A POESIA (ENSAIO)
A POESIA (ENSAIO)
Sonolentas madrugadas em que goteja a poesia
Bardos iluminados aspergem versos n’orvalho que estrelas reveste.
Ciciante lua em leito nupcial flores dos noivos acaricia.
Alvas flores, rútilo luar, iridescentes astros.
Rubros favos a escorrer o doce mel dentre suspirantes desejos .
Voos ao infinito - hóstia do sol-posponte...
_E a poesia esgueirando-se no bálsamo, à escuridão da noite impregnado..._
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SOBRE MIM MESMA (ENSAIO)
SOBRE MIM MESMA (ENSAIO)
Uma página ao acaso leio, sorvendo lágrimas d’emoções.
Entorpecida por rastros da saudade, em degraus do passado vagueio
Anelam lembranças, réstias de uma história bem minha.
Sorrateiramente emergem, segredos há muito adormecidos, contemporâneos de derrotas e vitórias...
Arquivo da memória escancarado, espelho da vivência...
Assomam, paulatinamente,rebeldes fragores d’ilusões mal vividas.
Dilaceradas agonias...
_Palavras bailarinas em acordes de desmaiada sonata_
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ENSAIO DA TRISTEZA
ENSAIO DA TRISTEZA
Dias baços e cinzentos. Névoas de mágoas nos olhos meus, histórias de tristeza espelham.Não me sinto feliz, porém nem eu mesma sei porquê. Oferendas sempre cercaram-me. No âmago, contudo, bailam trevas.
Tudo me importuna: os sorrisos dos amanheceres, a alegria dos matizes crepusculares...
Faltam-me os beijos do astro-rei, as carícias das enluaradas madrugadas.
Ruínas das desilusões sobejam aromatizadas pelos dissabores de vertiginosa brisa.
Cruel história? Quem sabe???
Com certeza, banal como todas as mazelas do destino...
Todavia é apenas parte da história minha...
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CAPÍTULOS D´ AGONIA
CAPÍTULOS D´ AGONIA
Na misteriosa história do teu ser
Mesmos segredos tantas vezes lidos
As mesmas inconstâncias
Tantas vezes eclodidas...
Ecos dos teus olhares
Cerrados de desejos...
Transitórias sombras
Errantes nuvens
Tagarelas do infinito
Mal deixam que os ventos durmam...
Ioiô de sonhos e agonias
Plangentes dores d’alma
A gritar vagidos no horizonte...
“Que importa o mundo e as ilusões defuntas?…
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?…
O mundo, Amor?… As nossas bocas juntas!…”
Florbela Espanca
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VIDA QUE SEGUE...
VIDA QUE SEGUE...
Ao partir,
Quero levar junto a mim,
Versos e melodias tuas
Junto ao seio meu
Quero ouvir
Frêmitos d’alma tua
Sutis perpassares
Das pétalas de teu coração
Roçarão pálpebras da minha saudade
O bálsamo da felicidade soluçará
Na exangue mortalha
Pelos coloridos dos segredos nossos
Reavivada...
“Toda a noite choraste… e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!”
FLORBELA ESPANCA
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MUITO ALÉM DE MIM...
MUITO ALÉM DE MIM...
Por essa vida afora ,
Em ânsia louca,
Entre beijos d’amor - versos meus,
Alma ardendo em sonhos e arquejos
Quero voltar...
Percalços desse destino...
Vida
De desencontros ,
De entontecidos devaneios
De míseras ilusões...
No silêncio das palavras,
Um engasgo
_Pranto verte em sangue o coração…_
"Que seja a tua boca rubra como o sangue
Que feche a minha boca, a minha boca exangue!…
Ah, venha a morte já que eu morrerei feliz!…"
FLORBELA ESPANCA
LÂNGUIDA VERTIGEM (POETRIX)
LÂNGUIDA VERTIGEM (POETRIX)
Dou-te esses versos
Insígnias da paixão
Que de sangue a tingem...
"Diante de mim caminham olhos luminosos,
Que um Anjo sábio fez sem dúvida imantados;
São meus irmãos, eu sei, estes irmãos piedosos,
Que aos olhos me arrojam fogos constelados."
CHARLES BAUDELAIRE
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