CARNAVAL
Sinfonia de Fevereiro Desce fevereiro em cores pela ladeira Como criança apressada para a festa, O corpo suado, a fantasia ligeira, Na rua, a vida que se faz orquestra. Dança o povo na cidade adornada, O céu noturno, pontuado de estrelas, Sorrisos brilham mais que a lua prateada, As horas passam como folhas amarelas. Pandeiros fazem soar o pulso do Brasil, Mãos negras, pardas, brancas em união, Corpos que cantam num bailado febril, E na cidade explode enorme coração. Nos becos e no asfalto, a madrugada Testemunha o amor que não se encerra, A paixão fugaz, suada, perfumada, Quando o carnaval faz tremer a terra. Samba, meu bem, até os pés sangrarem, Até que a alma liberte suas dores, Até que os tambores todos calarem, E o sol desperte em novos esplendores. O carnaval é o Brasil em sua essência, Sublime delírio, doce insensatez, Na festa que celebra a existência, Somos todos reis, nem que por uma vez. Quando a quarta-feira despertar cinzenta, E as serpentinas murcharem no chão, A vida cotidiana, sonolenta, Guardará esta efêmera canção. Pois o carnaval não é só fevereiro, É estado d'alma do nosso povo, Um suspiro musical, breve e certeiro, Que faz da vida algo sempre novo. Marilândia
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