sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

VIDA DEBAIXO DA TERRA// RAÍZES (MARILÂNDIA E ODIR)



VIDA DEBAIXO DA TERRA// RAÍZES (MARILÂNDIA E ODIR MILANEZ)



Beijam a arbórea nudez, jardins secretos
Recalcados e mudos, os amanheceres
O céu, inerte em olhares indiscretos
Flutua, reverenciando floresceres


Delírio do vento, carícias na brisa
Nesse gozo íntimo e fugaz, não completo
Em presságios e magias de profetisa
Por que se encontra somente lamento ?


Pintando versos nas retinas da tarde
Escorrega a vida debaixo da terra
Carrega em baços olhares um alarde


Tempo parado entre águas pedradas
Sentimento extemporãneo soterra
Despede sorrindo dores abortadas





RAÍZES



Um tronco tosco, desgalhado, peco,
ao sol exposto, desbotando a grama,
sem folhas e sem flores, rabisseco,
crestado esteio de que foge a rama.

Tronco desnudo, envelhecido, seco,
da vida vegetal último drama,
quem há de crer que mesmo assim resseco,
sua raiz um novo verde trama?

Um broto virgo brota ao tronco torto.
Ele que à vida semelhava aborto
traz no topo pecíolos bisonhos.

Que nos sirva esse tronco de conforto.
Jamais o nosso tronco estará morto
se raízes houver em nossos sonhos.


MARILÂNDIA E ODIR EM PARCERIA

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