O Último Adeus
O Último Adeus Nesta hora derradeira em que te vou perdendo, Sinto a alma despedaçar-se em mil fragmentos, Teu olhar é a dor que em mim vai crescendo, E no silêncio eterno morrem todos os lamentos. Ó adeus que me consomes como fogo ardente, És a cruz que carrego neste peito ferido, Como sombra que se arrasta, vou-me lentamente, E morro neste instante de amor incompreendido. Que cruel martírio é este que me dilacera! Palavra que me fere e que me ressuscita, És tu minha agonia, minha última quimera, A chama que me abrasa e que jamais se quita. Na tua voz escuto todo pranto e todo riso, O eco do infinito e o grito da partida, És tu, ó adeus último, meu céu e meu juízo, A morte e a ressurreição de minha alma vencida. Como estrela que se apaga no clarão da aurora, Assim morre em tua boca minha eterna ventura, Mas que doce agonia é esta que me devora, Neste adeus derradeiro que me mata e me cura! Levo comigo o som desta palavra amarga, Como quem leva a cruz de um amor mal-amado, És tu o meu suplício e a minha última carga, O fim de toda a glória que um dia me foi dado. Ah, se pudesse eu morrer neste momento santo, Quando ainda ressoa em mim tua despedida! Mas fico aqui sozinha, carregando este pranto, Com o adeus gravado a ferro em minha alma ferida. Marilândia

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