Versos Alados 9EVENTO BALÕES) PREFERIDO
Versos Alados Lancei ao vento os versos que escrevi, Balões frágeis de seda e de esperança; E não sei se voaram, se os perdi, Se foram longe ou se ficaram cá. Nas asas do mistério os entreguei, Leves sonhos de cores inconstantes; Segredos que no peito acalentei, Em palavras vestidos, palpitantes. Quem os achará um dia, por acaso? Quem dirá: "Este verso é meu agora"? Alguém no mundo cujo coração Fez do meu canto a luz de um novo prazo? E eu, que os soltei como quem ri e chora, Contemplo o céu, na doce solidão... Sem saber se foi vã esta loucura, Ou se esses balões, levados pela brisa, Foram pousar em alma que precisa De um pouco mais de sonho e de ternura. Deixai-os ir, meus versos-passarinhos, Meus balões coloridos de ansiedade! Se a vida é feita de errados caminhos, Talvez que o vento lhes traga verdade. Se os meus versos são filhos da quimera, Se neles pus o sangue e a dor que sinto, Que importa que se percam na amplidão? Talvez algures, quando for primavera, Floresçam como flores num recinto Onde nunca sonhei ter plantação.

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