COSTURANDO
“Ao milagre do amor que perpetua nossas vidas…” Jô Tauil —————————————— Em leito de sombras e sangue derramado, Onde espectros dançam em mórbido cortejo, Mergulho-me em sonhos de ardente desejo, Nas volúpias cruéis de um amor condenado. Anjos negros sussurram segredos profanos, Em noites eternas de febre e loucura, Enquanto minh'alma, sedenta de alvura, Afoga-se em lagos de doces enganos. Ó pálida virgem de lábios violetas, Teu beijo tem gosto de absinto e veneno, Teu corpo é mais frio que mármore sereno, Tuas tranças são negras como as borboletas. Em êxtase mórbido, abraço-te forte, Bebendo os perfumes de tua existência vã, Até que desponte a sangrenta manhã, E nossas volúpias se percam na morte. Que doce agonia! Que bela tortura! Neste leito negro de espinhos e rosas, Onde nossas almas, etéreas, lustrosas, Se fundem em sombras de atroz formosura. Na dança macabra de nossos desejos, As horas se arrastam em lenta cadência, Enquanto saboreio tua etérea essência Em beijos que têm o sabor de festejos. Marilândia
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