COSTURANDO DIA 24 DE ABRIL
Na urgência dos dias e na paciência das estações. Marilândia __________________________ Busco o teu nome entre sílabas de chuva, entre raízes que penetram o silêncio da terra, com as mãos repletas do que não se pode conter. A primavera entra pelas janelas como um presságio, traz consigo o rumor das folhas que vão nascer, enquanto meu sangue percorre rios invisíveis e cada pulso é um sino que anuncia tua chegada. O tempo, esse tecelão incansável de mistérios, transforma minhas mãos em duas âncoras de espera. Entre uma colheita e outra, entre uma lua e outra, meu coração é um fruto maduro que não cai. Quantas vezes teu rosto emergiu das águas da memória? Quantas vezes tua voz atravessou o cristal da distância? A existência é este caminhar lento pelas horas com o peso de um amor que não se dissolve. Na urgência dos dias conto os segundos como quem conta estrelas, na paciência das estações guardo o tempero das lágrimas. O vento me traz fragmentos de promessas não cumpridas, mas ainda assim, persisto em te esperar. Como a videira que se enlaça no carvalho ancestral, como o mar que beija fielmente a mesma praia, assim te amo – com a urgência de todos os relógios e a paciência milenar das montanhas. Marilândia

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