quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

A Floresta dos Sussurros (EVENTO DE POESIA MARIA DIA 26)

A Floresta dos Sussurros Em uma terra distante, onde as sombras dançavam entre os galhos retorcidos das árvores antigas, vivia uma jovem chamada Clara. Seus cabelos eram negros como carvão e sua pele pálida como a lua. Diferente das outras crianças da aldeia, Clara podia ouvir os sussurros da floresta. Os aldeões temiam a floresta que cercava suas casas. Diziam que aqueles que se aventuravam muito profundamente nunca mais retornavam. Mas Clara conhecia a verdade: a floresta não era cruel - ela apenas guardava segredos antigos. Em uma noite de lua nova, quando as estrelas se escondiam atrás de nuvens pesadas, Clara ouviu um choro distante. Não era um choro humano, mas também não era de animal - era o próprio coração da floresta que chorava. Contra todos os avisos de sua avó, Clara adentrou a escuridão das árvores. Os galhos pareciam se curvar para ela passar, e as raízes se moviam para criar um caminho. Quanto mais fundo ela ia, mais intenso ficava o lamento. No coração da floresta, encontrou uma clareira onde uma árvore antiga e majestosa se erguia. Seu tronco era tão largo que dez homens de mãos dadas mal conseguiriam abraçá-lo. Em suas raízes, havia uma pequena poça de água cristalina que brilhava com luz própria. Clara se ajoelhou junto à poça e viu seu reflexo transformar-se no rosto de uma mulher belíssima, com cabelos feitos de folhas e olhos profundos como o oceano - era a Rainha da Floresta. "Minha criança", disse a Rainha com voz melodiosa, "você é a primeira em cem anos que consegue ouvir nosso chamado. A floresta está morrendo. Os homens cortam nossas árvores mais antigas e envenenam nossas águas. Sem as árvores antigas, a magia que protege estas terras se desfará." Clara sentiu lágrimas escorrerem por seu rosto. "Como posso ajudar?", perguntou. A Rainha estendeu uma mão etérea da poça. "Você deve fazer uma escolha. Pode se tornar uma guardiã da floresta, mas terá que abandonar sua vida humana. Ou pode retornar à aldeia e esquecer tudo que viu aqui." Clara olhou para suas próprias mãos, tão pequenas e frágeis. Pensou em sua avó, em sua casa aconchegante, no cheiro de pão fresco pela manhã. Mas também pensou na floresta, nos sussurros das árvores, na magia antiga que pulsava sob seus pés. Sem hesitar, Clara tomou a mão da Rainha. No instante em que seus dedos se tocaram, sentiu seu corpo se transformar. Sua pele ganhou texturas de casca de árvore, seus cabelos se tornaram longos ramos com folhas delicadas, e seus olhos adquiriram a profundidade das águas da floresta. Os aldeões nunca mais viram Clara. Mas dizem que, em noites de lua cheia, podem ouvir uma canção suave vinda da floresta. E desde então, as árvores crescem mais fortes e saudáveis que nunca. Aqueles que se perdem na floresta contam que uma jovem guardiã os guia de volta para casa, seu corpo feito de galhos e folhas, seus olhos brilhando com antiga sabedoria. E embora a aldeia continue temendo a escuridão entre as árvores, as crianças agora sabem que a floresta protege aqueles que a respeitam. Pois onde antes havia apenas escuridão e medo, agora há uma guardiã eterna, uma menina que escolheu se tornar parte da magia que sempre chamou seu coração.de Responder

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