Lamentos de um Coração Incompreendido Quem compreenderá este coração selvagem que guarda oceanos dentro de cada batida? Não é com palavras simples que se traduz o que arde em mim como fogo submerso. Procurei-te nas esquinas do tempo, nas ruas molhadas da memória, entre os dedos trêmulos da chuva que desenha seu alfabeto de água em minha janela. Talvez não conheças a febre que me consome, o modo como teu nome nasce em minha boca cada manhã, enquanto o sol, como uma moeda de cobre, deposita seu ouro impossível sobre meu leito vazio. Que sabes tu destas mãos que te procuram através da noite espessa, como cegas mariposas? Que sabes do silêncio que me devora quando teu rosto desaparece no horizonte de meus sonhos? Este amor não cabe em metáforas gastas nem se explica em versos de literatura antiga. É uma fome primitiva, uma sede mineral, um desejo que nasce das raízes da terra. Escrevo-te com sangue de estrelas feridas, com a tinta invisível das marés que sobem em meu peito. Escrevo-te sabendo que nunca lerás estas linhas, que nunca saberás que em cada sílaba te ressuscito. Há um rio de tristeza que atravessa meu corpo, como uma serpente azul que morde seu próprio rabo. Nele navegam os barcos quebrados de minhas esperanças, e os peixes translúcidos de meus desejos não realizados. Incompreendido como o vento que não sabe onde vai, carrego este amor como se carrega uma ferida ancestral, como se carrega um segredo que nem mesmo a morte revela, como se carrega o peso da vida quando ela já não tem sentido. Responder,
OS LÍRIOS MORREM À TARDE
"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."

0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial