domingo, 22 de junho de 2025

Vigília do Ausente (A PUBLICAR)

Vigília do Ausente Acordo de não ter-te Quando a aurora desponta, E um vazio a morder-me Na alma que se afronta. Busquei poder conter-te E a dor me desaponta. Talvez que recordasse, Velando-te, quem fui, E aquilo que guardasse Fosse o que me construi. Mas despertei, e passa-se O tempo que me flui. Vigília de esquecer-te! Quem sou já não distingo. Pela memória verte Cada hora o seu castigo. Como, sem conseguir ter-te?... Por que não me fustigo?(CONTRADIGO) Marilândia

EVENTO DIA 25

Chama Eterna Aqui mora a dor que não se cala, Neste peito que por ti suspira, Onde cada batida se derrama Em versos que minha alma delira. És tu a febre que me consome, O fogo ardente que me devora, Tu, que em meu ser profundo se esconde E em cada pulsar do sangue aflora. Meu coração é tua morada, Castelo erguido em terra sagrada, Onde tua imagem repousa inteira E minha saudade fica guardada. Aqui, no centro de minha vida, Bate um tambor de paixão perdida, Ecoando teu nome em cada instante, Numa dança louca e desmedida. Sou toda tua, alma rendida, Mulher de sonhos e de feridas, Que te entregou seu ser completo Em lágrimas de amor vertidas. Aqui pulsa meu mundo inteiro, Neste coração prisioneiro, Que escolheu amar-te para sempre Como quem escolhe o próprio veneno. Marilândia

Rancor?

Rancor? Rancor por ele? Jamais... Se me magoou tanto, Se deixou cicatrizes que ainda doem, Se transformou sonhos em desencanto, Se fez lágrimas que em silêncio corroem... Que importa a traição? E se hoje o destino Trouxe paz ao meu peito ferido, Olhar sem amargura, cristalino, Como quem renasceu do que foi perdido! Ah! Nunca mais guardar é ser mesquinha! Quero sentir leveza, bem distante, Como se fosse livre, meiguinha! Rancor seria prisão sem fim, Melhor soltar, seguir em frente, enfim, Rancor por ele? Não... prefiro ser gigante. Marilândia

COSTURANDO DIA 21 DE JUNHO

“Visto-me para o sonho do momento,” Jô Tauil _____________________________ Com sedas de luar e rendas d'alma, Num ritual de pura liberdade Que ao corpo nu de angústias traz a calma. Visto-me de saudade e de tormento, De versos que se espalham pela palma Das mãos que tremem, cheias de verdade, Buscando no infinito uma outra calma. É ouro o meu vestido de quimera, Tecido em fios de melancolia, Bordado a lágrimas da primavera. Visto-me assim, mulher que desafia O tempo, a dor, a morte que me espera, E danço nua na minha fantasia. Marilândia

EVENTO 26 DE JUNHO

ABMLP- Academia Biblioteca Mundial de Letras y Poesía Soneto em Sinfonia Tema:" Meu coração que bate" (Mon coeur qui bat) Inspiração: Música "La Vie En Rose Composição: Edith Piaf Autora:Marilândia Marques Rollo Título:BATIDAS COR DE ROSA Pais:Brasil Data:26/06/2025 Gentilmente convidada pela ilustr poetisa amiga Maria Lúcia Jerep Batidas Cor de Rosa Meu coração que bate, rosa e sonho, Em ritmo doce de paixão crescente, Pulsa no peito como fonte ardente Que jorra amor em chamas que proponho. Quando te vejo, o mundo se desenha De cor-de-rosa, terno e envolvente, E cada batida ecoa diferente, Como se fosse música que embrenha. Ah, coração! Tambor de mil lampejos, Que bates forte quando amor me inspira, E fazes da vida rosa entre os desejos. Bate, meu peito, enquanto amor haurira, E tinge o mundo em tons que deliram Senão através desses fascínios que suspiram. Marilândia

ARRAIÁ JUNINO (LN)

Grupo : REVISTA POÉTICA E LUCIA NOBRE
 Evento: FESTA JUNINA ADULTOS 
Data:22/06/2025 
Autora: Marilândia Marques Rollo 
Título:  UNI_VERSO JUNINO
País: Brasil


UNI_VERSO JUNINO

Ó noite de São João, de luar prateado,
Meninas  de chita florada
Na magia das  noites de São João!

Brilhos nacaram  as festas  nos céus,
Circundam o universo junino!

Entre fogueiras altas que sobem aos céus, 
Busco nos teus olhos os sonhos que são meus. 
Quermesses de amores
Em harmoniosass simbologias...

Raízes pagãs , idólatras
Em simbiose com sincretismos religiosos
A dialogar com o instantâneo das almas!

As bandeirinhas tremem ao vento gelado
Nessa intervenção poética...


Com seus folguedos divertidos
Ditosas simpatias casamenteiras
Reluzem nas tradições feiticeiras
Emocionando os casais enamorados...




Luz soberba balançando a candeia,
Adentrando a madrugada que estribilha


Damas e cavalheiros todos de braços dados
Rodeiam as labaredas atiçadas pelas fogueiras
Cujos sentimentos em todos nós bordados
Tornam nossas almas mais beijoqueiras





Impactante euforia
Transborda sob um espetáculo
De venturosas alegorias!

Marilândia








UNI_VERSO JUNINO

Ó noite de São João, de luar prateado,
Meninas  de chita florada
Na magia das  noites de São João!

Brilhos nacaram  as festas  nos céus,
Circundam o universo junino!

Entre fogueiras altas que sobem aos céus, 
Busco nos teus olhos os sonhos que são meus. 
Quermesses de amores
Em harmoniosass simbologias...

Raízes pagãs , idólatras
Em simbiose com sincretismos religiosos
A dialogar com o instantâneo das almas!

As bandeirinhas tremem ao vento gelado
Nessa intervenção poética...


Impactante euforia
Transborda sob um espetáculo
De venturosas alegorias!

Marilândia



Ó noite de São João, de luar prateado, Onde meu coração anda despedaçado! Entre fogueiras altas que sobem aos céus, Busco nos teus olhos os sonhos que são meus. Dança o meu corpo ao som da sanfona, Mas minha alma chora, triste e abandona Toda a alegria que fingir preciso, Nesta festa junina de falso sorriso. As bandeirinhas tremem ao vento gelado, Como meu peito que vive dilacerado. O quentão me aquece só por fora, Por dentro sou gelo, sou vento que chora. Vejo casais dançando, felizes, contentes, E invejo-lhes a sorte, almas ardentes! Eu danço sozinha, com minha tristeza, Fingindo alegria, fingindo beleza. Ó fogueira santa, queima meu tormento! Consome esta dor que me traz sofrimento! Que as chamas subam levando meu pranto, E transformem em cinzas este desencanto. Na quadrilha da vida eu sempre me perco, Do amor verdadeiro jamais me alterco. Sou a dama sozinha neste arraial, Buscando um amor que seja real. São João, São Pedro, santos padroeiros, Protegei meu coração dos desesperos! Marilândia


























 Ó noite de São João, de luar prateado, Onde meu coração anda despedaçado! Entre fogueiras altas que sobem aos céus, Busco nos teus olhos os sonhos que são meus. Dança o meu corpo ao som da sanfona, Mas minha alma chora, triste e abandona Toda a alegria que fingir preciso, Nesta festa junina de falso sorriso. As bandeirinhas tremem ao vento gelado, Como meu peito que vive dilacerado. O quentão me aquece só por fora, Por dentro sou gelo, sou vento que chora. Vejo casais dançando, felizes, contentes, E invejo-lhes a sorte, almas ardentes! Eu danço sozinha, com minha tristeza, Fingindo alegria, fingindo beleza. Ó fogueira santa, queima meu tormento! Consome esta dor que me traz sofrimento! Que as chamas subam levando meu pranto, E transformem em cinzas este desencanto. Na quadrilha da vida eu sempre me perco, Do amor verdadeiro jamais me alterco. Sou a dama sozinha neste arraial, Buscando um amor que seja real. São João, São Pedro, santos padroeiros, Protegei meu coração dos desesperos! Marilândia

sábado, 21 de junho de 2025

CINZAS

CINZAS Distante de ti são áridas as horas, Distante de ti não florescem jardins, Distante de ti há tardes vazias, Sem risos, sem luz, sem teus jasmins! Meus braços são galhos ressequidos Perdidos pelas manhãs solitárias... Abertos, procuram gestos ternos, Teus gestos suaves, cheios de graças! Os tempos são Invernos: gelam... gelam... Há lágrimas frias que escorrem lentas... Há suspiros mudos de saudades... Convoco a nossa memória! Acendo as lembranças! E ela vem, ó meu Amor, pelos ventos, Cinza leve que dança entre os meus sonhos!... Marilândia

No Silêncio do Coração

No Silêncio do Coração Ternas, calorosas palmas que se encontram Que carregam mais amor que mil palavras, Vão repousar sobre meu peito inquieto Numa carinhosa dança transcendente. E teus lábios de mel celestial Que sussurram segredos ao meu ouvido, Vão pousar nos batimentos acelerados Do meu coração ardente e ferido. Meus braços hão de abraçar tua alma; Só eles sabem que tu me completas Dentro de mim numa paz renovada! E jamais se calará música alguma: Tu cantando para mim tua ternura, Sem que eu precise dizer coisa alguma... Marilândia

À PROCURA DA FELICIDADE

À PROCURA DA FELICIDADE A minha Alma sussurrou-me ao coração: "Pelos sendeiros do Mundo vai seguindo, E, aos que encontrares, sempre perguntando Sobre a Ventura, que há na solidão." Parti pelos caminhos da ilusão, Os fios do meu sonho desfiando... E ao sol e à sombra, sempre caminhando, Busquei sem pausa essa doce canção... Mesmo a uma criança perguntei: "Menina, Viste a Alegria em tua face divina?" E ela sorriu... brincou... e se escondeu... Hoje pelos caminhos, já sem forças, Retornam todos com as almas torcas... E eu grito ao vento: "Ninguém a venceu!..." Marilândia

evento dia 21 LN

Evento de Lucia Nobre e os Destaques Poéticos Data: 21 de junho de 2025 Autora:Marilândia Marques Rollo TEMA:SINTONIA DO AMOR Titulo:NO COMPASSO DO AMOR A convite da poetisa amiga Lucia Nobre NO COMPASSO DO AMOR Há cordas invisíveis que se tocam no ar, Vibrando em uníssono quando te encontro, Como harpa celeste que sabe cantar A música eterna que dentro de mim conto. Teus olhos são notas de um acorde maior, Que ecoa profundo no meu coração, E quando me falas, desperta o amor Uma sinfonia de pura emoção. Somos dois violinos na mesma partitura, Tocando juntos a canção do destino, Cada gesto teu é melodia pura Que ressoa em mim como sino cristalino. Há ritmo secreto entre nós dois, Pulsando no tempo do sangue que corre, Como se o universo, em seus compassos, Nos tivesse feito para que se socorre. Tua voz é flauta que me embala e acalma, Sopro divino que me faz vibrar, E quando me tocas, desperta minh'alma O mais doce acorde que pode soar. Sintonia perfeita de dois corações, Batendo em conjunto, sem pressa, sem medo, Como duas ondas que, em suas canções, Se encontram na praia num doce segredo. Ó amor, és música, és dança, és som! Marilândia

TÍTULOS JUNINOS

Títulos mais melancólicos (típicos de Drummond):** - Arraiá de Minha Infância - Quando Junho Era Festa - Memória do Terreiro - O Tempo do São João - Fogueira Apagada **Títulos mais nostálgicos:** - Aquele Junho de Outrora - Menino de Pé Descalço - As Bandeirinhas Que Não Voltam - Cheiro de Milho na Memória - O Arraiá Que Se Foi **Títulos mais simples (marca registrada de Drummond):** - Festa Junina - Junho - Lembrança - Infância - O Terreiro **Títulos mais poéticos:** - Sanfona do Tempo Perdido - Quadrilha da Saudade - Quando as Estrelas Dançavam - O Menino e a Fogueira

EVENTO DE 21 DE JUNHO AFLG com imagem





























Academia Feminina Global de Letras AFGL 
 1° Arraial AFGL 
 Tema : Arraial Mágico Da Minha Infância 
 Autora:Marilândia Marques Rollo
 Título:AQUELE JUNHO DE OUTRORA 
País: Brasil 
Data: 21/06/2025
 Gentilmente convidada pela amiga poetisa Luz Crystal 



 AQUELE JUNHO DE OUTRORA 




Havia um tempo
em que junho era festa 
e as fogueiras ardiam no terreiro, 
enquanto os meninos de pés descalços 
corriam entre as saias rodadas das meninas 
que dançavam quadrilha. 


O cheiro de milho doce no ar 
misturava-se ao perfume de alfazema 
que as tias guardavam nos vestidos de chita florida, 
guardados no armário desde o São João do ano passado. 


Meu avô tocava sanfona sentado na cadeira de palha, 
os dedos grossos e calejados 
fazendo música que subia feito fumaça para as estrelas. 


As bandeirinhas coloridas 
tremulavam no vento morno,
e eu, menina ainda sem juízo, 
pensava que eram borboletas presas num fio de barbante. 


Quentão fumegando nas panelas,
paçoca grudenta nos dentes, 
pé-de-moleque que quebrava feito pedra
na boca gulosa de quem não sabia esperar. 


Agora que o tempo passou
e junho é só calendário, 
procuro no fundo da memória
aquele arraiá de minha infância
que nunca mais voltará. 

Que saudade daquele arraial 
onde tudo era encantamento! 



Hoje busco nas lembranças
aquele doce momento,
mas só encontro
ecos distantes de risos que já não há, 
pois o tempo levou consigo a magia que lá reinava.




 Marilândia

sexta-feira, 20 de junho de 2025

I DINÂMICA PÚBLICA OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS- DIA 22 ACal AUTORA:

I DINÂMICA PÚBLICA OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS- ACal AUTORA:Marilândia Marques Rollo TEMA: DITADOS POPULARES DATA:22/06/2025 PRIMEIRA POSTAGEM -"AMOR COM AMOR SE PAGA" Moeda do Coração Amor com amor se paga, dizem eles, Mas que doce mentira é esta sorte! Pois o amor não conhece lei nem morte, Nem se mede em balança ou em papéis. Dou-te toda a minh'alma e os meus céus, E tu dás-me o teu riso, o teu norte; Não há preço que iguale ou que comporte A grandeza dos nossos corações fiéis. Amor com amor se paga, sim, é certo, Mas não como quem troca moeda de ouro; É como quem partilha o mesmo berço, O mesmo sonho, o mesmo doce choro, A mesma sede de infinito e incerto, O mesmo fogo que nos faz tesouro. Que importa se o mundo não entende Esta troca sagrada entre dois seres? Se somos ricos nos nossos quereres E pobres só de tudo o que nos vende? Amor com amor se paga e se defende Contra os que zombam dos nossos prazeres; Somos dois reis coroados de saberes Que só o coração verdadeiro aprende. Dou-te minha loucura e meu tormento, Tu dás-me paz e doce serenidade; Nesta troca bendita não minto, Pois amor com amor, em liberdade, Se paga com o mais puro sentimento, Moeda eterna da nossa eternidade! Marilândia I DINÂMICA PÚBLICA OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS- ACal AUTORA:Marilândia Marques Rollo TEMA: DITADOS POPULARES DATA:22/06/2025 SEGUNDA POSTAGEM- CAIU NA REDE É PEIXE A Lei da Consequência Caiu na rede é peixe, meu amigo, Assim diz o ditado popular, E quem se mete onde não devia Tem que as consequências aceitar. O cabra que anda em má companhia E escolhe trilha pra se perder, Quando a coisa aperta e complica Não pode depois se surpreender. Na vida, cada um faz sua escolha, Cada passo é uma decisão, Se você planta vento no terreiro Vai colher tempestade na estação. O menino que mata aula na escola E prefere a rua pra brincar, Quando chega o tempo da prova Não pode chorar por reprovar. A moça que namora escondido Com rapaz que tem má reputação, Se aparecer grávida depois Não pode culpar o coração. Caiu na rede é peixe, é a verdade, Quem brinca com fogo vai se queimar, A vida cobra o preço das escolhas E não adianta depois chorar. Mas também tem o lado bom da coisa, Quando você trabalha e se dedica, O sucesso que chega é merecido, A vitória na alma se implica. Quem estuda e batalha todo dia, Quem honra o trabalho e a família, Quando a benção chega lá de cima É porque plantou boa semente na trilha. Então pense bem antes de agir, Cada ato tem sua consequência, Se você quer colher flores bonitas Plante amor, trabalho e paciência. Caiu na rede é peixe, meu irmão, Esta é a lei da vida natural, Seja peixe bom ou peixe ruim Vai depender do seu moral! Marilândia I DINÂMICA PÚBLICA OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS- ACal AUTORA:Marilândia Marques Rollo TEMA: DITADOS POPULARES DATA:23/06/2025 TERCEIRA POSTAGEM- AS PAREDES TÊM OUVIDO Confissões de Cal e Cimento As paredes têm ouvidos, amor meu, e guardam em seu silêncio de pedra os segredos que sussurramos na penumbra dos quartos fechados. Elas escutaram teus gemidos quando a solidão te visitava às três da manhã, conhecem o som dos teus passos in_quietos percorrendo os corredores da angústia. As paredes sabem de cor as palavras que nunca disseste, aquelas que ficaram presas entre os dentes e o medo. Elas viram as lágrimas escorrerem pela face do tempo, ouviram o eco dos beijos que se perderam no ar. Ó, paredes cúmplices, testemunhas mudas de nossa intimidade, vocês que absorveram o calor dos nossos corpos entrelaçados. Guardiãs dos nossos silêncios, vocês conhecem melhor que ninguém a geografia secreta dos nossos corações partidos. As paredes têm ouvidos, sim, e memória de cal viva, arquivam cada suspiro em seus poros ancestrais. Quando partir desta casa, deixarei gravada nas paredes a música dos meus dias, o poema dos meus amores im_possíveis. E elas continuarão escutando, pacientes e e_ternas, os novos segredos que virão povoar estes espaços vazios. Porque as paredes não morrem, amor, elas apenas mudam de história, colecionando vozes como quem coleciona flores secas entre as páginas de um livro que ninguém mais lerá. Marilândia I DINÂMICA PÚBLICA OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS- ACal AUTORA:Marilândia Marques Rollo TEMA: DITADOS POPULARES DATA:23/06/2025 QUARTA POSTAGEM- "QUEM VÊ CARA, NÃO VÊ CORAÇÃO!" Máscaras de Mármore Quem vê cara, não vê coração, dizem, E na alvura enganosa dos semblantes Escondem-se abismos torturantes, Negros poços onde as almas se matizam. Rostos que como máscaras deslizam Pelos salões de pompas cintilantes, Ocultando martírios palpitantes Que nas trevas da alma se eternizam. Ó faces de marfim polido e frio, Que mentis ao mundo vosso pranto! Sorrisos que disfarçam o vazio, Lágrimas que se convertem em encanto... Quem vê a superfície do navio Não conhece a tempestade que há no canto. Almas de ébano em corpos de alabastro, Contrastes que a natura engendrou, Beleza que a desdita coroou Com espinhos de angústia e de rastro. Quantos corações sangram sem lastro Sob a máscara que Deus lhes outorgou! Quantas vezes o riso se calou Para dar lugar ao pranto que é mais casto. Faces que são poemas de mentira, Rostos que são sonetos de ilusão, Onde a verdade nunca respira... Quem julga pela externa impressão Des_conhece que a alma quando expira Revela enfim a dor do coração. Marilândia I DINÂMICA PÚBLICA OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS- ACal AUTORA:Marilândia Marques Rollo TEMA: DITADOS POPULARES DATA:23/06/2025 QUINTA POSTAGEM- "A CAVALO DADO, NÃO SE OLHA OS DENTES" Da Prudência e Gratidão do Bom Receber A cavalo dado, não se olha os dentes, Diz a sabedoria dos antigos, E bem diz quem assim o tem por dito, Pois a dádiva honra quem a oferece. Quantos há que, recebendo mercês, Logo tratam de achar-lhes os defeitos, Como se fossem juízes perfeitos Do que a bondade alheia lhes concede! Ora, se alguém vos dá de coração Um presente, por pobre que ele seja, Recebei-o com toda a cortesia, Que mais vale a intenção que o valor. Vi eu muitos homens de alta prosa Desprezarem dádivas singelas, Como se fossem eles grandes estrelas E o mundo devesse servi-los. Mas o sábio que entende da vida Sabe que toda mercê é tesouro, Seja ela de prata ou seja de ouro, Ou simples gesto de amor oferecido. Não vos torneis desses que examinam Com lupa o que recebem de favor, Que quem assim procede sem pudor Mostra que sua alma é pequenina. Antes sede como o bom Sancho Pança, Que agradecia o pão que lhe davam, E nunca os doadores criticavam, Mas bendizia sua boa andança. Porque, em verdade vos digo, leitores, Que mais vale um coração agradecido Que mil tesouros mal recebidos Por aqueles que se julgam superiores. A cavalo dado, não se olha os dentes, E quem assim procede, vida afora, Jamais ficará só numa má hora, Pois terá sempre amigos permanentes. Marilândia I DINÂMICA PÚBLICA OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS- ACal AUTORA:Marilândia Marques Rollo TEMA: DITADOS POPULARES DATA:23/06/2025 SEXTA POSTAGEM- "MAIS HÁ QUEM SUJE A CASA QUE QUEM A VARRA O Sujo e o Mal-Lavado Mais há quem suje a casa que quem a varra, Verdade que a vida nos ensina, Há quem destrói mais que constrói e afina, E quem espalha o mal como algazarra. Enquanto uns trabalham sem fanfarra Para manter a ordem cristalina, Outros chegam fazendo cantilena E deixam tudo numa grande gambiarra. Conheci gente que onde quer que vá Espalha discórdia e confusão, Como se fosse missão que tem já. Fazem da casa alheia um furacão, Criam problema onde não havia, E depois se fazem de João-ninguém. São aqueles que falam demais, Que mexem onde não devem mexer, Que adoram um disse-me-disse pra valer E nunca trazem notícias de paz. Enquanto outros se matam de trabalhar Para manter a harmonia no lar, Eles chegam só para atrapalhar E depois saem sem se desculpar. Mas há quem suje a casa que quem a varra, E quem limpa conhece bem a dor De ver o fruto do seu suor Destruído por quem não se amarra. Por isso, meu amigo, tenha cuidado Com quem você deixa entrar na sua vida, Que nem todo mundo que convida Tem o coração bem-intencionado. Preserve o que construiu com carinho, Defenda o seu cantinho de paz, Que quem suja mais do que faz Não merece estar no seu caminho. Marilândia

COSTURANDO DIA 20 DE JUNHO

“Que ainda encharca a alma em punhados.” Jô Tauil _______________________________ Punhados de sonhos que se desfazem ao vento, E deixa o coração em sofrimento Com os beijos de amor desencontrados. Teus olhos são dois astros magoados Que choram lágrimas de sentimento; E eu, perdida neste tormento, Recolho os cacos dos meus pecados. Nasci para amar com tal loucura Que a dor se fez minha companheira; E nesta sede de ternura, Busco-te ainda, alma prisioneira, Entre as sombras da noite escura, Minha eterna e cruel quimera!... Marilândia

SACROSSANTO ABRIGO

SACROSSANTO ABRIGO Há no teu olhar sereno um tal brilhar E na tua voz tanta suavidade, Que pensar em ti é sentir verdade Dum sacrossanto abrigo a desabrochar. Tuas palavras foram feitas para curar, Para gestos de terna simplicidade; E os teus sonhos de paz e serenidade São como estrelas no céu a cintilar! Cresci cercada de muros e solidão; E, ao oferecer-me teu amor sincero, Deste-me as chaves do meu próprio império! Meu amigo... meu porto... minha canção... E também, em flor plena, o que mais quero, São acordes de cântico eterno e hereditário! Marilândia

NO TEMPO E TANTO

NO TEMPO E TANTO Dolências sutis e suaves Na alma dos versos No tempo e tanto, Em turbilhões quiméricos, Num mistério do céu de anil... E, Nesse perfeito esplendor in_definido, Encontro os dons divinos Dentre um mundo tão trágico! Assim, Velando etenamente a sacrossanta fé, Quando minh'alma mudamente acorda, Ascendem as ânsias,com ais de dor, Inflamando as esferas, soluçantemente! Marilândia

AS PALAVRAS NÃO DITAS

AS PALAVRAS NÃO DITAS Deixa contar-te os versos que escrevi Nas madrugadas quando não dormia! São palavras de amor que construí Como pontes de pura fantasia. Têm perfume de sonhos desejados, São como flores secas num livro... Deixa contar-te os versos guardados Que nasceram do nosso primeiro suspiro! Mas, meu Amor, ainda não te disse Que cada verso teu nome carrega, E no silêncio do que não se diz Mora o poema que mais me embriaga! Amo-te tanto! E sempre te amarei... E neste amor que nunca se desfez Vivem os versos mais belos que já fiz! Marilândia

TARDE DE PRIMAVERA

TARDE DE PRIMAVERA Entardecer: A luz doura os campos, Beijando tudo. Dançam nos jardins De verde tenro, em suaves boninas-dos-campos As rosas bravas, pétalas carmins... Voam perfumes no ar; e passarinhos, Melodias soltas pelos ramos, Cantam por entre os lírios e cravínhos Os hinos puros que ao céu enviamos... Tudo é sereno, e puro, e encantado... Vendo este quadro que é pura poesia Da Natureza, penso emocionado: Que mestre há de tão grande maestria, Que artífice de dom tão apurado, Capaz de criar tanta harmonia?! Marilândia

REVELAÇÃO NO TEU OLHAR

REVELAÇÃO NO TEU OLHAR Não acredito em milagres. As minhas dores Voaram como voa a tempestade, Pelo vento da vida. E assim partiram As minhas tristes lágrimas de saudade. Fiquei então sem paz; e a toda hora Eu digo sempre, embora amargurada: Não acredito em santos e em promessas É uma ilusão e mais nada! Mas avisto os teus olhos, meu amor, Duma luz suavíssima e serena... E grito então ao ver esse teu rosto: Eu creio, sim, eu creio em tua alma Que criou esse brilho que me acalma! Eu creio, sim, creio, eu creio em nós!

quinta-feira, 19 de junho de 2025

CAFÉ NA PASSARELA DIA 29 DE JUNHO SILÊNCIOS APAIXONADOS

37 CAFÉ NA PASSARELA TEMA: SILÊNCIOS APAIXONADOS AUTORA: Marilândia Marques Rollo TÍTULO:MUDOS SEGREDOS DATA:28/06/2025 PAÍS: BRASIL MUDOS SEGREDOS Há silêncios que falam mais que vozes, Há palavras que morrem antes de nascer, Há segredos guardados entre algozes Do jardim que não ousa florescer. Nos teus olhos de águas transparentes Leio versos que nunca escreverei, São poemas de almas tão ardentes Que só no coração os decifrei. Quando passas, o ar fica suspenso, As palavras se escondem rarefeitas, E o silêncio se torna mais intenso Que mil juras de amor já feitas,insuspeitas. Há um idioma que só nós entendemos, Feito de olhares e de mãos que tremem, Há promessas que nunca cumpriremos Porque são santas demais e entretanto, fremem. Nos silêncios que entre nós se estendem Cabem mundos inteiros de ternura, São abismos de amor que se suspendem Entre a fala e a divina formosura. Oh! Benditos silêncios apaixonados, Que guardais os segredos mais profundos, Sois vós que nos fazeis os mais amados Dos poetas mudos deste mundo! Assim vivemos de não dizer nada. Marilândia

Jardim Secreto

Jardim Secreto Há no teu olhar de âmbar tanto ardor E na tua voz tamanha doçura, Que sonhar contigo é pura ventura Dum jardim secreto todo em esplendor. Tuas palavras nasceram para o amor, Para acalentar minha alma insegura; E os teus abraços de terna candura São como pétalas do mais belo flor! Nasci cercada de sombras e espinhos; E, ao entregares-me teu coração sincero, Deste-me asas de pássaro ligeiro! Meu confidente... meu sonho... meus caminhos... E também, em flor, meu companheiro, Meu jardim secreto que guardo inteiro!... Marilândia

À minha saudade

À minha saudade Eu tinha em mim guardado, sabia-me de luz, Eu sabia o nome do meu doce bem: Eu sabia que era a estrela que me conduz, Que era esperança, e sonho, e o que convém! Era tudo que na alma há de mais puro, Era canto, e verso, e brisa, e claridade! E era, quiçá, um poema do futuro, Ou uma antiga canção de liberdade... Era a dourada luz dos meus caminhos, Levaram-me as horas o perfume aos ventos... Deu forma aos meus mais íntimos carinhos... Ah! De longe veio lágrima aos meus tormentos! E foi daí que eu trouxe esta dor estranha! Mágoa que sei de quê! Saudade tamanha! Marilândia

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Sussurra-me

Sussurra-me Sussurra-me! Ainda que seja apenas Um murmúrio, um suspiro somente, Doce como a brisa e puro Como o luar que dorme inocente! Sussurra-me! Faz tanto, tanto tempo Que não ouço tua voz, querido! Minha alma definha, e aos que sofrem O silêncio é castigo desmedido! "Lembro-te!" Oito letras singelas, Gotas de orvalho, doces aquarelas, Um verso de ternura e de paixão! Não podes mandar-me este eco apenas? Então manda... suaves... pequenas... Oito lágrimas do coração... marilândia

CARTA DE ESPERANÇA 9para Florescer dia 19 avaliar)

CARTA DE ESPERANÇA Fala-me... Ainda que seja só Um verso, um verso que me traga A tua voz, doce e vaga Como o murmúrio de um rio só! Fala-me! Tanto silêncio há Entre nós dois, querido! Minha alma Definha já, e quem se acalma Com a sede que não se mata? "Volto!" Cinco letras pequeninas, Pétalas soltas, cristalinas, Um hino breve de ventura! Não podes dar-me esta promessa apenas? Então manda... suaves... plenas... Cinco gotas d'ouro de ternura... Marilândia

De Sonhos

De Sonhos Bendita seja a Noite que te trouxe paz. Bendito o silêncio que te fez descansar Bendita a lua que te iluminou A tua alma, pra te embalar! /... Benditos sejam todos que te protegem, As estrelas em volta de ti brilharem Numa doce canção suave e serena! E se mais que eu, um dia, te quiser Alguém, bendita seja essa Pessoa, Bendito seja o amor dessa alma! Marilândia

RENASCIMENTO

RENASCIMENTO Desperta a terra agora, meu Amor! O sol desfaz os véus da madrugada; Cada folha que nasce é uma balada Cantada pelo vento sedutor! Ah! Deixa-me florir, deixa-me ser Esta que em ti encontra a sua calma... Não há dor que resista quando a alma Se entrega ao doce encanto de viver! Também troquei meu manto de tristeza Por vestes de jasmim e de framboesa, E danço agora livre, à luz do dia... Colhi violetas para teu regresso... São lágrimas de júbilo! Confesso: Meu Amor, meu Amor, é alegria!... Marilândia

Quem Me Dera Cantar

Quem Me Dera Cantar Cantar, meu amor, quem me dera! Ter voz que chegasse ao teu coração, Minhas canções a ecoar pela quimera Levar nos seus tons a minha paixão. Quem me dera ser a cantora da alma, Quem me dera ter a melodia certa E, para que em teus sonhos eu seja a vivalma, Pediria aos ventos sua música entreaberta. Quem me dera espalhar o que vivo Por ti, em notas de doce primor Cantando, do meu peito, o amor cativo. Quem me dera que me sussurrasses baixinho Que sou a canção que ressoa em ti, amor, E a música, em mim, seguiria seu caminho. Marilândia

COSTURANDO DIA 18 DE JUNHO

“No palco da vida o amor volta a crescer…” Jô Tauil ______________________________ E, Como flor que desperta após longo inverno, Nos jardins da alma, terno e eterno, Renasce a chama que jamais há de morrer. Entre as cortinas do meu peito a arder, Danço sozinha este bailado moderno, Enquanto o coração, frágil e terno, Se entrega todo ao doce amanhecer. Ó palco imenso desta dor que me consome! Onde represento papéis que não escolhi, Sou atriz e público do meu próprio nome. Aqui, no teatro da vida que vivi, O amor regressa como doce perfume, E eu, que tanto chorei, volto a sorrir. Nas marcas do tempo que o vento gravou, Encontro vestígios de quem já não sou, Mas neste palco onde tudo se renova, O amor desperta e a alma se aprova. Entre luzes e sombras da representação, Descubro que amar é pura libertação, E no final do espetáculo da paixão, Resta apenas a doce recordação. Marilândia

Vento e Sonho

Vento e Sonho No campo da tarde dourada, Três meninos desenham o céu, Com fios invisíveis de esperança Ligam a terra ao véu. A pipa vermelha voa alta, Dança no vento que não se vê, Enquanto mãos pequenas seguram O sonho que quer crescer. O horizonte se alarga imenso, Entre o marrom da terra nua E o azul que os chama sempre Para a liberdade sua. Correndo descalços no chão, Perseguem o que os persegue, A infância que voa no vento E nunca se desapegue. Portinari pintou a pureza Destes gestos eternos, singelos, Onde cada linha é carinho E cada cor, nossos anseios. No quadro ficou guardada A alegria que não tem fim, Meninos que somos todos nós Quando o sonho voa assim. Marilândia

Cada Momento a Seu Destino Se Entrega

Cada Momento a Seu Destino Se Entrega Cada momento a seu destino se entrega. As horas não voltam quando partem, Nem as palavras ditas Encontram novamente o silêncio. O vento, que sussurra, não repete, A mesma melodia que ontem trouxe, Com distinta cadência sopra A nossa breve estada. Na margem, sentados não da vida Mas porque a vida é o fluir dos dias, Não detemos a corrente Além de um instante, E serenos, aceitos sejam Nossos gestos de contemplação (Não para além nos leve O desejo vão do eterno). Pouco a pouco o presente se desfaz Nas memórias guardadas no futuro Agora duas faces Da mesma moeda, que não vale. Das rosas que no nosso peito nascem Com outra consciência as cultivamos E sob uma outra luz De aceitar largado ao mundo. E assim, Rosa, a margem, como estando, Fugaces momentos, ali na brevidade Como quem aceita o tempo O próprio tempo aceitamos Nesse abandono que é a sabedoria Nos traz às vidas quando só pensamos Naquilo que já passou, E há só presente lá fora.

Taças Douradas de Mel (a publicar)

Taças Douradas de Mel Taças douradas de mel Lábios úmidos sob luz, Nós, serenos convivas Dispostos sobre a vida: Tal seja, Clóe, o momento Em que paramos, quietos, Brevemente suspensos Na doçura dos sentidos. Antes disso que o tempo Como os frutos se desfaça, Beba da clara tarde Que perfuma das horas. Só os sábios compreendem Com seu gesto aqueles Que nada mais desejam Que estar no fluxo das coisas. Marilândia .

Que Importa?...

Que Importa?... Tu eras o altivo, o inatingível, Nunca mostraste em teu olhar sereno Lampejo de paixão ou de veneno, Como mostram os outros, mais sensível. Agora, olho-te eu, humilde e frágil, Com toda a sede de um amor resiliente, Enquanto o gelo branco do presságio Congela em ti ao vento do poente. Teu peito, o bronze, fez-se flor dourada; Como nascida em terra abençoada, Todo ele é fogo, e é ternura e prece! Nele aquece minh'alma um só momento... Que importa?..., se o cruel esquecimento Toma todas as flores... quando desce?... marilândia

Desencontro

Desencontro Até ontem eu era quem pensava ser, Caminhava segura em minha estrada Sem saber que em mim havia escondida Uma mulher que nem sabia viver Tão perdida entre o sonho e a realidade. Mas quem eu era, eu mesma não sabia E, ainda que soubesse, calaria... Olhos perdidos em noites sem lua Buscavam por ti... mas tu não vinhas! Buscavas por mim – alma inquieta! – E eu aqui, com meu coração aberto, Com minha alma sobre a tua alma! E esta sede de amor, que nada sacia, É o fogo da tua alma a incendiar As dormentes cinzas do meu peito! Marilândia

Olhares que Se Cruzam

Olhares que Se Cruzam Caminho pela praça devagar, Entre rostos que passam sem parar; Alguns sorriem, outros nem me veem, Mas teus olhos em mim sempre detêm. É um olhar profundo, Olhar que abraça o mundo, Mas guarda um brilho terno O suave olhar materno... É esse brilho santo Que desperta o meu encanto, Pois é tão puro e real Que me faz sentir especial! Quem possui uns olhos tais E sabe usar seus sinais, Não precisa de palavras Para curar as quebras e as chagas... Por isso fico esperando... E quando estou caminhando Procuro entre a multidão Teus olhos cheios de paixão! Marilândia

terça-feira, 17 de junho de 2025

Espelhos do Tempo

Espelhos do Tempo Diante da tela sagrada, corpos se curvam, Sussurros de séculos ecoam no salão dourado, Onde Velázquez pintou o impossível: O olhar que nos olha olhando. A infanta rosa floresce no centro, Cercada de sombras que dançam na luz, Enquanto o pintor, eterno no canto, Nos convida ao mistério que seduz. Quem observa quem neste teatro? Os visitantes de hoje, perdidos na contemplação, Ou as figuras imortais da corte Que atravessaram tempo e dimensão? O espelho ao fundo reflete reis fantasmas, A realidade se dobra sobre si mesma, E nós, pequenos mortais diante da grandeza, Somos também personagens nesta cena suprema. Nas paredes do Prado, a magia persiste, Arte dentro da arte, vida dentro da vida, Velázquez riu do tempo e da morte: Sua obra é portal, sua genialidade, guarida. Os séculos passam, mas o encanto permanece, Cada olhar novo reaviva o prodígio, E Las Meninas, eternas e vivas, Continuam pintando nosso próprio prestígio.

COMUNHÃO (publicar dia 18)

COMUNHÃO Sentir!... Abraçar a terra e o mar!... Baixar Do alto os sonhos que nos vêm chamar! Deus fez nossos olhos para contemplar, E a alma se fez brisa para sonhar! A chama, sempre branda, a iluminar!... Raízes sempre fundas a fincar, Mais fundo para a essência alcançar!... A paz!... O amor!... A graça de semear!... Da vida tenho o pranto e tenho o riso No espelho dos meus olhos de bonança, Nos meus abraços plenos, fraternais!... Trago no peito o perfume do liso! Filhos da terra, gente da esperança: - Como sou vossa irmã, ó meus iguais!... Marilândia

COSTURANDO DIA 17 DE JUNHO

“Estendem-se para mim mãos de heróis sem fé…” Jô Tauil ______________________________ Fantasmas de batalhas já perdidas, Almas que procuram outras vidas Na sombra do que um dia já não é. Que buscam elas? Luz que se desfez? O eco de canções angustiosas Ou querem estas mãos desgraciosas Tocar o que jamais se esquecerá,talvez? Eu sinto o frio dessas mãos vazias, O peso da tristeza que carregam, E vejo nos seus gestos as agonias. Ah! pobres mãos que ao vento se entregam Buscando em vão as antigas alegrias Que o tempo e o desencanto lhes roubam?… Marilândia

Alma em Chamas (PUBLICAR AMANHÃ) DIA 18

Alma em Chamas Ó luz do meu destino, aurora minha, Eu te busco no vento que suspira, Voz que em meu peito ardente respira, Sonho que pela noite se avizinha! Que seja tua a estrela que caminha No céu da minha alma que delira, Que a ti se curve toda a minha lira Por séculos de amor, alma sozinha! Eu, ferida de sede do infinito, Te chamo em cada verso que palpita, E canto tua face de granito. Ah! pudesse este grito de saudade, Este verso de fogo que me agita, Tornar-te meu por toda a eternidade!... Marilândia

O Alvorecer dos Sonhos (corrigir e publicar)

O Alvorecer dos Sonhos Como pétalas douradas que dançam Sobre um rosto sereno, encantado, O amanhecer desperta... Ah! suaves mãos gentis, Que os meus lábios sorrindo despertassem! Assim raios de luz me acariciam! Assim me despertasses, radiosa, E em carícias de aurora e primaveras, No despertar que sobe me aquecesses! A manhã em brilho e sol se ergue... Perfume de jasmim ou de rosas, A manhã põe-me sonhadora, doce! E o dia vai nascendo, claro e calmo... Meu doce Amor, tu beijas a minh'alma Sorrindo nesta hora à minha face!

Soneto da Altivez

Soneto da Altivez O mundo teme-me porque eu possuo Chamas que outros não sabem acender! Porque nasci Rainha sem poder Num palácio de sonhos que construo. Porque meu reino é feito do que fluo... Porque trago na voz o amanhecer E as estrelas e auroras, meu prazer! Porque eu sou Eu e o meu ser perpetuo! O mundo? Que me importa, ó meu Tesouro? – É apenas o palco dos meus cantos... O campo onde florescem teus encantos... Meus delírios, meus versos, meus prantos... – São teus olhos refletindo o ouro Das constelações nos meus quebrantos.

O Destino

O Destino É vã a esperança, a fé, ou a paixão; Inútil o sonhar e o suspirar... Entregar nossa alma a alguém em vão O mesmo é que gritar para o mar! Todos vivemos em igual solidão, Uma ventura nasce do penar, Um sorriso esconde sempre a ilusão, Quem sabe de onde vem tanto chorar! A mais bela promessa se consome... Uma lembrança morta se reanima Que no instante seguinte já se sobsome... Guardar-te para sempre é ironia A gente perde sempre o que mais ama. Que importa, meu Amor, se isso é nostlgia !

Peregrinação (a publicar)

Peregrinação Em busca da Esperança, luz perdida, Tenho vagado por todas as sendas, Rasgado o peito em tantas oferendas, Os céus todos clamado por guarida. Aos tropeços, por tanto ter sofrida, A alma ardendo em lágrimas tremendas, Da Solidão e Angústia, dores lendas, Cheguei ao fim sem nada ter na vida. Cansada e só, voltei desenganada, Pobre, vazia, à mesma encruzilhada, Sem encontrar a paz que tanto peço. Meu Deus, doce Esperança, onde te ocultas Que aos meus gemidos tristes não escutas? Onde estás, minha Luz, que não te vejo?

O Ausente Presente Conheci-te e por te conhecer Só em mim eu vivia Eras o meu saber Eras minha agonia Só quando me deixaste É que me encontraste Quando estavas presente No meu ser confundido Não eras diferente Eras o meu sentido Agora que me faltas És só o que me assaltas. Vivias-me por dentro, Por isso não te via Presença no meu centro, Que eu não distinguia Só quando te ausentaste Vi que me habitaste Não sei quem tu eras. Penso Que o meu modo de ser Meu viver meu silêncio Meu jeito de sofrer Eras minha essência, além Do Tempo e do Além Hoje eu busco-me e peno Por me poder encontrar Não me lembro sereno Como me deixei amar Nem foste ilusão Por que esta solidão? Responder, Responder a todos ou Encaminhar

O Ausente Presente Conheci-te e por te conhecer Só em mim eu vivia Eras o meu saber Eras minha agonia Só quando me deixaste É que me encontraste Quando estavas presente No meu ser confundido Não eras diferente Eras o meu sentido Agora que me faltas És só o que me assaltas. Vivias-me por dentro, Por isso não te via Presença no meu centro, Que eu não distinguia Só quando te ausentaste Vi que me habitaste Não sei quem tu eras. Penso Que o meu modo de ser Meu viver meu silêncio Meu jeito de sofrer Eras minha essência, além Do Tempo e do Além Hoje eu me busco e peno Por me poder encontrar Não me lembro sereno Como me deixei amar Nem foste ilusão Por que esta solidão? Marilândia

PALAVRAS QUE NÃO ERAM MINHAS

PALAVRAS QUE NÃO ERAM MINHAS Construí-me de palavras que não eram minhas, E as que eram verdadeiramente minhas calei-as. A roupa que escolhi não me assentava. Aplaudiram-me pelo que fingi ser e não corrigi, e esqueci-me. Quando tentei despir a fantasia, Já tinha raízes na pele. Quando a rasguei e me olhei no espelho, Já não reconhecia o rosto. Estava cansado, já não conseguia distinguir Entre a mentira que vivi e a verdade que enterrei. Abandonei os farrapos e adormeci na plateia vazia Como um ator esquecido no palco Depois do último aplauso E vou gritar estas palavras para fingir que ainda existo. Marilândia

Cabeçalho obrigatório: (copie e cole) Evento AVALB — "Cego Aderaldo" Tema: "Rimas e repentes, versos populares" Autor (a): Título: País: Data: 24/06/2025 Ver

Evento AVALB — "Cego Aderaldo" Tema: "Rimas e repentes, versos populares" Autora:Marilândia Marques Rollo Título:Romance Popular em Versos de Cordel País:Brasil Data: 24/06/2025 Gentilmente convidada pela nobre poetisa amiga Poesia Maria Auto da Cantoria do Cego Aderaldo Romance Popular em Versos de Cordel Ouçam todos, gente boa, A história que eu vou contar De um homem que fez da viola Sua forma de enxergar Cego Aderaldo Ferreira Que soube o mundo cantar Nasceu lá no Ceará Terra seca mas valente Com os olhos que não viam Mas com alma bem vidente Fez da música seu guia E da rima sua gente Quando pequeno perdeu A visão do mundo real Mas ganhou dentro do peito Um dom descomunal De fazer versos bonitos Com jeito mui natural Pegou a viola nas mãos Como quem pega uma cruz E saiu pelo sertão Levando alegria e luz Cantando as dores do povo E o que o coração traduz Em desafio famoso Com outros cantadores Mostrava que cego ou não Há diferentes valores A cegueira do corpo Não cega os trovadores Cantou amor e saudade Cantou seca e temporal Cantou festa e romaria Cantou glória e funeral Sua voz era esperança No meio do temporal Oh Cego Aderaldo! Mestre da cantoria Você que fez da escuridão Sua maior alegria Ensinou que se enxerga Com mais que a luz do dia Hoje que você partiu Para a glória eternal Sua viola ainda ecoa Pelo nosso Portugal E no céu você canta Com os anjos no coral Descanse em paz, poeta Cantor do Nordeste Que fez da sua cegueira Um dom que permanece Na memória do povo Seu nome resplandece marilandia De: marilandiam@yahoo.com.br Para: MARILÂNDIA MARQUES ROLLO ter., 17 de jun. às 10:52 Auto da Cantoria do Cego Aderaldo ## *Romance Popular em Versos de Cordel* Ouçam todos, gente boa, A história que eu vou contar De um homem que fez da viola Sua forma de enxergar Cego Aderaldo Ferreira Que soube o mundo cantar Nasceu lá no Ceará Terra seca mas valente Com os olhos que não viam Mas com alma bem vidente Fez da música seu guia E da rima sua gente Quando pequeno perdeu A visão do mundo real Mas ganhou dentro do peito Um dom descomunal De fazer versos bonitos Com jeito mui natural Pegou a viola nas mãos Como quem pega uma cruz E saiu pelo sertão Levando alegria e luz Cantando as dores do povo E o que o coração traduz Em desafio famoso Com outros cantadores Mostrava que cego ou não Há diferentes valores A cegueira do corpo Não cega os trovadores Cantou amor e saudade Cantou seca e temporal Cantou festa e romaria Cantou glória e funeral Sua voz era esperança No meio do temporal Ó, Cego Aderaldo! Mestre da cantoria Você que fez da escuridão Sua maior alegria Ensinou que se enxerga Com mais que a luz do dia Hoje que você partiu Para a glória eternal Sua viola ainda ecoa Pelo nosso Portugal E no céu você canta Com os anjos no coral Descanse em paz, poeta Cantor do Nordeste Que fez da sua cegueira Um dom que permanece... Na memória do povo Seu nome resplandece Marilândia

O Peregrino da Esperança (revisar para publicar)

O Peregrino da Esperança Pelas sendas do mundo caminhei, Sedento de encontrar a Luz divina, Atravessei a noite cristalina, Por vales de silêncio naveguei. Em cada estrela um sinal busquei, Em cada flor, resposta peregrina, Mas só o vento frio me ensina Que a distância da Verdade aumentei. Quebrado pela sede do infinito, O coração ferido, quase aflito, Ainda ouso erguer os olhos ao céu. Talvez, Senhor, no próprio desencontro Vivas Tu, e no meu vão encontro Seja o caminho mesmo o Teu troféu.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Cetro de Luz

Cetro de Luz O mundo teme aqueles que se agregam Como faróis na noite sem aurora! Porque nasci rainha onde implora A multidão que as próprias almas negam! Porque em meu peito as chamas nunca usufruem, Porque minha alma é tempestade e flora, Porque carrego em mim quem me adora E também quem me odeia, ambos me seguem! Que importa o mundo e sua voz incerta? —É apenas sombra da minha descoberta Canção que ecoa além do que se mede... São teus suspiros, chuva em terra seca, Tua paixão, aurora na minha charneca. O universo inteiro em minha sede. Marilândia

Voo de Estrelas

Voo de Estrelas A noite desce mansa e transparente. Abro meu peito ao vento que suspira, Deixo voar a alma que delira Por tudo quanto é belo e diferente! De olhos cerrados sinto docemente A melodia eterna que me inspira, E enquanto o luar de prata gira Ouço sussurros de alma penitente. Vem a tua correndo… Num desejo Tão forte que quase alcanço o seu festejo Nessa corrida ardente e misteriosa Que meu ser todo vibra, se incendeia Para tocar a tua, como a rosa Segue o vento que a leva… e receia! Marilândia

ALMA EM CHAMAS

ALMA EM CHAMAS Perseguindo a Luz, esse tesouro eterno, Percorri veredas sem medida, Sangrei as mãos na pedra mais erguida, Vasculhei cada vale, cada terno. Cambaleando pelo inverno Da alma em chamas consumida, Entre Sombras e Angústia mal nascida, Encontrei apenas o vazio hodierno… Derrotada enfim, retorno ao nada, Despojada, crua, desencantada, Sem avistar a graça que procuro. Ó Luz suprema, em que gruta te abrigas Que ao meu pranto dolente não obrigas Resposta alguma ao coração impuro… Marilândia

TÍTULOS VARIADOS

Títulos com imagens poéticas: - Pétalas ao Vento - Estrelas Mudas - Jardins Abandonados - Espelhos Partidos - Cinzas do Tempo - Rosas Murchas Títulos musicais/sonoros:** - Serenatas Perdidas - Baladas do Ocaso - Sonatas da Alma - Melodias Esquecidas - Acordes Melancólicos - Sinfonias do Silêncio Títulos com movimento: - Passos na Neblina - Voos Interrompidos - Caminhos Sombrios - Danças Fantasmas - Águas Correntes - Folhas ao Sabor do Vento Títulos introspectivos: - Diálogos Comigo - Segredos da Alcova - Pensamentos Vagos - Devaneios Noturnos - Reflexos da Alma - Íntimos Sussurros Títulos com elementos clássicos: - Elegias Perdidas - Sonetos ao Luar - Odes Melancólicas - Madrigais Solitários - Baladas Esquecidas - Trovas do Coração Títulos evocativos: - Perfumes de Outrora - Sabores Amargos - Texturas da Memória - Cores Desbotadas - Sons Distantes - Luzes Mortiças .​​​

Luzes Mortiças

Luzes Mortiças Noites silentes, frias e vazias Tecidas de sonhos perdidos e dores, De lágrimas doces, memórias sombrias Onde ecoam suspiros de antigos amores... Ouço murmúrios no vento que passa... Carregam segredos de tempos distantes, E do passado os vestígios que abraça São fantasmas de horas delirantes... Os meus olhos são fundos como abismos... Os meus passos são lentos como preces, Vestem-se os caminhos de esquecimentos... Sou tempestade e calmaria e brisa... Sou, talvez, na penumbra silenciosa, Ó minha Alma, o eco que perdura! Marilândia

Silêncios da Madrugada

Silêncios da Madrugada Calemos que a vida De tudo nos fala Que em nós se aninha A paz submergida Que o tempo embala! Calemos, calemos, É sábia a quietude E largando os remos, Na calma busquemos A eterna virtude! Calemos as vozes Que sabem calar, Vejamos que as noites, Com seus alvoroços, Nos vêm consolar! Marilândia

Campo Selvagem

Campo Selvagem Desperta em meu ser, num sonho ardente, A força das paixões adormecidas... Nas terras áridas brotam as vidas... Nas minhas veias o sangue latente... Desejo! Alma nua! O que presentemente Sinto em mim? Escuto vozes perdidas Sussurrar-me canções desconhecidas Que incendeiam meu peito docemente! E neste fogo bravo que me toma, Rasgo meus véus, minha antiga tristeza, E já não sou, Paixão, flor que se soma... Seios a pulsar em ondas de calor, Lábios a saber a terra, a natureza: Sou o campo selvagem em seu esplendor! Marilândia

Palavras que realçam o texto" Título:

Grupo International Poetic in Brazil Evento: Lucia Nobre Tema:"Palavras que realçam o texto" Título: Autora: Marilândia Marques Rollo País: Brasil Data: 16/06/2025

domingo, 15 de junho de 2025

Obsessão (a publicar) última estrofe alterar

Obsessão Minha alma, de buscar-te, se consome, Meus passos andam loucos de te achar! Tu és mais que a razão do meu pensar, És o sangue que em minhas veias tem codinome! Não encontro descanso, o que me definha... Esta sede infinita de te amar, E mesmo quando durmo, vem rondar Tua imagem... Oh!Pobrezinha! Podem secar rios, cair montes, Que tu és meu destino e minha lei! E se eu morrer de tanto te querer, Morro feliz, pois foi por ti que ardei! E se eu morrer de tanto te sonhar, Ao menos foi sonhando que vivi! Marilândia Tem codinome O que me definha Ah! Que pobrezinha!

Exaltação a publicar

Exaltação Quero que o fogo me devore inteira! Quero que a sede em mim hiberne Quero que tudo arda qual chama feiticeira No meu peito trêmulo e incerne! Quero que o meu tormento se eleve Até à última estrela que eu sonhei! Quero que o meu penar seja tão breve Que o céu todo se apiede como adivinhei! Quero que a minha angústia seja um grito! Quero que os meus lábios sejam lava! Quero que o meu caminho seja escrito Em letras de ouro que ninguém grava! Quero que a minha vida seja um rastro De mel, de fel, de aurora a aurora... —Quero que o meu coração seja um astro! Marilândia Testemunhei Rascunhei Adivinhei

EVENTO DIA 21 LUZ CRYSTAL ARRAIÁ AFGL

Festa de São João do tempo perdido Havia um tempo de balões de papel e bandeirinhas tremulando ao vento, quando o mundo cabia num quintal e a alegria era puro alento. Fogueiras dançavam pela noite com labaredas de ouro e carmim, enquanto crianças de mãos dadas giravam em roda sem fim. O cheiro de milho assado no ar misturava-se ao doce de abóbora, e cada barraca era um tesouro que a memória ainda adora. Havia sanfoneiros de chapéu tocando quadrilhas sem parar, e pares que se encontravam, tímidos, no compasso do dançar. Os santos juninos, enfeitados, presidiam a festa do chão, enquanto fogos de artifício pintavam estrelas no escuridão. Que saudade daquele arraial onde tudo era encantamento! Hoje busco nas lembranças aquele doce momento, mas só encontro ecos distantes de risos que já não há, pois o tempo levou consigo a magia que lá reinava. Marilândia Festa de São João do tempo perdido Havia um tempo de balões de papel e bandeirinhas tremulando ao vento, quando o mundo cabia num quintal e a alegria era puro alento. Fogueiras dançavam pela noite com labaredas de ouro e carmim, enquanto crianças de mãos dadas giravam em roda sem fim. O cheiro de milho assado no ar misturava-se ao doce de abóbora, e cada barraca era um tesouro que a memória ainda adora. Havia sanfoneiros de chapéu tocando quadrilhas sem parar, e pares que se encontravam, tímidos, no compasso do dançar. Os santos juninos, enfeitados, presidiam a festa do chão, enquanto fogos de artifício

O Vento Interior a publicar

O Vento Interior Meu sonho é um vento que não sopra. Para que céus se eleva e donde nasce? Não sei... na quietude em que se enlace Desperta dele uma brisa que não topa Com bordas do real, fontes perdidas De eu as sentir... misteriosas correntes Habitando o silêncio de aurentes Horas onde os instantes são feridas... De quando em quando passa em minha alma, Como um sussurro num vazio eterno, Um movimento de ir, superno e terno Em mim, um leve respirar de calma... E eu recordo de ventos mais primeiros Que a minha noção da realidade Brisas celestes tocando a verdade De horizontes unânimes e inteiros, E a memória de um Tempo anterior À forma consciente do existir Dói-me no meu sentir, e vem ferir Como uma rajada de encontro à minha dor. Escuto-o... Ao longe, no meu vago ouvido Da minha essência, perdido sopro incerto, Como um eterno vento indescoberto, Mais que a ideia de vento conhecido... E para onde é que ele vai, que se perde Do meu senti-lo? A que abismos voa? Em que frios de Espanto se perdoa? De que sombras medrosas se recerde? Não sei... Eu perco-o... E novamente volta A forma e o som do mundo conhecido, E na interior distância do meu Sentido Como se a vida acabasse, o vento se solta... Marilandia

Altivez

Altivez O mundo teme-me porque ninguém Possui o fogo que arde em mim! Porque o Destino Me fez Rainha entre o vulgar e o divino Num palácio de sonhos e desdém. Porque meu Trono ergue-se além do além... Porque carrego n'alma as luzes cristalinas E as estrelas e auroras são adamantinas Porque eu sou Eu e sou mais que alguém! O mundo? Que me importa,ó meu Amado? —É o bosque do meu poema alado... O campo onde colhemos o infinito... Minhas paixões, delírios, meus desvelos... —São teus lábios colados aos meus flagelos, Constelação fechando o meu conflito. Marilândia

O Vento Interior (FAZER ALTERAÇÕES NECESSÁRIAS)

O Vento Interior Meu sonho é um vento que não sopra. Para que céus se eleva e donde nasce? Não sei... na quietude em que se enlace Desperta dele uma brisa que não topa Com bordas do real, fontes perdidas De eu as sentir... misteriosas correntes Habitando o silêncio de aurentes Horas onde os instantes são feridas... De quando em quando passa em minha alma, Como um sussurro num vazio eterno, Um movimento de ir, superno e terno Em mim, um leve respirar de calma... E eu recordo de ventos mais primeiros Que a minha noção da realidade Brisas celestes tocando a verdade De horizontes unânimes e inteiros, E a memória de um Tempo anterior À forma consciente do existir Dói-me no meu sentir, e vem ferir Como uma rajada de encontro à minha dor. Escuto-o... Ao longe, no meu vago ouvido Da minha essência, perdido sopro incerto, Como um eterno vento indescoberto, Mais que a ideia de vento conhecido... E para onde é que ele vai, que se perde Do meu senti-lo? A que abismos voa? Em que frios de Espanto se perdoa? De que sombras medrosas se recerde? Não sei... Eu perco-o... E novamente volta A forma e o som do mundo conhecido, E na interior distância do meu Sentido Como se a vida acabasse, o vento se solta... Marilandia

A Minha Sombra

A Minha Sombra A minha Sombra é morada antiga Repleta de ecos, sussurros, lamentos, Onde o silêncio em lágrimas navega E carrega os meus desencantos. Os sonhos têm sabor de cinza Ao morrer, despedaçados, no chão... E todos soam como pranto No bater do meu coração... A minha Sombra é um palácio. Há quartos De um vazio adornado de saudades, Tão frios como nunca os senti em vida! Neste escuro palácio onde habito, Dias e noites teço e desteço a mágoa! E ninguém entra... ninguém sai... ninguém! Marilândia

COSTURANDO DIA 15 DE JUNHO

"Da rota traçada por dois, algum dia…” Jô Tauil ______________________________ Restaram apenas pegadas na areia, Que o vento levou com sua fria Carícia que tudo penteia. Éramos nós, almas perdidas, Buscando no amor o infinito, Duas estrelas desvanecidas No céu do nosso grito. Caminhamos juntos pela estrada Onde florescem as ilusões, E cada curva era sagrada Aos nossos corações. Mas o destino, cruel tirano, Quis separar o que uniu, E do nosso doce engano Só cinza restou, só cinza luziu. Hoje busco em vão teus passos Na rota que juntos trilhamos, E encontro apenas os laços Dos sonhos que abandonamos. Ah, se pudesse retornar Àquele tempo de ventura, Quando era doce caminhar Na nossa doce aventura! Marilândia Responder, Responder a todos ou

sábado, 14 de junho de 2025

AO MEU CADERNO (PARA FLORESCER DI 15)

AO MEU CADERNO No segredo de páginas do meu Ser Dança uma alma de versos ardentes, Alma vertida no papel que vem a ser O espelho fiel dos meus sentimentos latentes… Doce caderno aquele que guardaste, Confidente da alegria e da angústia! Doce caderno aquele onde pousaste Tudo o que eu senti, sem ter voz que preexistia. Leio-te, e sonho, assim, toda a minh'alma! O caderno que me deste é meu, e acalma Os suspiros que solto e grito e choro! ... Poeta igual a mim, tu que me ouves Dizer o que tu sabes! ... Que ouses... O peso da minh'Alma neste coro! ... Marilândia

COSTURANDO POESIA DIA 14 DE JUNHO

“Que pela borboleta quer ser possuída…" Jô Tauil ___________________________ Qual Alma sedenta de leveza e graça, Que nos jardins da tarde se abraça Com o sonho loiro da metamorfose erguida. Ó criatura alada e colorida, Vem pousar em minha fronte lassa! Ensina-me o segredo de quem passa Entre as flores, de luz embevecida. Quero ser como tu, etérea e breve, Dançar no ar com tua dança leve, Beber o mel das rosas mais formosas. Que importa se a vida é fugaz momento? Melhor voar um só instante ao vento Do que arrastar-se sempre entre as lousas! Vem, borboleta de ouro e de safira, Ensina-me teu voo de delírio, Teu bailado sutil, teu doce giro Na luz do sol que em ti se expira… Quero sentir em mim tua fronteira De eternidade em cada suspiro, Ser como tu, um breve e belo lírio Que ao vento da manhã se estira. E quando vier a hora derradeira, Que eu morra assim, borboleta verdadeira, Nas asas do meu último desejo! Marilândia

Noite de Aguaceiro

Noite de Aguaceiro Chuva... Como prata derretida cai! Escuta bem: goteja... pinga... chora... São lágrimas de estrelas que se vai, Pétalas de jasmim da aurora… O jardim adormece devagar... Silêncio... nem suspiro de outrora! Amor! Vem ver a lua a naufragar Entre nuvens que passam como agora... Sussurra doce, colado à minha face, Que tua voz de mel seja um abraço, Um segredo, um mistério, um sonho teu... Ah! deixa que a chuva nos abrace! E em mim... teu coração no meu espaço, Aguaceiro caindo em peito meu! Marilândia ---

Castelo de Cristal

Castelo de Cristal Ergui nas nuvens meu palácio frágil, De vidro translúcido e de espuma, E ali busquei, em solidão profunda, Os ecos de quem já não tem voz ágil. Falei-lhes dos meus versos, do meu hágil Coração que em estrofes se consuma, E as sombras, numa dança que perfuma, Murmuraram: "Que sonho tão volágil, Alma ingênua e ardente! Também nós Cantamos com fervor em outras vós, Mas tudo se desfez como neblina..." Silenciaram as vozes do passado... E desde então permaneço encantado No meu castelo onde a dor se cristalina. Marilândia

O Eterno Sedento

O Eterno Sedento Tu eras o altivo, o indiferente. Nunca soubeste o que é ter n'alma A sede ardente que consome e acalma, Como eu sentia em meu peito dolente. Agora, olho-te eu serenamente, Sem lágrimas que outrora eram calma, Enquanto em ti desperta nova palma De amor que nasce, puro e transparente. Tua alma, o gelo, derreteu-se em rio; Como nascido em vale sombrio, Todo és chama, és ternura e esperança! Nele aquece o meu ser por um momento... E que importa?..., se o eterno sedento Busca em todas as almas... sua dança?...

Sede de Infinito

Sede de Infinito Eu sonhava mais vastos os oceanos, Mais profundos os vales, a aurora mais dourada, Mais intensa a tempestade desatada, Mais distantes os cumes soberanos; Mais abertas as portas dos arcanos Da existência, mais plena a madrugada, Mais extensos os campos, mais dourada A seara dos sonhos mais humanos! E erguer-me altiva e abraçar o mundo: - Quanto mais escuro e acre o vagabundo Caminho, mais radiante é a chegada! E, findos os combates... em sossego, Um dia repousar, sem mais apego, Como repousa a estrela já cansada! Marilândia

ALMA ERRANTE

ALMA ERRANTE Todo este serão o vento suspirou, Vagueou, cantou, clamou melancolicamente! Alma do vento, alma consciente, Tu és, porventura, alguém que se ausentou! Tu és, porventura, um verso que se esfriou, Que se perdeu na Sombra, docemente... Talvez sejas o espírito, o espírito dolente D'alguém que quis sonhar e não sonhou! Todo o serão vagaste... e eu vaguei Talvez porque, ao sentir-te, pressenti Que ninguém sofre mais profundo que nós! Sussurraste tanto ao luar sereno, Que eu julguei que tu eras meu anseio Que errasse perdido em teu clamor! Marilândia

Mesmo Assim...

Mesmo Assim... Ainda que seja vaidade este mundo incerto... Ainda que seja lágrima, pó e vento! Há luz que nasce em cada sofrimento, E mesmo no deserto floresce o verso! Mesmo que o amor nos minta, esse universo Que faz rir nosso peito num lamento, Flor que renasce a cada novo intento, Pétalas que dançam pelo chão disperso!... Beijos de amor! Por quê não?!... Doces verdades! Sonhos que criam novas realidades, Que fazem a alma despertar da morte! Só neles não crê quem perdeu a chama! Beijos de amor que se espalham, se derrama, Como sementes que mudam nossa sorte!... Marilândia

Dança das Folhas

Dança das Folhas Manhãs douradas, suaves e serenas, Feitas de luz cristalina e transparente, De brisas de esperança, brisas quentes Onde há cantos de aves pequeninas... Vejo pétalas em dança, às centenas... Também estrelas em fuga, reluzentes, E do orvalho os beijos inocentes São gotículas de pérolas divinas... Os meus sonhos são vastos como mares... Os meus versos são doces como méis, Vesti-los o luar de sonhos claros... Sou brisa e chuva e límpida e formosa... E vou, talvez, na aurora silenciosa, Ó meu Leitor, o verso que .​​buscais. Aqui estão mais títulos no estilo poético de Florbela Espanca: **Títulos Contemplativos:** - Ecos do Crepúsculo - Murmúrios da Tarde - Segredos do Luar - Canções de Outono - Lágrimas de Prata **Títulos Românticos:** - Cartas ao Vento - Beijos de Chuva - Promessas de Abril - Saudades Douradas - Versos de Seda **Títulos Melancólicos:** - Solidão Florida - Nostalgias de Inverno - Silêncios Profundos - Melancolia Azul - Fragmentos de Alma **Títulos Místicos:** - Oração das Rosas - Liturgia do Amor - Sonhos de Cristal - Prece Silenciosa - Mística da Noite **Títulos Naturais:** - Pétalas ao Vento - Chuva de Estrelas - Perfume de Jasmim - Dança das Folhas - Seresta do Mar .​​​ marilandia De: marilandiam@yahoo.com.br Para: MARILÂNDIA MARQUES ROLLO sex., 13 de jun. às 21:43 # **Sussurros da Alvorada** Dança das Folhas Manhãs douradas, suaves e serenas, Feitas de luz cristalina e transparente, De brisas de esperança, brisas quentes Onde há cantos de aves pequeninas...

Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia maria EVENTO AVALB- ACADEMIA VIRTUAL DE AUTORES LITERÁRIOS DO BRASIL CENTENÁRIO DE DALTON TREVISAN TEMA:Livros Antigos, Temas Atuais AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO: O Eco que Atravessa Gerações Data: 14/06/2025 Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia maria O ECO QUE ATRAVESSA GERAÇÕES Nas estantes empoeiradas do tempo, dormem gigantes de papel amarelado, suas lombadas curvadas como velhos que carregam o peso de mil primaveras. Abro Cervantes e encontro Don Quixote lutando contra moinhos de fake news, sua lança quebrada contra algoritmos que transformam verdades em fantasmas digitais. Páginas que cheiram a chuva antiga sussurram sobre pandemias e solidão, enquanto Camus ressuscita de suas letras para falar da peste que não escolhe fronteiras. Os dedos percorrem versos de Lorca e encontram balas perdidas em escolas, poetas mortos que cantam aos vivos sobre o silêncio que mata mais que gritos. Shakespeare desperta de seu sono eterno para ver Hamlet twitando sua dúvida: "Ser ou não ser?" pergunta ao vazio de uma timeline que nunca responde. Nas margens amareladas de Steinbeck brotam tendas de refugiados, uvas da ira fermentando ainda no estômago vazio da injustiça. Dostoyevski ri de seu porão escuro vendo Underground tornando-se metáfora para quem vive nas periferias digitais, criminosos do tempo e do algoritmo. Os livros antigos não envelhecem, apenas vestem roupas novas para dançar com nossos medos atuais, eternos como o amor e a fome. Abro García Márquez e vejo que o realismo mágico nunca morreu: está vivo nas nossas telas, onde mentiras voam como borboletas. Ourives das palavras, escultor de pequenas glórias,Trevisan! Dalton, vampiro dos contos, que do cotidiano extrai A essência humana mais pura, que em cada linha se esculpe. Mestre dos minicontos, arquiteto do brevíssimo, Transforma o ordinário em extraordinário, o simples em glorioso. Cada vírgula é precisa, cada ponto é uma escolha, Na sua prosa concisa, toda palavra é primazia. Cronista dos desencontros, dos amores mal-amados, Revela em poucos traços os dramas mais elaborados. João e Maria renascem em suas mãos habilidosas, Personagens eternos em narrativas preciosas. Ó mago da concisão, poeta do instantâneo, Teu talento é lapidário, teu estilo soberano. Em cada conto que escreves, uma vida se desvela, E Curitiba se torna universal em tua aquarela. Marilândia

sexta-feira, 13 de junho de 2025

. Asas de Luz Dourada Encontro Por do Sol 18!de junho 183 encontro LEOVANY

183 ENCONTRO PÔR DO SOL TEMA:O VOO DA FELICIDADE AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO:Asas de Luz Dourada DATA:18/06/2025 PAÍS: Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Leovany Octaviano Asas de Luz Dourada Sonhei que a felicidade tinha asas, Asas de luz dourada e transparente, Que voavam por sobre as nossas casas Numa dança etérea e reluzente. Vi-a pousar no beiral da janela, Frágil como o orvalho da manhã, Bela como a mais formosa estrela Que ao romper da aurora se desfaz. Quis segurá-la em minhas mãos pequenas, Mas ela riu com riso cristalino, E disse-me com voz de cantilenas: "Não me prendes, sou pássaro divino." Então alçou voo pelo ar sereno, Deixando rastros de dourado pó, E eu fiquei com o coração pequeno, Mas cheio de uma luz que me tocou. Desde então procuro-a pelos ares, Nos sorrisos que a vejo passar, Nos abraços quentes, nos olhares Que sabem sem palavras me falar. Aprendi que ela não tem morada, Que não se prende em gaiola de ouro, É cigana, é livre, é alada, E vive apenas neste momento que adoro. Marilandia

O QUE RESTA?...(a publicar)

O QUE RESTA?... Eu era a sombra, a silenciosa. Nunca deixei meu peito falar Das tempestades que guardava, Como se fosse crime sonhar. Agora, vê-me tu desperta, Sem medo do que posso ser, Enquanto as correntes do tempo Se quebram para me fazer renascer. Minha voz, antes muda, ecoa em canção: Como rio que encontra o mar. Toda ela é força, é melodia e paixão! Nela dança a vida um só momento... Que resta?... se o coração liberto Canta em todos os ventos... quando o sinto?... Marilândia

Tecelã de Auroras

Tecelã de Auroras Sussurro teu nome às manhãs nascentes, Às nuvens que dançam no azul infinito, Conto às estrelas o amor que me habita, Em versos de luz e sombras ardentes; Falo aos ventos de brisas dolentes, Que levam segredos do meu coração, E às ondas que beijam a praia em oração, Guardando promessas de almas crentes; Digo às flores os meus juramentos, Onde tua memória, rainha dos dias, Constrói com suspiros os meus monumentos! E as palavras de amor que ao céu envio, Sobre as sedas douradas das alegrias, São lágrimas de luz do sonho vazio!

COSTURANDO POESIA DIA 13 DE JUNHO

“Ainda serei capaz de cantar: o amor dá cor à vida! Jô Tauil _____________________________ Mesmo que as lágrimas me corram pela face, Mesmo que a dor no peito se desgrace E a alma sangre, ferida e dolorida. Ainda serei capaz de erguer a voz partida Para dizer que vale a pena a chace De amar, ainda que o mundo se desfaça E a esperança pareça perdida. Cantarei às estrelas mudas e distantes, Ao luar que beija as noites solitárias, Aos ventos que sussurram segredos amantes. Direi às pedras frias dos caminhos, Às ondas revoltas e tumultuárias, Que o amor transforma espinhos em carinhos. Ainda que me digam louca e sonhadora, Que sou tola em crer no im_possível, Minha voz será sempre in_cansável Para cantar o amor que me enamora. E quando a morte vier, sorrateira, Ainda direi, na hora derradeira: O amor dá cor à vida verdadeira! Pois quem ama de fato nunca morre, Vive eterno em cada verso que compõe! Marilândia

Eco de Alma Rendida

Eco de Alma Rendida Ouço teu nome nas vozes do vento, Nas águas que correm cantando baixinho, Escuto nas folhas do verde carinho O eco do teu encantamento; Vejo-te nas aves em voo sedento, Nas cores que tingem o céu de ouro fino, E nas sombras que traçam o meu destino Na quietude do anoitecer lento; Sinto os teus beijos na brisa que passa, Onde minha alma, rendida de amor, Guarda no peito a chama que abrasa! E os meus suspiros, nascidos da dor, Sobre as alfombras tecidas de graça, São pétalas que espalho em teu louvor! Marilândia

Alma de Gelo 9a publicar dia 14)

Alma de Gelo Os teus lábios são mudos como o mármore, E duros como os pétreos monumentos, Têm silêncios de mortos sentimentos E a frieza de um túmulo num folclore. Vejo neles histórias que se esgarçam De promessas que foram só lamentos, Sonhos mortos em vãos esquecimentos, E todo o vazio onde as almas se estorcem! Mas não te invejo, Amor, essa dureza, Que andar por este mundo sem sentir É pior que viver na incerteza! Tu invejas o fogo que me queima! E quantas vezes hás de repetir: "Ai, quem pudera, Irmã, ter tal dilema!..." Marilândia

EVENTO DIA 13 ACal

Quando a Beleza Se Rende ao Tempo Amor vacila perante porfia, como quem duvida da própria sombra quando o sol declina sobre as colinas e as certezas se tornam cinza. Vê beleza perdendo supremacia nos espelhos que já não mentem, nas mãos que tremem sobre as flores que ontem colheu sem hesitar. O tempo é um ladrão de rostos, um colecionador de primaveras perdidas, que guarda em seus bolsos vazios os sorrisos que não voltarão. Mas tu, amor meu, permaneces mesmo quando a pele se faz pergaminho, mesmo quando os cabelos branqueiam como espuma de mar em retirada. Porque a beleza que importa não se mede em anos ou rugas, mas na forma como teus olhos ainda incendeiam minha alma. A porfia do tempo pode vencer os contornos do teu rosto amado, mas jamais conquistará o território onde meu coração plantou bandeira. E se o amor vacila, é apenas para encontrar novo equilíbrio, nova forma de te amar completa quando a juventude já não existe. Marilândia

quinta-feira, 12 de junho de 2025

O Lamento De Não Ser

O Lamento De Não Ser Eu no silêncio não lamento que se vá A primavera, o já amanhecer Das folhas que ontem verdes ainda estavam Sob a brisa morna e o dia a florescer. Nem lamento que já não me procures, que se apague O brilho que havia em teus olhos, que também chegue Uma estação do partir, que se fragmente E o vazio permaneça, sem que nada me chegue. Mais que tudo lamento já não me importar, Sim, lamento a tragédia de ser outro na essência, De me ter tornado estranho sem estranhamento, De ter perdido a mim mesma sem perceber a ausência. Não é o ontem perdido em que me conheci que lamento. Lamento não me reconhecer já por isso ser comum. Lamento ter-me apagado, lamento não conseguir sentir Com nostalgia o tempo em que fui alguém. Isso é que lamento, sim, com as lágrimas mais fundas Que guardam em si os segredos mais cruéis — A morte silenciosa da identidade, O extinguir da alma, mais terrível que o dos corpos, O vazio onde a única esperança é que exista um Deus E um outro significado oculto a tudo que se viveu e se perdeu, Um outro lado, nem luz nem sombra na geometria da existência. Marilândia R

Brisa Marinha (PARA PUBLICAÇÃO REVER RIMAS)

Brisa Marinha Deu agora a tarde, o sol é brando, Beijando a espuma fria dos escolhos. Nas enseadas do oceano, pescadores Na lida, tranquilos, desde o amanhecer. Cantam as sereias, brandamente, Brilham os olhos d'água, feiticeiros; E há contornos de conchas e alga marinha Entre as ondas azuis de sal ardente. O vento prende aos dedos sensuais A cabeleira verde dos sargaços Sob a bênção dulcíssima dos Céus. Há ecos arrastados de marés... E eu sou uma daquelas gaivotas... E tu passas e dizes: "Veleje em paz!" Marilândia

O Encanto do Namorar

O Encanto do Namorar Namorar é encantar-se com o outro, É descobrir mundos em cada olhar, É sentir que o coração, de repente, Aprendeu uma nova forma de amar. É ver magia onde antes havia Apenas gestos simples, cotidianos, É transformar palavras em carícias E em sonhos os planos mais mundanos. Namorar é perder-se para achar-se No sorriso que acende a manhã, É encontrar no outro a metade Que a alma há tanto tempo esperava vã. É caminhar de mãos dadas com o tempo, Fazendo dele cúmplice querido, É sentir que cada minuto junto Vale por anos que se foram vividos. Namorar é encantar-se com mistérios Que moram nos silêncios do amado, É descobrir que até suas manhãs São melodias do seu coração encantado. É viver cada encontro como festa, Cada despedida como pequena morte, É saber que no amor verdadeiro A saudade também é uma sorte. Ah, namorar... doce encantamento! Responder, Responder a todos ou Encaminhar

O Silêncio que Grita

O Silêncio que Grita Nas horas mortas, quando tudo cala, Desperto em prantos que ninguém escuta... E busco em vão uma palavra bruta Que desta angústia toda me instala! Não tenho rosas para quem me fala, Nem verso algum que a solidão refuta! Minha alma é terra árida e enlutada, Bebeu tristeza desde a madrugada! Sou como a pedra que o caminho fere, O espinho que se esconde entre os rosais. Carrego, igual a ti, o que não morre! Porém meu fardo ainda mais me dói: Não ter palavras como tens demais Para dizer o pranto que me corrói!... Marilândia

Sossego

Sossego Ser a filha querida da aldeia, Andar descalça pela mesma estrada, Ver brotar na horta bem cuidada O pão de cada dia que nos ceia. Uma saia de linho que ondeia, Com perfume de menta e limonada... - Colher estrelas numa madrugada, Dar aos pássaros chuva quando anseia... Ser clara como o vento da montanha, Ter fé numa promessa infantil que façanha Quando chegar a hora derradeira... Senhor, concede-me esta paz singela! Troco por ela minha coroa bela, E toda a minha glória passageira. Marilândia

QUADRAS

Quadras [1] Vago pela madrugada Com o peito em desalento, Procurando nas estrelas O eco do teu lamento. [2] Minhas lágrimas são rios Que desaguam no vazio, Cada gota uma lembrança Do teu amor, já sombrio. [3] Se pudesse arrancar d'alma Esta dor que me consome, Daria todos os meus dias Por esquecer o teu nome. [4] Tua ausência é tempestade Que devasta o meu jardim, Onde flores de esperança Murcharam longe de ti. [5] Guardo em cofre de saudade Cada palavra que me deste, São tesouros de agonia Desta paixão que me veste. [6] Quando a noite me abraçar E meus olhos se fecharem, Quero sonhar que voltaste Para que as dores se aparem. [7] Teus lábios são dois punhais Que me ferem ao sorrir, Mas prefiro essa ferida A ter que sem ti partir. [8] Ando pelas ruas frias Como alma desencontrada, Buscando em cada esquina A sombra da minha amada. [9] Meu coração é um pássaro Que voa sempre pra ti, Mesmo sabendo que nunca Pouso nos braços te vi. [10] Quero morrer de saudade Nos teus braços, devagar, Que morte mais doce existe Que no amor se entregar? Responder

FESTA JUNINA INFANTIL

Evento de Lucia Maria Nobre e Os Destaques Poéticos 
Data: 12/06/2025 
Autora:Marilândia Marques Rollo
TEMA:FESTA JUNINA INFANTIL
Titulo: Pequenos Fogos de Alegria
País: Brasil




 Pequenos Fogos de Alegria

Ao celebrar o folclore e a cultura brasileira
A magia da  festança alvissareira
Ganha requintes  de alegrias
Veste-se de flóreas fantasias...

 


No pátio da escola bambinos e bambinas...
Acendem-se as luzes juninas, 
e os corações se iluminam 
com cores de bandeirinhas. 


Dançam os pés pequeninos 
na quadrilha colorida, 
entre risos cristalinos 
e a música florida. 


O milho doce perfuma 
o ar da tarde dourada, 
e cada criança, 
numa roda de sonhos, é emoldurada


Vestidos de chita 
florescem como jardins ambulantes,
e os olhinhos que crescem 
são estrelas cintilantes. 


Fogueira de fantasia
arde no peito infantil, 
transformando este dia 
em junho de sonho, sempre versátil. 


Que a festa não termine nunca 
no coração da criança, 
e que cada noite junina 
seja eterna esperança. 


"Nos passos da quadrilha, 
o tempo gira devagar, 
e cada menino, cada menina, 
aprende o mundo a dançar."



Marilândia

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Memórias que Não Se Vão

Memórias que Não Se Vão Lembranças! Sim... Talvez... e por que não?... Se o nosso amor foi tão doce e profundo, Que bem pensei guardá-lo neste mundo, Aquecendo de luz minha paixão! Esquecer! Para quê?... Ah! que ilusão! Que tudo isso, Tempo, nos consuma, Se ele deixou perfume que perdura, Deve ser nosso como a oração! Quantas vezes, Amor, já te perdi, Para mais ternamente te encontrar, Mais ternamente te encontrar aqui! E quem dera que fosse eternamente: Quanto mais procurasse te esquecer, Mais tu vivesses dentro de minha mente!

Encontro de Almas no Silêncio**

Encontro de Almas no Silêncio** É tarde doce e mansa. Ergo minha cortina E contemplo sorrindo as estrelas do mar, Fico a devanear sobre a vida divina Fico a sonhar contigo e neste doce amar! De pálpebras cerradas vago. A tarde é um verso Murmurando suave uma canção de espera E enquanto o sol dourado borda o universo Eu sinto corações bater na primavera. Eis que o teu vem dançando... Numa valsa ligeira Tão próximo que toca, tão próximo ao meu rosto Nessa dança celeste, terna e verdadeira Que a minh'alma sedenta vibra, se arrebata Para dançar contigo, como a onda na costa Dança com a lua cheia... e teu amor me mata!… Marilândia

Através dos Mares, Através dos Sonhos**

Através dos Mares, Através dos Sonhos** Através dos Mares, através dos Sonhos, na vastidão do sem-fim das águas, no espelho dos oceanos, na melodia das ondas. Através, muito através do horizonte, até onde se encontram a esperança e a saudade, vamos! vamos navegar o verbo essencial líquido, o verbo flutuante, acima das correntes e da solidão e da distância e do tempo, o verbo mergulhar, o verbo descobrir, razão de sentir e de sonhar. Marilândia

Espelhos da Consciência verificar rimas para publicar depois

Espelhos da Consciência Não sei quantos rostos uso. Cada instante me refaço. Constantemente me confuso. Nunca me prendo nem abraço. De tanto viver, só resto. Quem resta nunca está presto. Quem pensa é mais que o pensar, Quem sonha deixa de estar. Atento ao que faço e sinto, Torno-me outros e me perco. Cada palavra que pinto É do silêncio que cerco. Sou meu próprio labirinto, Caminho sem rumo certo, Múltiplo, fluido e só, Não sei encontrar-me no pó. Por isso, distante, escrevo Como versos, minha vida, O que virá não concebo, O que foi fica esquecida. Marco nas bordas do escrito O que pensei ter vivido. Releio e pergunto: «Sou?» Só o tempo sabe aonde vou.

Metamorfose do Coração Selvagem (para florescer dia 12)

Metamorfose do Coração Selvagem Invade o meu ser, num feitiço ardente, O pulsar das paixões adormecidas... Sob cinzas antigas brotam outras vidas... Nos meus lábios o pranto se consente... Delírio! Braços erguidos! O que sente Minha alma? Eu escuto vozes perdidas Sussurrar-me canções desconhecidas Que despertam meu peito docemente! E nesta sede louca que me queima, Rasgo as vestes do medo, a minha dor, E já não sou, Paixão, a que se lima... Olhos a arder em chamas de prazer, Boca a saber a vinho, a mar, a flor: Sou o deserto bravo a reverdecer! Marilândia

ENCONTROS NAS MADRUGADAS

ENCONTROS NAS MADRUGADAS É madrugada doce e serena. Ergo minha cortina E contemplo em silêncio as estrelas do mar, Fico a devanear sobre a vida divina Fico a pensar em ti e neste doce amar! De pálpebras cerradas vago. A noite é um canto Sussurrando docemente um verso todo d'esperança E enquanto a brisa morna desfaz o pranto Eu sinto corações bater na calma e na bonança. Eis que o teu vem chegando... Numa dança ligeira Tão próximo que roça, tão próximo à minha face Nessa dança suave, terna e verdadeira Que a minh'alma sedenta se inflama, se enleva Para abraçar a tua, como a onda na praia Abraça a lua cheia... e tua alma me leva!… Marilândia

CIDADE MARAVILHOSA

CIDADE MARAVILHOSA Rio! Morros erguidos sob o mar Cor de bossa nova... Ruas cantantes Pedindo em doce samba ao Redentor Que nos perdoe as mágoas arfantes! Tenho corrido em vão tantas plagas, E só aqui recordo os sons teus, E só aqui eu sinto que são meus Os sonhos que sonhei noutras sagas! Rio!... O teu olhar... o teu perfil... Tua Copacabana, um mar varonil Que o coração no peito me alvoroça! Em cada praia o vulto dum romance... E a minha alma carioca escuta e dança... E sente-se passar “menina-e-moça”! Marilândia

EVENTO DIA 11 DE JUNHO

Grupo Poético Caminho de Sensibilidade 182° Encontro Pôr do Sol Tema: "Só Você" Autora:Marilândia Marques Rollo Título: País:Brasil Data: 11/06/2025

terça-feira, 10 de junho de 2025

COMPLETUDE (evento dia 11 Lucia nobre)

Evento de Lucia Maria Nobre e Revista Poética TEMA: A FELICIDADE DE ESTAR JUNTO AUTORA:Marilândia Marques Rollo TÍTULO: COMPLETUDE DATA:11/06/2025 PAÍS:Brasil Gentilmante convidada pela jornalista/poetisa Lucia Nobre COMPLETUDE Que doce encanto há nesta companhia! Que luz divina em teu olhar desperto! Contigo, amor, a solidão se esvai E nasce em mim um mundo descoberto. Tua presença é música, harmonia Que põe minha alma em êxtase incerto, Como se Deus, na sua fantasia, Me desse enfim o paraíso aberto. Não sei se sonho ou se é realidade Esta ventura de te ter comigo, Este milagre doce da ternura... Ah! Como é bela a nossa intimidade! Como é doce chamar-te de "amigo", De "companheiro" desta formosura! Juntos somos dois sóis que se encontraram E descobriram que eram uma estrela, Duas almas que tanto se buscaram E acharam paz nesta união singela. Contigo o mundo perde a sua dor, A vida torna-se menos amarga, És tu o bálsamo do meu amor, A doce paz que minha angústia acalma. Felicidade é isto: estar contigo, Sentir que não estou mais só no mundo, Ter-te por companheiro e por abrigo Neste mistério terno e vagabundo. Oh! Bendita a hora em que te achei! Marilândia

CATIVA (para dia 11)

CATIVA Por que me deste, ó Vida, esta sede eterna De tudo quanto pulsa e resplandece, Se me quiseste à terra sempre presa, Onde a alma em vão se debate e se consterna? Por que fizeste em mim chama tão terna Que por estrelas inalcançáveis reza, Se me negaste asas? A natureza Cruel me fez sonhadora e taciturna! Eu bebo o ar e ainda tenho sede... Sede de luz, de música, de prece, De tudo quanto a vida me negou! Sou como fonte que jamais se perde Mas nunca sacia quem lhe aparece: Eterna sede de quem sempre amou! Marilândia

COSTURANDO DIA 10 DE JUNHO

“Que eu adormeça e acorde trinta anos antes!” Jô Tauil _________________________________ Sob sonho de retorno, Quando a vida era um jardim florido, E os sonhos eram pétalas brilhantes No coração ainda não ferido. Voltar ao tempo dos olhos de criança, Quando tudo era possível e perfeito, E a alma guardava tanta esperança No peito que batia satisfeito. Que eu desperte naqueles dias santos Em que o amor era apenas um presságio, E não houvesse tantos des_encantos A turvar-me a visão como um naufrágio. Quero ser novamente aquela moça Que acreditava em contos de princesa, Antes que a vida, áspera e feroz, a Transformasse em mulher de alma acesa. Que eu retorne aos tempos de inocência, Quando a dor era apenas um suspiro, E não esta cruel experiência Que me consome em lânguido martírio. Ah, se pudesse apagar estes anos E voltar ao começo da jornada, Sem cicatrizes, sem desenganos, Com a alma pura e esperançosa! Mas sei que é sonho vão, quimera louca... Marilândia

Vespertino Musical

Vespertino Musical Só Mozart, meu amor! Serenidade... Não perturbes os sonhos... Ah!, não quebres As melodias... Amor, não dilaceres os casebres, Na minha etérea sensibilidade... Chopin, agora, o sublime; o piano chora... Noturnos melancólicos... suspiros... Lágrimas dos teus dedos feito pérolas... Como dança na brisa a tarde toda! Eu contemplava em ti... "Que belo! Puro!" Ecoaram nossas almas entrelaçadas. – Havia lírios brancos nos canteiros – Murmúrios de Chopin e eu... da lírica Consonância das notas derramadas, Do compasso dos teus lábios sobre os meus... Marilândia

Canção do Vento Noturno

Canção do Vento Noturno Gosto de ti, ó vento, nas janelas, Sussurrando segredos ao luar! Do teu gemido doce, sem par, Nascem fantasmas de paixões singelas. Das tuas mãos etéreas, tão belas, Brota uma dança que me faz sonhar, Versos que o coração não sabe dar, Lágrimas por entre as estrelas. Pelo meu peito ardente, sempre nu, Fazes correr o frio que me atua Com tremores de ânsias proibidas... Talvez um dia saiba o que és tu... Quando, silente, sob a terra crua, Minha alma embalar as flores perdidas! Marilândia

INCOMPLETUDE

INCOMPLETUDE Arrancar da minh'alma esta agonia, Este grito que ferve, que me queima! – E ser, depois de tanta melodia, Palavra manca, verso que blasfema! ... Forjar uma estrofe de poesia, Cristal puro que brilhe como gema! – E ser, depois de tanta melodia, Eco vazio, sombra de um dilema ... São assim pobres, torpes, os meus cantos: Balbucios rotos, soluços e prantos, Com que engano o papel, com que me iludo! Quem me dera achar a voz perfeita, A palavra que corte como contrafeita, Que grite, sem mentir, tudo o que saúdo! Marilândia

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Sombras Luminosas (a publicar)

Sombras Luminosas Caminho às cegas por este mundo estranho De ter nascido e não saber por quê, Vou tropeçando nos meus desenganos E nem ao menos sei o que hei de ser! Não enxergo nada, tudo é sombra e vazio... E a minha alma perdida, sem destino, Faz-me lembrar a garça sobre o rio Batendo as asas contra o seu fadário... Ter dentro do peito toda a sede do mundo E não beber sequer no poço fundo, Irmãs da dor, que estranha maldição!... E dizem-nos que somos as Videntes! Pobres cegas de olhos tão dolentes, A chorar pelos outros sem razão! Marilândia

COSTURANDO DIA 9 JUNHO

“Por fim, encontrarei um porto seguro diante do caos...” Jô Tauil ______________________________ Onde as ondas bravas se renderão ao cais sereno, E minha alma, cansada de tanto desvario, Haverá de encontrar o pouso que tanto almejo. Nas trevas desta noite sem estrelas, Quando o vento uiva como fera ferida, Buscarei ainda a luz que me consola, O farol que guiará minha nau perdida. Quantas vezes naveguei por mares revoltos, Quantas vezes me perdi na tempestade, Mas sempre, sempre, no fundo do peito, Guardei a esperança como quem guarda saudade. Agora verei ao longe o seu clarão, O porto santo onde atracarei meu sonho, Onde não haverá lugar para a solidão, Nem para o pranto que tanto me acompanha. Ali, enfim, descansará minha âncora, Ali, por fim, cessará minha errância, E neste porto seguro, ó alma minha, Florescerá a rosa da esperança. Que seja doce este meu último canto, Que seja breve esta minha longa espera, Pois já diviso, através do meu pranto, A terra prometida que me liberta. Marilândia

Vesperal dos Sussurros

Vesperal dos Sussurros É tarde doce e branda. Entreabro minha porta E vejo suspirando o jardim em flor Fico a cismar devagar em tanta coisa morta... Fico a lembrar de ti e deste peito em dor! De olhos cerrados penso. A tarde é uma saudade Sussurrando baixinho um verso todo em chama, Enquanto o sol dourado a relva verde invade... Eu sinto vozes ecoar na brisa que se inflama. Lá vem a tua agora. Num voo de andorinha Tão breve que roçou, tão breve em minha linha... Nesse voo ligeiro, ardente e venturoso. Que a minh'alma sedenta treme, se alvoroça Para alcançar a tua, como o beija-flor saudoso Busca a flor que o chama… e a tua voz se esvoaça! Marilândia

Doce Melancolia

Doce Melancolia Chegaste, Doce Melancolia,depressa... E na minh'alma teu perfume se espalhou Como um jasmim na brisa, recomeça O aroma do próprio verso que brotou. Numa manhã pueril me visitaste; Toda a ternura juvenil me trouxeste; Nunca me hão-de chamar outro mais fagueiro, Com ele me fizeste bem mais lírico e aventureiro... E devagarinho, no fundo de minh'alma, Como raio de lua que desperta e embala, Nas horas mais de sonho e de ventura, Como se fossem versos se fazendo, Digo as palavras desse nome brando Que tu me deste: "Irmã, Doce Melancolia"... Marilândia

domingo, 8 de junho de 2025

Cântico da Alma Sedenta

Cântico da Alma Sedenta Vem, doce Amor, acende esta candeia, Que se apaga no escuro do meu peito, Recolhe estas lágrimas sem preconceito, E desta dor sombria me liberta. Nas trevas onde minha alma se desintegra, Procuro em vão o teu olhar perfeito, E neste coração já tão desfeito Ainda pulsa a chama que me alegra. Ergue-me, Amor, deste poço profundo Onde minha esperança se consome, E seja teu abraço o meu submundo Infinito,que a vida me transforme Em luz que brilhe além deste mundo, Em verso eterno que jamais se desconforme! Marilândia

COSTURANDO DIA 8 DE JUNHO

“Regozijo-me no amor que vivi e no perdão que pratico agora” Jô Tauil _____________________________ Quero Beber nas fontes claras do presente, Sem amargor do que foi primeiro... Que as mágoas se dissolvam como névoa ao sol nascente, E floresça em mim a paz que vem do coração ardente. Já não guardo rancores no peito, nem lágrimas de outrora, Pois aprendi que amar é também saber soltar, Como quem deixa voar a ave que em plena aurora, E se alegra ao vê-la livre, sem se lamentar. O perdão que pratico não é fraqueza, mas força, É a coragem de quem escolhe recomeçar, Como rio que encontra pedras e não se retorça, Mas segue seu curso, sereno, rumo ao mar. Regozijo-me nas manhãs que ainda hei de viver, Nos sorrisos que ainda hei de dar, Nas palavras ternas que ainda hei de dizer, Nos abraços que ainda hei de ofertar. Que o amor seja minha bandeira e minha oração, E o perdão, minha liberdade e meu refúgio, Pois quem ama de verdade não conhece a prisão Do ódio que consome e do ressentimento que é flagício. Assim caminho, leve, pela estrada da vida, Com o coração aberto como flor ao vento, Sabendo que cada ferida foi também uma partida Para um novo e mais belo renascimento. Regozijo-me no que foi, no que é, no que será.

Sede de Infinito

Sede de Infinito Vem, Alma, dizer-me como me desejas, Revela-me o segredo do teu fogo, Embala-me no teu divino jogo, Liberta-me das sombras com que me cortejas. Perdida entre quimeras que não vejo, Carrego n'alma feridas sem consolo. Ilumina-me o rosto, quebra o solo Que me prende ao abismo do desejo! Neste poço de lágrimas sem fundo, Sem estrelas, sem luar, sem esperança, Ânsia muda de quem já não é deste mundo, Clamo por ti numa doce lembrança, Como se fosses, Alma, o vagabundo Orvalho que nas pétalas descansa! Marilândia

CARREGAS-ME EM TEUS BRAÇOS DE GUERREIRO

CARREGAS-ME EM TEUS BRAÇOS DE GUERREIRO Carregas-me em teus braços de guerreiro Toda a ternura que o mundo esqueceu, E um jardim de jasmins, doce e altaneiro, Que em minha alma deserta floresceu. Nesta tarde dourada, prisioneiro Do teu olhar que tanto me venceu, Sinto tua alma feita de janeiro, Como um ninho onde o sonho se perdeu. A brisa, em volta, é um sopro de carícia... E os teus lábios que falam sem palavras, Lembram pétalas úmidas de acácia... Cheira a incenso selvagem, cheira a mirra... E o meu peito inquieto de palavra Descansa em teu silêncio que suspira...

EVENTO DIA 12 DE JUNHO MONICA SOARES ANGEL- PRESENÇA LITERATA

DO ÁRDUO OFÍCIO DE AMAR Não é tarefa fácil amar alguém, É sangrar por feridas que não vês, É carregar nas mãos o que convém A quem se entrega inteira, de uma vez. É descobrir que o peito se mantém Aberto como rosa aos pés de quem Pisou teus sonhos todos, tantas vezes, E ainda assim sorrir quando ele vem. Não é tarefa fácil este amor Que cresce como hera no meu peito, Que some toda a luz e toda a dor Em sede de um abraço imperfeito. É dar-se toda sem saber se há Alguém do outro lado que receba O coração que bate e que se dá Como quem morre e ao mesmo tempo reza. Não é tarefa fácil, mas é doce Este vício sagrado de querer, Que me consome e cresce, que me fosse Possível no teu peito me esconder. É caminhar descalça sobre espinhos E achar em cada corte uma canção, É tecer com meus dedos teus carinhos Na trama incerta desta paixão. Não é tarefa fácil... mas amo! Marilândia

DESALENTO

DESALENTO Eu tenho dó das estrelas! Tanto dó, pobrezinhas, Quando no céu, quietas, belas, As vejo tiritar sozinhas!… Os jasmins nos quintais, E as violetas perfumosas Sussurram coisas formosas E cantam hinos celestiais Só elas, pobrezinhas… Tão frias na noite escura Lá andam a piscar sozinhas… As nuvens passam ligeiras, O vento sopra amargura, E elas tremem, as coitadas, Como almas prisioneiras Que jamais serão tocadas. Eu saio então ao terraço: E fico a olhar as estrelas… Abro os braços num abraço E fico a chorar com elas! Os grilos cantam baixinho, A madrugada desponta, Mas eu continuo sozinha Com meu desalento que conta Histórias ao vento manhoso… E quando o sol aparece, As estrelas vão embora, Mas minha dor permanece Como eco que não melhora. Marilândia