sexta-feira, 23 de maio de 2025

PÉTALAS DE SAUDADE

PÉTALAS DE SAUDADE Todas as flores que me ofereceste, um tempo, Guardo-as, meu amor, como relíquias, E quando a tarde murcha no silêncio, Eu vou falar com elas, penitente... E falo-lhes de sonhos e promessas, Choro e sorrio com elas, mansamente... Pouco a pouco o perfume da memória Paira em volta delas, doloroso... Pelo cálice roxo da violeta Bebo uma nostalgia estranha e doce, Uma nostalgia imensa e sem medida Que, triste, me deslumbra e me consome O veludo da rosa desfolhada, A terna oferta que eu amava tanto, Que guardava outrora tantos beijos, E agora guarda apenas desencantos, E o perfume de pétalas secas, De suspiros e lágrimas banhado, Resume em seus vestígios o que tenho De vago e de perdido no meu fado... Mas de todas as flores, a mais cara, Aquela que mais fala à fantasia, São as pétalas daquela rosa vermelha Que aos meus lábios juntaste, naquele dia... Marilândia

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