domingo, 2 de março de 2025

COSTURANDO POESIA DIA 2 DE MARÇO

“Numa festa febril de todos os sentidos…” Jô Tauil _______________________ Porquanto Nos salões de cristal do meu delírio, Dançam sombras vestidas de carmim, Enquanto a noite, qual negro martírio, Derrama estrelas no meu ser sem fim. A febre é uma rainha coroada De suspiros e sonhos irreais, Que em minha alma, sempre abandonada, Acende tochas de paixões fatais. Há taças de veneno que transborda E beijo-as como quem beija o destino, Enquanto a dor, qual música que acorda, Tece no ar seu manto purpurino. Meu sangue ferve em rios caudalosos, Inundando os jardins da fantasia, Onde dançam espectros silenciosos Na cadência febril da minha agonia. E nesta festa de delírio ardente, Sou anfitriã de minha própria dor, Que me consome vorazmente Como chama devora uma flor. Ah, que doce loucura me domina! Que febre que me queima e me consome! Sou sacerdotisa, vítima e menina, Neste altar onde a vida tem teu nome. Marilândia

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