CARNAVAL: UM MOSAICO POÉTICO
Carnaval: Um Mosaico Poético No país do Carnaval, o tempo suspende seu voo. A rua não é mais rua, é serpente colorida que devora as tristezas e regurgita alegrias. As máscaras não disfarçam — revelam. Delírio dionisíaco nas praças, confetes como estrelas despencadas, serpentinas entrelaçam destinos. O suor é perfume, o cansaço é mentira. Vou de mansinho na folia, tenho sede de vida Nos espelhos trêmulos das águas-marinhas, o Carnaval reflete seus fantasmas dourados. Desfila-se o tempo em cortejos e eternidade dura apenas quatro dias. Quem são estes que dançam? Quem sou eu que os contemplo? Somos todos efêmeros como as pétalas de papel que adornam este instante. Ó folia sublime, contradição divina! És prece e pecado, êxtase e queda. No teu ritmo desenfreado, baila o Brasil como quem faz do pranto uma festa. No teu abraço de suor e purpurina, somos todos iguais na vertigem do samba. Carnaval — breve eternidade, fugaz in_finito. Carnaval não se explica, sente-se como uma febre, um delírio consciente. Entre o ser e não-ser, escolhemos ser muitos. A máscara não esconde, revela. No caos ordenado dos tambores, descubro que o avesso do silêncio é também uma forma de verdade. Carnaval é faca que corta o ano em duas metades: antes e depois. A música é pedra que não se gasta, por mais que dance sobre ela a multidão in_cansável. O samba constrói com a precisão de um arquiteto catedrais de som que se desmoronam ao amanhecer. Marilândia
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