POEMA DE FLORBELA E RÉPLICA DE MARILÂNDIA
ESPERA Florbela Espanca Não me digas adeus, ó sombra amiga, Abranda mais o ritmo dos teus passos; Sente o perfume da paixão antiga, Dos nossos bons e cândidos abraços! Sou a dona dos místicos cansaços, A fantástica e estranha rapariga Que um dia ficou presa nos teus braços… Não vás ainda embora, ó sombra amiga! Teu amor fez de mim um lago triste: Quantas ondas a rir que não lhe ouviste, Quanta canção de ondinas lá no fundo! Espera… espera… ó minha sombra amada… Vê que pra além de mim já não há nada E nunca mais me encontras neste mundo!… FLORBELA ESPANCA Eco de Ausências (RÉPLICA DE MARILÂNDIA) Não partas sem ouvir meu triste canto, Demora-te nas sombras do caminho; Revive o que foi nosso, sacrossanto, Nas tardes de silêncio e de carinho! Sou a alma que vagueia em desalinho, A que em versos derrama o seu pranto, Que um dia te encontrou, meu doce ninho... Fica mais um momento, é tudo quanto! Teu amor fez de mim um céu sem lua: Quantas estrelas mortas que não viste, Quanto brilho perdido em noite crua! Espera... fica... ó sombra que me assiste... Vê que além de meu ser só resta a rua E nunca mais terás meu olhar triste!... Marilândia Marques Rollo
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