PALAVRAS QUE NÃO ERAM MINHAS
PALAVRAS QUE NÃO ERAM MINHAS Construí-me de palavras que não eram minhas, E as que eram verdadeiramente minhas calei-as. A roupa que escolhi não me assentava. Aplaudiram-me pelo que fingi ser e não corrigi, e esqueci-me. Quando tentei despir a fantasia, Já tinha raízes na pele. Quando a rasguei e me olhei no espelho, Já não reconhecia o rosto. Estava cansado, já não conseguia distinguir Entre a mentira que vivi e a verdade que enterrei. Abandonei os farrapos e adormeci na plateia vazia Como um ator esquecido no palco Depois do último aplauso E vou gritar estas palavras para fingir que ainda existo. Marilândia

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