, A pedra abre-se em fendas, sem que erra, E guarda cada gota como segredo! Quando o vento arranca a rosa do jardim, O galho que a perdeu curva-se, amigo, Acolhe-a com carinho até o fim E faz-se berço ao seu último suspiro! A lua, quando morre entre as nuvens, Encontra no horizonte um doce abraço Que a envolve em prata, enquanto se consome! A chuva, a rosa, a lua...tudo nas paragens! Só eu caminho só, sem ninguém no regaço... Me dê o abrigo que minha’alma tem fome! Marilândia

Supremacia do Amor (EVENTO DIA 4 LEOVANY)

GRUPO POÉTICO CAMINHO DE SENSIBILIDADE 181 ENCONTRO PÔR DO SOL TEMA:"O AMOR SEMPRE TEM A ÚLTIMA PALAVRA" AUTORA:Marilândia marques Rollo TÍTULO:Supremacia do Amor DATA:04/06/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada por Leovany Octaviano Supremacia do Amor Podem as horas tristes me vencer, Podem os ventos frios me dobrar, Que sempre hei de voltar a renascer Quando o amor vier me despertar. Em vão procuro a dor me convencer De que é melhor sozinha caminhar, Pois mesmo quando penso em esquecer, O coração insiste em sonhar. Ó força eterna que me faz sofrer E ao mesmo tempo ensina-me a voar! Por mais que tente a vida me dizer Que devo as ilusões abandonar, O amor, teimoso, volta a florescer E sempre tem a última palavra. Marilândia ---

ETERNAMENTE JOVEM

ETERNAMENTE JOVEM O tempo, devagar, virá pousar Fios de prata sobre a minha fronte, E em cada ruga será um horizonte De histórias que aprendi a conquistar... Meu corpo robusto há de cansar, As mãos que hoje erguem qualquer monte Serão frágeis folhas que o vento aponte Como páginas soltas a voar... Mas mesmo quando for assim velhinha, Teu olhar fará brotar em mim A força ardente deste amor sozinho, E até partir, meu coração rendido, Batendo junto ao teu, há de sentir-se Eternamente jovem e vívido. Marilândia ---

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Nas Cinzas do Que Não Foi (publicar)

Nas Cinzas do Que Não Foi Encontrei verdades onde tu mentiste, Colhi da Vida apenas o que deu. Desperta, não mais sonho o que não foi meu— Meu castelo de pedra já existe! Nas trevas aprendi que a luz persiste, E cada cicatriz me fortaleceu. O sol que me aquecia nunca se perdeu: Brilha dentro de mim, onde tu não viste. Vivi amando sem precisar esquecer… Cada luz que se apaga é renascer Nas trilhas que escolho para onde vou… E este amor que em mim vai florescendo É maior que outro amor que vai morrendo— Fica para sempre… e eu já sei que fixou. Marilândia

COSTURANDO 30 DE MAIO

“E desde então meu espírito se eleva” Jô Tauil ____________________________ Como ave que rompe os céus de anil, Liberto das correntes que me leva A sonhar com um amor tão juvenil. Nos braços do infinito me abandono, Deixando para trás a dor que chora, E sinto que meu coração entoa O canto da esperança que aflora. Já não me prendem as cadeias frias Do desespero que me consumia, Pois descobri nas noites mais sombrias A luz que em minha alma resplandia. Oh! Como é doce esta metamorfose, Sentir-me borboleta em pleno voo, Depois de tanto tempo entre espinhos Encontrar finalmente o meu tesouro. Meu ser transcende as barreiras terrenas, Elevo-me além das contingências, E danço com as estrelas mais serenas Numa valsa de etéreas cadências. E desde então meu espírito se eleva, Qual chama que aos céus quer alcançar, Numa busca constante e sempre nova Do sublime que me há de transformar. Por fim, alçada em voo majestoso, Encontro a paz que tanto procurei. Marilândia

Em Busca da Ventura (PUBLICAR)

Em Busca da Ventura Minha Alma sussurrou-me ao despertar: "Segue a vereda que te há de levar; E a quantos encontrares, vai perguntando Pela Ventura que deves buscar." Parti então a sorrir e a sonhar, Meus anseios ao vento confiando... E sob o sol ardente ou temporal, Fui sempre a caminhar e interrogando... A uma criança perguntei: "Menina, Viste a Ventura em tua caminhada?" E ela sorriu... brincou... e partiu... Hoje pela estrada, sem esperança, Retornam todos, perdida a confiança... E eu fico a suspirar: "Ninguém a viu!..." Marilândia

CONTRACANÇÃO

CONTRACANÇÃO Ser poeta é ser menor, é ser franzino Diante da grandeza que se escreve! É sugar como quem apenas bebe O néctar amargo do destino! É ser rei sem coroa, peregrino Do reino onde a palavra se atreve A dizer o que a alma mal percebe, Mendigo de um tesouro cristalino! É ter sede de tudo e nada ter! Por armas, só a tinta e o papel... É expandir um grito em todo ser! E é perder-se, assim, completamente... É quem vive, chora, ri por É calo-se escutando toda gente! Marilândia

Sombra

Sombra No destino que é meu, neste sofrer, Lua fria, lua branca, lua ausente, Sou a sombra que vaga sem te ver, Sou a sombra que te segue docemente... Caminho atrás de ti, eternamente, Sem jamais conseguir te alcançar, Em cada esquina onde passas, ardente, Fico à espera de te poder tocar! Estou perto de ti, mas não sabes... Quantas vezes nas ruas que percorres Minha alma se derramou em pranto! Levo-te como sonho entre as nuvens! E no teu coração... Ouve!... Que corres... Espera, meu Amor!... Volta! Amo-te tanto! Marilândia

ALMA PERDIDA

Alma Perdida Vago perdida neste labirinto De ter nascido sem saber o rumo, Caminho às cegas por um mundo extinto E não sei quem criou este costume! Nada distingo, tudo é névoa escura... E esta alma errante, em desalento, Faz-me lembrar a ave que procura O ninho que perdeu ao sabor do vento... Ter no peito a sede de mil estrelas E não alcançar sequer uma delas, Poetas, meus irmãos, que cruel destino!... E dizem-nos que somos os Videntes! Pobres almas cegas, inocentes, A chorar pelos outros sem caminho! Marilândia

quinta-feira, 29 de maio de 2025

EVENTO DIA 2 DE JUNHO BMLP

Aniversário cinco anos da Biblioteca Mundial de Letras y Poesía Tema:Livre Data:02/06/2025 Autora:Marilândia Marques Rollo Título:Cinco Sóis que Nasceram Juntos País: Brasil Cinco Sóis que Nasceram Juntos Há cinco anos nasceu uma palavra que não estava nos dicionários: BMLP. Quatro letras que se abraçaram como dedos de uma mão estendida, como raízes que se entrelaçam debaixo da terra generosa. Cinco anos... Cinco como os dedos que escrevem, cinco como as pétalas da rosa selvagem, cinco como os sentidos que despertam quando alguém diz: "somos um grupo". Ó BMLP, constelação terrestre! Você cresceu como crescem as árvores: devagar, com paciência, estendendo seus galhos para abraçar mais céu. Em cada encontro, uma pequena festa. Em cada conversa, um país que se descobre. Em cada riso compartilhado, o mundo fica um pouco mais jovem. Hoje celebramos não apenas o tempo, mas a alquimia doce de pessoas que escolheram caminhar juntas, sonhar juntas, construir juntas este jardim invisível que chamamos de pertencimento. Cinco anos de BMLP: cinco primaveras plantadas no coração de quem acredita que juntos somos mais que a soma de nossas solidões. Que venham mais cinco, e mais cinco depois, porque vocês descobriram o segredo: o amor multiplica-se quando é dividido. Para BMLP, com toda a ternura de quem reconhece a beleza de quem constrói pontes onde antes havia apenas distância. Marilândia

Vida Breve

Vida Breve A vida é breve como um suspiro, Uma rosa que desfolha ao vento... Entre o nascer e o último respiro Há só um doce e triste momento. Oh! Como passa depressa a hora! Como foge o tempo que não volta! E eu que sonhei ser eterna, agora Vejo que tudo se desfolha e solta. Nascemos já com lágrimas nos olhos, Crescemos entre risos e tormentos, E a morte vem colher-nos como molhos De flores que levou'pros firmamentos. Amei! Ah, como amei nesta passagem! Dei-me toda inteira, sem medida... Porque sabia que esta breve viagem É tudo quanto temos desta vida. Se tens amor, não guardes para amanhã, Se tens dor, deixa que ela te consuma, Pois a vida é qual teia de aranha Que o vento leva como leve espuma. Cada instante é eternidade pura, Cada beijo é um século inteiro... Ah! Viver é a mais doce loucura Neste mundo tão breve e passageiro! Que eu viva, pois, com toda a minha alma, Que eu ame até ficar exausta... Pois quando vier a derradeira calma, Terei vivido... e isso me basta! Marilândia

COSTURANDO POESIA DIA 29 DE MAIO

“O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã “ Jô Tauil _______________________________ Quando a alma sangra em desespero mudo, E o coração, feito uma fera, Rasga-se contra o mundo surdo. Mas sempre há-de vir a madrugada Com seus dedos de luz tão terna, E a dor que parecia condenada Desfaz-se como névoa eterna. Oh! quantas vezes chorei sozinha Na escuridão do meu quarto vazio, Pensando que jamais a luz divinha Voltaria ao peito sombrio! Quantas lágrimas amargas bebi Na taça cruel do sofrimento, Até que enfim compreendi Que a noite tem fim no tempo! E quando surge a aurora nova, Dourada como um sonho antigo, A alegria vem e me trova Como um canto, como um amigo. O choro pode durar uma noite, Mas pela manhã renasce a fé, E o que parecia um açoite Torna-se bênção que Deus nos dê. Assim é a vida: dor e glória! Marilândia

Sonho de Simplicidade

Sonho de Simplicidade Ser a mulher mais calma da cidade, Andar, sempre serena, pelo campo, Ver crescer sobre a mesa da verdade O pão nosso de cada dia santo. Uma saia de linho bem cuidada, Perfumada de hortelã e manjericão... – Com a chuva regar a madrugada, Dar aos pássaros luz no coração... Ser clara como a fonte da montanha, Ter certeza de que a alma se acalma Quando encontrar a paz que nos acompanha... Senhor, dai-me esta paz, esta ventura! Troco por elas toda a amargura, E as tempestades todas da minh'alma. Marilândia

Miragem

Miragem Sonho que sou a Voz que ecoa eterna, Aquela que desperta multidões, Que carrega nas mãos a luz superna, E acende nos escuros corações! Sonho que minhas palavras são canções Capazes de curar a dor maisterna! Que meus versos são pontes, são lições Para quem na solidão se hiberna! Sonho que sou estrela entre os mortais... Aquela que conhece os céus e mais, Diante de quem o tempo se ajoelha! Mas quando o sonho atinge o seu esplendor, E quando mais me sinto criadora, Desperto... e sou apenas sombra velha. Marilândia

Balada(Florbela Espanca) com resposta marilândia

Balada(Florbela Espanca) Amei-te muito, e eu creio que me quiseste Também por um instante nesse dia Em que tão docemente me disseste Que amavas 'ma mulher que o não sabia. Amei-te muito, muito!Tão risonho Aquele dia foi, aquela tarde!... E morreu como morre todo o sonho Deixando atrás de si só a saudade! ... E na taça do amor, a ambrosia Da quimera bebi aquele dia A tragos bons, profundos, a cantar... O meu sonho morreu... Que desgraçada! .................................... E como o rei de Thule da balada Deitei também a minha taça ao mar ... … Florbela Espanca Resposta à Balada (por Marilândia) Também te amei, e sei que me entendeste Naquele instante breve, fugidio, Quando no teu olhar reconheceste O mesmo sonho, o mesmo desafio. Também te amei, te amei! Que doce engano Foi crer que o tempo nos guardaria O que nasceu de um gesto tão humano, De uma palavra dita à luz do dia. E na mesma taça, ó companheira, Bebi da mesma fonte cristalina Os tragos que a esperança nos oferta... O sonho foi... mas não se vai inteira A luz que dele ainda se destina A quem souber manter a alma desperta. E se tua taça foi lançada ao oceano, A minha guardo ainda entre as mãos, Não por teimosia ou desengano, Mas por saber que há outros verões. Marilândia

terça-feira, 27 de maio de 2025

Silêncios e Esperança (EM DUETO)

Silêncios e Esperança Voz 1 (Alma Anseio): Sou feita dos silêncios que demoram, De preces que o vento insiste em levar. E os sonhos, que na terra se adoram, Mesmo findos, na mente vão brotar. Em mim, a dor não clama nem se esconde, Ela me habita em suave mansidão. Fez do meu peito abrigo e um horizonte, Fez da saudade um verso em solidão. Voz 2 (Alma Resignação): Não sigo a pressa vã que tudo destrói, Prefiro o passo lento, a luz no chão. Aprendi que a alma forte não corrói, Se escuta com ternura o coração. E sigo em frente, assim, com fé sentida: Sou flor do tempo... sou poema e sou vida. Voz 1 e 2 (Juntas): Ah, silêncios e esperança em cada espinho, Duas almas a bailar no mesmo trilho. Marilândia

Sou Silêncios e Esperança

Sou Silêncios e Esperança Sou feito de silêncios demorados, De preces que o tempo levou no vento. De sonhos que ficaram enterrados, Mas brotam mesmo assim, no pensamento. Em mim, a dor não grita nem se esconde, Ela me habita com mansidão fiel. Fez do meu peito abrigo e horizonte, Fez da saudade um verso de papel. Não sigo mais a pressa que destrói, Prefiro o passo manso, a luz no chão. Aprendi que a alma nunca se corrói Se escuta com amor o coração. E sigo em frente, assim, com fé sentida: Sou flor do tempo... sou poema e sou vida.

Lótus da Minha Alma para Florescer

Lótus da Minha Alma Ai, flor divina que do lodo nasces, espelho da minh'alma atormentada! Como tu, vivo em águas enlameadas, sonhando com a luz que tu abraças. Pétalas de seda, alvas, sedosas, que se abrem ao sol em languidez... Quisera eu ter tua pureza, tua paz entre as ondas verdosas. Do fundo escuro onde me debato, onde a dor tem raízes profundas, quero emergir como tu, nas mundas manhãs, sem mancha, sem desacato. Ó lótus! Flor do meu desejo! Tu és o sonho que não alcanço, a pureza por que me canso, o amor perfeito que não vejo. Nas águas turvas do meu peito cresce uma flor que não desabrocha, murcha antes que a luz a toque, morre antes de estar bem feita. Se eu pudesse, como tu, nascer cada aurora, limpa e nova, sem as mágoas que me sobra, sem as lágrimas a escorrer... Mas sou mulher, não sou lótus, carrego o peso dos meus males, as raízes dos meus ais prendem-me ao lodo que me polui. Ainda assim, flor sagrada, em ti me vejo e me consolo: se do barro brota o teu voo, talvez minha alma seja salva. Que sejas tu o meu espelho, minha esperança, minha fé, lótus que do lodo se eleva, pura,numa intrépida magia. Marilândia

imagem para última flor de lótus

O Despertar do Lótus para FLORESCER AMANHÃ DIA 28

O Despertar do Lótus Das águas turvas do mundo emerges, ó flor sagrada, sem mácula alguma, tuas pétalas brancas como a espuma dos sonhos que em luz se convertem. No lodo escuro fixaste raízes, bebeste da lama a força oculta, e agora te elevas, pura e adulta, espelho da alma que se redime. Cada manhã renasces inteira, fechas-te ao sol que se despede, abres-te quando a aurora procede seu cortejo de luzes primeiras. Ó, lótus! Ensina-me teu segredo: como beber do barro sem se sujar, como do fundo lodoso brotar limpo, sereno, sem medo. Tu és o símbolo da transformação, da pureza que nasce da dor, do despertar do eu interior que transcende toda ilusão. Tuas pétalas são páginas de um livro sagrado escrito em silêncio, cada camada um novo recomeço, cada cor uma verdade antiga. No templo do meu coração quero plantar tua semente, para que brote eternamente a flor da contemplação. Que eu seja como tu, lótus divino: enraizado na terra, voltado ao céu, transformando em luz o que é do breu, cumprindo meu destino. Marilândia

Sombra que Te Procura Escuta!... Na penumbra deste outono, Alma perdida, alma desencontrada, Sou a sombra que vaga, sou o sono Que te embala sem ser por ti sonhada... Vivo ausente de mim, desesperada, Mas que importa se em ti me abandono? Rondo teus passos, tua madrugada, Bebo teu riso como se fosse o meu dono... Estou contigo e ignoras minha sede... Quantas vezes nas flores que tu colhes Minha alma se escondeu como segredo! Levo-te como lágrima nos olhos! E no teu quarto... Ouve!... Alguém se move... Silêncio, coração! ... Escuta! É o meu!....

Sombra que Te Procura Escuta!... Na penumbra deste outono, Alma perdida, alma desencontrada, Sou a sombra que vaga, sou o sono Que te embala sem ser por ti sonhada... Vivo ausente de mim, desesperada, Mas que importa se em ti me abandono? Rondo teus passos, tua madrugada, Bebo teu riso como se fosse o meu dono... Estou contigo e ignoras minha sede... Quantas vezes nas flores que tu colhes Minha alma se escondeu como segredo! Levo-te como lágrima nos olhos! E no teu quarto... Ouve!... Alguém se move... Silêncio, coração! ... Escuta! É o meu!....

TR\êS FRAgMENTOS POÉTICOS PARA PUBLICAR

O Fardo da Singularidade Cansada estou, da voz calada que me habita e grita contra o óbvio. Por que não me coube a placidez dos dias, a alegria desprovida de porquês? Sou labirinto em terra plana, e essa sede de abismos me afasta do riso fácil, do passo leve de quem vive sem o peso do infinito. Marilândia O Anseio pela Indiferença Exausta, afogo-me nas minhas próprias indagações, almejando a leveza de quem aceita o mundo sem questionar. Ah, se eu pudesse ser apenas um eco, sem a melodia própria que me condena ao desencontro, à dança incessante com o que não pode ser. Marilândia A Angústia da Profundidade Pesada me sinto, com a alma em desalinho, por não me contentar com a superfície. Por que a minha vista busca o inatingível, quando todos se satisfazem com o visível? Vivo à margem, num exílio de mim mesma, pela incapacidade de compactuar com a paz dos que nada esperam além do agora. Marilândia

Sonata do Coração PUBLICAR HJ DIA 27 OU DIA 28

Sonata do Coração Nosso amor é poesia que se escreve no ar, Versos soltos que o vento leva ao infinito, Cada palavra tua é música no meu peito, Melodia doce que me faz suspirar. És a estrofe que minha alma quer cantar, O refrão eterno do meu grito, Teus olhos rimam com meu ser bendito, Nesta sinfonia que não cessa de soar. Como notas dispersas numa pauta branca, Nossos corações compõem sua dança, Cada batida é verso, cada verso é som. Tu és minha lírica, eu sou tua melodia, Juntos somos a mais bela sinfonia, Poesia e música num só coração. Teus lábios são harpa que toca minha pele, Dedos que percorrem teclas do meu ser, Cada carícia é nota que ressoa, No templo sagrado onde nosso amor se revela. Sou tua musa e tu és meu trovador rebelde, Cantamos juntos o que ninguém pode ver, Amor que nasce quando a música ecoa, Poesia viva que jamais se espevela. Nosso quarto é palco desta ópera louca, Onde cada suspiro vira melodia, E cada beijo é verso que se toca. Somos soneto musicado, somos canção, Poesia que dança, música que ardia, Nosso amor: eterna inspiração. Marilândia

O Tempo e Seus Mistérios

O Tempo e Seus Mistérios É breve o instante, o sonho, ou a saudade; Nasce o silêncio e a dor que nos consome... Semear esperança nas horas da caridade É como plantar estrelas quando a noite some! "Somos todos caminhantes" disse o vento, "Uma lágrima é feita de mil risos, Um abraço é sempre eterno num momento, Colhe-se só um fruto de onde vieram mil paraísos!" O mais doce engano cresce... desvenda-se... Uma verdade amarga em nós desperta Que no mesmo suspiro já se perde... Sonhar com o amanhã eu não conseguia, A gente aprende sempre o mal de um tempo, Que desejas, meu Peito, se tudo fingia! Marilândia

Sonata do Coração EVENTO DIA 3 de JUNHO CIRANDA NA PASSARELA

32 CIRANDA NA PASSARELA TEMA:O MUNDO QUE SONHEI AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Sonata do Coração DATA:03/06/2025 PAÍS:Brasil Sonata do Coração Nosso amor é poesia que se escreve no ar, Versos soltos que o vento leva ao infinito, Cada palavra tua é música no meu peito, Melodia doce que me faz suspirar. És a estrofe que minha alma quer cantar, O refrão eterno do meu grito, Teus olhos rimam com meu ser bendito, Nesta sinfonia que não cessa de soar. Como notas dispersas numa pauta branca, Nossos corações compõem sua dança, Cada batida é verso, cada verso é som. Tu és minha lírica, eu sou tua melodia, Juntos somos a mais bela sinfonia, Poesia e música num só coração. Teus lábios são harpa que toca minha pele, Dedos que percorrem teclas do meu ser, Cada carícia é nota que ressoa, No templo sagrado onde nosso amor se revela. Sou tua musa e tu és meu trovador rebelde, Cantamos juntos o que ninguém pode ver, Amor que nasce quando a música ecoa, Poesia viva que jamais se espevela. Nosso quarto é palco desta ópera louca, Onde cada suspiro vira melodia, E cada beijo é verso que se toca. Somos soneto musicado, somos canção, Poesia que dança, música que ardia, Nosso amor: eterna inspiração. Marilândia

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Silenciosa Entrega

Silenciosa Entrega Eu guardo em mim a eternidade breve Das palavras que nunca se disseram, E no silêncio que entre nós se teve Cresceram flores que jamais morreram. Os meus suspiros são de sal e neve... Carrego no peito as horas que se foram... Foi do meu pranto doce que nasceram As estrelas que o tempo não se atreve... Oferto-te o que sou: a dor dormida, O véu das madrugadas sem aurora, A lua que é de prata, a alma ferida Que ainda pulsa e canta e se namora Com tudo quanto fez desta partida O verso eterno que em mim mora e chora. Marilândia

Perdão?

Perdão? Perdão por ele? Sim... Se me feriu tanto, Se tanto mal me fez no meu presente, Se o encontrei depois de ser ausente, Se à paz assim roubei todo o santo, Que importa se sofri? E se hoje o canto Se fez silêncio, frio, transparente, Silêncio de quem ama eternamente Com um profundo e terno desencanto! Nunca mais a culpar já é bastante! Quero senti-lo meu,bem distante, Como se fosse livre, calmo e pleno! Perdão seria em mim bondade infinda, Graça de o ter amado, amor ainda! Perdão por ele? Sim... seria mais sereno! Marilândia

O Peso do Silêncio

O Peso do Silêncio Na alma, só tristeza me visita. Vago sem rumo, sombra entre sombras... E não encontro paz que me socorra Nem canto que esta angústia me permita! E nem sequer a lua que me fita Consegue iluminar o que me assombra!... Minha pobre alma, tão pesada e sombra, Bebeu do pranto a fonte infinita! Poeta, sou espinho sem jardim, A erva daninha que ninguém semeia. Sou, como tu, lamento sem fim! Porém minha desgraça é mais cruel: Não ter tua palavra que rasteia Para verter em verso este meu fel. Marilândia

TÍTULOS VARIADOS

Temas de sonho e idealização:** - "Quimeras de Ouro" - "O Reino que Não Há" - "Miragem do Coração" - "Castelos de Névoa" - "A Terra Prometida" **Temas melancólicos:** - "Lágrimas de Cristal" - "O Silêncio da Alma" - "Noturno de Solidão" - "Elegia do Outono" - "Crepúsculo Interior" **Temas amorosos:** - "Cartas ao Vento" - "O Amor que Se Perdeu" - "Canção de Despedida" - "Rosas Murchas" - "Saudade Eterna" **Temas existenciais:** - "Entre o Ser e o Não Ser" - "Confissões à Lua" - "O Mistério de Viver" - "Alma Errante" - "Vertigem do Infinito" Marilândia

EVENTO DIA 3 DE JUNHO

32 CIRANDA NA PASSARELA TEMA: "O MUNDO QUE SONHEI" TÍTULO:Confissões à Lua AUTORA:Marilândia Marques Rollo DATA:03/06/2025 PAÍS:Brasil Gentilmente convidada pela poetisa amiga Sil Landarim Confissões à Lua O mundo que sonhei era de rosas, De tardes cor de mel e de saudade, Onde as almas seriam luminosas E a dor seria doce claridade. Sonhei com prados verdes e formosos, Com rios que cantavam melodias, Onde os corações eram bondosos E não havia lágrimas sombrias. Nesse mundo de sonho e de ventura, O amor seria eterno e verdadeiro, Sem mentira, sem mágoa, sem amargura, Sem o peso cruel do desespero. As mulheres seriam rainhas belas, Livres para voar como as andorinhas, Sem grilhões, sem dor, sem mazelas, Donas de si, de seus próprios ninhos. Os homens teriam mãos de carícia, Palavras doces como o vinho novo, E em cada gesto haveria delícia, Em cada olhar, um mundo novo. Mas quando acordo desta fantasia, Vejo o mundo real, cruel e frio, Onde a esperança se desvia, E o sonho se perde como o rio. Marilândia

domingo, 25 de maio de 2025

COSTURANDO DIA 25 DE MAIO

“E montando o cenário mais brilhante de futuro…” Jô Tauil _______________________________ No horizonte dourado do tempo que virá, desenham-se arco-íris no ar com dedos que conhecem apenas a paz, e risadas são sementes de luz espalhadas pelos jardins do mundo. As cidades respiram verde, seus pulmões são florestas verticais onde os pássaros fazem ninhos entre janelas que captam o sol e o transformam em energia pura. Os oceanos, limpos como lágrimas de alegria, devolvem às praias conchas cheias de canções, enquanto as baleias dançam livres de redes e de tristeza, suas vozes ecoando hinos de esperança. Nas escolas, as crianças aprendem a linguagem das flores, a matemática dos ventos, a história contada pelas árvores que crescem altas e sábias. Os laboratórios descobrem não apenas curas para o corpo, mas bálsamos para a alma, e cada descoberta é uma ponte que nos aproxima uns dos outros. As fronteiras se dissolvem como açúcar na chuva, e os passaportes são sorrisos, os vistos são abraços, as alfândegas são mesas postas para banquetes de irmandade. No futuro que se aproxima com passos de luz, cada ser humano carrega no peito uma estrela própria, e quando caminhamos juntos iluminamos galáxias inteiras de possibilidades infinitas. Porque o amanhã não é apenas tempo, é uma promessa que fazemos hoje com cada gesto de amor, cada palavra de esperança, cada sonho que ousamos sonhar acordados. Marilândia

COSTURANDO DIA 25 DE MAIO

“Nem nos importamos com o amargor da taça!” Jô Tauil _____________________________ Bebemos até a última gota ardente… Que o fel da vida em nós se desfaça E nos transforme em alma diferente. Que importa se o destino nos abraça Com garras de aço, friamente, Se em nosso peito a chama não se passa E arde sempre, eternamente? Sorvemos tudo: a dor e a alegria, O pranto amargo e o riso cristalino, Pois nossa sede nunca se esvazia. E mesmo quando o mundo se ilumina De sombras densas, nossa fantasia Transforma o fel em néctar divino. Marilândia

Antes do Tempo

Antes do Tempo Quando parti de ti, sem me voltar, Fechou-se o dia em luto de saudade; E para não te ouvir me suplicar Fugi na sombra, em busca de verdade... Parti cedo demais! Cruel maldade! Vi-se então o que não devia ver: Em plena luz, a luz se apagar E as flores do jardim empalidecer! Cruzando mares de infinitos prantos Procurei-me em vão! Sonhos e encantos, Alma vazia, o coração em dor! E há cem anos que eu era jovem e forte!... Mas minha alma ferida clama: que sorte Ter partido cedo, ó meu Amor! Marilândia .

sábado, 24 de maio de 2025

IMAGEM PARA ESPELHO DA ALMA FLORESCER DIA 25

Espelho D'alma para FLORESCER DIA 25

Espelho D'alma 




Debruço-me no espelho das águas frias
E vejo uma estranha a me fitar, 
Com olhos que guardam melancolias 
De quem não sabe mais como sonhar. 


Será que essa face é mesmo minha? 
Será que essa dor também me habita? 
Nesta alma que anda tão sozinha 
E que a própria sombra me evita... 


No reflexo trêmulo das ondas 
Vejo lágrimas que são tão fundas, 
Como poços de infinita sede. 


Quem é esta mulher no espelho d'água? 
Será minha irmã, será minha mágoa? 
Ou sou eu mesma que de mim se despede? 


 Marilândia

Os Meus Desencantos

Os Meus Desencantos A Madrugada vem chegando em paz Sobre o Mundo, que banha de tristeza... E nem sequer o canto dos pardais A pode despertar de sua apatia... Ninguém a vê nascer, ninguém lhe traz Alívio à sua dor que é de incerteza... E eu sinto a claridade imensa que se desfaz! E eu sinto desfazer-se a alva fria! Por que és assim tão pálida, assim tão vã?! É que, talvez, ó claridade, em ti se afana Uma Solidão igual à que me cerca! Solidão que eu sei donde me nasce... Talvez de ti, ó alvorada!... Ou de quem passe!... Que eu nunca sei quem ama, nem quem perca!!! Marilândia

EVENTO DIA 28 LEOVANY

180 Encontro Pôr do Sol TEMA:REFLEXO DE TUA IMAGEM AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:ESPELHO DE SAUDADE DATA: 28/05/2025 PAÍS:Brasil A CONVITE DA AMIGA POETISA LEOVANY OCTAVIANO Espelho de Saudade No espelho d'água turva da memória, Surge teu rosto como luz perdida, Fantasma doce de antiga história Que ainda palpita, mas já não tem vida. A imagem do teu reflexo daninha Persegue-me nas horas de abandono, E quanto mais a fito, mais se afina Em névoa vã que esgarça o meu sono. Como a lua que se desfaz no rio, Teu semblante se esvai quando o procuro, E fico só com este desafio: Amar a sombra de um amor impuro. Ah! Se pudesse ter-te novamente Na carne e no calor da realidade! Mas tens-me só na forma transparente Do reflexo que espelha a saudade. E vivo assim, entre o sonho e a dor, Amando a imagem que se desvanece, Prisioneira deste estranho amor Que na ausência cresce e permanece. Marilândia

IMAGEM PARA MEUS SONHOS

sexta-feira, 23 de maio de 2025

OS MEUS SONHOS publicar dia 24 em FLORESCER

OS MEUS SONHOS Momento eterno de um anoitecer De Inverno, junto ao rio, cor de prata, Ergue-se uma canção que se desata... A lua é uma ferida a sangrar... A corrente arrasta, sem querer, Numa dança que chora e que arrebata, Os reflexos da luz que se maltrata Num derradeiro brilho, a desfalecer! A lua morreu... e chora a solidão... E eu vejo o caixão de cristal, então, A descer pela água, em véu de bruma! Os meus Sonhos, cruel melancolia, Também os vi partir, em pleno dia, No rio do Tempo, assim... um por um! Marilândia

Música de Ausências

Música de Ausências Soa distante e leve Como quem já partiu Toda melodia feita De sombra e de olvido - Nada que possa dar Sentido. Murmúrio de promessas, Ou gesto que se foi... Terrace branco e mudo... E na alma de quem ficou Apenas o sussurro tênue do que não se cumpriu. Marilândia

COSTURANDO DIA 23 DE MAIO

“Do que se busca sem achar…” Jô Tauil _______________________ Cansada,vago por entre sonhos desfeitos, Alma de tanto querer maltratada, Coração cheio de vazios estreitos. Busco no vento a palavra perdida, Na sombra o sol que não vem mais, Na morte a vida que foi esquecida, No pranto alegre de tempos atemporais… Que é do amor que jurei eterno? Que é da esperança que me guiou? Perdeu-se tudo no inverno, E só a dor permaneceu. Do que se busca e nunca se encontra, Faço meu verso, minha oração, Que mesmo em vão, a alma afronta A solidão do coração. Buscar, buscar sem nunca achar... É esta a sina de quem ama, De quem nasceu para sonhar E vive sempre em constante chama. Marilândia

PÉTALAS DE SAUDADE

PÉTALAS DE SAUDADE Todas as flores que me ofereceste, um tempo, Guardo-as, meu amor, como relíquias, E quando a tarde murcha no silêncio, Eu vou falar com elas, penitente... E falo-lhes de sonhos e promessas, Choro e sorrio com elas, mansamente... Pouco a pouco o perfume da memória Paira em volta delas, doloroso... Pelo cálice roxo da violeta Bebo uma nostalgia estranha e doce, Uma nostalgia imensa e sem medida Que, triste, me deslumbra e me consome O veludo da rosa desfolhada, A terna oferta que eu amava tanto, Que guardava outrora tantos beijos, E agora guarda apenas desencantos, E o perfume de pétalas secas, De suspiros e lágrimas banhado, Resume em seus vestígios o que tenho De vago e de perdido no meu fado... Mas de todas as flores, a mais cara, Aquela que mais fala à fantasia, São as pétalas daquela rosa vermelha Que aos meus lábios juntaste, naquele dia... Marilândia

Que Resta?

Que Resta? Eu era a altiva, a que zombava em vão, Jamais sentira o peito estremecer Em ondas mansas de um doce querer, Como sentem as almas de paixão. Agora, passas com indiferença fria, Sem olhar para mim ou suspirar, Enquanto vejo em mim desabrochar A flor tardia de melancolia. Meu ser, rochedo, fez-se leito manso; Como nascido em vale de descanso, Todo é ternura, é lágrima e candura! Nele se inclina um rosto por um dia... Que resta?... se a inconstante fantasia Beija todas as faces... que perdura?... Marilândia

quinta-feira, 22 de maio de 2025

COSTURANDO DIA 22 DE MAIO

Eternidades Fugidias "Que eternizo essas coisas passageiras" Jô Tauil __________________________________________ Como quem prende o vento numa rosa, Como quem guarda lágrimas inteiras Na concha de uma tarde nebulosa. Que eternizo o teu riso nas manhãs, O brilho dos teus olhos quando choras, As palavras que morrem e se vão E as promessas que nascem com as auroras. Eternizo o perfume dos teus beijos, A música dos passos no meu peito, Os sonhos que se fazem e desfazem E o sabor dos meus próprios des_encantos. Mas como eternizar o que é efêmero? Como prender a vida que se escapa? Se até mesmo este verso que escrevo Já morre enquanto a minha mão o traça... Eternizo em vão estas quimeras, Sabendo que sou eu quem passa e morre, E que ficam apenas, verdadeiras, As sombras que meu sonho não socorre. Eternizo-me a mim nestas palavras, Eu que sou a mais breve das criaturas, Eu que amo e que sofro e que me perco Nas minhas próprias doces amarguras. Marilândia

Ecos de Uma Valsa Perdida

Ecos de Uma Valsa Perdida Há uma valsa que ressoa, Talvez seja um choro antigo Que ao soar minha alma voa Para um tempo que não sigo... Escutando-a me transformo No que nunca ouso sonhar... É um eco doce e informe Das coisas que hão de passar... E a ouço perdido e distante... É tudo quanto eu quis ser... Perdi o rumo e o semblante... Quem não sou sabe viver. Mas é tão reconfortante Esta música do nada... Que minha dor vacilante Já não sente mais a espada... Sou um suspiro sem dono, Um engano de destino... Vivo de qualquer abandono E encontro enfim meu sino! Marilândia

EVENTO PRO DIA DOS NAMORADOS 12 de junho

GRUPO NOSSA ESSÊNCIA Evento Poético (Dia dos namorados) TEMA:ENTRE O CERTO E O ERRADO AUTORA:Marilândia Marques Rollo DATA:12/06/2025 TÍTULO:DILEMAS DO CORAÇÃO PAÍS:Brasil Dilemas do Coração Entre o certo e o errado desta paixão, Meu coração navega em mar incerto, Onde o amor é crime e é redenção, E cada beijo é longe e é tão perto. Dizem-me que é pecado esta emoção, Que arde em mim como fogo descoberto, Mas como pode ser condenação O que me faz sentir-me mais desperta? Entre o certo e o errado, eu me perco, Nesta dança de luz e de tormento, Onde teu nome é prece e é desprezo. Se é erro amar-te assim, eu não me importo, Prefiro a doce dor deste momento A uma vida inteira sem teus beijos. Que venha o Dia dos Namorados, então, Com sua festa e sua hipocrisia, Enquanto eu guardo no meu coração Esta verdade que o mundo desafia. Entre o certo e o errado, escolho o amor, Mesmo que o mundo inteiro me condene, Pois melhor é pecar com esta dor Do que viver sem ti, minha serene. E quando a sociedade me julgar Por amar-te além do permitido, Eu responderei que prefiro chorar A nunca ter por ti me consumido. Marilândia

EVENTO OFICIAL PIP- DIA 25 DOMINGO

EVENTO OFICIAL PIP- UNALEGRO E ACAL TEMA:"NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO, SOBREVOAREMOS MAR E TERRA, TRANSPORTANDO PALAVRAS QUE POSSAM SER DE ÂNIMO E UNIÃO" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:MIGRAÇÕES DA ALMA DATA:25/05/2025 PAÍS: BRASIL Gentilmente convidada pela amiga poetisa Selma iris Kullmann Migrações da Alma Hoje as palavras têm asas de gaivota, e eu, mera jardineira de sonhos, as solto ao vento como sementes de esperança que não conhecem fronteiras nem idiomas. Nas asas da imaginação sobrevoaremos os mares que separam corações, as terras que dividem mãos estendidas, os céus que unem todas as lágrimas. Minhas palavras são pássaros migratórios que não precisam de passaporte para voar, carregam no bico pedaços de aurora e no peito, o compasso da fraternidade. Ó, tu que lês estas linhas, recebe-as como chuva em terra seca, como abraço de mãe em filho perdido, como ponte sobre o abismo da solidão. Porque as palavras que transporto não são minhas, nem tuas, nem de ninguém— são do vento que sussurra aos navegantes, são do mar que embala todos os naufrágios. Nas asas da imaginação construiremos cidades onde caibam todos os sotaques, jardins onde floresçam todas as cores, mesas onde se partilhe o mesmo pão. E quando a noite cobrir nossos sonhos com seu manto de estrelas democráticas, saberemos que voamos juntos rumo ao amanhecer de uma só humanidade. Porque sobrevoar Mar e Terra é mais que geografia— é semear no in_finito as sementes do que ainda pode ser. Marilândia

Evento de Rosângela e ABMLP

Evento de Rosângela e ABMLP TEMA:"TOCANDO EM FRENTE" Inspiração: Tocando em frente (Almir Sater) AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Caminhada Sem Fim DATA:26/05/2024 PAÍS:Brasil Caminhada Sem Fim Ando sempre, minh'alma peregrina, Por sendas que o destino me traçou, Carrego as dores que o viver me esboçou, Mas sigo em frente, que é lei divina. Cada passo que dou me ilumina, Cada pedra no chão me ensinou Que a vida é rio que nunca parou, E quem não anda, para e vaticina (ou alucina) Ai de mim, que não posso recuar! O tempo urge, o coração palpita, E a estrada chama para caminhar. Vou seguindo esta senda infinita, Que entre lágrimas me faz sonhar Com a paz que no fim me acalenta e me agita. Marilândia

quarta-feira, 21 de maio de 2025

COSTURANDO DIA 21

“Dos grandes momentos que se esvoaçaram no dia a dia” Jô Tauil _____________________________ Guardo os suspiros, as cores, a melodia De tudo quanto foi, e já não é mais, Como pétalas secas de sonhos outonais. Nas horas mortas, quando o silêncio me invade, Revejo teu olhar, perfume de saudade, E sinto o coração, pobre ave ferida, Bater ao ritmo lento desta minha vida. Que importa que o tempo, algoz sem piedade, Arrebate em suas asas a nossa mocidade? Se dentro de minh'alma, um sol sempre a brilhar, Relembra os risos teus, teu jeito de falar. Dos grandes momentos, guardo apenas retalhos, Furtivos, como as sombras nos velhos espelhos. Migalhas de ventura que ainda vou colhendo, Enquanto a vida, em seu curso, vai me envelhecendo. Ah, se eu pudesse reter na mão fechada A essência fugaz de uma hora passada! Eternizar o instante em que fomos felizes, Antes que o vento leve as nossas cicatrizes! Mas eis que os grandes momentos são como as estrelas, Brilham mais forte quando deixamos de vê-las. E só compreendemos seu valor profundo Quando já são memórias vagando pelo mundo. Dos grandes momentos que se esvoaçaram no dia a dia, Faço versos, faço pranto, faço poesia. E neste meu soneto de alma desvelada, Escrevo o que não morre, o que não é mais nada. marilãndia

Visita Etérea

Visita Etérea Não anunciastes tua chegada, Como névoa que surge ao amanhecer. Tua presença, quase sagrada, Fez-me novamente florescer. Entre o que sonho e o que vivo, Há um espaço sem definição. És real ou és fugitivo Habitante da imaginação? Trouxeste-me um doce tormento, Um sabor de mel com aflição. Foste brisa, foste momento, Foste suspiro de ilusão. Agora que já não estás, Resta-me a saudade do que foi. O tempo, que tudo desfaz, Preserva o que nunca se destruiu. Sonhar-te é minha sina, No limiar entre ausência e presença. És estrela que não se declina, És a mais bela das sentenças. Marilândia

Um Instante de Solidão (PROSA)

Um Instante de Solidão Ontem, pela manhã, decidi ficar em silêncio. Não abri as janelas, não liguei aparelho algum. O mundo continuava lá fora, mas eu havia me retirado para dentro. As horas passavam como águas de um rio que não tem pressa. A princípio, um desconforto — esse encontro com o vazio. Logo depois, uma paz que não tem nome. Em determinado momento, sentada à mesa da cozinha, com uma xícara de chá que esfriava sem que eu bebesse, percebi um clarão dentro de mim. Era como se, de repente, pudesse ver todas as camadas da minha existência ao mesmo tempo. Não havia mais diferença entre o que sou e o que penso ser. Apenas um imenso espaço onde eu finalmente podia respirar. A solidão, quando abraçada, revela-se não como ausência, mas como presença — a presença de si mesmo, completa, irredutível. Talvez o maior luxo desta vida seja poder encontrar-se. Marilândia

RELICÁRIO DE AUSÊNCIAS

RELICÁRIO DE AUSÊNCIAS Guardei tudo o que me deste em silêncio, Como quem guarda estrelas em um baú antigo, Cada objeto, um verso; cada toque, um segredo Que somente a noite conhece quando sonho contigo. As cartas amareladas pelo tempo inclemente Conservam tua voz em letras que ainda tremem, E quando as leio, sob a luz da lua crescente, Revivo os beijos que os lábios já não temem. O lenço bordado com tuas iniciais discretas Ainda conserva o perfume da última despedida, Quando as palavras ficaram incompletas E o adeus pesou mais que toda a vida. A pequena concha que colheste à beira-mar Murmura histórias quando a aproximo do ouvido, Conta-me de um amor que não quis acabar, De um tempo que, mesmo longe, não foi esquecido. Mas dentre todos os tesouros de minha memória, O mais precioso, aquele que me desalenta e me cura, É a pétala seca daquela flor transitória Que me ofertaste em momento de ternura. A pétala carmesim de uma rosa fugaz, Que entre as páginas de um livro conservo, Fala-me de um amor que foi capaz De transformar em eternidade cada nervo. Assim vivo de lembranças e suspiros, Contemplando relíquias de um tempo que se foi, Onde cada objeto conta, em seus giros, A história de um amor que nunca se destrói. Marilândia

Serenidade Interior

Serenidade Interior Todos os pedaços de mim são de paz e harmonia como a manhã que nasce sem pressa como o mar que respira na areia deixando apenas um suspiro de espuma. Sou feita daquele silêncio que habita entre duas notas musicais, daquela pausa que sustenta o universo antes que o próximo momento comece. Em minhas veias não corre sangue, mas o murmúrio tranquilo dos rios antigos que conhecem o segredo de fluir sem resistência entre as pedras que tentam detê-los. Meus olhos carregam o horizonte inteiro onde o céu e o oceano se encontram em uma linha infinita de serenidade que não conhece tempestades nem fronteiras. Meus dedos são galhos de oliveira estendidos ao vento da tarde, minhas palavras são sementes de trigo que alimentam sem fazer ruído. Construí minha casa no equilíbrio entre a luz e a sombra, onde nem um lado nem outro domina, onde cada coisa encontra seu complemento. Sou feita daquele instante perfeito quando a lua e o sol compartilham o mesmo céu, quando não há contradição possível entre o que sou e o que o mundo espera. Todos os pedaços de mim são de paz e harmonia como a respiração que não precisa ser lembrada, como o amor que não precisa ser nomeado, como o tempo que não conhece pressa nem demora.

Labirinto Sonhado

Labirinto Sonhado Perdi-me no pensar. O despertar De um sonho que não sei se é meu viver, Cansou-me de existir sem conhecer Se é real o que tento desvendar. Por entre labirintos esquecidos De reflexões que ninguém completou, Renunciei ao ser que me habitou Em lentos, tristes gestos já perdidos... Selaram com silêncio o que senti. Roubaram a esperança ao que criei. E então, sem perceber, me transformei Na sombra da verdade que não vi. Marilândia

EVENTO DIA 31 DE MAIO (espelho)

Academia Independente Democrática de Escritores e Poetas AIDEP. Tema: ESPELHO Título:Refúgio de Cristal Autoria:Marilândia Marques Rollo País:Brasil Data: 31/05/2025 CONVIDADA PELA AMIGA POETISA MONICA SOARES ANGEL Refúgio de Cristal Contemplo-me no espelho e quem me fita Não sou eu, mas sombra desconhecida, Uma estrangeira de alma infinita Que habita esta morada dolorida. Ó reflexo cruel de meu semblante, Que segredos ocultas no olhar? És tu quem me conhece mais distante, És tu quem vê meu íntimo a sangrar. No cristal frio onde minh'alma pousa, Encontro a solidão mais verdadeira; Como flor que no outono se desfolha, Vejo em ti minha essência derradeira. Quantas vezes busquei nessa fronteira Um rosto que não fosse só tristeza! Mas o espelho, na sua luz certeira, Devolve-me a mais crua natureza. Se pudesses falar, cristal traiçoeiro, Que histórias contarias sobre mim? Das lágrimas vertidas em janeiro Às dores que não têm princípio ou fim? Espelho meu, confidente mudo, Tu que guardas segredos e lamentos, Por que refletes com tão fino estudo A dor que escondo em todos os momentos? Ah, se um dia o amor em mim brotasse, Mostrarias enfim outro semblante? Ou mesmo que a ventura me tocasse, Serias sempre o mesmo penetrante? Ó reflexo que não mente nem ilude, Mostra-me quem sou por detrás da máscara; Na tua verdade crua encontro a virtude De ver-me tal qual sou: alma que escancara (ou alma caiçara) Marilândia

evento sábado 24 escolher um dos dois (tvz o segundo)

36° Café Na Passarela TEMA:"Quando o Amor Chegar" AUTORA:Marilândia marques rollo TÍTULO:Promessa de Alvorada PAÍS:Brasil DATA:24/05/2025 Promessa de Alvorada Quando o amor chegar, não perguntes o motivo, Abre as portas da alma, deixa-o entrar; Como sol que rompe céu nublado, esquivo, Nos olhos sentirás seu brilho a queimar. Quando o amor chegar, não tentes compreendê-lo, É mistério profundo que não se explica; Como flor que desabrocha, sublime e belo, É promessa de vida que se edifica. Nas noites de agonia, na dor sem par, Sonhei tantas vezes este momento; Meu coração, desiludido de esperar, Quase entregou-se ao frio desalento. Quando o amor chegar, deixa-te inundar Dessa força que transmuta a existência; Não temas sucumbir, não hesites amar, Pois só amando se conhece a essência. Ó alma minha, tão cansada de sofrer, Tão exausta das lágrimas vertidas! Que no amor encontres razão de viver, E nele cures todas as feridas. Quando o amor chegar, não fujas, não receies, Recebe-o como bênção, como graça; Nas suas mãos, enfim, quero que leias O destino que o tempo não disfarça. Eu que vivi em solitária espera, Eu que busquei nas sombras a verdade, Vejo no amor a eterna primavera, E nele encontro, enfim, minha liberdade. Marilândia Promessa de Alvorada Há-de vir, tenho a certeza, como a aurora Que desperta em silêncio a natureza; Este amor que em meu peito agora mora, Como sonho latente de beleza. Quantas noites passou minh'alma errante, A buscar nas estrelas seu destino! E no céu, como um cálice brilhante, Só encontrou um vácuo cristalino. Ah, mas sei que virás, não mais distante Que o amanhã da minha longa espera; Como brisa que passa refrescante, Como sol que anuncia a primavera. E nesse instante, quando em mim entrares, Desabará um mundo de ilusões; Seremos como ondas desses mares, Que se encontram em fundas comunhões. Meu coração, cansado peregrino, De tanto procurar-te pelos dias, Sentirá finalmente o seu destino No momento em que em mim te perdias. Eu, que vivi de angústias e tormentos, De solidão mais fria que o inverno, Hei de encontrar nos teus envolvimentos A sagrada promessa do eterno. Quando o amor chegar, serei liberta Das correntes que prendem minha essência; E a alma, que viveu tão encoberta, Florescerá em plena transcendência. marilândia

Versos Viajantes (outra versão evento balões)

Versos Viajantes Não peço ao vento que guarde os balões coloridos que liberto, só desejo que os leve longe, onde meus olhos não alcançam, mas onde outros corações esperam. São assim os poemas: balões de papel e sonho que escapam das mãos do poeta e viajam por céus desconhecidos. Quem sabe aonde chegam? Talvez caiam como chuva mansa nos campos sedentos de alguém, talvez se percam no vasto azul como lágrimas nunca derramadas. Cada verso é um fio invisível que mantém o balão flutuando, cada metáfora, um sopro de ar quente que o eleva mais alto, mais longe. Escrevo e liberto, deixo que as correntes do tempo carreguem minhas palavras. Algumas voltarão como pássaros perdidos, outras se tornarão estrelas distantes. Não sou dono do céu por onde voam, nem da brisa que os conduz, apenas sou guardião momentâneo destes balões de sílabas e suspiros. Amanhã, quando o horizonte devorar o sol, novas cores nascerão de minhas mãos, novos balões se desprenderão de meus dedos, e continuarei aqui, com o rosto voltado para o céu, imaginando quem os encontrará, imaginando quem os acolherá. marilândia

Versos Alados 9EVENTO BALÕES) PREFERIDO

Versos Alados Lancei ao vento os versos que escrevi, Balões frágeis de seda e de esperança; E não sei se voaram, se os perdi, Se foram longe ou se ficaram cá. Nas asas do mistério os entreguei, Leves sonhos de cores inconstantes; Segredos que no peito acalentei, Em palavras vestidos, palpitantes. Quem os achará um dia, por acaso? Quem dirá: "Este verso é meu agora"? Alguém no mundo cujo coração Fez do meu canto a luz de um novo prazo? E eu, que os soltei como quem ri e chora, Contemplo o céu, na doce solidão... Sem saber se foi vã esta loucura, Ou se esses balões, levados pela brisa, Foram pousar em alma que precisa De um pouco mais de sonho e de ternura. Deixai-os ir, meus versos-passarinhos, Meus balões coloridos de ansiedade! Se a vida é feita de errados caminhos, Talvez que o vento lhes traga verdade. Se os meus versos são filhos da quimera, Se neles pus o sangue e a dor que sinto, Que importa que se percam na amplidão? Talvez algures, quando for primavera, Floresçam como flores num recinto Onde nunca sonhei ter plantação.

Suspiros Nômades (VERSÃO EM PROSA) EVENTO BALÕES

Suspiros Nômades Liberto-os um a um, dedos trêmulos de quem sabe que não há retorno. Os poemas são estes balões multicores que solto ao vento, cada um carregando um pedaço de mim que já não me pertence. Vibram no ar como criaturas recém-nascidas, hesitantes a princípio, depois confiantes, até que uma corrente de ar os arrebata para além do horizonte conhecido. Quem sou eu para determinar seu destino? Criador transitório, apenas empresto forma ao que já existia disperso no éter. Os balões-poemas viajam leves, desatados de sua origem, carregando em seu bojo frágil as sementes de mundos que não conheço. Seguem o mapa invisível dos ventos, essas estradas aéreas que não deixam rastro. Às vezes, olhos vidrados no céu, imagino-os chegando a janelas desconhecidas, surpreendendo alguém que olhava distraído para o azul. Imagino dedos estrangeiros desatando o nó do cordão, desenrolando cuidadosamente o papel onde sangrei palavras. Quem saberá dizer que região secreta de um outro coração eles tocarão? Os balões-poemas não têm endereço. São mensagens lançadas ao mar do tempo, viajantes sem porto definido. Alguns se perderão nas alturas, onde o ar é rarefeito demais para sustentar o peso das metáforas. Outros serão capturados por árvores ciumentas, ficarão presos entre galhos, palavras suspensas no limbo. Muitos cairão em terrenos baldios, sob chuvas que diluirão suas tintas até que as letras escorram, lágrimas coloridas na terra. Mas alguns — ah, alguns! — chegarão intactos a destinatários que jamais imaginei ao escrevê-los. E nesse momento, o poema renasce, estrangeiro a mim mesmo. Ele já não me reconhece como autor, pois encontrou novo dono nas pupilas que agora o decifram, na voz que o pronuncia com diferente música. O balão-poema, enfim, cumpre seu destino: não é mais objeto, é encontro. Solto outro, e mais outro. Coloco-os no mundo como quem semeia sem conhecer a colheita. A prosa, essa âncora, mantém os pés no chão. Mas o poema, ah, o poema é feito para voar. Não o amarro com explicações nem o carrego com certezas. Deixo-o partir, inflado apenas com o necessário: o suficiente de mim para que viaje, o suficiente de mistério para que sobreviva à jornada. Lá vão eles, meus balões policrômicos, minhas palavras migratórias. O vento desta tarde os leva para longe. Alguns serão apenas pontos coloridos no horizonte da memória. Outros, quem sabe, serão estrelas novas em céus que nunca vi.

COSTURANDO DIA 20 MAIO

Andando pelo palácio e jardins do coração” Jô Tauil __________________________ Encontro salas de saudade e pórticos de dor, Onde escondo meus segredos, onde vivo em solidão, E as lágrimas que derramo são orvalho em cada flor. Nas paredes, penduradas, lembranças de um tempo vão, Retratos empoeirados de um passado sem calor. Nas janelas entreabro cortinas de indecisão Para ver se no horizonte surge um raio de fulgor. Os espelhos quebrados refletem minha aflição, Enquanto piso em cacos da minha alma em torpor. As escadas que percorro levam à desilusão, E mesmo assim continuo a buscar o meu amor. No jardim, rosas murchas falam da minha paixão, Lírios brancos se inclinam sob o peso do langor. As fontes secas murmuram canções de resignação, E o vento geme nas árvores com profundo amargor. Eis que sou rainha e serva deste antigo casarão, Habitante solitária de um reino de amargor. Meu cetro é feito de pranto, minha coroa, obsessão, E meu trono está vazio, esperando o sonhador. Andando pelo palácio e jardins do coração, Sou poetisa, sou mulher, sou eterno dissabor. Prisioneira voluntária desta doce perdição, Escrevo versos noturnos sobre o infinito e a dor. Marilândia

O Mistério do Ser

O Mistério do Ser Não sei que mistério me invade. Se o hei-de abraçar ou temer. Recordo a existir sem ver. Tudo me sugere que foi para que eu possa entender. Ah, como às vezes um verso ou uma saudade traz todo o futuro disperso. Porque é que a alma não jaz no tempo que atravesso? Que mistério me invade? Foi esse sussurro (não sei que voz) do além que me fez ser. Marilândia

Alma de Poeta

Alma de Poeta Suspiros de solidão, Quem os há de compreender? São pétalas de emoção Que vivem só de sofrer. Vagam na noite estrelada, Como sonhos por nascer; Sentem a brisa calada, Veem os lírios estremecer! Só quem carrega no peito Um mar de mágoas inquietas É que em tardes de outono Decifra a voz dos poetas. E eu que guardo no olhar Saudades que ninguém tem, Sei no silêncio escutar A dor que os versos contêm! Sou alma feita de sombras, De espinhos e de luar, Sou prisioneira das palavras Que me libertam ao falar. Nas horas de desalento, Quando a vida é um desdém, Busco na tinta e no vento A paz que não me convém. Marilândia

Renascimento em Lótus

Renascimento em Lótus Do lodo escuro e vil, em negro leito, Ergue-se a lótus pura, imaculada, Como da dor mais funda e desprezada Nasce o amor que transborda em cada peito. Pétalas claras de alvo-rosa feito, Abrem-se ao sol em prece delicada, Sem máculas da lama abandonada Que lhe ofertou o berço já desfeito. És tu, flor de mistério, a minha vida! Também eu da tristeza mais pungente Busco a luz que me torna renascida. Sou lótus que se eleva docemente, Por entre o lodo e a dor, inadvertida, Buscando o céu num gesto transcendente. Marilândia

COSTURANDO DIA 20 DE MAIO

"E já estou pronta para viver um grande amor." Jô Tauil _____________________________________, Que me devore a alma em labaredas, Que me leve por sendas e veredas Onde o espinho se transmude em flor. Que me arranque do peito esta dorida Ânsia que paira em mim, tão silenciosa, E me torne, enfim, pétala de rosa No jardim escondido desta vida. Quero que seja fogo e seja mar, Quero que seja abismo e seja céu, Que seja dor e seja o meu viver. Quero na sua chama me queimar, Como ave fênix sob etéreo véu, E nas cinzas, depois, renascer. Quero entregar-me inteira, sem temor, Como quem se mergulha em mar profundo, E que este amor seja todo o meu mundo E nele eu seja apenas este amor. Marilândia

segunda-feira, 19 de maio de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 19 DE MAIO

"E já estou pronta para viver um grande amor" Jô Tauil _______________________________________ Anseio Que me devore a alma em labaredas, Que me leve por sendas e veredas Onde o espinho se transmude em flor. Que me arranque do peito esta dorida Ânsia que paira em mim, tão silenciosa, E me torne, enfim, pétala de rosa No jardim escondido desta vida. Quero que seja fogo e seja mar, Quero que seja abismo e seja céu, Que seja dor e seja o meu viver. Quero na sua chama me queimar, Como ave fênix sob etéreo véu, E nas cinzas, depois, renascer. Quero entregar-me inteira, sem temor, Como quem se mergulha em mar profundo, E que este amor seja todo o meu mundo E nele eu seja apenas este amor. Marilândia

Enlace das Almas

Enlace das Almas Sob o céu que descansa em azul profundo, Caminhamos em silêncio, passo lento... O perfume das flores, suave e atento, Envolve-nos num véu, longe do mundo. Tuas mãos nas minhas, calor fecundo, Acalentam minh'alma em doce alento. Olhos que falam mais que o pensamento, Revelam um amor vasto e fecundo. As sombras alongadas pela estrada Desenham nossa história inacabada, Enquanto a noite abraça o horizonte. Há estrelas que despontam uma a uma... Meu coração palpita em terna bruma, E teus lábios procuram minha fronte. Marilândia

EVENTO AVALB DIA 29

EVENTO AVALB - AMIGOS DA AVALB TEMA:"POESIAS SÃO BALÕES AO VENTO" AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:VERSOS VIANDANTES DATA:29/05/2025 PAÍS:Brasil A convite da amiga poetisa Poesia Maria Versos Viandantes Não peço ao vento que guarde os balões coloridos que liberto, só desejo que os leve longe, onde meus olhos não alcançam, mas onde outros corações esperam. São assim os poemas: balões de papel e sonho que escapam das mãos do poeta e viajam por céus desconhecidos. Quem sabe aonde chegam? Talvez caiam como chuva mansa nos campos sedentos de alguém, talvez se percam no vasto azul como lágrimas nunca derramadas. Cada verso é um fio invisível que mantém o balão flutuando, cada metáfora, um sopro de ar quente que o eleva mais alto, mais longe. Escrevo e liberto, deixo que as correntes do tempo carreguem minhas palavras. Algumas voltarão como pássaros perdidos, outras se tornarão estrelas distantes. Não sou dona do céu por onde voam, nem da brisa que os conduz, apenas sou guardiã momentânea destes balões de sílabas e suspiros. Amanhã, quando o horizonte devorar o sol, novas cores nascerão de minhas mãos, novos balões se desprenderão de meus dedos, e continuarei aqui, com o rosto voltado para o céu, imaginando quem os encontrará, imaginando quem os acolherá. Marilândia

Labirinto Sonhado

Labirinto Sonhado Perdi-me no pensar. O despertar De um sonho que não sei se é meu viver, Cansou-me de existir sem conhecer Se é real o que tento desvendar. Por entre labirintos esquecidos De reflexões que ninguém completou, Renunciei ao ser que me habitou Em lentos, tristes gestos já perdidos... Selaram com silêncio o que senti. Roubaram a esperança ao que criei. E então, sem perceber, me transformei Na sombra da verdade que não vi. Marilândia

O Mais Profundo Sentir

O Mais Profundo Sentir Este amar-te em silêncio, na distância, Este guardar por ti um fogo eterno, Seguir teus passos como sombra mansa Seria dor que nem suporta o inverno. Quando sorris, teu olhar me esconde Verdades que não queres confessar... Quantos suspiros teu peito esconde Enquanto finges apenas me olhar! Mas que me importa se não me pertences, Se esta angústia, este pranto, esta agonia, Este querer que a razão não convence, Da tua indiferença, teu desdém, É o tesouro que guardo noite e dia? É tudo quanto tenho de mais bem? Marilândia

domingo, 18 de maio de 2025

COSTURANDO DIA 18 VERSÃO PUBLICADA

"Correndo nas veias!" Jô Tauil _____________________________________ Em febre silente, Um sonho tão velho que grita e soluça… É dor que se esconde num riso aparente, É vida que morre, mas nunca se ofusca. É sangue que canta canções de agonia, Nos trêmulos lábios da alma esquecida, É luz que se curva na noite vazia, É sombra que dança no fim da partida. Correndo nas veias — amor ou veneno? Que importa o seu nome, se queima e perfuma? Meu peito é um templo de luto sempre pleno, Mas nele inda arde uma estrela em espuma. Ó mágoa tão minha! Saudade tão tua! Meu corpo é um barco que a dor perpetua… Marilândia

COSTURANDO DIA 18 OUTRA VERSÃO

DELÍRIOS EMBRIAGANTES A correr nas entranhas — teu nome, meu bem! Em cada batida, um beijo sem fim… És chama que abrasa, és céu que me tem, És tudo o que vive, de fora e de mim. Meus olhos te buscam no azul da manhã, Meus dedos desenham teu rosto no ar, És riso que acende qual talismã , És vinho que embriaga e faz delirar. Correndo nas entranhas, o amor feito fogo! O mundo é tão vasto, mas caibo em teu colo… Se morro em teus braços, em ti me renovo, Se partes, te sigo; se choras, me imolo! És sonho, pecado, milagre, ternura… És vida correndo em minha loucura! Marilândia

COSTURANDO DIA 18 VERSÃO 1

Correndo nas veias Correndo nas veias, um fogo secreto, Que queima e consome meu ser por dentro; É chama que vibra, é dor, é tormento, É vida que pulsa em meu peito inquieto. Correndo nas veias, o sangue maldito Que carrega sonhos de amor desfeitos; São ânsias e medos em mim contrafeitos, São gritos calados, é eterno conflito. Correndo nas veias, destino traçado, Herança de angústia que não se desprende; É sombra que segue, que nunca se rende, Um peso ancestral que carrego ao meu lado. Correndo nas veias, o tempo que passa, Efêmero, breve, não posso deter; Escorre entre dedos, não pára de correr, Como água que foge e jamais se repassa. Correndo nas veias, enfim, sou eu mesma: Mulher que se perde e se encontra na dor, Que morre mil vezes por sonhos de amor, Que vive incompleta, partida e suprema.

Serenidade Interior

Serenidade Interior Todos os pedaços de mim são de paz e harmonia como a manhã que nasce sem pressa como o mar que respira na areia deixando apenas um suspiro de espuma. Sou feito daquele silêncio que habita entre duas notas musicais, daquela pausa que sustenta o universo antes que o próximo momento comece. Em minhas veias não corre sangue, mas o murmúrio tranquilo dos rios antigos que conhecem o segredo de fluir sem resistência entre as pedras que tentam detê-los. Meus olhos carregam o horizonte inteiro onde o céu e o oceano se encontram em uma linha infinita de serenidade que não conhece tempestades nem fronteiras. Meus dedos são galhos de oliveira estendidos ao vento da tarde, minhas palavras são sementes de trigo que alimentam sem fazer ruído. Construí minha casa no equilíbrio entre a luz e a sombra, onde nem um lado nem outro domina, onde cada coisa encontra seu complemento. Sou feito daquele instante perfeito quando a lua e o sol compartilham o mesmo céu, quando não há contradição possível entre o que sou e o que o mundo espera. Todos os pedaços de mim são de paz e harmonia como a respiração que não precisa ser lembrada, como o amor que não precisa ser nomeado, como o tempo que não conhece pressa nem demora.

A Poesia do Cotidiano

A Poesia do Cotidiano Às vezes, esquecemos de olhar ao redor. O mundo gira em velocidade crescente, mas a verdadeira essência da vida permanece nas pausas entre um afazer e outro. É o calor de uma xícara entre as mãos num dia frio, o sorriso espontâneo de uma criança, ou aquele momento de silêncio quando as palavras não são necessárias. Os tesouros mais valiosos não cabem em cofres. Estão nas manhãs de domingo sem pressa, no aroma das folhas molhadas após a chuva, na música que nos transporta para outro tempo. Há beleza na imperfeição das coisas simples. No pão feito em casa que não ficou perfeito, mas carrega o amor de quem o preparou. Na mensagem inesperada de alguém que pensou em você sem motivo aparente. A vida nos ensina, entre sussurros, que a riqueza verdadeira está nos momentos que não podem ser comprados ou vendidos. Está na gratidão por mais um amanhecer, no conforto de pertencer, na coragem de recomeçar. No fim das contas, são os pequenos milagres cotidianos que tecem nossa história. Aqueles instantes de clareza quando percebemos que tudo o que precisamos, na verdade, já possuímos desde sempre. Marilândia

Arco-Íris da Alma Num rosto fragmentado que se esconde, Olhar que traz o mundo em sua íris, Cores que falam mais que a própria voz, Sou eu, mulher-pintura, alada, que corresponde. O destino das cores se confunde Com lágrimas de luz e de cristal. Como Florbela, trago em meu olhar A dor sublime que não se denuncia. Lábios de fogo, chama que consome, Desejo ardente em tom escarlate, Sou pincelada viva em tela muda. Diamantes adornam minha essência, Enquanto a alma, como arco-íris, Derrama-se em beleza que transcende. Quem sou eu neste espelho fragmentado? Mulher-enigma, cor, metamorfose, Que se revela apenas em pedaços, Como poema inacabado de alguém que amou demais.​​​​​​​​​​​​​​​​

Arco-Íris da Alma Num rosto fragmentado que se esconde, Olhar que traz o mundo em sua íris, Cores que falam mais que a própria voz, Sou eu, mulher-pintura, alada, que corresponde. O destino das cores se confunde Com lágrimas de luz e de cristal. Como Florbela, trago em meu olhar A dor sublime que não se denuncia. Lábios de fogo, chama que consome, Desejo ardente em tom escarlate, Sou pincelada viva em tela muda. Diamantes adornam minha essência, Enquanto a alma, como arco-íris, Derrama-se em beleza que transcende. Quem sou eu neste espelho fragmentado? Mulher-enigma, cor, metamorfose, Que se revela apenas em pedaços, Como poema inacabado de alguém que amou demais. Marilândia

A Outra Face do Sonho

A Outra Face do Sonho Em noites de silêncio e de abandono, Quando a alma se despe de ilusões, Busco em vão o refúgio no meu sono, Neste peito que sangra em convulsões. Sonhei ser infinita como o mar, Tempestade de amor, fúria, paixão! Mas na outra face, aprendi a chorar As lágrimas que vêm do coração. Que doce é o sonho quando a dor se esconde No véu da fantasia que nos mente! Que amarga é a vigília que responde Com a cruel verdade que se sente! Na outra face do sonho há um abismo, Um céu sem lua, um campo sem vigor. Mas há também um raro lirismo Na entrega silenciosa desta dor. Sou eu - mulher de fogo e de abandono, De risos tristes, de febril vontade. A outra face do meu pobre sonho É o espelho cru da minha verdade. E se na vida há sonhos desfeitos, No sonho há vida ainda por viver. Sou toda ânsia nos versos que deito, Sou toda sonho no meu padecer. Marilândia

Ouro Líquido da Manhã

O Ouro Líquido da Manhã Na fronteira onde a noite se desfaz, como um véu negro rasgado pelo desejo, emerge, silencioso e majestoso, um clamor de luz que tudo converte. E o mundo, antes absorto em silêncio cego, recebe em sua pele o ouro líquido, a primeira carícia do cosmos, como amantes que despertam lado a lado. Não há segredo que resista à sinceridade brutal da aurora. O mar, antes negro e anônimo, agora confessa seu azul profundo. As montanhas são estátuas de bronze que guardam o tempo em suas rugas minerais. E cada árvore é um ser que desperta com mil braços esticados para o céu. Ó fogo primordial que cruza o horizonte! Em teu ventre nascem e morrem os dias, e minha pequenez observa, extasiada, o ritual antigo que jamais se cansa. Eu te recebo, luz imemorial, com os olhos de quem nasce outra vez, outra vez, outra vez, neste instante em que tudo começa. Marilândia

ESPELHO DO SONHAR

ESPELHO DO SONHAR Sonho porque sorrio, E o sonho não é Aquilo que persigo, Pois, nem sequer acreditei Se acordo de sonhar, Se durmo de existir, Se me encontro a indagar Mesmo assim a prosseguir... Qualquer sombra surgiria Na fronteira do real À qual eu fugiria Só por ser essencial. Marilândia

sábado, 17 de maio de 2025

Diamante do Deserto

Diamante do Deserto Teu olhar desliza como areia entre meus dedos, mulher de fogo, tecelã de mistérios. O lenço vermelho que adorna tua fronte é a bandeira de um país que nunca visitei. Há desertos inteiros guardados no canto do teu sorriso, e em tuas joias dança a luz de estrelas mortas. De onde vens, criatura de lenda e crepúsculo? Quem bordou as pequenas flores em teu vestido? Carregas no pescoço o peso doce de mil histórias, e teus brincos são como lágrimas de ouro suspensas no tempo, eternamente caindo. As linhas do teu rosto desenham mapas para lugares onde o sol nunca se põe, onde as palavras são ditas apenas com os olhos. Em tua presença, sou viajante sedento diante do poço mais profundo, esperando que me concedas uma gota desse oceano secreto que habita tua alma. Mulher de lenço vermelho, tua beleza é um idioma antigo que já não sei traduzir, apenas contemplar em silêncio reverente. Marilândia

Metamorfose Cromática

Metamorfose Cromática Através das pétalas da luz desdobra-se teu rosto, como se o universo inteiro quisesse revelar-se em ti. Não és apenas carne e osso, mas uma dança de cores que o tempo não consegue aprisionar, que as palavras não podem definir. Teu olhar – esmeralda líquida – guarda o segredo das marés, e tuas pálpebras são velas que navegam entre dois mundos. Quem te vê não sabe onde termina a mulher e começa o arco-íris, onde acaba o sonho e desperta a tua essência. És uma geografia de suspiros, um mapa de tonalidades infinitas, onde me perco sem medo, e me encontro sem surpresa. Quantas auroras nasceram das curvas de teu semblante? Quantos crepúsculos se escondem na sombra de teus cílios? Se pudesse tocar-te, minhas mãos se tingiriam com a aquarela de tua alma, com a tinta indelével do mistério. Não te procuro mais com os olhos, mas com a intuição das cores. Agora sei que amar é reconhecer o espectro completo que habita entre o silêncio e tua metamorfose contínua.

COSTURANDO DIA 17 DE MAIO

“Por que joguei?” Jô Tauil ____________________________ Talvez fosse a lua que me chamou com seus dedos de prata sobre o mar, ou o vento que sussurrou segredos que só meu sangue pôde decifrar. Joguei meu coração como quem joga uma pedra nas águas do in_finito, sem calcular a força, sem medir o tamanho do círculo proscrito. Nem ao menos sei ao certo se foi medo ou coragem que me moveu, se foi a sombra do que não vivi ou o fulgor do que já se perdeu. As cartas do destino espalhadas sobre a mesa das horas e dos dias, e eu, apostador de sonhos rotos, refém das minhas próprias fantasias. Joguei porque existe fogo nas entranhas, porque a vida é curta e o tempo, extenso, porque a pele guarda a memória dos toques e porque, mesmo perdendo, ainda penso. Nem ao menos sei ao certo se foi amor ou loucura passageira, mas joguei como jogam os poetas: com alma inteira e sem fronteira. E agora, entre cinzas do que foi, procuro um sinal, uma razão, um norte. Talvez o jogo não fosse ganhar ou perder, mas simplesmente lançar-se à própria sorte. Marilândia

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Ultimato Amoroso # Me Ame! Ou Me Deixe! OUTRO ESTILO PARA PUBLICAÇÃO

Ultimato Amoroso # Me Ame! Ou Me Deixe! Ama-me assim, com fúria e com ternura, Como quem busca em mim a própria alma, Ou deixa-me na dor que me consome, Na solidão que, triste, me acalma. Não quero o teu amor por compaixão, Nem um carinho lânguido, indeciso. Quero a febre total da paixão Ou o adeus que rompe de improviso. Sou como a chama que arde sem reservas, Como o mar que se entrega à tempestade. Se não podes amar-me por inteiro, Liberta-me em nome da verdade. Em meu peito, um abismo de desejos, Em meus olhos, a dor de quem espera. Ama-me como sou, febril e intensa, Ou deixa-me voar como quimera. Não suporto o amor feito de migalhas, Nem os beijos que escondem desencanto. Ou me dás teu amor sem medida, Ou me deixas seguir meu próprio canto. Não nasci para as meias alegrias, Para os amores mornos, incompletos. Prefiro a dor de não ter o que anseio Do que mentir aos meus próprios afetos. Ama-me como a luz ama o dia, Como a noite ama as estrelas distantes, Ou deixa-me sozinha em meu caminho, Nas sombras dos meus sonhos delirantes. Não me deixes a meio da jornada, Entre o tudo e o nada, suspensa. Ou sou tua por completo, amada, Ou sou livre, na dor que é só minha.

Ultimato de Amor PARA PUBLICAÇÃO ESCOLHER O DIA E FAZER ALGUNS ACERTOS

Ultimato de Amor Não te amo como quem conta estrelas à meia-noite, nem como quem pesa grãos de areia entre os dedos. Te amo com a urgência do mar que beija a praia e com a calma do sol que adormece nas montanhas. Deixa-me beber do teu amor como um viajante sedento, ou afasta-te como a névoa que se dissipa ao amanhecer. Não há espaço para meias verdades entre nós, nem para o silêncio que esconde palavras não ditas. Me ame com o fogo que não teme ser consumido, com mãos que conhecem cada recanto da minha alma. Ou me deixe, livre como as aves que cruzam o céu, sem promessas vazias, sem correntes invisíveis. O amor não vive na sombra da dúvida, nem floresce no jardim da indiferença. É total como o universo em expansão, ou é apenas um sonho que o vento leva. Me ame como quem sabe que o tempo é finito, e que cada segundo longe é um segundo perdido. Ou me deixe seguir meu caminho solitário, onde talvez encontre quem saiba amar sem medo. Não peço migalhas de afeto, nem suspiros que morrem antes de nascer. Peço apenas que decidas: me ame por inteiro ou me liberte por completo. Porque prefiro a dor sincera da ausência ao doce veneno da meia presença. Me ame como se o mundo acabasse amanhã, ou me deixe para que eu possa renascer das cinzas. Marilândia

ULTIMATO AMOROSO DIA 27

Ultimato Amoroso # Me Ame! Ou Me Deixe! Ama-me assim, com fúria e com ternura, Como quem busca em mim a própria alma, Ou deixa-me na dor que me consome, Na solidão que, triste, me acalma. Não quero o teu amor por compaixão, Nem um carinho lânguido, indeciso. Quero a febre total da paixão Ou o adeus que rompe de improviso. Sou como a chama que arde sem reservas, Como o mar que se entrega à tempestade. Se não podes amar-me por inteiro, Liberta-me em nome da verdade. Em meu peito, um abismo de desejos, Em meus olhos, a dor de quem espera. Ama-me como sou, febril e intensa, Ou deixa-me voar como quimera. Não suporto o amor feito de migalhas, Nem os beijos que escondem desencanto. Ou me dás teu amor sem medida, Ou me deixas seguir meu próprio canto. Não nasci para as meias alegrias, Para os amores mornos, incompletos. Prefiro a dor de não ter o que anseio Do que mentir aos meus próprios afetos. Ama-me como a luz ama o dia, Como a noite ama as estrelas distantes, Ou deixa-me sozinha em meu caminho, Nas sombras dos meus sonhos delirantes. Não me deixes a meio da jornada, Entre o tudo e o nada, suspensa. Ou sou tua por completo, amada, Ou sou livre, na dor que é só minha.

Ânsia de Absoluto EVENTO DIA ME AME! OU ME DEIXE!

Ânsia de Absoluto Ama-me assim, com fúria e com ternura, Como quem busca em mim a própria alma, Ou deixa-me na dor que me consome, Na solidão que, triste, me acalma. Não quero o teu amor por compaixão, Nem um carinho lânguido, indeciso. Quero a febre total da paixão Ou o adeus que rompe de improviso. Sou como a chama que arde sem reservas, Como o mar que se entrega à tempestade. Se não podes amar-me por inteiro, Liberta-me em nome da verdade. Em meu peito, um abismo de desejos, Em meus olhos, a dor de quem espera. Ama-me como sou, febril e intensa, Ou deixa-me voar como quimera. Não suporto o amor feito de migalhas, Nem os beijos que escondem desencanto. Ou me dás teu amor sem medida, Ou me deixas seguir meu próprio canto. Não nasci para as meias alegrias, Para os amores mornos, incompletos. Prefiro a dor de não ter o que anseio Do que mentir aos meus próprios afetos. Ama-me como a luz ama o dia, Como a noite ama as estrelas distantes, Ou deixa-me sozinha em meu caminho, Nas sombras dos meus sonhos delirantes. Não me deixes a meio da jornada, Entre o tudo e o nada, suspensa. Ou sou tua por completo, amada, Ou sou livre, na dor que é só minha. Marilândia

A Profecia do Encontro 36 ENCONTRO NA PASSARELA DIA 24

36 Encontro na Passarela TEMA: QUANDO O AMOR CHEGAR AUTORA:Marilândia Marques Rollo DATA: 24/05/2025 Título:A Profecia do Encontro País: Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa sil Landarim A Profecia do Encontro Virá como a chuva de verão que surpreende, sem avisos, sem permissão dos calendários, roubando o silêncio dos telhados vazios e transformando as ruas em rios de promessas. Virá com mãos de vento suave, desenhando seu nome nas paredes do meu peito, abrindo janelas que eu desconhecia, acendendo luzes em cômodos há muito escurecidos. Quando o amor chegar, não perguntarei de onde veio. O mar também não questiona a lua que o move em ondas de desejo noite após noite, nem as raízes interrogam a água que as desperta. Virá talvez em um dia comum, disfarçado na simplicidade de um olhar, na curva inesperada de um sorriso, ou no toque que desmonta o universo em segundos. É reconhecerei sua chegada pelo tremor das minhas mãos que já não são minhas, pela sede repentina de palavras novas, pela urgência de inventar cores para nomeá-lo. Quando o amor chegar, não direi “chegaste tarde”. O tempo do amor é sempre agora, eterno presente que desafia os ponteiros, instante perfeito que justifica todas as esperas. Virá, e com ele a certeza antiga de que vivi para este encontro desde sempre, como vive o fogo para o instante em que toca a madeira, como vive a maré para o momento em que beija a areia. Quando o amor chegar, estarei pronto, com as portas abertas e o coração despido, para recebê-lo não como hóspede, mas como dono legítimo da casa que construí para ele. Marilândia

SINFONIA DAS PRESENÇAS INVISÍVEIS dia 21

179 Encontro Por do Sol GRUPO POÉTICO CAMINHO DE SENSIBILIDADE TEMA:"VOCÊ NÃO IMAGINA EM QUE MÚSICAS TE ENCONTRO" AUTORA:Marilãndia Marques Rollo DATA:21/05/2025 TÍTULO:Sinfonia das Presenças Invisíveis A convite da amiga poetisa Leovany Octaviano Sinfonia das Presenças Invisíveis Não sabes, amada, como te descubro nas melodias, como teu rosto surge entre notas que não te conhecem, como teu nome se esconde nos acordes de pianistas cegos, como teu perfume habita violinos que nunca te tocaram. Te encontro na canção do desconhecido que passa assobiando, nos tambores ancestrais que celebram antigas colheitas, nos hinos de povos cujas línguas nunca aprendi, na voz rouca do marinheiro que canta para o mar solitário. Não sabes como as baladas estrangeiras te desenham, como as sinfonias te constroem sem conhecer tua arquitetura, como as serenatas noturnas te chamam sem saber teu nome, como os violões te desejam sem jamais ter roçado tua pele. A música, essa conspiradora silenciosa, te coloca em cada composição que me alcança, te traz nas escalas que sobem e descem como marés, te revela em cada pausa, em cada suspiro do saxofone. Não imaginas como te encontro nas canções de infância, na voz maternal que embalou berços que não eram os nossos, nas melodias simples que entoam vendedores nas praças, nos hinos religiosos de templos que nunca visitamos juntos. Como explicar este milagre cotidiano? Como dizer-te que existes nas partituras antigas, que teus olhos habitam a valsa de um compositor vienense, que teus passos marcam o ritmo de um blues em Nova Orleans? Não imaginas em que músicas te encontro, em quantas sinfonias teu coração palpita junto ao meu, em quantos refrões tua voz se mistura à minha, em quantas melodias nosso amor já existia antes de nós. Marilândia Criei um novo poema no estilo de Pablo Neruda com o tema "Você não imagina em que músicas te encontro", intitulado "Sinfonia das Presenças Invisíveis". No poema, explorei a forma como encontramos a presença da pessoa amada nas músicas e melodias que nos cercam, mesmo quando essa conexão é invisível para os outros. Utilizei imagens sensoriais ricas e referências musicais diversas para expressar como a música se torna um meio de encontro emocional e espiritual. O estilo nerudiano se manifesta na abundância de metáforas, na repetição estrutural (vários versos começando com "como" e "não sabes/não imaginas"), e na forma como o poema entrelaça o concreto e o abstrato, o pessoal e o universal. A música, no poema, funciona como um portal onde o eu lírico encontra inesperadamente a essência da pessoa amada - nas canções de diferentes culturas, nas melodias cotidianas, nas sinfonias clássicas - criando uma cosmologia amorosa que transcende o tempo e o espaço, característica marcante da poesia de Neruda.​​​​​​​​​​​​​​​​ marilandia De: marilandiam@yahoo.com.br Para: MARILÂNDIA MARQUES ROLLO

EVENTO DIA 27 DE MAIO

25 ENCONTRO POSIAS DA ALMA TEMA: ME AME!OU ME DEIXE! AUTORA:Marilândia Marques Rollo DATA:27/05/2025 TÍTULO: PAÍS:BRASIL ULTIMATO DE AMOR Não te amo como quem conta estrelas à meia-noite, nem como quem pesa grãos de areia entre os dedos. Te amo com a urgência do mar que beija a praia e com a calma do sol que adormece nas montanhas. Deixa-me beber do teu amor como um viajante sedento, ou afasta-te como a névoa que se dissipa ao amanhecer. Não há espaço para meias verdades entre nós, nem para o silêncio que esconde palavras não ditas. Me ame com o fogo que não teme ser consumido, com mãos que conhecem cada recanto da minha alma. Ou me deixe, livre como as aves que cruzam o céu, sem promessas vazias, sem correntes invisíveis. O amor não vive na sombra da dúvida, nem floresce no jardim da in_diferença. É total como o uni_verso em expansão, ou é apenas um sonho que o vento leva. Me ame como quem sabe que o tempo é finito, e que cada segundo longe é um segundo perdido. Ou me deixe seguir meu caminho solitário, onde talvez encontre quem saiba amar sem medo. Não peço migalhas de afeto, nem suspiros que morrem antes de nascer. Peço apenas que decidas: me ame por inteiro ou me liberte por completo. Porque prefiro a dor sincera da ausência ao doce veneno da meia presença. Me ame como se o mundo acabasse amanhã, ou me deixe para que eu possa renascer das cinzas. Marilândia

COSTURANDO POESIA DIA 16 DE MAIO

"E quando o céu crescer e me inundar os olhos" Jô Tauil __________________________________________ Sentirei o azul escorrendo entre meus dedos, transformando minhas mãos em constelações vivas. Cada estrela, um pensamento que não consegui dizer; cada nuvem, uma lembrança que insiste em permanecer. O horizonte se curva ao peso das minhas lágrimas, enquanto o sol e a lua dançam no espelho das íris. Sou agora um uni_verso contido em forma humana, respirando a imensidão que antes apenas contemplava. E assim, Com o in_finito pulsando em minhas veias, caminho entre mundos que só existem quando fecho os olhos, pois o céu que me inunda é também o que me liberta. Marilândia

A Vida: Eterno Desafio (a publicar)

A Vida: Eterno Desafio A vida não pergunta se estamos prontos quando nos lança em sua correnteza impetuosa, como o rio que não espera a permissão das pedras para seguir seu caminho rumo ao mar imenso. Cada manhã é um convite à batalha, cada despertar uma revolução silenciosa contra a tirania do tempo que nos consome como o mar devora lentamente os penhascos. Quem disse que viver seria simples? Respirar é um ato de coragem quando os pulmões conhecem o peso invisível da existência. A vida me persegue com seus enigmas, me rodeia como um predador faminto, mas eu a enfrento com a fúria das sementes que rompem o solo duro em busca do sol. Na solidão dos meus dias contemplo como as horas caem, gotas pesadas de um relógio que não conhece misericórdia, e ainda assim danço entre os escombros do que poderia ter sido e nunca foi. Minha carne guarda as cicatrizes deste combate diário, meu sangue carrega memórias de derrotas e triunfos, como a terra guarda em seu ventre os segredos de mil civilizações extintas. A vida não oferece tréguas, não concede armistícios aos cansados. Avança com a certeza brutal das estações, com a indiferença cósmica das estrelas. E mesmo assim a amo — amo sua crueldade honesta, sua beleza que fere os olhos desprevenidos, seus mistérios que nunca termino de decifrar. Porque viver é este perpétuo desafio: extrair doçura da pedra, encontrar água no deserto, converter o absurdo em poesia. Sigo lutando, não porque espere vencer, mas porque a própria luta é o sentido, o eterno desafio que transforma simples existência em vida verdadeira. Como o vulcão que não se pergunta por que deve arder, simplesmente arde, assim eu vivo, inflamado pela inexplicável e magnífica obsessão de ser humano. Marilândia

Ultimato do Amor para publicar

Ultimato do Amor Ame-me com a força das marés inquietas que não conhecem hesitação ao beijar a areia, ou vá-se embora como o vento que não retorna após sussurrar entre as folhas da primavera. Ame-me como o sol que penetra até o mais íntimo segredo das flores, ou abandone-me como a noite que se retira quando o primeiro raio de luz vence o horizonte. Não quero seu amor pela metade, como chuva que ameaça mas não molha, nem seus passos tímidos que não deixam marca. Quero seu corpo entregue como terra fértil, suas mãos como raízes buscando minha essência, seus lábios confessando segredos contra minha pele. Ame-me com a totalidade dos oceanos ou parta com a certeza das estações. Não há espaço para dúvidas entre nós — o amor não conhece fronteiras, não aceita termos médios. Ame-me e meu corpo será seu território, meus suspiros serão seu idioma particular, minhas mãos contarão histórias na geografia do seu corpo. Ou deixe-me, e que seja uma partida completa, sem olhares por cima do ombro, sem promessas de voltar quando a lua mudar. Ame-me ou deixe-me — não há outro caminho para corações como os nossos, forjados no fogo dos desejos, temperados na água fria da solidão. Não temos tempo para amores pequenos, para carícias que não queimam, para palavras que não sangram verdades. Então ame-me com a força do universo em expansão ou deixe-me com a dignidade do silêncio profundo — pois entre nós só existe a imensidão ou o vazio, nunca o tímido espaço da meia-verdade. Marilândia

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Ecos do Tempo publicar dia 16

Ecos do Tempo Eu guardo tudo o que vi Tudo o que já se apagou O sonho que se perdeu A esperança que murchou O instante que já passou O riso que se desfez Só porque existiu, brilhou E não retorna outra vez. Eu abraço o que não sou O que tentei e não fui O caminho que tracei E no qual não prossegui A memória que se esvai Como areia entre os dedos Só porque foi, e se foi Guardando antigos segredos. Eu vivo do que ficou Do que apenas insinua A ausência que me povoa A presença que flutua O tempo que se curvou Sobre si em nostalgia Só porque passou, findou E nunca mais se anuncia. Marilândia

EVENTO DIA 25 DE MAIO LN

Grupo Evento Data: 25/05/2025 Autora:Marilândia Marques Rollo Lingua Portuguesa TEMA: O amor eterno de mãe (LFN) Titulo;

TR~ES SONETOS PARA PUBLICAÇÃO

Alma Inquieta A Luz Perdida A Luz Perdida, etérea, cristalina, Subitamente acendeu-se em meu ser, Como se um astro viesse a nascer Numa noite de trevas, quase em ruína. Arde em meu peito esta chama divina, E não consigo jamais compreender Como este fogo pôde florescer!... Destino... mistério... ou talvez, sina... Ó Luz que em mim surgiste sem aviso, Que importa se meus lábios sem sorriso Anseiam tristes pelo amor de ti?!... Desde que em mim brilhaste em noite escura, Voou minh'alma em busca da altura E nunca, nunca mais me reconheci... Marilândia Meu Cativeiro Meu Cativeiro é um palácio ancestral Feito de sonhos, sombras, fantasias, Onde o silêncio em mudas agonias Compõe versos de ritmo sepulcral. As horas têm lamentos de elegias Ao soar, dolorosas, seu sinal... E todas têm presságios de um final No lento transcorrer dos longos dias... Meu Cativeiro é um palácio. Há rosas De um branco empalidecido, dolorosas, Tão puras como nunca as colhi além! Neste triste palácio onde habito, Noites e dias sonho e sofro e grito, Mas ninguém sente... ninguém vê... ninguém... Marilândia Tempo que Foge Vejo-me só, desfeita e sem amor Como uma ave sem ninho e sem abrigo Mais triste e desolada que uma flor Que murcha sem conhecer seu amigo! Alma errante que ao mundo causa horror! Meu coração ferido, meu castigo, Meu coração sem luz é fel, é dor, Barca à deriva no Mar do Perigo! Que abismo tão profundo no meu ser!... Quantas esperanças mortas a pairar! Quanto anseio nascendo a fenecer! Céus! Como é vã a vida que declina... O momento fugaz, breve, a passar... Rio de lágrimas... a vida termina... Marilândi

COSTURANDO POESIA

“E provo na fonte o gosto singular do teu corpo.” Jô Tauil ______________________________ Num sabor de existência, Como quem descobre um oceano em uma gota de chuva. Tua pele - território matizado por mel, onde minhas mãos desenham mapas de desejo. Entre teus braços sou viajante perdida, náufraga voluntária nas ondas do teu ventre. Tua respiração é vento que navega em meu ser, tal sussurro de segredos que só a noite conhece. Provo teu corpo como fruta madura, deixando que seu suco escorra entre meus dedos. És terra úmida depois da tempestade, és fogo que consome sem jamais se apagar. O gosto singular que me habita agora transforma o uni_verso numa pequena cela, onde existimos apenas tu e eu, cumpliciados na mesma sede, na mesma fome. Teu sabor é memória que persiste, é tempo que se dobra sobre si mesmo. E nesse gosto único descubro que amar-te é re_inventar o mundo a cada noite. Marilândia

EVENTO DIA 18

Constelações da Alma Como nascem as mãos que se estendem na noite, quando o mundo é ferida e silêncio? Procuro nas ruínas do tempo esse olhar que reconhece, sem palavras, a dor alheia como própria. A empatia é um mar verde e violento que invade os olhos fechados, derruba muros, dissolve a distância entre teu coração e o meu: somos um mesmo pulsar no universo. Não me perguntes por que entrego o pão que também me alimenta. O altruísmo é uma árvore ancestral com raízes mais profundas que meu nome, mais antigas que minha sombra. Dou-me como a chuva se entrega à terra sem questionar se merecida, sem esperar colheita ou agradecimento. No ato de dar, já recebi tudo: a alegria secreta do que transcende. Persisto como persistem as ondas contra o rochedo, não para vencê-lo, mas para cantar seu contorno. A perseverança não é um destino mas um caminho que se faz de passos impossíveis, de quedas convertidas em dança. Caio e levanto, sem heroísmo, como faz o sol a cada tarde, como faz a flor após a tempestade, sem alarde, sem glória, apenas porque é sua natureza continuar. E quando as tempestades se aquietam, quando o grito cede lugar ao sussurro, encontro a serenidade – esse céu interno onde as estrelas da consciência brilham com claridade densa e silenciosa. É como um lago de montanha que reflete o universo inteiro sem perturbar-se, sem agitar-se, apenas sendo espelho e profundidade, apenas sendo água e claridade. Empatia, altruísmo, perseverança, serenidade: não são virtudes que buscamos, são constelações da alma que descobrimos já habitando em nós desde sempre, como a música secreta que sustenta o universo. Estão em ti, que lês estas palavras. Estão em mim, que as escrevo. São o fio invisível que nos une através do tempo e da distância, nesta comunhão silenciosa de sermos humanos. Marilândia

quarta-feira, 14 de maio de 2025

COSTURANDO POESIA

"Sem se importar com os rumores do tempo" Jô Tauil ______________________________________ “Sem se importar com os rumores dos tambores do tempo" Jô Tauil ________________________________________________ Eis que segue em busca de sua silhueta nas esquinas da tarde, onde o sol derrama suas últimas moedas de ouro sobre o mar que respira como um animal adormecido. Não pergunta ao vento por que seu nome ainda dói como dói uma flor em meio ao deserto. Sabe que as horas, transparentes como água entre os dedos, guardam segredos que nem a noite conhece. Caminha pelo mundo carregando sua ausência, este peso feito de nada que pesa como tudo. Enquanto as estrelas se acendem uma a uma no céu, Recolhe seus suspiros esquecidos nas ruas. Que lhe importa o tempo com seus dentes afiados, se ainda conserva o perfume de suas mãos na memória? O relógio pode girar furioso em sua órbita eterna, mas há coisas que nem mil séculos podem apagar. E assim continua, descalço sobre as pedras do caminho, sem pressa nem destino, apenas seguindo o rastro daquele amor que, como os antigos poemas, permanece intacto além do alcance das tempestades. Marilândia

Espelho de Palavras

Espelho de Palavras Nas profundezas do vidro que não mente, busco meu rosto feito de sílabas antigas, onde cada palavra é um rio que se desdobra em águas selvagens de memória e fogo. Quem sou eu senão estas letras derramadas? Vocábulos que sangram quando a noite se aproxima, frases que se contorcem como raízes submersas, nomes que perderam seus donos nas esquinas do tempo. O espelho me devolve não a carne, mas o verbo inquieto que habita minhas veias, a gramática rebelde que pulsa sob minha pele. Somos todos reflexos de um alfabeto indomável, criaturas nascidas da tinta e do suspiro, do grito primordial que se fez poema. E quando olho através deste cristal de metáforas, descubro que não há distância entre mim e as palavras: eu sou elas, e elas são o eco de tudo que já existiu. Beijo esta imagem invertida de consoantes e vogais, este outro eu feito de verbos e substantivos, como quem beija o mar e sabe que ali está toda a solidão do universo reunida em uma gota. Não me digam que a palavra é apenas som. É sangue, é terra, é a fome primeira dos deuses. É o espelho onde nos descobrimos imortais e onde nos perdemos como grãos de areia. No fundo deste espelho habita a verdade: somos apenas o poema que o tempo escreve, uma estrofe fugaz na boca do infinito, um verso que brilha e depois se apaga, deixando apenas o eco de sua música distante. Marilãndia

PORTA PARA O INFINITO

PORTA PARA O INFINITO Recebo em meu peito o encantamento Das horas doces que me trazes,amor! E para o meu inverno o firmamento Que acende estrelas no mais frio torpor. Teus versos são brisas em movimento... Carregas na voz o mais puro esplendor... Foi do teu sonho intenso que um autor Colheu palavras para nomear o alento... Aceito o que ofertas: o luar que cintila, O véu das madrugadas de carmim, A lua que é de prata, a fé que destila. Devolvo-te em versos o que em mim desperta, Este coração que pulsa sem fim, Como porta para o infinito, aberta. Marilândia

ESTRELA FUGAZ

ESTRELA FUGAZ Risco no céu, tão breve... já se foi! A luz que corre e logo desvanece. Do nosso encontro guardo o que persiste: Um brilho eterno que jamais fenece. Para onde vai a estrela que desceu? Pétala solta em campos infinitos... Que sonho segue seu fulgor divino No véu da noite entre segredos ditos? Onde repousam astros viajantes? (Se alguém soubesse... ah, quem me revelasse!) Se tu pudesses ver minha esperança Como uma estrela que no céu renasce. Em certa hora, hás de ver o firmamento, Fala-lhe então do meu amor sem fim. Pergunta-lhe: Por que tão longe brilhas Quando devias cintilar aqui? Marilândia

LITURGIAS DE MAIO (PUBLICAR QQ DIA NO GRUPO FLORESCER)

LITURGIAS DE MAIO Maio se derrama como um cálice de vinho verde sobre as mãos abertas da terra, enquanto as horas desmaiadas do entardecer escorrem pelos dedos das árvores, convertendo-se em luz líquida. Eis o mês que caminha com pés de orvalho, deixando rastros de perfumes silvestres e segredos murmurados entre pétalas e ventos. Maio, teu nome tem a consistência das manhãs, quando o sol ainda é uma promessa tímida e o mundo conserva resquícios da noite. Quem és tu, maio, senão o amante impaciente que despe a primavera com mãos trêmulas e beija as planícies adormecidas com lábios de chuva? Tuas tardes são catedrais de sombra e claridade onde os pássaros oficiam liturgias de voo. Maio, vestido de verde e esperança, vertendo-se em cada esquina do tempo. Tuas noites respiram o alento das estrelas nascentes, e teu coração é um relógio vegetal que marca as pulsações do universo. Neste mês, eu me derramo como tu, em versos que são chuva e seiva, palavras encarnadas no mistério de existir, enquanto o mundo gira, embriagado de tua beleza incontida. Maio, geografia de aromas e melodias, cartografia dos sentidos despertados, teu nome é um suspiro que a terra exala quando o ano alcança sua plenitude fértil, e todos os amores parecem possíveis sob teu céu de infinitas promessas.

Ode ao Maio Insurgente (publicar amanhã ou depois no grupo Florescer)

Ode ao Maio Insurgente Maio irrompe como uma revolução verde entre as fronteiras do inverno e do verão, enquanto as tardes se alongam como confissões adiadas pelo tempo. Tua chegada é um manifesto de cores, maio subversivo, maio de todas as metamorfoses, quando as ruas se cobrem com o alfabeto das flores e cada árvore é um poema vertical ao céu. Ah, maio! Teu nome tem a brevidade de um suspiro e a profundidade de um abismo florido. Quantas vezes te busquei nas esquinas do calendário para encontrar-te, rebelde e tenro, desafiando as leis da fugacidade. As chuvas de maio são como versos líquidos que a atmosfera declama sobre nossos ombros. Tuas tardes são reuniões secretas onde o sol e as sombras negociam territórios. Maio, general de exércitos verdes, comandante de insurgências botânicas, teu corpo é feito da matéria dos sonhos e da substância concreta das raízes. Eu te celebro, maio insurgente, com meu sangue feito seiva e meus pensamentos convertidos em folhagem. Em tuas mãos, o mundo renova seus votos com a eternidade fugaz de cada primavera. Maio é o mês onde todas as coisas conspiram para derrubar o regime da indiferença. E eu, como um soldado fiel à tua causa, me alisto nesta revolução de aromas e cores, para que a vida continue seu interminável ciclo de morte e ressurreição. Marilândia

Desejo ao Meio-dia

Desejo ao Meio-dia Não é quem me procura nas trevas da meia-noite, quando a lua silenciosa testemunha os desejos mais secretos. É quem me busca sob o sol impiedoso do meio-dia, quando o mundo corre e as horas são repletas de vozes. Não é na ausência que te encontro, mas na plenitude de um momento perfeito quando tudo brilha com sua própria luz e ainda assim, tua luz falta. Fácil é clamar por alguém quando o vazio nos devora, quando o relógio parece congelado em seu tique-taque perpétuo. Difícil é sentir tua falta quando a alegria transborda, quando o vinho desce suave e a música é doce aos ouvidos. Te busco não como quem pede socorro na tempestade, mas como quem, sob céu azul e tranquilo, ainda assim olha para o horizonte e suspira, sabendo que o perfeito poderia ser sublime. Não é carência que me faz dizer teu nome entre sorrisos. É que descobri este segredo: a verdadeira saudade nasce não da falta, mas da certeza de que tua presença transformaria meu contentamento em êxtase. Isso não é dependência ou desespero. É reconhecimento. É verdade. É amor em sua forma mais pura — aquele que não precisa, mas escolhe, aquele que não clama, mas celebra, mesmo quando celebra uma ausência. Marilândia

Maio em Flor (publicar dia 15 em flor de lótus)

Maio em Flor No esplendor de maio, eterno encanto, A vida em verde-intenso se renova; Contemplo essa beleza que me prova Que dentro d'alma há sempre espaço ao pranto. O sol reluz mais forte, quase santo, Beijando flores numa dança nova; E eu, que busco na vida alguma trova, Encontro nesta luz meu doce manto. Pétalas soltas bailam com o vento, Segredos que sussurram, um lamento De efêmera beleza que se esvai. Maio, mês de paixões e de saudade, Revestido de pura claridade, Nas tuas mãos meu coração se vai. Marilândia

Alma de Maio

Alma de Maio No doce reflorir da primavera, Maio resplandece em luz dourada; A natureza, enfim despertada, Sussurra-me segredos que venera. Entre espinhos, a rosa desespera Por entregar-se à brisa perfumada; Eu, como ela, também encantada, Vivo este mês que tanto me lacera. Há no verde das folhas um convite, No céu azul um terno aceno; E no meu peito, um vasto infinito. Maio, mês-poema de saudade, Carregas no teu seio o mais sereno Mistério desta minha soledade. Marilândia