FORMAÇÃO DO DUETO
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,// Eu viria como fogo que transmuta tudo em nada. A essa hora dos mágicos cansaços,// Constelação na tua noite demorada Quando a noite de manso se avizinha,// À procura do teu mar de maravilhas E me prendesses toda nos teus braços...// Semeando estrelas como sementes de ilhas Quando me lembra: esse sabor que tinha// Fragmentos de esperança despedaçada A tua boca... o eco dos teus passos...// Buscando o porto onde teu ser encontro. O teu riso de fonte... os teus abraços... // São âncoras soltas em mares agitados Os teus beijos... a tua mão na minha...// À procura do calor da chegada Se tu viesses quando, linda e louca,// Como dois poemas numa só estrofe Traça as linhas dulcíssimas dum beijo// Seremos início e fim do mesmo acorde. E é de seda vermelha e canta e ri// E é como um cravo ao sol a minha boca...// Quando os olhos semicerram de desejos...// E os meus braços se estendem para ti...// E quando enfim nossos mundos se tocarem, Como duas luas em órbita perfeita, Como dois poemas numa só estrofe, Seremos labirinto e fio de Ariadne, Seremos fogo e água em dança estreita, Seremos início e fim do mesmo acorde. Meus suspiros são pássaros sem ninho, Procurando o calor da tua chegada. São incidentes caídos pelo caminho, Fragmentos de esperança despedaçada. VOZ SEGUNDA Meus passos são pêndulos desesperados, Contando segundos até teu encontro. São âncoras soltas em mares agitados, Buscando o porto onde teu ser encontro. E quando enfim nossos mundos se tocsseem, Como duas luas em órbita perfeita, Como dois poemas numa só estrofe, Seremos labirinto e fio de Ariadne, Seremos fogo e água em dança estreita, Seremos início e fim do mesmo acorde. Meus passos são pêndulos desesperados, Contando segundos até teu encontro. São âncoras soltas em mares agitados, Buscando o porto onde teu ser encontro. Meus suspiros são pássaros sem ninho, Procurando o calor da tua chegada. São incidentes caídos pelo caminho, Fragmentos de esperança despedaçada. VOZ SEGUNDA u seria lua em teu céu diamantino, Semeando estrelas como sementes de ilhas, Onde plantaríamos jardins de surpresas. Seria oceano em tuas praias desertas, Constelação na tua noite demorada, Relâmpago nas tuas horas incertas, Melodia em tua alma silenciada. Correria como rio sem destino, À procura do teu mar de maravilhas, Onde barcos de papel são fortaleza Se tu viesses ver-me hoje à tardinha, A essa hora dos mágicos cansaços, Quando a noite de manso se avizinha, E me prendesses toda nos teus braços... Quando me lembra: esse sabor que tinha A tua boca... o eco dos teus passos... O teu riso de fonte... os teus abraços... Os teus beijos... a tua mão na minha... Se tu viesses quando, linda e louca, Traça as linhas dulcíssimas dum beijo E é de seda vermelha e canta e ri E é como um cravo ao sol a minha boca... Quando os olhos semicerram de desejos... E os meus braços se estendem para ti...
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