terça-feira, 9 de dezembro de 2025

COSTURANDO 8 DEZEMBRO

“Vozes serenas, esse cântico vão entoar!” Jô Tauil _____________________________ Em noite profunda onde a alma se debate, Sussurros d’alva que vêm me embalar, Como se o vento em mim seu pranto acalente. São vozes vindas de um tempo esquecido, Ecos de amores que não mais respiro, Trazem consigo o perfume do sustenido, Das horas mortas que em vão suspiro. Cantam de sonhos que nunca vivi, De astros distantes que quis alcançar, De tudo aquilo que em mim entrevi, Como areia fina que o mar vai levar. E nesse canto há tristeza tão pura, Que corta a alma como lâmina fria, Há solidão, há dor, há amargura, Há todo o peso de um longo dia. Mas há também qualquer coisa de eterno, Um fulgor tênue de esperança vã, Como se fosse possível, no inverno, Acreditar que virá a manhã. Vozes serenas, cantai-me baixinho, Embalai minha dor nesse cantar, Fazei-me esquecer que vou tão sozinho Neste caminho que não tem fragmentar. Marilândia

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