COSTURANDO
Entre sombras e silêncios de inverno jaz nosso amor, como pétala esquecida sob a neve do tempo que não volta. Teus sonhos dormem em minhas mãos vazias. Quantas auroras se perderam no labirinto dos teus cabelos? Quantos suspiros ficaram presos nas teias que o tempo teceu? Amor que dorme não morre, apenas descansa nas dobras da memória, como semente que aguarda o calor de uma nova primavera. Em cada canto da casa teu perfume ainda dança, fantasma de beijos não dados, eco de risos que não mais despertam. E neste sono profundo entre o ontem e o agora, guardo teu nome como um segredo que a noite embala em seu manto. Amor adormecido, tão leve quanto o orvalho da manhã, tão pesado quanto todas as estrelas que já morreram em teus olhos. Talvez um dia, quando o vento mudar, despertarás como um pássaro antigo e descobrirás que nunca deixei de velar teu sono eterno. mARILÂNDIA
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