Dueto de Marilândia e Ruth
Dueto de Marilândia e Ruth Nas páginas do vento onde a dor se deita e sonha,//Escrevo com a tinta invisível que só an alma testemunha. Éo sopro de um destino antigo que desfia o coração,// Fazendo da noite um templo, e da saudade, oração. Sou chama que arde em silêncio e cinza que o tempo não vence,// Sou flor que desabrocha no amanhecer e na lua se entristece. Caminho entre mundos suspensos, onde o nome se desfaz,// E cada verso que nasce é um pássaro buscando a própria paz. Ó, concede-me teu silêncio — que nele minha voz floresça;// Empresta-me teus olhos — que neles minha essência apareça. Pois no espelho translúcido da alma encontro o que ainda sou:// Vestígios de sonhos antigos que Deus na palma abrigou. Amor, doce miragem que inquieta, acende e devora,// És brasa que me corrói e luz que me recria a cada aurora. És tormento e promessa, estrela que não alcanço ao tocar,// Mas que guia minha sombra, mesmo sabendo que não há chegar. Sou feita de anseios incertos, de marés que nunca dormem,// Mulher que no peito guarda oceanos que transbordem. E enquanto houver palavra pulsando nesta veia rente,// A alma se abrirá — lucidamente, ardentemente. Mesmo que a dor celebre, mesmo que chova eternamente. Marilândia e Ruth em dueto

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