COSTURANDO DIA 17 DE MAIO
“Por que joguei?” Jô Tauil ____________________________ Talvez fosse a lua que me chamou com seus dedos de prata sobre o mar, ou o vento que sussurrou segredos que só meu sangue pôde decifrar. Joguei meu coração como quem joga uma pedra nas águas do in_finito, sem calcular a força, sem medir o tamanho do círculo proscrito. Nem ao menos sei ao certo se foi medo ou coragem que me moveu, se foi a sombra do que não vivi ou o fulgor do que já se perdeu. As cartas do destino espalhadas sobre a mesa das horas e dos dias, e eu, apostador de sonhos rotos, refém das minhas próprias fantasias. Joguei porque existe fogo nas entranhas, porque a vida é curta e o tempo, extenso, porque a pele guarda a memória dos toques e porque, mesmo perdendo, ainda penso. Nem ao menos sei ao certo se foi amor ou loucura passageira, mas joguei como jogam os poetas: com alma inteira e sem fronteira. E agora, entre cinzas do que foi, procuro um sinal, uma razão, um norte. Talvez o jogo não fosse ganhar ou perder, mas simplesmente lançar-se à própria sorte. Marilândia

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