COSTURANDO DIA 8
Cinzas no coração que um dia ardeu em chamas, Restos de um amor que o tempo consumiu, Como folhas secas que o outono reclama, Memórias dispersas de tudo que fugiu. Entre os dedos escorrem grãos de ontem, Fragmentos de sorrisos que não mais verão a luz, Na palma da mão, o peso da saudade contém Histórias de um caminho que ao vazio conduz. No peito, a brasa ainda teima em pulsar, Mesmo sob as cinzas do que foi vivido, Como estrela morta que insiste em brilhar, Num céu de lembranças do tempo perdido. Sopra o vento norte levando os resquícios, Das promessas feitas em noites de lua, Deixando apenas os tristes indícios De um coração que agora flutua. Em meio às cinzas, brota uma esperança, Como flor teimosa que surge do chão, Pois mesmo na dor, o amor não cansa De renascer das cinzas da ilusão.
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