MISTÉRIO
MISTÉRIO
Segredos tão meus escondem-se no manto dos crepúsculos...
Junto a eles, sorrindo dormem, doces quimeras duma vida tormentosa...
No silêncio das noites consteladas rasteja a solidão, mendigando imaginárias flores da saudade...
Imagens fugidias – pétalas de luar a repousar nas desfolhadas e moribundas agonias ...
Nesse mistério encantado flamejam abraçadas, dores da soledade...
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SAUDADES DO POETA
SAUDADES DO POETA
Letras de poemas nunca escritos desenham n'horizonte, as dores do poeta...
Num soluçar aflito estranha Arte, desdobrando-se ao sol nascente...
Às rendilhadas sombras do crepúsculo, dolentes murmúrios – rimas dispersas- desgrenhadas névoas da Tristeza...
Ao perseguir brumas dos caminhos leva n'alma apaixonada, sonhos cristalizados...
Tecendo fantasias - saudades de saudades- sonha os sonhos que não teve...
Na boemia dos poetas, soturnas vozes cantam ao Mundo lampejos dum momento...
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QUIMERAS
QUIMERAS
Submersa nos meus horizontes, cerro os olhos de desejos, incendiando os mistérios que trago dentro de mim...
Tento voltar – não sei de onde vim - perco-me nas brumas dos caminhos- n'alcatifa de suspiros adormeço...
Assim peregrinando, embrenho-me num mar de mágoas, tal como um fantasma grilhões arrastando...
Ao tropeçar nas sombras, ouço o riso dos meus pecados em mil pedaços partidos...
E em cada passo meu sinto su'alma junto a minha - lembro-me de tudo que passou, e nada mais foram que quimeras- rotas e doridas quimeras...
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VÃS AGONIAS
VÃS AGONIAS
Translúcidos sonhos numa estranha e gélida lousa jazem.
Junto a eles, delírios do ontem, suspiros do nada...
Nessa insípida clausura onde moro, lacrimejo e clamo – ninguém ouve, ninguém vê...
Agonias que me abrasam, ensandecidas voltejam...
Irreais quimeras segredos soluçam...
Inerte sob a terra, não vislumbro o morrer do dia,tampouco as consteladas madrugadas ...
Opacos amanheceres nesgas de tristezas refletem...
E apunhalando meus desejos, pétalas de luzes a cobrir minh’alma desfolhada.
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RECORDAÇÕES
RECORDAÇÕES
Sou velhinha - ainda escrevo versos...
Alma soluça, coração balouça...
Rumorejam no amanhã, lembranças d'outrora...
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ENTRANHAS DAS MADRUGADAS
ENTRANHAS DAS MADRUGADAS
Não levo da existência uma saudade...
Perco-me em mim na dor de ter vivido...
Doces lembranças do passado – páginas de vida que ainda beijo...
Dentre entranhas das madrugadas, sorrio ao chorar pálidas lágrimas …
Em abismos de dores e esquecimentos, gota a gota meus doridos versos...
Ao bater das horas, nas alamedas do Tempo, sinos ressoam gemidos d’agonias...
Clamorosa, soluço o nome teu - ao pé de mim segreda a voz do eco...
Na solidão das infindas noites, que o luar pranteie-me a lousa, preludiando sonhos que não vivi- sonhos de magias e de pecados...
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MOSAICOS DO DESTINO
MOSAICOS DO DESTINO
Rezam com as dores, as saudades – são rastros esquecidos pelo Tempo – desfolhadas pétalas da tristeza...
Alma em chamas acende desejos, queima a solidão...
Latentes amarguras chilreiam dentre urzes das madrugadas – tristes horas em que o luar chorando,vaga ...
Moribundo, o astro-rei arrasta grilhões da melancolia, exala suspiros, desenha raios dos delírios...
Destroçados, sequer uma palpitação, sonhos abraçam o silêncio...
Ao levar folhas das quimeras, o Outono remenda mosaicos do destino...
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VERSOS – O QUE SÃO???
VERSOS- O QUE SÃO???
Um verso é meu ímpeto.
Soluços de dores, lacrimejantes soluços …
Sentimentos dispersos – descoloridas tristezas em fragmentos de papéis timbradas...
Amarelecidas páginas num missal de mágoas...
Convulsões em agonia ao bater das horas – desfolhados martírios – sangrentos clamores...
Crepitantes brasidos - fogueira d'alma em dias e noites de tormentas...
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