COSTURANDO
Diante de uma natureza em festa, que louva a Deus…” Jô Tauil __________________________ As folhas trêmulas conspiram num delírio verde-elétrico, enquanto o vento tece suas melodias ancestrais. Raízes pulsam sob a terra como veias de um gigante adormecido, e cada grão de pólen é uma estrela caída do firmamento em festa. As águas cantam em línguas de cristal líquido, derramando-se sobre pedras que guardam memórias do tempo. Borboletas tecem mantos de luz fragmentada, vestindo o ar com suas asas de seda policromática. Os pássaros desenham geometrias impossíveis no céu, seus gritos são relâmpagos cortando o tecido do silêncio. A seiva ferve nas artérias das árvores como um vinho ancestral, embriagando os insetos que dançam sua dança mineral. E tudo vibra, pulsa, gira num êxtase primordial onde cada átomo celebra o ritual sagrado da existência. A noite desce como um véu de brasas sobre este festim selvagem, e as estrelas são apenas ecos desta dança terrestre. No centro do caos ordenado, a natureza celebra seu próprio mistério, multiplicando-se em formas e cores num delírio de vida incontida. E nós, testemunhas atônitas, somos também parte desta festa, onde cada batida do coração é um tambor na sinfonia do cosmos. Marilândia
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