ARRANJO DO DUETO (analisar pra publicar)

Versos! Versos! Sei lá o que sao versos...// Sussurros ao vento escuro,

 Pedaços de sorriso, branca espuma,// Metáforas de dor em véus de prata 

Gargalhadas de luz. cantos dispersos,// Vejo meu coração, sangrado e puro 

Ou pétalas que caem uma a uma.// A flutuar como nau sem mais regata. 

 Versos!... Sei lá! Um verso é teu olhar,// O que são versos senão rios de pranto?

 Um verso é teu sorriso e os de Dante/ / Hipérboles de amor que o tempo leva,

 Eram o seu amor a soluçar/ / Sinestesias de luz em meio ao manto

 Aos pés da sua estremecida amante!// Na noite que me cobre e me releva.

 Meus versos!... Sei eu lá também que sâo...// Pois minhas palavras são como cristais partidos,

 Sei lá! Sei lá!... Meu pobre coraçâo// Metonímias de mim, de meus sentidos, 

 Partido em mil pedaços sâo talvez...// Anáforas do "sei lá" que me consome. 

 

Versos! Versos! Sei lá o que sâo versos...// Respondo ao teu lamento:

 Meus soluços de dor que andam dispersos// -São antíteses vivas: fogo e gelo, 

Por este grande amor em que não crês!// São personificações do meu tormento 

Em cada sílaba que me desvelo. ??? 

 O que são versos? São aliterações De suspiros que dançam nos meus lábios, São assonâncias das recordações, Oxímoros de dores e de agravos. Meus versos são prosopopeias da alma, Paradoxos que negam qualquer calma, Sombras de mim que vagam sem destino. 

 JUNTAS (Em uníssono) 

 *Versos! Versos!* – cantamos em dueto, 

 Apostrofando o amor em cada verso, 

 Gradações do sofrer mais que secreto, 

 Elipses do que foi e está disperso.

 Nossos versos são anáforas de dúvida, 

 São símiles de pétalas ao vento, 

 São quiasmos na dor mais que contínua, 

 São eufemismos do último lamento. Versos somos nós mesmas, comparadas

 Às flores que se vão, despedaçadas, Hipérbatos de amor incompreendido.

 *Versos! Versos!* – ecoamos sem fim, Polissíndetos de angústia em carmesim, 

 Pleonasmos de um amar nunca esquecido. ????????????? 

 FLORBELA ESPANCA// MARILÂNDIA MARQUES ROLLO