COSTURANDO POESIA DIA 4 NOVEMBRO
"Meu sol rompendo a primavera" ausente, Jô Rauil ____________________________________ Recorda um tempo em que foste somente Um sonho breve, um lume na janela, Que se perdeu nas sombras, como estrela. As flores nascem — tristes, silenciosas —, Como lembranças pálidas, saudosas; E o vento traz murmúrios de outrora, Como quem chora aquilo que demora. Nos meus sentidos, tudo é despedida, Eco de um beijo, sombra de uma vida… Até o sol que brilha me parece Um velho amor que volta — e que esmorece. Ah, quem me dera ser quem fui outrora, Naquela aurora que já foi embora… Meu sol, cruel, que a dor me regenera, Rompe outra vez… mas não há primavera. E nesse adeus que o tempo não consola, Fenece em mim a última corola; Fica o perfume — triste, derradeiro —, Da flor que amei… e que morreu primeiro. Marilândia

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