_UM POEMA NÃO TEM FIM_
Uma faxina no coração (Jô Tauil)
Quando misteriosamente,
O joio se separava do trigo...
E enquanto
Na concha de minhas mãos vazias,
A noite em brancas trevas
Escorria rendilhadas gotas
Sobre a poesia que dormia nos braços dos outroras...
Marilândia
_UM POEMA NÃO TEM FIM_
Com risco de naufragar (Jõ Tauil)
Sentirei a voz molhada
Da noite que vem do mar...
E aguardando a aurora
Que despejará o orvalho
Na boca dos lírios,
O enamorado poeta
Desabrochará seus flamantes versos
Dentre os sulcos das ondas moribundas...
Marilândia
POEMINI
POEMINI
Segredos do luar
Feitiço do anoitecer
Marilândia
POEMINI
POEMINI
Labaredas de sangue
Anil do céu inflamam...
Marilândia
_UM POEMA NÃO TEM FIM_
Sulcou a terra... não me plantou (Jô Tauil)
Porém,
Mais tarde,
Quando antigas
Se fizerem as flores
Banhadas
Do estéril orvalho
Da minha angústia,
Chegarão im_pressentidos, silenciosos pedidos de perdão...
Marilândia
_UM POEMA NÃO TEM FIM_
Concreto-abstrato o desejo (Jô Tauil)
Arrastando-se sem um só gemido,
Na atonia dos acariciantes silêncios...
Escuro tédio nas almas desoladas das noites
Refletido dentre enluaradas praias.
E esses instantes de sonhos,
De desejos e de esquecimentos
Desfolham em meu ser braçadas de lembranças...
Marilândia
DUPLIX
QUIMERAS// NUM OLHAR
solitário deambular...// espreito
peregrinas lembranças// ...peneirados desejos
florescem// cheiro de pele
Marilândia// Miguel
_UM POEMA NÃO TEM FIM_
Creditado no livro da vida (Jô Tauil)
Ao insculpir o fascínio das promessas
Sob a transparência das auroras,
Procurando travar a alma que foge,
Enquanto o sol rompe a nuvem
Numa embriaguez duplicada pelo desejo...
Marilândia
UM POEMA NÃO TEM FIM
Por promessas tão vagas (Jô Tauil)
Flutuando
Ao sabor de súbitas correntes,
Enquanto a nudez
Vestida apenas de estrelas cadentes
Afoga-se nos raios da paixão
Na ânsia de desvendar insanos mistérios …
Marilândia
UM POEMA NÃO TEM FIM
Amor precisa de manutenção (Jô Tauil)
Para não fugir o coração do peito,
Nem fraquejar a alma,
Num balbuciar dos sentimentos
Ao se rever vestígios
Que guardam a memória
Do que foram momentos,
Sobretudo no enlanguescer da vida,
Num inexorável fluir do tempo...
Tempos que tiram lágrimas das flores.
Marilândia