EVENTO DA REVISTA POÉTICA
EVENTO DA REVISTA POÉTICA TEMA: PRIMEIRO ANIVERSÁRIO AUTORA: Marilândia Marques Rollo DATA: 21-01-2025 PAÍS:Brasil Título:UM ANO DE LUZ Gentilmente convidada pela amiga poetisa Lucia Nobre
"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
EVENTO DA REVISTA POÉTICA TEMA: PRIMEIRO ANIVERSÁRIO AUTORA: Marilândia Marques Rollo DATA: 21-01-2025 PAÍS:Brasil Título:UM ANO DE LUZ Gentilmente convidada pela amiga poetisa Lucia Nobre
"Essas flores que aprisiono tombam entre os dedos..." Jô Tauil ________________________________________ Entre grades de ferro e concreto frio, crescem pétalas rebeldes, desafiando o vazio. São violetas que não conhecem a liberdade, mas ainda assim dançam com a brisa fugaz da tarde. Como podem ser tão livres, mesmo presas? Como podem ser tão vivas, mesmo esquecidas? Suas raízes penetram as fendas da prisão, buscando vida onde só há desolação. Margaridas brancas, rosas carmesim, prisioneiras do jardim artificial, cada pétala um grito silencioso contra muros que separam seu destino do infinito. Quem as condenou a esta sentença perene? Quem decidiu aprisionar a própria primavera? Suas cores são protestos contra o cinza, suas fragrâncias, mensagens de resistência. Ó, flores do cativeiro! Suas pétalas são asas que não podem voar, mas ainda assim tocam o céu com a ponta dos sonhos que não cessam de brotar. E mesmo neste exílio forçado, seguem pintando de beleza as paredes da solidão, provando que nem grades nem muros podem aprisionar a força da transformação. Marilândia
MAESTRO DO MAR Na cadência do mar de Ipanema Um maestro compõe sua sina Dedilhando acordes complexos Na simplicidade divina Entre ondas de notas dispersas E harmonias que bailam no ar Nasce a bossa, suave e moderna Que fez Rio e mundo sonhar Garota dourada na areia Piano em noites de verão Tom maior, sétima menor Rio antigo no coração Das manhãs de café e cigarro Aos encontros no Bar do Tom Uma nova música nascia Em português, um novo som Na partitura do tempo Seu nome ficou gravado Maestro das águas e brisa Eterno Tom, abençoado Entre músicos e poetas Reinventou nosso cantar Deixou o Brasil mais bonito Com seu jeito de harmonizar
ELEGIA PARA UBALDO Agora que o silêncio te abraça, irmão das letras, não são mais tuas mãos que escrevem no vento, são as folhas dos livros que sussurram teu nome, são as palavras órfãs que te procuram nas esquinas da memória. Ubaldo, guardião das histórias ancestrais, teu corpo retornou à terra baiana mas tua voz ainda ecoa nas ruas de Salvador, nas praias onde o mar lambe as pedras da saudade. Como contar agora as histórias que não contaste? Como tecer os fios que deixaste suspensos no ar? Tuas personagens vagam pelos corredores do tempo, buscando o abrigo de tua imaginação infinita. Na casa grande da literatura brasileira, teu quarto permanece aceso, eternamente habitado pelos sonhos que semeaste em cada página, pelos mistérios que decifraste em cada linha. Cavaleiro das letras, guerreiro da palavra, teu cavalo agora galopa nas estrelas do Recôncavo, mas os tambores de teus livros ainda ressoam no coração pulsante de tua Bahia amada. Não morreste, Ubaldo, transmutaste-te em história, em personagem de ti mesmo, em letra viva, em vento que sopra nas velas da memória, em mar que banha as praias da eternidade. Tuas palavras são agora pássaros migratórios que voam entre o céu e a terra dos homens, carregando nas asas a tinta de tua alma, semeando histórias nos campos do amanhã. E assim permaneces, imortal como tuas letras, eterno como as histórias que contaste, vivo como o sol que nasce em tua Bahia, presente como o ar que respiramos ao ler-te.
“Sem esperas e sem tempo…” Jô Tauil ———————————————— Hoje descobri que o relógio parou não nas horas, mas em meu coração ansioso, onde antes corriam ponteiros furiosos agora flutua um silêncio luminoso. Não há mais manhãs nem tardes intermináveis, só existe o agora, vestido de eternidade, como tuas mãos que tocam minha verdade sem pressa, sem medo, sem idade. O tempo era uma prisão de minutos contados, até que teus olhos quebraram as correntes e me ensinaram que amor não tem presente nem passado, só instantes sagrados. Agora danço no vazio dos calendários, livre das esperas que tanto me consumiam, cada momento é um universo que se cria entre teus beijos e suspiros diários. Sem tempo para contar, sem horas para temer, existe apenas este momento infinito onde teu nome se faz eterno grito e minha alma aprende, enfim, a viver. Marilândia
79º EVENTO LITERÁRIO VIRTUAL WEB POESIA TEMAS: DESPEDIDA ou DEVOÇÃO Início dia : 15/01/2024 Término: 19/01/2024 Autora:Marilãndia Marques Rollo País:Brasil Título
Evento da Revista Poética Data: 19/01/2025 Autora:Marilândia Marques Rollo Lingua Portuguesa País: Brasil TEMA: Livre Titulo:VIAJANTE DO TEMPO A convite da amiga poetisa Lucia Nobre VIAJANTE DO TEMPO Hoje o sol nasce trezentos e sessenta e cinco vezes, todos os raios convergem para teus olhos pequenos, onde habita um universo de sorrisos recém-descobertos e lágrimas que são pérolas de alegria primeira. Um ano inteiro de lua crescendo em tuas mãos, doze luas que dançaram em teu berço de nuvens, enquanto teus pés aprendiam a geografia do mundo e teus dedos desenhavam constelações no ar. Como contar o tempo quando ele é medido em primeiros suspiros, em passos hesitantes, em palavras que nascem como brotos na primavera? Hoje tens um ano de existência luminosa, e o mundo ainda é novo em tuas pupilas, como se cada manhã fosse inventada especialmente para teu despertar. Teus cabelos são fios de música ao vento, teu choro é chuva que rega jardins secretos, teu sorriso é sol que derrete geleiras milenares e faz florescer rosas no deserto da solidão. Doze meses de metamorfose contínua, como uma borboleta que nunca termina de descobrir as cores de suas asas. O tempo em ti é uma dança perpétua, um carrossel de momentos eternos. Primeiro ano: idade em que os sonhos ainda não conhecem a palavra impossível, em que cada gesto é uma descoberta sagrada, cada som um poema ainda não escrito, cada olhar uma galáxia nascendo. És hoje a soma de trezentos e sessenta e cinco milagres, pequeno ser que transformou o silêncio em música, a escuridão em aurora, a solidão em plenitude. Em ti, o tempo é uma espiral de maravilhas que não cessa de crescer e surpreender. Para ti, meu pequeno viajante do tempo, que fizeste deste primeiro ano um universo em expansão, dedico estas palavras que são pétalas ao vento, sabendo que nenhum verso pode conter a imensidão de amor que tua existência desperta.
Há dentro em mim um mar de sentimentos Que nunca ouso trazer à luz do dia, São pétalas dispersas pelos ventos, São gritos mudos cheios de agonia. Guardo comigo todos os momentos Em que sufoco esta melancolia, Enquanto finjo risos e contentos, Sangra minh'alma em doce rebeldia. Quem há de compreender este mistério? Este silêncio feito de palavras, Este amor que carrego em cativeiro? São tantas as emoções não declaradas, Que faço do meu peito um cemitério Onde enterro as paixões não reveladas. marilândia
FEDERATION 0F THE INTERNATIONAL LITERARY Tema : Um Amor !! Para Recordar . Data:17/01/ 2025 a 18/01/2025 Horário: Início às 18:00 do dia 17 às 20 :00hs do dia 18/01/2025 Celebrando o início de uma jornada junto a todos . Autora: Marilândia Marques Rollo País:Brasil TÍTULO: PÉTALAS DA SAUDADE Gentilmente convidada pela amiga poetisa Mônica Soares Angel PÉTALAS DA SAUDADE Em pétalas de saudade flutuo, Nas águas mansas da memória antiga, Onde teu sorriso ainda persiste, Como estrela que ao anoitecer instiga. Guardei cada gesto em cofre de ouro, Cada palavra em véus de cetim, Os beijos dados sob luz de lua, Os sonhos tecidos em jasmim. És verso solto em minha poesia, És brisa suave em tardes mornas, És pranto doce que ainda corre, Em faces que o tempo não transforma. Nas ruas vazias da cidade, Ainda escuto teus passos leves, Dançando ao som de uma melodia, Que só nós dois sabíamos, breves. Como não lembrar daquele instante, Em que o mundo parou só pra nós? Quando teu olhar encontrou o meu, E o silêncio teve sua própria voz. Agora és retrato em moldura d'alma, És perfume que o vento não levou, És página dourada em meu livro, De um amor que nunca se acabou. E mesmo que os anos passem lentos, Carrego-te em cada amanhecer, Como poema vivo na memória, Um amor e_terno a florescer. Marilândia
FEDERATION 0F THE INTERNATIONAL LITERARY Tema : Um Amor !! Para Recordar . Data:17/01/ 2025 a 18/01/2025 Horário: Início às 18:00 do dia 17 às 20 :00hs do dia 18/01/2025 Celebrando o início de uma jornada junto a todos . Autora: Marilândia Marques Rollo País:Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Mônica Soares Angel
Sarau poético com tema romântico em estilo livre AUTORA:Marilândia Marques Rollo PAÍS: Brasil DATA:19/01/2025 TÍTULO: GENTILMENTE CONVIDADA PELA AMIGA POETISA POESIA MARIA O amor não é assim como dizem os livros antigos, não é um barco à deriva nem uma rosa sem espinhos. O amor não se esconde nas metáforas gastas do tempo, não habita só nos suspiros nem morre nos desencontros. O amor é mais que isso: é o café amargo da manhã, é o silêncio que fala quando as palavras se calam. É a coragem de dizer não quando o coração pede sim, é saber que os dias cinzentos também fazem parte do jardim. O amor não é perfeito como pintam os romances, é imperfeito como nós, cheio de quebras e avanços. É acordar todo dia e escolher o mesmo sorriso, mesmo quando o mundo inteiro parece perder o sentido. Não, o amor não é assim como nos fizeram acreditar - é mais forte, mais profundo, mais difícil de explicar. Marilândia
Desejos Ocultos Entre sombras e suspiros silenciosos, guardo segredos que nem a lua conhece, palavras que morrem antes de nascer, desejos que dançam como chamas inquietas. Nas profundezas do meu ser, há um oceano de sonhos não ditos, onde sereias cantam melodias proibidas e corais guardam tesouros de paixões contidas. Cada batida do meu coração é um código morse de amor cifrado, mensagens que envio ao vento esperando que só você decifre. Como pétalas que caem no crepúsculo, meus desejos descem suavemente sobre o jardim dos meus pensamentos, pintando de roxo o céu das minhas intenções. Quem poderá ler nas entrelinhas dos meus silêncios mais profundos? Quem saberá interpretar o tremor das minhas mãos quando você passa? Entre o dito e o não dito, construí um palácio de vidro onde guardo cada olhar furtivo, cada suspiro contido, cada desejo que não ouso confessar. E assim permaneço, como uma estátua de sal que se dissolve lentamente no mar dos desejos ocultos, esperando o dia em que poderei transformar silêncios em palavras e segredos em verdades. Marilândia
Pétalas ao Vento Em teus olhos encontrei O que há tanto procurava, Aquela luz que sonhava Desde o dia em que cheguei. Como flor que desabrocha Sob o sol da primavera, Meu coração não espera E em teu jardim se aloja. És verso ainda não escrito, És sonho recém-sonhado, És suspiro apaixonado Que ecoa no infinito. Entre sorrisos e olhares Nasce esta nova história, Gravando em nossa memória Momentos singulares. E assim, neste encontro nosso, Onde dois mundos se unem, As estrelas nos resumem Em um só verso, um só poço. Não há medo que perdure Quando teu sorriso brilha, És a mais bela ilha Onde meu amor perdure. Na dança deste romance, Que agora apenas começa, Peço ao tempo que teça Nosso eterno romance. Marilândia
Cinzas no coração que um dia ardeu em chamas, Restos de um amor que o tempo consumiu, Como folhas secas que o outono reclama, Memórias dispersas de tudo que fugiu. Entre os dedos escorrem grãos de ontem, Fragmentos de sorrisos que não mais verão a luz, Na palma da mão, o peso da saudade contém Histórias de um caminho que ao vazio conduz. No peito, a brasa ainda teima em pulsar, Mesmo sob as cinzas do que foi vivido, Como estrela morta que insiste em brilhar, Num céu de lembranças do tempo perdido. Sopra o vento norte levando os resquícios, Das promessas feitas em noites de lua, Deixando apenas os tristes indícios De um coração que agora flutua. Em meio às cinzas, brota uma esperança, Como flor teimosa que surge do chão, Pois mesmo na dor, o amor não cansa De renascer das cinzas da ilusão.
**Sonho que em mim se acaba** Entre sombras e névoas me desfaço, Vejo partir as asas do desejo, No espelho d'água turva onde me vejo, Dissolve-se o sonhar, quebrando o laço. As pétalas da noite, em seu regaço, Guardam segredos do último lampejo De um sonho que, fugindo ao meu cortejo, Desfez-se como névoa no espaço. Ah, que dor ver morrer dentro do peito O sonho que embalei com tanto jeito, Que nutri com suspiros e ansiedade! Agora resta apenas o vazio, Como folhas levadas pelo rio, Sonhos mortos boiando na saudade.
O Encontro de Nossos Olhos Cruzaram-se os olhares, num instante, Como estrelas num céu de diamante, E nesse breve, eterno, olhar profundo, Parou o tempo, suspendeu-se o mundo. Teus olhos negros, lagos de mistério, Mergulharam em mim com doce império, E vi minha alma, nua e desvelada, Na tua alma enfim aprisionada. Que febre, que delírio, que loucura! Neste olhar que me queima e me tortura, Que me eleva e me faz perder a paz! És tu, meu sonho há tanto perseguido, És tu, meu céu por fim acontecido, És tudo quanto quis... e muito mais!
Em pétalas soltas derramo meus sonhos, Como gotas de orvalho na manhã primeira, Cada flor que te ofereço carrega em silêncio Os segredos que guardo em minha espera. Jasmins brancos dançam no vento da tarde, Seus perfumes são versos que não sei dizer, Orquídeas selvagens crescem em meu peito, Brotando palavras de tanto querer. Entre rosas vermelhas busco teu sorriso, Nas margaridas simples encontro tua paz, Girassóis se curvam seguindo teus passos, Como meu coração, que só por ti bate mais. Lírios roxos guardam nossas memórias, Em seus caules verdes cresce nossa história, Cada pétala é um beijo não dado ainda, Cada flor é um poema de amor sem glória. E assim te entrego este jardim de versos, Cultivado nas noites de minha solidão, Onde cada flor nasceu pensando em ti, E cada aroma é um suspiro do coração.
Nos teus olhos habita a luz primeira, aquela que acende as manhãs silenciosas e desvenda os segredos das rosas na dança delicada da primavera. É teu olhar cristal que atravessa o tempo, raio de sol cortando a névoa densa, trazendo claridade tão intensa que ilumina meu mundo, movimento a movimento. Como farol que guia navios perdidos, teus olhos são estrelas em noite profunda, uma verdade clara, pura e fecunda, revelando caminhos nunca antes seguidos. Na transparência líquida do teu ver, encontro a paz que busco sem cessar, como ondas que beijam devagar as areias eternas do amanhecer.
# Reflexões do Ser Na profundeza escura da existência, Onde habita o consciente atormentado, Jaz um cosmos de dor multiplicado Na voragem cruel da consciência. Entre células mortas da prudência, No cérebro - universo devastado, Microscópicos vermes do pecado Devoram toda luz da transcendência. Contemplo no mais íntimo do crânio O vórtice sináptico insano Que alimenta este mórbido escrutínio. Na decomposição do pensamento, Encontro o paradoxo do ser humano: Sublime podridão do entendimento. Na medula do tempo que consome As vísceras da dúvida latente, Sou átomo perdido na corrente Do cosmos que não tem início ou nome. E neste labirinto que me come, Entre neurônios de uma dor pungente, Decifro o enigma atroz: sou simplesmente Um complexo de células com fome.
Nas veias do ébano corre um sangue negro de estrelas mortas, cada anel um círculo de tempo onde dormem pássaros fossilizados. Crescem raízes para o céu enquanto a noite desce líquida pelos troncos ancestrais - cada gota um século de silêncio. Na medula escura do mundo teu nome se inscreve em carvão, alfabeto mineral que decifra o segredo das pedras submersas. Ébano: tua carne é memória de vulcões adormecidos, és o poema que a terra escreveu com a tinta das suas entranhas. Toco tua pele e sinto o peso de mil equinócios, cada poro uma porta aberta para o abismo do tempo. Meu ébano, minha noite vertical, teu corpo é o manuscrito onde os deuses antigas escreveram seus nomes em caracteres de sombra.
DIAS IN_CERTOS Entre cintilares e sombras atravesso os corredores do tempo, onde cada lampejo é uma promessa e cada sombra, uma memória persistente. Na penumbra dos dias incertos, minhas mãos buscam auroras perdidas, enquanto a esperança, essa bailarina incansável, dança entre os raios do sol poente. Não são as estrelas que me guiam, mas o brilho inquieto dos vaga-lumes que povoam as noites de verão com seus segredos luminescentes. Em cada esquina do destino, encontro fragmentos de luz que se derramam como lágrimas de cristal sobre o solo fértil das possibilidades. Quem disse que a esperança é silenciosa? Ela grita nas cores do arco-íris, sussurra nas lanternas dos pescadores, e pulsa nas veias da cidade adormecida. Entre luzes e sombras, caminho levando nos bolsos pedaços de aurora, enquanto o mundo gira e se renova no eterno ciclo de morrer e renascer. E assim, entre clarões e penumbras, sigo tecendo meus sonhos com fios de luz, bordando no manto da noite as constelações dos meus desejos mais profundos. Marilândia
“Entre aleluias, bênçãos e preces…” Jô Tauil —————————————- Na manhã que desperta entre sussurros, encontro as aleluias escondidas nas folhas, pequenas gotas de orvalho que cantam suas preces silenciosas ao sol nascente. Como grãos de areia que o vento carrega, as bênçãos chegam sem avisar - são pássaros invisíveis que pousam nos ombros dos que sabem esperar. Nesta hora em que o céu se desdobra como um manto azul sobre nossas preces, sinto cada palavra sagrada crescer como raízes profundas no peito. As aleluias são rios antigos que correm por dentro das pedras, são melodias que o tempo guardou nas conchas vazias da memória. E quando a noite desce com suas velas, as preces se transformam em estrelas - cada uma um pedido silencioso navegando no mar escuro do infinito. Abençoada seja a luz que nasce das pequenas alegrias cotidianas, das mãos que se encontram no escuro, das palavras que curam antigas feridas. No final, somos todos peregrinos colhendo aleluias pelos caminhos, guardando bênçãos como sementes para os invernos que virão. Marilândia
SILENCIOSA NOITE Sob o manto da noite silenciosa, Danço entre fragmentos de luz Como vagalumes que desenham sonhos No espaço entre o céu e minhas mãos. A esperança tem cor de aurora, Nasce nas frestas do impossível, Derrama-se como orvalho matinal Sobre os campos da minha memória. Não sei se são as estrelas que cantam Ou se é meu coração que pulsa em versos, Mas cada faísca no horizonte É uma promessa que o tempo não apaga. Entre sombras e clarões, Construo pontes de luz com meus dedos, Teço fios de esperança no ar Como quem borda o amanhã com raios de sol. E assim vou, Colecionando lumes e desejos, Guardando em cada gesto a certeza De que a noite mais escura É apenas o prelúdio do amanhecer. Porque somos todos faróis, Pequenas constelações errantes, Iluminando com nossa própria luz Os caminhos que ainda virão.
161 ENCONTRO PÔR DO SOL TEMA:O Futuro nos Espera AUTORA:Marilândia Marques Rollo DATA:08/01/2025 TÍTULO:O AMANHÃ País: Brasil Gentilmente convidada pela amiga poetisa Mônica Soares Angel 161 ENCONTRO PÔR DO SOL AUTORA:Marilândia Marques Rollo TEMA:O FUTURO NOS ESPERA TÍTULO:O AMANHÃ PAÍS:Brasil DATA:08/012025 Gentilmente convidada pela amiga poetisa Mõnica Soares Angel O AMANHÃ Nas manhãs que ainda virão, carrego os sonhos como sementes entre os dedos inquietos do tempo. Não são promessas vazias que busco, mas o pulsar incessante do amanhã batendo em minhas têmporas. Cada aurora é um manifesto silencioso de possibilidades não escritas, onde o horizonte se desdobra como páginas de um livro infinito. O futuro não é um lugar distante, mas um rio que corre em nossas veias. Somos todos viajantes do tempo, navegando nas águas turbulentas do agora, enquanto as estrelas do porvir dançam em nossos olhos como faróis. O amanhã nos chama com voz de vento, sussurrando segredos ainda não nascidos. Entre os escombros do presente, erguem-se as torres do que seremos, feitas de vidro, sonho e coragem. O futuro nos espera como um amante paciente, com braços feitos de aurora e beijos tecidos de esperança. Não temo o desconhecido que vem, pois cada passo que damos é uma ponte construída sobre o abismo do tempo. O futuro não é um destino, mas uma dança eterna entre o que somos e o que seremos. E assim seguimos, eternos peregrinos, colhendo o amanhã com mãos de hoje, plantando jardins nos desertos do tempo. O futuro nos espera, sempre nos espera, como uma promessa gravada em nosso sangue, um canto eterno de transformação. Marilândia Nas manhãs que ainda virão, carrego os sonhos como sementes entre os dedos inquietos do tempo. Não são promessas vazias que busco, mas o pulsar incessante do amanhã batendo em minhas têmporas. Cada aurora é um manifesto silencioso de possibilidades não escritas, onde o horizonte se desdobra como páginas de um livro infinito. O futuro não é um lugar distante, mas um rio que corre em nossas veias. Somos todos viajantes do tempo, navegando nas águas turbulentas do agora, enquanto as estrelas do porvir dançam em nossos olhos como faróis. O amanhã nos chama com voz de vento, sussurrando segredos ainda não nascidos. Entre os escombros do presente, erguem-se as torres do que seremos, feitas de vidro, sonho e coragem. O futuro nos espera como um amante paciente, com braços feitos de aurora e beijos tecidos de esperança. Não temo o desconhecido que vem, pois cada passo que damos é uma ponte construída sobre o abismo do tempo. O futuro não é um destino, mas uma dança eterna entre o que somos e o que seremos. E assim seguimos, eternos peregrinos, colhendo o amanhã com mãos de hoje, plantando jardins nos desertos do tempo. O futuro nos espera, sempre nos espera, como uma promessa gravada em nosso sangue, um canto eterno de transformação.
“Ao milagre do amor que perpetua nossas vidas…” Jô Tauil —————————————— Em leito de sombras e sangue derramado, Onde espectros dançam em mórbido cortejo, Mergulho-me em sonhos de ardente desejo, Nas volúpias cruéis de um amor condenado. Anjos negros sussurram segredos profanos, Em noites eternas de febre e loucura, Enquanto minh'alma, sedenta de alvura, Afoga-se em lagos de doces enganos. Ó pálida virgem de lábios violetas, Teu beijo tem gosto de absinto e veneno, Teu corpo é mais frio que mármore sereno, Tuas tranças são negras como as borboletas. Em êxtase mórbido, abraço-te forte, Bebendo os perfumes de tua existência vã, Até que desponte a sangrenta manhã, E nossas volúpias se percam na morte. Que doce agonia! Que bela tortura! Neste leito negro de espinhos e rosas, Onde nossas almas, etéreas, lustrosas, Se fundem em sombras de atroz formosura. Na dança macabra de nossos desejos, As horas se arrastam em lenta cadência, Enquanto saboreio tua etérea essência Em beijos que têm o sabor de festejos. Marilândia
Entre sombras e silêncios de inverno jaz nosso amor, como pétala esquecida sob a neve do tempo que não volta. Teus sonhos dormem em minhas mãos vazias. Quantas auroras se perderam no labirinto dos teus cabelos? Quantos suspiros ficaram presos nas teias que o tempo teceu? Amor que dorme não morre, apenas descansa nas dobras da memória, como semente que aguarda o calor de uma nova primavera. Em cada canto da casa teu perfume ainda dança, fantasma de beijos não dados, eco de risos que não mais despertam. E neste sono profundo entre o ontem e o agora, guardo teu nome como um segredo que a noite embala em seu manto. Amor adormecido, tão leve quanto o orvalho da manhã, tão pesado quanto todas as estrelas que já morreram em teus olhos. Talvez um dia, quando o vento mudar, despertarás como um pássaro antigo e descobrirás que nunca deixei de velar teu sono eterno. mARILÂNDIA
Na terra das mangueiras centenárias Onde o rio beija a cidade Dança o caboclo suas histórias diárias Com passos de ancestralidade No carimbó, gira a saia rodada Curimbó marca o compasso do tempo A dança dos pescadores, sagrada Vem do mar, vem do vento No siriá, pés descalços na terra Batem forte como tambores A dança que o mistério encerra Dos antigos moradores Lundu marajoara seduz Com requebros e dengo forte Na várzea que o luar conduz Dança-se até a morte E vem chegando o boi-bumbá Com fitas e matracas na mão O guardião das danças do Pará No rufar do coração No xote bragantino, suave Corpos colados sem pecado Como o voo lento da ave Sobre o mangue dourado Guitarrada paraense ecoa Na noite de Belém antiga Enquanto a cidade ressoa Com sua dança amiga E assim o Pará vai girando Na roda viva dos seus ritmos O povo inteiro bailando Sem contar tempo nem ritos Que este reino encantado De danças e melodias Permaneça abençoado Por todas as suas magias Pois no compasso do Norte Cada passo é uma reza Cada gesto traz a sorte De uma nova natureza E assim termino cantando Este cordel do meu Pará Onde até o rio vai dançando Na festa que não vai parar
Novos Horizontes Em cada dezembro que morre, nascem mil dezembros novos, como pétalas de tempo desabrochando na manhã primeira do ano. Não são os ponteiros que marcam a mudança, é o coração que bate diferente quando janeiro abre suas portas e o horizonte se desdobra em promessas. Somos todos navegantes neste mar de possibilidades, onde cada onda traz consigo um pedaço de futuro não escrito. Digo-te, amada vida: hoje sou outro, como é outra a lua que renasce e outro é o sol que pinta auroras novas. Em minhas mãos carrego sementes de sonhos ainda não sonhados, e no peito, este fogo antigo que arde com renovada esperança. Que venham os dias, que venham as noites, que venha o tempo com seus mistérios - estou pronto para dançar esta nova dança dos horizontes. E se me perguntarem o que é o ano novo, direi que é este momento eterno em que o universo conspira para nos fazer acreditar mais uma vez no milagre dos recomeços. Marilândia
“Como entender se é tão curto meu entendimento?” Jô Tauil —————————————- Mergulho em teus versos como quem bebe O vinho amargo da melancolia, Na tua dor profunda que floresce, Em cada verso, em cada poesia. É sangue e fogo o que tua alma escreve, Palavras nuas, cruas, que arrepiam São gritos de quem ama e não recebe, São lágrimas dos que sonham e porfiam. Em cada estrofe tua,um universo De amores impossíveis, cada verso Um coração sangrando em solidão. Entender-te é sentir por dentro O vendaval de dor, ir ao encontro Da tempestade em forma de paixão. Marilândia
“E jogar a chave fora…” Jô Tauil _______________________ No labirinto das ruas mortas Onde o metal dança com a ferrugem Lanço ao vento a chave dourada Que guardava portas já esquecidas Sob o céu de chumbo derretido Os corvos bebem lágrimas de bronze Enquanto fechaduras sem memória Cantam hinos às portas sem destino Ó chave! Mergulhas no abismo Como uma estrela caída no lago negro Teus dentes mordendo o infinito Rasgando véus de realidade gasta Na calçada, um mendigo coleciona Fechaduras quebradas e sonhos opacos Seus dedos de névoa acariciam O vazio que agora me pertence As paredes sangram tinta antiga E no bolso furado da existência Resta apenas o eco metálico De uma liberdade sem retorno Dança, chave perdida! Na valsa do esquecimento eterno Onde cada giro é uma morte pequena E cada morte, uma porta aberta! Marilândia