COSTURANDO POESIA
"E o sol do ocaso, gemendo, tombou" Jô Tauil ___________________________________ No horizonte incendiado, desfaleceu o sol como amante exausto, derramando seu sangue dourado sobre o ventre do mar impassível. Não me perguntes por que chorei Quando o céu se vestiu de violeta e fogo. É que morri também, a cada entardecer, e renasci em tua memória distante. O sol, esse eterno peregrino, beijou as montanhas com lábios de cobre, e sua luz, como teus dedos, acariciou as últimas paredes do mundo. Quantas vezes, amor, nos despedimos sob este mesmo céu em chamas? Nossos corpos, como sombras alongadas, tornaram-se parte deste ritual antigo. E, Agora que o ocaso guardou teu nome, e as nuvens desenharam teu rosto ausente, Cada pôr do sol foi uma carta sem resposta, um adeus que se prolongou na eternidade. Mas, quando a última centelha dourada foi engolida pela boca faminta do horizonte, permaneci aqui, contemplando o vazio, esperando que a noite me trouxesse teu perfume. Porque no sol que morreu, estiveste tu, efêmero e eterno como este momento. E o ocaso, esse breve milagre, Foi apenas outro nome para a saudade. Marilândia
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial