COSTURANDO 5 DE DEZEMBRO
“Da felicidade que, a duras penas conquistamos” Jô Tauil _____________________________ Resta o sabor amargo de tantas cicatrizes, E nas mãos feridas que ao céu erguemos Guardamos a memória de antigas diretrizes. Quantas noites de pranto, quantos dias vazios, Até que enfim raiasse a luz do contentamento! Atravessamos desertos, suportamos os frios, Por um instante breve de doce alento. E agora que a tenho, trêmula entre os dedos, Esta alegria frágil que tanto custou, Sinto que se desfaz como antigos segredos, E já temo a dor do que me conquistou. Porque a felicidade que se arranca à vida Com unhas e com sangue, com desespero, Traz sempre a sombra escura de ser perdida, E o coração que a guarda nunca é sincero. Mas ainda assim a quero, mesmo que me fuja, Mesmo que seja efêmera como estrela cadente, Pois na luta feroz onde a alma se empurra, Aprendi que viver é sangrar eternamente. Marilândia

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