sexta-feira, 16 de maio de 2025

Ultimato do Amor para publicar

Ultimato do Amor Ame-me com a força das marés inquietas que não conhecem hesitação ao beijar a areia, ou vá-se embora como o vento que não retorna após sussurrar entre as folhas da primavera. Ame-me como o sol que penetra até o mais íntimo segredo das flores, ou abandone-me como a noite que se retira quando o primeiro raio de luz vence o horizonte. Não quero seu amor pela metade, como chuva que ameaça mas não molha, nem seus passos tímidos que não deixam marca. Quero seu corpo entregue como terra fértil, suas mãos como raízes buscando minha essência, seus lábios confessando segredos contra minha pele. Ame-me com a totalidade dos oceanos ou parta com a certeza das estações. Não há espaço para dúvidas entre nós — o amor não conhece fronteiras, não aceita termos médios. Ame-me e meu corpo será seu território, meus suspiros serão seu idioma particular, minhas mãos contarão histórias na geografia do seu corpo. Ou deixe-me, e que seja uma partida completa, sem olhares por cima do ombro, sem promessas de voltar quando a lua mudar. Ame-me ou deixe-me — não há outro caminho para corações como os nossos, forjados no fogo dos desejos, temperados na água fria da solidão. Não temos tempo para amores pequenos, para carícias que não queimam, para palavras que não sangram verdades. Então ame-me com a força do universo em expansão ou deixe-me com a dignidade do silêncio profundo — pois entre nós só existe a imensidão ou o vazio, nunca o tímido espaço da meia-verdade. Marilândia

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