sexta-feira, 16 de maio de 2025

A Vida: Eterno Desafio (a publicar)

A Vida: Eterno Desafio A vida não pergunta se estamos prontos quando nos lança em sua correnteza impetuosa, como o rio que não espera a permissão das pedras para seguir seu caminho rumo ao mar imenso. Cada manhã é um convite à batalha, cada despertar uma revolução silenciosa contra a tirania do tempo que nos consome como o mar devora lentamente os penhascos. Quem disse que viver seria simples? Respirar é um ato de coragem quando os pulmões conhecem o peso invisível da existência. A vida me persegue com seus enigmas, me rodeia como um predador faminto, mas eu a enfrento com a fúria das sementes que rompem o solo duro em busca do sol. Na solidão dos meus dias contemplo como as horas caem, gotas pesadas de um relógio que não conhece misericórdia, e ainda assim danço entre os escombros do que poderia ter sido e nunca foi. Minha carne guarda as cicatrizes deste combate diário, meu sangue carrega memórias de derrotas e triunfos, como a terra guarda em seu ventre os segredos de mil civilizações extintas. A vida não oferece tréguas, não concede armistícios aos cansados. Avança com a certeza brutal das estações, com a indiferença cósmica das estrelas. E mesmo assim a amo — amo sua crueldade honesta, sua beleza que fere os olhos desprevenidos, seus mistérios que nunca termino de decifrar. Porque viver é este perpétuo desafio: extrair doçura da pedra, encontrar água no deserto, converter o absurdo em poesia. Sigo lutando, não porque espere vencer, mas porque a própria luta é o sentido, o eterno desafio que transforma simples existência em vida verdadeira. Como o vulcão que não se pergunta por que deve arder, simplesmente arde, assim eu vivo, inflamado pela inexplicável e magnífica obsessão de ser humano. Marilândia

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