Entre Suspiros e Silêncios
Entre Suspiros e Silêncios Entre teu suspiro e meu silêncio há um oceano de palavras não ditas, onde navegam barcos de desejos e afundam âncoras de memórias. Teus lábios - cartografias do inalcançável - desenham no ar o nome que não pronuncio, enquanto minhas mãos aprendem a linguagem secreta da tua ausência. O que cala em mim te procura como a noite procura as estrelas perdidas. O que suspira em ti me encontra como a onda encontra, enfim, a areia. Entre teu corpo e minha solidão há um tempo suspenso, um relógio que marca as horas com batidas do teu coração distante. De que serve este silêncio que cresce como vinha selvagem entre nós? De que serve este suspiro que atravessa continentes para morrer em teu peito? Quero habitar o espaço entre tua respiração e o vento, ser a pausa necessária entre dois versos, o intervalo exato entre o relâmpago e o trovão. Porque no silêncio de tua ausência ouço o mais profundo dos teus suspiros, e no suspiro que me escapa ao te lembrar reside o mais eloquente dos meus silêncios. E assim vivemos - entre suspiros e silêncios - construindo catedrais de ar e desejo, onde o eco dos nossos nomes é a única oração que conhecemos. Marilândia

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