domingo, 30 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 30 DE NOVEMBRO

“Também nunca saberás que esse amor foi só teu.” Jô Tauil __________________________ Segredo que guardei como quem beija o céu, Nas noites em que a lua se ajoelha no meu peito E o teu nome arde, puro, como o mais doce defeito. Foste a sombra luminosa do meu breve existir, Eco de um suspiro que não me deixou dormir, Ternura que cresceu em mim como flor proibida E fez do meu silêncio a música da vida. Teu vulto ainda passa, leve, no ar que respiro, Como se o mundo coubesse num único suspiro. E eu sigo amando em segredo, loucura tão minha, Chama que se acende onde ninguém mais caminha. Ah, se soubesses o quanto chorei teu olhar, Beijos que sonhei e nunca pude te entregar… Mas calo-me inteira, dócil prisioneira da dor, Porque amar em silêncio também é uma forma de amor. E assim guardo em mim, com o coração a arder, O sonho nunca dito, o que não voltará a ser: Um amor que nasceu apenas para Deus saber, Mas que vive — eterno — só por te pertencer. Marilândia

sábado, 29 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 29 DE NOVEMBRO

“Seja num pranto pronto ou num canto santo nasce a poesia!" Jô Tauil ______________________________ Que me fere e acalma, Pois vem do silêncio transformado em pranto, Vem desse abismo que me queima a alma. Nasce da dor que trago no peito erguido, Do amor que nunca ousa dizer seu nome, Da sede eterna de um beijo perdido, Da febre ardente que meu ser consome. É no luar que a minha voz se ergue, Sangrando versos de paixão e espinho, Enquanto a noite devagar persegue Os sonhos loucos do meu desatino. Sou toda chama, sou desejo e morte, Sou a mulher que ama sem medida, Que desafia o destino e a sorte, Que faz da dor a própria razão de vida. Seja num pranto pronto ou num canto santo, escrevo o verso que me torna livre, e neste eterno e doloroso encanto, minha alma voa, minha alma vive. Marilândia

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 28 NOVEMBRO

“Tão breve a vida! E_terna a vida para quem sabe viver…” Jô Tauil ____________________________ Para quem guarda nos olhos o brilho de cada amanhecer, Para quem beija a dor como se fosse um amante ardente, E faz do sofrimento uma canção resplandecente. Tão breve a vida! Mas que importa sua brevidade, Se em cada instante vivo toda a eternidade? Se no meu peito cabe o infinito de um céu estrelado, E no meu sonho mora um universo consagrado? Viver é morrer um pouco a cada despedida, É renascer de cinzas quando a alma está ferida, É ser chama e ser cinza, ser treva e ser clarão, É carregar no peito uma dilacerada canção. Que importa se a vida foge como areia entre os dedos, Se guardei comigo os mais secretos enredos? Se amei com fúria e desespero sem medida, E fiz de cada lágrima uma pérola polida? ] Tão breve a vida! Mas eterna como o mar profundo, Para quem sabe extrair do nada um novo mundo, Para quem morre inteiro a cada beijo dado, E vive para sempre em cada verso guardado. Marilândia

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 27 NOVEMBRO

"Ao lembrar que gerávamos estrelas com o olhar" Jô Tauil _______________________________________ nascia em mim a febre doce do teu encanto, e a vida inteira parecia querer pulsar no frágil lume que acendias no meu pranto. Era um sonho antigo, feito de silêncios e mar, um sopro de eternidade a beijar meu peito, teu nome, tatuado no ar, fazia-me suspirar, como se o destino me chamasse ao teu leito. Amar-te era vestir de luz a minha dor, era ser sombra e chama, abismo e horizonte, e perder-me inteira na vertigem do teu amor, procurando, em teus braços, meu eterno monte. Quantas noites chorei a saudade que deixaste, quantas madrugadas se partiram no meu véu, e mesmo assim, em cada lágrima que derramaste, vi teu rosto refletido como um brilho do céu. Mas sigo, feita de memórias que não cessam, costurando em segredo um mundo só nosso, onde as estrelas que um dia nos pertencem ainda brilham, tímidas, no meu remorso. E mesmo que o tempo insista em nos separar, Carrego-te em mim — chama que não sei calar. Marilândia

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 26 DE NOVEMBRO

“Luz que se tornou sombria, fosca e temerosa…” Jô Tauil _______________________________ Como estrela que do céu tombou sem esperança, Perdida em noite fria, densa e nebulosa, Onde a alma se consome em triste mudança. Eras farol que brilhava em minha travessia, Chama ardente que queimava meu peito inquieto, Mas o tempo cruel te converteu em agonia, E teu brilho se apagou, deixando o mundo incompleto. Que feitiço maldito te roubou o esplendor? Que sombras te envolveram em seu manto escuro? Eras sol que aquecia, eras canto, eras flor, Hoje és apenas cinza de um sonho impuro. Procuro-te nas trevas com mãos desesperadas, Mas só encontro vazios, silêncios profundos, Memórias de ti em águas turvas, enlameadas, Ecos distantes de dois corações moribundos. Luz que morreu em mim, volverás algum dia? Ou ficarei sozinha nesta escuridão sem fim, À espera de um clarão que já não me guia, Prisioneira desta noite que habita dentro de mim? Marilândia

terça-feira, 25 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 25 DE NOVEMBRO

“Em nossos jardins das ilusões perdidas” Jô Tauil _________________________ Onde as rosas murcham ao sabor do vento, Guardo as memórias de almas entristecidas E o eco triste de um antigo lamento. Plantei sonhos que a terra não acolheu, Reguei esperanças com lágrimas sentidas, Mas tudo quanto amei se desfez, morreu, Em nossos jardins das ilusões perdidas. As almas vagam quais espectros errantes, Buscando em vão o que jamais tiveram, Entre sombras de amores delirantes Que como flores ao luar feneceram. Ó jardim meu, de prantos e de dor, Onde enterrei meus derradeiros ais, Já não floresce em ti nenhuma flor, Só espinhos cruéis e mágoas mortais. E eu, que sonhei ser rainha deste império, Vejo deserto o meu jardim de outrora, Chorando sobre as cinzas do mistério Das ilusões que o tempo não comemora. Marilândia

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 24 NOVEMBRO

“No centro de uma estrela te encontro e sonho” Jô Tauil ____________________________ E sonho que te tenho, enfim, nos meus abraços; Pouso em teu peito as mágoas que componho, E acalmo, em ti, o pranto dos meus cansaços. Sou chama errante a procurar teu lume, Sou ave triste a repousar no teu querer; E em cada astro que nasce no teu nome Vejo o segredo que me ensina a florescer. No céu profundo, a dor também se abranda, E o meu desejo é lua à tua porta; Se tu me chamas, toda a noite é branda, Se tu me faltas, até a alma fica morta. Ó meu amor, meu triste sobressalto, Meu bem perdido, achado no infinito, Leva-me inteira, leva-me ao teu alto, Faz do meu verso o teu eterno grito. E se eu morrer de tanto te querer, Que seja em ti, meu último florescer. Marilândia

domingo, 23 de novembro de 2025

RESPOSTAS AO POST PVSTV

pvstvnovidade 11 h Vai ver o histórico de cada uma ,solteironas no maximo professoras incompetentes aposentadas, beatas , feias, mantidas pelo dinheiro do governo e nos fim de semana reúnem para beber chopp, fumar e conversar merda nas mesas de boteco, e brindarem ao ladrão de nove dedos. marquesrollo 1 h Causa-me espécie você fazer um comentário exdrúxulo atingindo professoras”no máximo professoras incompetentes aposentadas”… Como tb sou professora aposentada, senti-me atingida. Digo mais: não sou mantida pelo dinheiro do governo e nem me reúno para “beber chopp, fumar e conversar merda nas mesas de boteco. Muito menos brindar “ao ladrão de nove dedos”. Pisou feio na bola!

DENÚNCIA À META

DENÚNCIA COMPLETA — THREADS / META Assunto: Denúncia de Discurso de Ódio, Ataque à Categoria e Conteúdo Ofensivo Publicado por “PVSTV” Prezados responsáveis pela Moderação do Threads / Meta, Venho, por meio desta, registrar formalmente uma denúncia contra o perfil identificado como “PVSTV”, que publicou comentários ofensivos em um post do Threads, dirigidos a professoras e profissionais da educação, utilizando linguagem depreciativa, insultos e generalizações com o claro intuito de desqualificar, humilhar e estimular hostilidade contra uma categoria profissional. 1. Identificação do Conteúdo Denunciado Autor do comentário: Perfil “PVSTV” Plataforma: Threads Conteúdo denunciado: Comentários insultuosos dirigidos a professoras, contendo linguagem ofensiva e denegridora. Tipo de violação: Ataque contra grupo profissional, assédio direcionado, incitação hostil e comportamento abusivo. (Se quiser, acrescento print ou transcrição literal do comentário.) 2. Fundamentação na Política da Meta O conteúdo viola claramente as seguintes diretrizes: ✔ Discurso de ódio direcionado a categorias profissionais ✔ Assédio e bullying ✔ Incitação à hostilidade contra indivíduos pertencentes ao mesmo grupo ✔ Conteúdo que degrada, humilha ou expõe pessoas ao ridículo A Meta expressamente proíbe: “Conteúdo que insultar, desumanizar, atacar ou promover hostilidade contra indivíduos com base em ocupação ou status profissional.” “Ataques direcionados que tenham a intenção de envergonhar, assediar ou intimidar.” O comentário publicado por “PVSTV” se enquadra nesses pontos de forma objetiva. 3. Justificativa O discurso divulgado: expõe professoras a ataques públicos; reforça estereótipos negativos e desvaloriza a categoria; incentiva outros usuários a hostilizar profissionais da educação; causa dano moral coletivo. Além de ofensivo, é um conteúdo prejudicial que viola a integridade da plataforma. 4. Solicitação Solicito: Análise imediata do conteúdo publicado pelo perfil “PVSTV”; Remoção do comentário ofensivo; Aplicação das penalidades cabíveis, conforme a política da plataforma, caso constatada reincidência ou comportamento abusivo; Caso necessário, bloqueio temporário ou permanente do usuário. 5. Observações Finais Estou à disposição para enviar prints, links específicos e demais evidências que auxiliem na verificação. Aguardo retorno e agradeço pela atenção. Atenciosamente, (se quiser, coloco seu nome ou deixo anônimo) Se deseja enviar prints ou quer reforçar com base legal brasileira, posso complementar com leis como: 📌 Lei 14.192/2021 (violência institucional) 📌 Lei 7.716/1989 por analogia (hostilidade a grupo) 📌 Injúria, difamação e assédio – Código Penal Quer incluir o print do comentário para anexar à denúncia?

COSTURANDO POESIA DIA 23 NOVEMBRO

"Deixam um legado, cuidado, inusitado... e encantado!" Jô Tauil __________________________________________ E nesse rastro de luz, o tempo se deita comigo, como quem recolhe do vento um segredo antigo. Toco o silêncio, e ele me responde em brasa, acendendo lembranças que adormeciam na casa. Há passos que ecoam em mim como mares profundos, um sussurro que atravessa a pele e o mundo. E no movimento lento das horas que passam, sinto que o amor se ergue onde os dias abraçam. Carrego em minhas mãos o peso doce da ternura, um fruto maduro que nasce da sua doçura. E quando penso que tudo se desfaz no ar, vem teu nome, e com ele aprendo a respirar. És vento que se inclina, água que se derrama, a chama oculta no verso que me chama. E mesmo quando o céu se cobre de saudade, há um brilho teu que resiste na eternidade. Assim sigo, com tua marca no peito gravado, herança de um amor vasto, vivo e alado. E é nele que encontro o mundo restaurado. Marilândia

sábado, 22 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 21

“Numa explosão de metáforas” Jô Tauil _____________________________ Eis que te vejo, Constelação de feridas mal curadas, Tempestade que desaba em meu desejo, Horas que morrem, pétalas queimadas. Sou a que bebe o fel de cada beijo, A que transforma em ouro as madrugadas, Navego mares que não têm espelho, Trago nas mãos as asas envenenadas. Desfaço-me em lamentos e ardentia, Sou chama viva, sou cinza perdida, Morro de amor em cada novo dia. A alma me sangra esta paixão sentida, E entre o delírio e a melancolia, Renasço inteira desta dor vivida. Queimo-me toda neste fogo eterno, Sou tempestade e sou bonança calma, Do meu peito faço um doce inferno, E morro e vivo — eis o drama da minha alma. Numa explosão de auroras em desalinho, Perdida vou, nos teus braços: meu caminho. Marilândia

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 20

"Com seus caprichos e seus perfumes" Jô Tauil _______________________________ Envolve-me em sua rara fantasia, Como um luar que à noite se assume E faz do meu peito a própria poesia. Seu toque é brisa que em mim desliza, Suspiro lento que me descompassa, É sombra doce que sutilmente me avisa Que o amor renasce onde a dor passa. Traz em si o encanto que me invade, Um lume eterno em chama delirante, Que acende em mim a velha tempestade De um querer profundo e inquietante. E eu sigo, presa a sua claridade, Buscando em ti meu sonho mais amante, Porque o venero além da mocidade, Num feitiço terno e deslumbrante. Marilândia

COSTURANDO DIA 19 DE NOVEMBRO

“Um raio de sol avulso atravessará as nossas almas!” Jô Tauil _____________________________ E nesse instante breve, fugidio e dourado, Seremos dois espectros banhados em calmas, Dois sonhos a viver um sonho já sonhado. Que importa se a tristeza nos segue como sombra? Se o mundo inteiro sangra em dor e desengano? Esse raio perdido toda a treva assombra E faz de nós, por fim, um verso soberano. Ah, deixa que ele passe como passa o vento, Levando consigo a mágoa e o pranto amargo! Seremos luz também nesse breve momento, Dois sóis a arder no mesmo céu largo. Depois virá a noite com seu manto escuro, E voltaremos nós à solidão primeira, Mas guardarei no peito esse instante puro Como quem guarda a chama da última fogueira. Um raio de sol avulso… Apenas isso! Mas basta para fazer da vida um paraíso, E transformar em glória o nosso precipício, E fazer deste inferno um eterno sorriso. Marilândia

terça-feira, 18 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 18 NOVEMBRO

"Só te peço que nunca soltes a minha mão..." Jô Tauil ______________________________________ Eis que nela vive a febre dos meus ais calados… E quando a noite cai sobre os meus olhos cansados, És tu quem acende luz à minha escuridão. Só te imploro o abrigo doce do teu coração, Onde repouso os sonhos tão longos e rasgados; Pois só em ti meus passos ficam enlaçados E encontro a paz do meu próprio chão. Se o mundo ruge e o vento me despedaça, É teu afeto a chama viva que me abraça E devolve o brilho ao meu sofrer profundo. E mesmo quando o destino enfim declina, É teu olhar que salva a minha sina E faz de mim flor rara neste mundo. Deixa-me ser eterna na tua emoção, Ser sombra e luz, ser beijo e devoção, Ser verso que renasce ao teu querer. E enquanto houver céu, ternura e paixão, Guarda-me assim, inteira no teu ser. Marilândia

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 17 DE NOVEMBRO

"Colhendo a grandeza do espírito!" Jô Tauil _______________________________ Descubro o lume doce do teu nome, Que em minha alma, num sopro tão bonito, Desponta em flor quando a saudade some. Meu peito, ungido em sonho e infinito, É templo teu, onde o amor se consome; E cada beijo em devaneio escrito É chama ardente que meu ser resume. Ah, meu amor, que ao céu me eleva e toma, Por que te busco em cada pensamento, Se és melodia eterna que me assoma E me envolve em cálido sentimento? Nos meus anseios, teu perfume assoma, Selando o tempo em doce encantamento; E no meu ser, que apenas te quer e chama, Despontas luz em cada movimento. Assim te sigo, plena do que sinto, Porque amar-te é meu mais puro juramento. Marilândia

domingo, 16 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 16 NOVEMBRO

”Sozinhos não saberíamos viver.” Jô Tauil ___________________________ Nem respirar teríamos coragem, Pois só tua luz me faz renascer E dá sentido a esta longa viagem. Sozinha, sou apenas sombra vã, Fantasma errante em noite sem luar, Alma que busca e nunca se engana De que és tu o meu único lugar. Sem ti, que seria do meu peito? Um deserto árido, sem canção, Onde o amor não teria jeito De florescer em doce comunhão. És tu a seiva que me faz crescer, O sonho louco que me faz sonhar, A única razão do meu viver, O porto onde eu anseio descansar. Sozinhos, seríamos nada mais Que ecos perdidos de um grito no ar, Mas juntos somos infinitos, iguais, Eternos no nosso amor supremo, ímpar. Marilândia

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 14 DE NOVEMBRO

“Que em nossa história permanecem límpidas e puras...” Jô Tauil _________________________________ As fontes do passado que o tempo não corrompeu, Onde a saudade bebe em taças de ternuras E o coração descansa do que nunca esqueceu. Guardo como relíquia essas manhãs serenas, Quando a vida era sonho e o sonho realidade, E nas minhas palavras, como águas terrenas Reflito o rosto antigo da minha mocidade. Que permaneça intacta essa chama sagrada Que arde no meu peito com fervor de oração, Mesmo quando a existência me deixar cansada E a dor tecer seu manto sobre o coração. Porque há coisas eternas que ninguém nos rouba: O perfume das rosas que um dia colhemos, O sabor do primeiro beijo, aquela louca Felicidade pura dos tempos que vivemos. E assim vou caminhando com minha cruz florida, Bebendo nessas águas que o destino me deu, Sabendo que em mim arde, eternamente erguida, A chama que um dia nos céus se acendeu. Marilândia

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA13 DE NOVEMBRO

“São dolorosas lembranças que trazem doces esperanças” Jô Tauil _______________________________ Como espinhos que se enlaçam em pétalas de luz. Na alma ferida, o tempo dança entre perdas e mudanças, E o coração que sangra ainda à vida se conduz. Quantas noites de tormento guardei no peito aflito, Quantos sonhos desfeitos em lágrimas caladas! Mas mesmo no sofrimento, no mais fundo do grito, Brotam flores de desejo em terras desoladas. Ah, se pudesse apagar toda a dor que me consome, E renascer das cinzas qual ave renascida! Mas sei que é na saudade que a esperança tem cognome, E na própria ferida que a alma é redimida. Trago em mim o contraditório: sou pranto e sou canção, Sou a noite que declina quando a aurora desponta. Neste peito visionário arde eterna a paixão, E cada cicatriz antiga nova história me conta. Que venham outras lembranças, tristes, mas libertadoras, Pois sei que após as trevas sempre há de haver manhãs, E nestas mãos criadoras teço rendas sonhadoras. Marilândia

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 11 NOVEMBRO

Navego à deriva sem ter porto ou cais, Sou náufraga de mim, sem rumo,sem clamor, Buscando em vão os dias que não voltam mais. Minh’alma sangra em pétalas de desalento, Como rosa ferida pelo espinho atroz, Que murcha devagar no mais cruel tormento, Sem ouvir dos céus uma piedosa voz. Sou chama que consome o próprio coração, Ardendo em desespero, em ânsia desmedida, Carrego em cada gesto a minha solidão, E vou sangrando os versos desta minha vida. Que importa se me perco neste mar profundo? Se afundo nos abismos da minha tristeza? Eu sou a louca e triste errante deste mundo, Buscando em vão a luz, a paz, a certeza. Deixai-me então morrer neste meu próprio peito, Que o amor que trago dentro me devora inteira, E aceito como cruz, e aceito como leito, Esta dor que me arrasta como derradeira. Marilândia

COSTURANDO POESIA DIA 10

“Guardei no meu interior, paralisado…” Jô Tauil _______________________________ Todo o amor que nunca hei de dizer, Como um tesouro esquecido, guardado, Que ninguém saberá reconhecer. Guardei os sonhos de um tempo dourado, As lágrimas que nunca quis verter, O grito preso, o beijo imaginado, E tudo quanto anseio em ser e não ser. No fundo d’alma, em silêncio profundo, Mora a dor de querer e não poder, A solidão mais vasta deste mundo. Guardei estrelas que não vão nascer, Palavras mortas antes de um segundo, E a chama eterna do meu próprio arder. Guardei em mim o que o tempo levou, Os gestos vagos de outra mocidade, A primavera que nunca chegou, E os ecos tristes desta eternidade. Paralisada, imóvel no meu interior, Trago a vida inteira em soledade. Marilândia

COSTURANDO DIA 12 DE NOVEMBRO

“E muitas vezes, nem falo do meu próprio amor…” Jô Tauil ___________________________ Guardo em mim o que não ouso dizer, Este amor que arde e que me faz calar, Como quem tem um segredo a morrer, Sem ter coragem de o revelar. Quantas vezes meu peito quis gritar, Mas a voz se perdeu no ar gelado, E deixei meu silêncio me tragar, Como um verso que nunca foi cantado. Sofro em mim esta chama que não morre, Este amor que ninguém chegou a ver, Que nas sombras da alma se socorre, E que chora sem lágrimas a correr. Talvez um dia eu tenha a ousadia, De rasgar este véu que me aprisiona, E dizer-lhe na luz de um novo dia, Tudo o que este coração perdoa. Mas por ora eu me calo e me consumo, Neste amor que é só meu, neste tormento, Como estrela perdida entre o negrume, Ardendo em solidão e sofrimento. Marilândia

domingo, 9 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 8 DE NOVEMBRO

”Esmiuçando nossas entranhas pelo avesso” Jô Tauil _______________________________ Encontro a dor que habita em cada veia, O sangue denso, o coração em excesso, A alma nua como concha na areia. Que importa se me rasgo e me confesso Nesta busca cruel que me alheia? Se no íntimo do ser, neste emaranhado espesso, Descubro a chama que arde e que incendeia? Sou toda nervos, músculos e anseios, Carne que pulsa em líquidos devaneios, Desejo vivo em pleno sacrifício. E neste abrir das vísceras profundas, Embora as sombras e as luzes se confundam, Encontro enfim meu próprio precipício, Porquanto no ventre desta angústia tão sentida, Repousa a essência crua desta vida. Marilândia

sábado, 8 de novembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 8 DE NOVEMBRO

“O calor do sol ou o frescor do vento” Jô Tauil _______________________________ Que importa a mim se a alma está perdida? Se em cada sopro levo o meu tormento, E em cada raio arde a minha vida? Quero o ardor que queima sem codinome Quero a brisa que acalma e que adormece, Mas ai de mim! Meu coração não subsome O que sofre, padece e permanece. Sou do sol a chama que delira, Sou do vento a névoa que se esvai, Entre o querer e o ter, minha alma gira, Como folha seca que dança e cai. Dá-me o calor que abrasa e ilumina, Dá-me o frescor que embala a minha dor, Que nesta sede que jamais termina, Busco em cada elemento o meu amor. Mas vão as buscas, vãos os meus anseios, Fico entre o sol e o vento, a delirar… Marilândia

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 7 NOVEMBRO

”Desejo profundo que ainda nos faz estremecer” Jô Tauil __________________________________ Como chama ardente que não quer morrer, Atravessa o peito, consome o meu ser, E tudo ao redor parece desfalecer. Nas sombras da noite, teu nome a chamar, Entre sonhos febris que não posso explicar, Um anseio violento de te encontrar, Como lua que busca o reflexo no mar. Teus olhos são abismos onde me perco inteira, Tuas mãos são correntes, prisão derradeira, E nesta loucura doce e feiticeira, Minha alma se entrega, louca e prisioneira. Que importa o mundo, se tenho teu calor? Que valem as horas sem teu amor? Sou chama que arde, sou grito, sou dor, Sou toda desejo, sou toda fervor. Desejo que queima e jamais se apagou, Que em cada suspiro meu sempre ficou, E mesmo distante, nunca me deixou— Este fogo eterno que em mim se acendeu. Marilândia

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 6 DE NOVEMBRO

“Sim! Em versos acinzentados serei pó!” Jô Tauil _______________________________ Cinza de sonhos que o vento dispersou, Névoa de um corpo que em chamas se doou, Resto de amor que na terra se condensou… Serei a bruma que o outono desfolhou, O eco triste de um derradeiro plebeu Sombra que à noite em silêncio se escondeu, Lágrima fria que em solidão secou. Neste tormento que a vida me legou, Nesta agonia de quem tudo perdeu, Sou apenas cinza do que me reacendeu, Poeira errante que o destino espalhou. Mas se da cinza nascer a flor, Se do meu pó brotar um novo ardor, Então morrerei feliz, transfigurada, Sabendo que em versos, renasço bem aventurada. E nesse instante, já não serei ninguém, Serei apenas o verso que vai e vem. Marilândia

COSTURANDO DIA 5 NOVEMBRO

“Essas estrelas que navegam no céu dos poetas!” Jô Tauil _____________________________ Carregam nos raios a dor de quem ama, São faróis de sonhos, são almas inquietas Que choram de luz sobre a noite que clama. Eu sigo seus rastros de prata e lamento, Busco nas constelações meu destino traçado, Sou barco sem rumo, perdida no vento, Alma sedenta de um porto sagrado. Ó astros que ardem na imensidão sombria, Digam-me me se existe um amor que não finda, Se além desta angústia, desta melancolia, Há uma estrela que é minha, somente minha ainda. Mas elas se calam, eternas viajantes, E eu sigo na terra, de mãos estendidas, Colhendo apenas miragens brilhantes, Sonhos de glória, ilusões desmedidas. Essas estrelas que navegam distantes São lágrimas minhas no véu do infinito, Testemunhas mudas dos meus delirantes Versos de amor que ao silêncio eu grito. Marilândia

terça-feira, 4 de novembro de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 4 NOVEMBRO

"Meu sol rompendo a primavera" ausente, Jô Rauil ____________________________________ Recorda um tempo em que foste somente Um sonho breve, um lume na janela, Que se perdeu nas sombras, como estrela. As flores nascem — tristes, silenciosas —, Como lembranças pálidas, saudosas; E o vento traz murmúrios de outrora, Como quem chora aquilo que demora. Nos meus sentidos, tudo é despedida, Eco de um beijo, sombra de uma vida… Até o sol que brilha me parece Um velho amor que volta — e que esmorece. Ah, quem me dera ser quem fui outrora, Naquela aurora que já foi embora… Meu sol, cruel, que a dor me regenera, Rompe outra vez… mas não há primavera. E nesse adeus que o tempo não consola, Fenece em mim a última corola; Fica o perfume — triste, derradeiro —, Da flor que amei… e que morreu primeiro. Marilândia

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

COSTURANDO DIA 1 E 2 DE NOVEMBRO

“Que na nossa história permanecem com delírio e magia” Jô Tauil ___________________________ Como sonhos antigos que o tempo não desfaz, Que vivem nas sombras do que a alma desafia, E dormem nas águas de um poço sem fundo e sem paz. Que sejam os beijos que o vento nos trazia, Ardentes segredos que ninguém mais saberá, Que fiquem as noites de intensa melancolia, Quando a lua nos via e nada nos separará. Que reste a loucura das horas vividas a dois, O gosto da boca que tanto nos quis, As mãos entrelaçadas, os juramentos, depois Tudo o que fomos num tempo feliz. Que fiquem na história as páginas douradas dum ritual O nosso delírio, a nossa perdição, E que dure eterno, como a dor de um punhal, Este amor de lenda plantado no coração. Marilândia “Em ti, meus lábios gelados perderão o frio…” Jô Tauil _______________________________ Porquanto, Num desejo de amor, Como pétalas que encontram o sol de maio. Teu beijo será chama no peito vazio, Hei de beber tua boca num doce ensaio. Em ti, minha alma perdida achará abrigo, Nos teus braços de seda e de ternura. Serás tu o meu porto, o meu antigo Sonho de amor que me cura e perdura. Em ti, hei de perder-me por inteiro, Como se perde a tarde no crepúsculo. Serei tua e tu serás meu derradeiro Suspiro, meu tormento, meu opúsculo. Que importa se o mundo nos condena? Se em teu peito encontrei minha morada? Amor! Meu doce amor! Minha alma plena! Contigo sou eterna, sou amada. Em ti, serei mulher enfim completa Marilândia